2. Após a morte
Inicia-se um um processo complexo, a
putrefação que abrange a degradação
química e autólise das células
Na medicina legal, a área que estuda o
processo de decomposição cadavérica é a
Tanatologia
3. Tanatologia
Tanatologia é o estudo científico da
morte.
Tânato (do grego transl. Thánatos,
"morte"), logia = estudo
É uma área que investiga os mecanismos
e aspectos forenses da morte, tais como
as mudanças corporais que acompanham
o período após a morte, bem como
aspectos sociais e legais mais amplos.
4. Tanatologia
Na mitologia grega, Tânato (do grego transl.
Thánatos, "morte"), também referido como Tânatos,
era a personificação da morte.
Era conhecido por ter o coração de ferro e as
entranhas de bronze.Tânatos era filho de Nix, a
noite, e Érebo, a noite eterna do Hades.
A Medicina Legal presta uma homenagem a Tânatos,
através da Tanatologia Forense, que é o estudo da
morte e dos fenômenos cadavéricos, ou seja, auxilia
os peritos e a investigação no diagnóstico da "causa
morte'.
5. Tanatologia
O processo de decomposição, decorre de FENÔMENOS TRANSFORMADORES
DESTRUIDORES, os fenômenos cadavéricos.
dependem da atuação de fatores diversos que podem funcionar como
impulsionadores ou inibidores da decomposição, o que irá resultar em adiamento
ou atraso do processo de decomposição.
Em média tem duração de duas a seis semanas em temperatura ambiente.
Depende do estado como o corpo é conservado e das condições as quais o
corpo é exposto
6. Cronotanatognose
Cronotanatognose é o conhecimento ou a determinação do tempo decorrido entre a morte e
encontro do cadáver e esta é pautada em:
avaliações subjetivas do cadáver (observacional) – cada detalhe importa (presença de
alimentos/conteúdo gástrico...etc
análise e estudo das alterações e fenômenos que ocorrem em cada estágio após a morte, ou
seja, de fatores externos
temperatura,
umidade
ação de animais ou
fatores inerentes ao próprio cadáver.
7. Fenômenos Post-mortem
FENOMÊNOS DESTRUTIVOS
Os fenômenos destrutivos vão dar origem ao declínio da matéria orgânica
através da autólise, putrefação e maceração.
FENOMÊNOS CONSECUTIVOS
envolve formação de hipóstases, rigidez cadavérica, resfriamento
cadavérico.
8. Fenômenos Post-mortem
Os fenômenos cadavéricos abióticos são aqueles
que se tornam evidentes logo após a morte do
indivíduo, ainda antes da proliferação
bacteriana, e têm curta duração.
arrefecimento corporal – expressão
aparecimento de livores,
rigidez cadavérica e
dessecamento tegumentar.
FENOMÊNOS DESTRUTIVOS
IMEDIATOS
sinais abióticos imediatos que insinuam
a morte, são:
parada cardiovascular,
parada respiratória,
perda da consciência,
atonia muscular com imobilidade,
perda da sensibilidade,
relaxamento dos esfíncteres,
fáceis hipocrática,
pálpebras parcialmente cerradas,
midríase
9. Fenômenos Post-mortem
Fenômenos consecutivos ou Tríade da morte:
Algor Mortis – Arrefecimento corporal
Resfriamento Cadavérico, perceptível inicialmente em extremidades
Livor Mortis – manchas ou placas de deposição de sangue em regiões de
maior gravidade – diferente de equimose ação violenta- extravasamento ou
sangue ex. morte por afixia
Se o corpo for movimentado em até 12h, os livores mudam de lugar
Rigor Mortis - Rigidez Cadavérica– endurecimento (céfalo-caudal) – rigidez –
cabeça, mandíbula, pescoço e posteriormente extremidades – pode demorar
até 8 horas
10. Fenômenos Post-mortem
Arrefecimento corporal
Termorregulação - corpo apresenta a tendência
de atingir o equilíbrio térmico com o meio
ambiente.
Ocorre logo após o fim das funções vitais do
organismo, ou seja, após o corpo parar de
respirar e de circular sangue.
A circulação sanguínea e o metabolismo
mantém a temperatura de 36ºc
Corpo humano perca em torno de 1ºc por hora
após a morte.
11. Fenômenos Post-mortem
Livores
Acúmulo de sangue nas regiões mais baixas, mais próximas do solo,
devido à ação da força gravitacional.
Coloração intensa de tons arroxeados.
Regiões mais elevadas perderão o sangue e irão sofrer uma
descoloração, denominada de lividez cadavérica.
Os livores permanecem no indivíduo por até 12 a 15 horas.
12.
13.
14. Fenômenos Post-mortem
Rigidez Cadavérica
A rigidez cadavérica é um dos
últimos fenômenos cadavéricos
de curta duração.
Tem início de 2 a 4 horas após
a morte e apresenta duração
média de 12 e 24 horas até que
se dê o início aos fenômenos
de putrefação.
15. Fenômenos Post-mortem
Rigidez Cadavérica
Ocorre quando a célula muscular recebe um sinal do sistema nervoso, o
concentração de íons de cálcio aumentam, mudando a conformação de certas
proteínas regulatórias encurtando e contraindo o músculo.
