O documento discute os conceitos e métodos da tanatologia médico-legal, incluindo a definição de morte, modalidades de morte, fenômenos cadavéricos e elementos para estimar o tempo da morte. O foco é fornecer os fundamentos para realizar exames em cadáveres e estimar o tempo desde a morte.
2. TANATOLOGIA MÉDICO LEGAL
CONCEITO:
É um capítulo da Medicina Legal que estuda a morte e as
suas conseqüências clínicas e jurídicas.
CONCEITOS DE VIDA E DE MORTE
Simpósio de Sidney/1968 – irreversibilidade do processo deSimpósio de Sidney/1968 – irreversibilidade do processo de
morte.
* Altas doses de barbitúricos, hipóxia ou hipotermia (15ºC)
por mais de 01 hora – incapacidade temporária da célula
de produzir, receber ou transmitir impulsos elétricos – EEG
plano.
3. TANATOLOGIA MÉDICO LEGAL
Resolução do Conselho Federal de Medicina n°1480/97 :
Art. 6º. Os exames complementares a serem observados para
constatação de morte encefálica deverão demonstrar de
forma inequívoca:
a) ausência de atividade elétrica cerebral ou
b) ausência de atividade metabólica cerebral ou
c) ausência de perfusão sangüínea cerebral.c) ausência de perfusão sangüínea cerebral.
Morte encefálica: é a cessação irreversível da atividade
cerebral. Deve ser confirmada por exames laboratoriais como:
eletro encefalograma, angiografia cerebral ou ressonância
nuclear magnética. Clinicamente se caracteriza por midríase
paralítica bilateral, arreflexia generalizada, apnéia, bradicardia
e hipotensão arterial (clinicamente o indivíduo está morto –
doação de órgãos).
4. TANATOLOGIA MÉDICO LEGAL
MODALIDADES DE MORTE:
a) MORTES NATURAIS
- Agônicas
- Súbitas
Ponto de vista clínico:Ponto de vista clínico:
Instantaneidade do evento (Balthazard)
Imprevisibilidade (Vibert)
Ponto de vista Médico-legal:
Imprevisibilidade e Instantaneidade do evento
- Fisiológicas
5. TANATOLOGIA MÉDICO LEGAL
b) MORTES VIOLENTAS
Imprevisibilidade e instantaneidade do evento:
Homicídio, Suicídio, Acidentes, Abortamento, etc.
c) MORTES SUSPEITAS
Súbita
Suspeita circunstancialSuspeita circunstancial
Violência indefinida
6. TANATOGNOSE (Diagnostico da morte real)
CRONOTANATOGNOSE (Estimativa do tempo da morte com finalidades Civis e Penais:
sobrevivência; sucessão; responsabilidade criminal)
FENÔMENOSCADAVÉRICOS – Classificação de Borri
1 – ABIÓTICOS
Imediatos
Mediatos ou ConsecutivosMediatos ou Consecutivos
2 –TRANSFORMATIVOS
Conservadores
Destrutivos
7. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
1 – ABIÓTICOS
IMEDIATOS:
Parada da circulação: Ausculta; palpação das artérias; ECG; fundo do olho; prova
de Icard (Fluoresceína).de Icard (Fluoresceína).
Parada da respiração: Prova deWislow – espelho, vela acesa; copo com água
sobre o tórax; ausculta.
Perda da consciência
Imobilidade: Fácies hipocrática; relaxamento dos esfíncteres; inexcitabilidade
elétrica; prova de Rebouilat
Insensibilidade geral e específica
Abolição do tônus muscular:
Prova de Rebouillat: 01 cc de éter + ácido pícrico na face externa da
musculatura da coxa.
8. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
MEDIATOSOU CONSECUTIVOS
Evaporação tegumentar:
Perda de peso; apergaminhamento da pele dessecamento das mucosas;
alterações do fundo do olho (perceptíveis aproximadamente 5 horas após a
morte)
midríase (dilatação pupilar);midríase (dilatação pupilar);
tela viscosa da córnea (tela albuminosa da córnea);
segmentação da coluna sangüínea dos vasos oculares, e
perda da turgência dos globos oculares
Equilíbrio térmico (resfriamento)
Começa lento nas primeiras 3 horas após a morte e mais rápido de 4 a 9 horas.
Segundo Bouchut: nas primeiras 12 horas o corpo perde 0,8 a 1 grau C por hora
e nas 12 horas subseqüentes perde 0,3 a 0,5 graus por hora
9. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
Manchas ou livores de hipóstases
Pontilhado com dez (10) minutos após a morte; início da mancha com
aproximadamente uma (01) hora; visibilidade plena com duas (02) a quatro (04)
horas; fixadas entre oito (08) a doze (12).
Cristais de Rocha-Valverde: encontrados no sangue após 3 dias até 35 dias da morte.
OBS.: Livores cadavéricos:OBS.: Livores cadavéricos:
são difíceis de observar nas pessoas melanodermas;
podem não ser observáveis mesmo em leuco ou
xantodermas, quando nestas
pessoas o óbito ocorre em condições
de anemia aguda após hemorragias
maciças, e podem observar-se ainda em vida,
na fase agônica ou terminal, em
pessoas extremamente debilitadas
e com hipotensão arterial
10. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
Rigidez cadavérica
Início na primeira hora após a morte pela mandíbula e nuca; 2/4 horas nos
membros superiores; 4/6 horas no tórax e abdome.Todo o corpo entre 5 a 8
horas. Desaparece com a flacidez entre 2 a 3 dias. É precoce nos RN. Lei de
Nysten.
Perda de peso
RN e crianças: aproximadamente 8b/kg/dia nas primeiras 24 horas após a morte.
