3. A Origem do Nome
► Arcadismo vem da palavra Arcádia –
região do Peloponeso na Grécia –
considerada região de morada dos
deuses. Lá habitavam pastores que,
além do pastoreio, se dedicavam à
poesia.
► As arcádias portuguesas foram
grupos de poetas que queriam
redescobrir o equilíbrio e a sabedoria
da antiguidade greco-latina,
também chamada de clássica. Daí,
então, o nome NEOCLASSICISMO.
4. ANTROPOCENTRISMO
X
TEOCENTRISMO
HOMEM NÃO SABE SE
APROVEITA A VIDA
OU SE SEGUE DEUS.
AMBIENTE SOMBRIO
EXCESSO, EXAGERO
SONETO
VIDA CAMPESTRE
RESTAURAÇÃO DO EQUILÍBRIO
ANTIGUIDADE CLÁSSICA
ILUMINISMO
USO DA RAZÃO
APROVEITAR A VIDA
SENTIMENTOS UNIVERSAIS
LIRA
5. Princípios do Arcadismo
Fugere Urben (Fuga da Cidade) –
voltaram-se para a natureza;
Lócus amoenus (lugar ameno) – fugir da
agitação dos centros urbanos;
Carpe diem (aproveite o dia) – aproveitar
o tempo presente;
Áurea mediocritas (áurea mediocridade) –
louvação à vida equilibrada, espontânea,
humilde, em contato com a natureza;
Inutilia truncat (cortem-se as
inutilidades) – linguagem simples e
objetiva.
6. Entendendo o Contexto
► A luz da razão volta a brilhar forte sobre a Europa do
século XVIII. O cientista olha para o céu e se pergunta
sobre a configuração das estrelas, o filósofo questiona o
direito da nobreza a uma vida privilegiada. Assim, razão e
ciência iluminam a trajetória humana, explicando
fenômenos e propondo novas formas de organizar a
sociedade.
► Nesse sentido, como a literatura reflete essas
transformações? Vamos ver?
7. O Arcadismo, de modo geral, foi influenciado pelo Século
das Luzes, chamado de Iluminismo. Esse movimento
influenciou os pensamentos dos intelectuais e ocasionou
a pesquisa e análise do mundo pela perspectiva da razão
e da ciência. Assim, tudo era explicado ou por meio
científico ou por constatação de algo palpável.
Esse período de mudanças filosóficas compreende a
segunda metade do século XVIII, no qual a Europa
estava dominada economicamente pela burguesia.
Enquanto isso, no Brasil, o século do ouro desponta e
cresce extraordinariamente, com a mudança do polo
econômico da região Nordeste para o Rio de Janeiro e,
principalmente, para Minas Gerais.
É este estado que irá servir de cenário para os diversos
acontecimentos marcantes da história, além da
mineração, a Inconfidência, o caso de Tiradentes,
influência artística de Aleijadinho e outros.
8. Os árcades rejeitaram a
linguagem rebuscada da poesia
barroca e buscaram inspiração na
Antiguidade (grega e romana) e
em Camões.
As histórias da mitologia grega
voltaram a inspirar os pintores,
como esta obra do francês
François Gérard(1770-1837), O
primeiro beijo de Amor em
Psiquê, 1798.
Observe que o artista
pintou as duas figuras
como se fossem estátuas
de mármore, lembrando
assim a arte dos antigos
escultores gregos
9. Em Portugal, o Arcadismo terá início
em 1756, data da fundação da
Arcádia Lusitana, e perdurará até
1825, data da publicação do poema
Camões, de Almeida Garrett.
No Brasil, irá de 1768, com a
publicação de Obras Poéticas, de
Cláudio Manuel da Costa, até 1836,
quando Gonçalves de Magalhães
publicando Suspiros Poéticos e
Saudades, inicia o Romantismo.
10. 1) BUSCA DA SIMPLICIDADE
A fórmula básica do Arcadismo
pode ser representada assim:
Verdade = Razão =
Simplicidade
Mas se a simplicidade é a
essência do movimento - ao
avesso da confusão e do
retorcimento barroco - como
pode o artista ter certeza de
que sua obra é integralmente
simples? A saída está na
imitação (que significa seguir
modelos e não copiar), tanto
da natureza quanto dos velhos
clássicos.
Arcadismo: características
11. 2) IMITAÇÃO DA NATUREZA
Ao contrário do Barroco, que é
urbano, há no Arcadismo um retorno
à ordem natural. Como na literatura
clássica, a natureza adquire um
sentido de simplicidade, harmonia e
verdade. Cultua-se o "homem
natural", isto é, o homem que "imita"
a natureza em sua ordenação, em
sua serenidade, em seu equilíbrio, e
condena-se toda ousadia,
extravagância, exacerbação das
emoções.