O estado de rigidez máxima se estabelece por volta da 12a hora post mortem,
cessando gradativamente até 36h da morte;
o rigor mortis pode ser prolongado por baixar temperaturas (há relatos de
corpos em rigidez por 16 a 28 dias quando mantidos à 4 graus Celsius).
16. Fenômenos Post-mortem
A rigidez é desfeita?
Os tecidos, de maneira geral, entram em degradação natural após algum tempo de
inatividade do metabolismo. Uma vez degradados os componentes dos músculos
perdem a rigidez anteriormente adquirida.
baixas temperaturas prolongam o rigor mortis: nessa situação, a velocidade das
reações é reduzida e, portanto, demandam mais tempo para a degradação dos
tecidos.
18. Fenômenos cadavéricos
transformativos – destrutivos
Autólise
É a destruição das células provocada por enzimas
intracelulares que são ativadas pela falta de oxigênio.
A autólise consiste na ruptura dos lisossomos, com a
liberação das enzimas digestivas no citoplasma e
destruindo todo o conteúdo celular.
Autólise é auto digestão da célula.
19. Fenômenos cadavéricos
transformativos – destrutivos
Autólise
primeira fase da decomposição de um cadáver
Ela começa cerca de uma hora após a morte e consiste na interrupção da
circulação sanguínea.
20. Fenômenos cadavéricos
transformativos – destrutivos
Maceração
Fenômeno destrutivo que acomete
nos corpos submersos
Este compreende uma rápida
sucessão da putrefação e tem como
consequência o desprendimento dos
tecidos moles.
É um processo que ocorre quando o
cadáver fica em meio líquido
estagnado, sob ação de bactérias
21. Fenômenos transformadores
destruidores
• Maceração no feto
Processo especial de
putrefação que afeta o
concepto morto e retido
intrauterinamente a partir
do 5° ou 6º mês de
gestação (maceração
asséptica – sem presença
de germes)
aborto retido - degeneração
do feto retido no útero,
22. Fenômenos transformadores
destruidores
Putrefação
Nesta etapa, os microrganismos aeróbios, anaeróbios e
facultativos, (bacilo coli, o bacilo proteus, o bacilo ¨sibtillis¨, o
bacilo butírico, o bacilo ¨perfringens¨, o bacilo ¨purificus¨).
Invadem o organismo por meio dos intestinos, onde podem
existir habitualmente, através das mucosas dos orifícios
naturais, e também através da pele
O desenvolvimento da putrefação se faz em quatro
períodos: de coloração, gasoso, coliquativo e
esqueletização.
23. FENÔMENOS CONSERVADORES
Mumificação
ocorre pela dessecação do cadáver, sendo ela naturalmente ou
artificialmente, devendo ser de forma muito rápida e acentuada
A mumificação natural acontece em cadáveres insepultos, em
regiões de clima quente e seco, com um arejamento intensivo
que impeça a ação microbiana, responsável pelos fenômenos
putrefativos previamente descritos
25. FENÔMENOS CONSERVADORES
Saponificação
Evolução do corpo para uma consistência mole, semelhante ao sabão, ou
queijo, e cor amarelo-pardacenta e os fatores influenciam na ocorrência desse
fenômeno
idade jovem,
a obesidade,
as intoxicações pelo fósforo e álcool
umidade
terrenos argilosos,
impermeáveis e
saturados d’água.
27. As 4 fases da Putrefação
Fase cromática ou de coloração.
Fase enfisematosa ou gaseificação.
Fase redutora ou de coliquação.
Fase de esqueletização.
28. As 4 fases da Putrefação
Período de coloração: inicia-se pela mancha verde abdominal, que vai
se espalhando pelo corpo e deixando o cadáver com um aspecto azul
esverdeado e vai escurecendo até o verde-enegrecido.
Tal tonalidade é causada pela formação de hidrogênio sulfurado.
31. As 4 fases da Putrefação
Fase enfisematosa ou gaseificação
Período gasoso: No período gasoso ou enfisematoso é aquele em que do
interior do corpo os gases da putrefação vão formando bolhas na epiderme
causando o inchaço.
Gás sulfídrico – H2S (enxofre) • Reage com a hemoglobina originando
cor esverdeada. • Forma a mancha verde abdominal . • Causa?
Sulfoxiemoglobina que impregna os tecidos cutâneos, os mais
superficiais.
Há projeção dos olhos e da língua, bem como a distensão do abdômen.
34. As 4 fases da Putrefação
Período Coliquativo
O período coliquativo ou de liquefação
é aquele em que as partes moles se
decompõem, a derme se descola da
epiderme e o corpo perde sua forma.
Nesta fase há a presença de larvas e
insetos necrófagos em grande número.
35. As 4 fases da Putrefação
Estes acontecimentos marcam o início do período de decomposição ativa,
que progride rapidamente e onde há aumento da intervenção de insetos
A decomposição avançada é caracterizada por um aumento da atividade
entomológica
37. As 4 fases da Putrefação
Período de Esqueletização:
Na Esqueletização, os ossos se apresentam quase livres, unidos por algumas
articulações.