Adultos: aproximadamente 10g/kg/dia
11. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
OUTROS ELEMENTOS PARA A CRONOTANATOGNOSE
Conteúdo estomacal:
a digestão dos alimentos se processa entre 5 a 7 horas;
Ponto crioscópico do sangue (congelamento): - 0,57º C
Fauna cadavérica:Fauna cadavérica:
1ª legião – Musca doméstica surge entre 8 a 15 dias
2ª legião – surge em torno do 20º dia
3ª legião – surge em torno do 30º dia
Cristais de Rocha-Valverde:
Encontrados no sangue após 3 dias até 35 dias da morte
Trata-se cristais incolores, de forma prismática ou laminar, de tamanho variável, facilmente
quebradiços que aprecem no sangue do cadáver e que resultam da decomposição das
hemácias.Tingidos pelo ferrocianeto de potássio adquirem cor azulada, em face do seu
conteúdo férrico, enquanto que pelo tratamento com iodo assumem cor castanha
13. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
2 – TRANSFORMATIVOS - CONSERVADORES
Saponificação ou adipocera
Esterificação das gorduras do corpo que ocorre em inumados em locais
alagadiços/pantanosos/terreno argilosoalagadiços/pantanosos/terreno argiloso
14. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
2 – TRANSFORMATIVOS
DESTRUTIVOS
Autólise
A acidificação do meio (pH baixo) rompe as membranas celulares.A acidificação do meio (pH baixo) rompe as membranas celulares.
Sinal de Laborde – agulha de aço polida
Sinal de Brissemoret e Ambard – fragmento de fígado ou baço:
verificar a acidez com papel de tornassol – início 30 minutos após
a morte; plena em torno de 12 horas após a morte.
16. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
2 – TRANSFORMATIVOS – DESTRUTIVOS
Putrefação
Processo físico-químico decorrente da ação de
microorganismos aeróbios, anaeróbios emicroorganismos aeróbios, anaeróbios e
facultativos.
É composto de quatro períodos:
1º - Coloração ou mancha verde abdominal
2º - Gasoso propriamente dito
3º - Coliquativo
4º - Esqueletização
17. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
Putrefação
1º - Coloração ou mancha verde abdominal
Hidrogênio sulfurado + hemoglobina - Sulfometemoglobina
Perceptível na fossa ilíaca direita entre 16/20 horas após a mortePerceptível na fossa ilíaca direita entre 16/20 horas após a morte
3 a 5 dias – corpo totalmente verde-enegrecido, perdura por 7 dias
18. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
Putrefação
2º - Gasoso propriamente dito
Produção maciça de gás: se inicia em torno de 12 horas com gás
sulfídrico, é pleno em torno de 24 horas após a morte e dura de 01 a 03sulfídrico, é pleno em torno de 24 horas após a morte e dura de 01 a 03
semanas: 1º dia não inflamável; 2º/4º dia inflamáveis; 4º em diante não
inflamável.
Gigantismo
Posição de lutador
Enfisema e flictenas putrefativas
Circulação póstuma de Brouardel
Protrusão da língua e olhos
20. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
Putrefação
4º - Esqueletização
Surgimento dos ossos após a diluição das partes moles.
Início na 1ª semana após a morte; Dura de vários meses a alguns
anos. Presença de fungos sobre os ossos – 2 a 4 anosanos. Presença de fungos sobre os ossos – 2 a 4 anos
Desaparecimento de ligamentos e cartilagens - + de 5 anos
21. TANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
ELEMENTOS PARA A ESTIMATIVA DOTEMPO DE MORTE (cronotanatognose)
Esfriamento do cadáver (algor mortis)
Livores violáceos de hipóstase (livor mortis)
Rigidez cadavérica (rigor mortis)
Mancha verde
Gases da putrefação – 1º, 2º, 4º,5º dias.
Perda de peso 08 g/kg/dia
Cristais no sangue putrefeito/Crioscopia do sangue
Crescimento dos pêlos da barba
Conteúdo gástrico
Fundo de olho até 90-100 horas
Líquido cefaloraquidiano
Restauração da pressão intra-ocular - 0,02 ml/h
Concentração pós mortal do potássio no humor vítreo
Fauna cadavérica
22. DESTINO DOS CADÁVERES
a) Inumação simples.
b) Inumação após necropsia: anátomo-
patológica (SVO) ou forense (IML).
As inumações (sepultamentos) poderão
ser em covas rasas, gavetas ouser em covas rasas, gavetas ou
mausoléus.
c) Imersão
d) Cremação
e) Destruição dos corpos pelos animais
f) Ossuários
g) Doado a escolas médicas, depois de 30 dias
– Lei 8.501/92.
24. MODELO DE ESQUEMA ANATÔMICO PARA REGISTRO DAS LESÕES
ENCONTRADAS NAS PERÍCIAS
25. TAMATOGNOSE E CRNOTANATOGNOSE
QUESITOS PARA O SEMINÁRIO – 29/10/2010
1) DESCREVA O EXAME EXTERNO DE UM CADÁVER QUE FOI
ENCONTRADO DENTRO DE UM APARTAMENTO CUJA MORTE
OCORREU A APROXIMADAMENTE CINCO DIAS (VALE TRÊS
PONTOS)
2) EXPLIQUEA FORMAÇÃO DA RIGIDEZCADAVÉRICA COM SUA
CRONOTANATOGNOSE. (VALE QUATRO PONTOS)CRONOTANATOGNOSE. (VALE QUATRO PONTOS)
3) VALETRÊS PONTOS
B) COMO SE FORMA AS MANCHAS DE HIPÓSTASES E QUALA
SUACRONOTANATOGNOSE?