O bucolismo (integração serena
entre o indivíduo e a paisagem
física) torna-se um imperativo social,
e os neoclássicos retornam às fontes
da antiguidade que definiam a
poesia como cópia da natureza.
Arcadismo: características
12. 3) AUSÊNCIA DE SUBJETIVIDADE
A constante e obrigatória utilização
de imagens clássicas tradicionais
acaba sedimentando uma poesia
despersonalizada. O escritor não
anda com o próprio eu. Adota uma
forma pastoril: Cláudio Manuel da
Costa é Glauceste Satúrnio, Tomás
Antônio Gonzaga é Dirceu, Silva
Alvarenga é Alcino Palmireno, Basílio
da Gama é Termindo Sipílio. Quando
o poeta declara seu amor à pastora,
o faz de uma maneira elegante e
discreta, exatamente porque as
regras desse jogo exigem o respeito à
etiqueta afetiva. Assim, o seu "amor"
pode ser apenas um fingimento, um
artifício de imagens repetitivas e
banalizadas.
Arcadismo: características
13. 3) IMITAÇÃO DOS CLÁSSICOS
Processa-se um retorno ao
universo de referências clássicas,
que é proporcional à reação
anti-barroca do movimento. O
escritor árcade está preocupado
em ser simples, racional,
inteligível. E para atingir esses
requisitos exige-se a imitação dos
autores consagrados da
Antiguidade, preferencialmente os
pastoris. Diz um árcade
português:
O poeta que não seguir os
antigos, perderá de todo o
caminho, e não poderá jamais
alcançar aquela força, energia e
majestade com quem nos
retratam o formoso e angélico
semblante da natureza.
Arcadismo: características
14. Literatura Pastoril
O Arcadismo é uma festa campestre, representando a descuidada existência de
pastores e pastoras na paz do campo, entre ovelhinhas. Porém, essa literatura
pastoril não surge da vivência direta da natureza, ao contrário do que
aconteceria com os artistas românticos, no século seguinte. Pode-se dizer que
uma distância infinita separa os pastores reais dos "pastores" árcades. E que
sua poesia campestre é meramente uma convenção, ou seja, uma espécie de
modismo de época a que todo escritor deve se submeter. Sendo assim, estes
campos, estes pastores e estes rebanhos são artificiais como aqueles cenários
de papelão pintado que a gente vê no teatrinho infantil. Não devemos, pois,
cobrar dos árcades realismo do cenário e sim atentar para os sentimentos e
ideias que eles, porventura, expressem.
No exemplo abaixo, de Tomás Antônio Gonzaga, percebemos que o mundo
pastoril é apenas um quadro para o poeta refletir sobre o sentido da natureza:
Enquanto pasta alegre o manso gado,
minha bela Marília, nos sentemos
à sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
na regular beleza,
Que em tudo quanto vive nos descobre
A sábia natureza.
15. O Arcadismo adota como missão combater a artificialidade verbal dos
poetas barrocos. Por isso, elege a simplicidade como norma para a criação
literária.
Enquanto pasta alegre o manso gado,
Minha bela Marília, nos sentemos
À sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive nos descobre
A sábia Natureza
(Tomás Antônio Gonzaga)
Linguagem : Simplicidade acima de tudo
16. Um dos aspectos mais artificiais da estética árcade é o fato de
os poetas e de suas musas serem identificados como pastores e
pastoras.
Sou pastor, não te nego; os meus montados
São esses, que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a selva florescente
A doce companhia dos meus gados;
(Soneto IV - Cláudio Manuel da Costa)
O Pastoralismo
17. O adjetivo bucólico faz referência a tudo aquilo que é relativo a
pastores e seus rebanhos, à vida e aos costumes do campo.
Marília de Dirceu: Lira XIII
Num sítio ameno,
Cheio de rosas
De Brancos lírios,
Murtas viçosas,
Dos seus amores
Na companhia,
Dirceu passava
Alegre o dia.
(Tomás Antônio Gonzaga)
O Bucolismo
18. Manuel Maria Barbosa D Bocage
1765 - 1805
Portugal
Para conhecer mais sobre
Bocage leia o tópico sobre
ele nas páginas 49 e 50.
20. Momento histórico do Neoclassicismo no Brasil
O Brasil no século XVIII
• Centro econômico da Colônia deslocou-se do
Nordeste para o Sudeste (Vila Rica e Rio de Janeiro);
• Uma pequena burguesia letrada, faz ecoar na colônia
as idéias do Iluminismo francês;
• Influenciados pelo Iluminismo francês, pelos ideais da
Revolução Americana (1776) e admiradores de Marques de
Pombal;
• Inconfidência Mineira (1789).