O crânio se destaca do restante do corpo e pode ainda restar uma massa
denominada putrilagem, composta pelas vísceras decompostas.
Este período dura de 3 a 5 anos, os ossos resistem muito tempo, porém vão
perdendo sua estrutura e peso com o passar do tempo.
Observação: Cadáveres desse tipo não se faz necropsia. Eles são encaminhados
para o setor de antropologia, para estudo da estrutura óssea e identificação de
alguma alteração.
40. FATORES QUE INFLUENCIAM A
DECOMPOSIÇÃO DE UM CADÁVER
Presença ou ausência de vestuário,
Pxistência de ferimentos no corpo,
Atividade de animais carnívoros,
Atividade de insetos,
Doenças do indivíduo,
Percentagem de massa gorda do corpo,
Presença de vegetação nas regiões circundantes;
Presença de agentes químicos, entre outros
41.
42. MICROBIOTA PÓS-MORTE
As comunidades microbianas presentes no
intestino grosso são dominadas por colônias de:
Bacterioidetes (Bacteroides spp), Firmicutes
(Lactobacillus spp.).
Proteobacteria (Escherichia spp.) e
Actinobacteria (Bifidobacterium spp).
Após a morte, devido à autólise, libera-se
substrato para as bactérias comensais, que
vão fermentar os subprodutos da autólise
causando o inchaço cadavérico.
A maioria das bactérias no corpo
humano após a morte são
anaeróbicas obrigatórias
(Clostridium spp.)
Bactérias anaeróbias
obrigatórias reproduzem-se em
local de baixo potencial de
oxirredução, como no tecido
necrótico e não vascularizado.
Não necessitam de O2, para
reprodução.
43. MICROBIOTA PÓS-MORTE
A microbiota está presente em todo corpo, e em maior
quantidade na boca, no estômago, no intestino, nos tratos
geniturinários e respiratório, nos olhos, na pele.
a maior parte da colonização (cerca de 70%) ocorre no
trato gastrointestinal.
No estômago, são comuns bactérias dos gêneros
Lactobacillus,
Veillonella e
Helicobacter.
44. No intestino delgado, predominam
estreptococos,
actinobactérias
e corinebactérias.
No intestino grosso, algumas das bactérias mais abundantes
são os gêneros Bacteroides e Clostridium.
45. Células humanas após a morte
Diminuição da taxa de
oxigênio
quebra na membrana se
degradar por causa de
enzimas autolíticas
liberado ao meio
extracelular
nutrientes como
aminoácidos,
gorduras, água e sais
minerais.
alteração no padrão de
fermentação de
fermentação aeróbia
para anaeróbica
na fermentação anaeróbica
ocorrem altas concentrações
de gases como metano,
dióxido de carbono, dióxido
de enxofre e hidrogênio.
46. Gráfico elaborado pela pesquisadora Gulnaz Javan mostra os 20 gêneros de bactérias que foram
encontrados nas amostras coletadas nos cadáveres, de acordo com o sexo e local de coleta: sangue
(blood), fígado (liver), cérebro (brain), tecido bucal (mouth swab), coração (heart) e baço (spleen)
47. Thanatomicrobioma
Thanatomicrobioma: objetivo - avaliar através da microbiota a
estimativa post-mortem
PMI - em inglês, ou IPM = Intervalo pós-morte
microbiologistas forenses estão pesquisando sobre as mudanças
dinâmicas no microbioma humano após a morte, sua estrutura e
função, que passaram a ter denominações específicas como
thanatomicrobioma (thanato vem de thanatos, que em grego
significa morte) e comunidades epinecróticas, que são
microorganismos específicos de restos que estão em processo de
decomposição.
48. THANATOMICROBIOMA COMO BIOMARCADOR DE
ESTIMATIVA DE INTERVALO PÓS-MORTE.
O uso do thanatomicrobioma
como biomarcador de estimativa
de intervalo pós-morte.
49. No ramo da ciência forense e investigação de locais de morte suspeita:
Ponto crucial - de toda investigação é o levantamento desse intervalo da morte
Estabelecer o tempo mínimo e máximo que passou desde a morte até o
encontro do corpo pela equipe de investigação Intervalo pós-morte.
Significa dizer que:
o intervalo post-mortem é inversamente proporcional à sua estimativa, ou seja,
quanto maior o intervalo, menor a possibilidade de obter uma estimativa precisa
50. Thanatomicrobioma
Thanatomicrobioma refere-se
aos microrganismos que
habitam o baço, coração,
cérebro e fígado.
As comunidades epinecróticas
são o microbioma que habita
superfícies como o torso,
cavidades abdominais, oral e a
pele
51. Os materiais cadavéricos são rapidamente integrados no solo, o que resulta na
formação de locais altamente férteis, denominados ilhas de decomposição
cadavérica (CDI – cadaver decomposition island), que contribuem para a
biodiversidade do ambiente.
A presença de microrganismos do solo tem o potencial de ser utilizada em
investigações criminais para estimativa do IPM ou para identificação de locais
de enterro clandestinos