21. Produções Literárias no Arcadismo
✔ Poesia Épica
• Cláudio Manuel da Costa (poema Villa Rica)
• Santa Rita Durão (poema Caramuru)
• José Basílio da Gama (poema O Uraguai)
✔ Poesia Lírica
• Tomás Antônio Gonzaga (Poemas As Liras de Marília
de Dirceu).
✔ Poesia Satírica
• Tomás Antônio Gonzaga (Poemas Cartas Chilenas)
22. Cláudio Manuel da Costa
► Influência de Petrarca e Camões (sonetos);
► Resíduos cultistas: (transição Barroco/Arcadismo);
► Fixação pelo cenário rochoso de Minas (“a imaginação da pedra”);
► Conflito interior: provocado pelo contraste
entre o rústico mineiro e a vivência intelectual e
social na Europa ;
► Ambiguidade: “nativismo” X “colonialismo”;
► Platonismo amoroso: Nise é a musa frequente;
► Temática: o amante infeliz; o contraste rústico X civilizado; a
tristeza da mudança das coisas em relação à permanência dos
sentimentos.
Brasil
23. “Destes penhascos fez a natureza”
Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;
Vós que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.
Cláudio Manuel da Costa
24. Tomás Antônio Gonzaga
Elementos não-convencionais:
– representação direta da natureza mineira, e não clássica;
– lirismo pessoal (depressivo) decalcado da biografia, mas
sem exageros.
- PSEUDÔNIMO: “DIRCEU”
Brasil
Para conhecer mais sobre
“Marília de Dirceu” leia no
livro didático páginas 51
e 52.
25. Cartas chilenas
Sob o pseudônimo de Critilo, Tomás Antônio
Gonzaga ironiza nas Cartas chilenas a
prepotência e os desmandos do governador
Luís da Cunha Meneses, apelidado no texto
de Fanfarrão Minésio.
Ainda há algumas dúvidas a respeito da
autoria desta obra satírica, mas todos os
indícios apontam para o autor de Marília de
Dirceu. O que já se tornou consenso é o
caráter pessoal dos ataques, não havendo
nenhuma insinuação nativista ou desejo de
sublevação revolucionária nos mesmos.
26. Uma Curiosidade!
O ARCADISMO brasileiro
foi o primeiro movimento
literário a colocar o índio
como personagem
importante.
A presença do índio (forte
por natureza) na poesia
reflete o ideal do "bom
selvagem" e dá ao
Arcadismo brasileiro um
tom diferente do europeu.
27. O Indianismo de Basílio da Gama
e Santa Rita Durão
BASÍLIO DA GAMA SANTA RITA DURÃO
INDIANISMO
Glorificação do homem
natural que enfrenta
os representantes
da civilização européia.
Glorificação do índio que
se converte à religião do
dominador luso e o auxilia
na conquista da terra
28. Basílio da Gama
► Poema épico: “O URAGUAI”
► Tema central: a história das tropas luso-espanholas
enviadas à região das missões jesuíticas para desalojar
os índios e jesuítas (após o Tratado de Madri ) e
subsequente destruição de São Miguel. O poema é a
narração da luta pela posse da terra, travada em 1757
e foi dedicado ao irmão do Marquês de Pombal.
29. Frei José de Santa Rita Durão
Mineiro de Mariana, Minas Gerais. Sua
obra consiste basicamente no
Caramuru, poema épico do
descobrimento da Bahia, que narra as
aventuras de Diogo Álvares Correia.
Entre os personagens destacam-se: o
português Diogo Correia, o Caramuru;
e as índias Moema e Paraguaçu.
Moema era apaixonada por Diogo,
mas é Paraguaçu quem se casa com
ele. Quando os dois estão indo para
Paris, Moema se lança ao mar
nadando atrás do navio e acaba
morrendo afogada.
30. O Arcadismo e a Inconfidência Mineira
A descoberta do ouro nas Minas
Gerais deslocou para o sudeste o
desenvolvimento urbano brasileiro no
século XVIII. A produção cultural,
acontecia principalmente na Bahia e
em Pernambuco, passa a se
concentrar na cidade de Vila Rica
(atual Ouro Preto), a mais próspera da
região.
31. Libertas quae sera tamen
proclamar a República
Objetivos dos inconfidentes
tornar o Brasil independente de Portugal.
A bandeira escolhida estamparia
o lema dos inconfidentes, extraído
de um verso de Virgílio:
Libertas quae sera tamen
(liberdade ainda que tardia).
32. Atividade
➔ Livro didático de Português
★ Páginas 49 e 50 - Responder em seu
caderno às questões 1, 2, 3, 4, 5 e 6.