O documento descreve o crescimento populacional e as transformações socioeconômicas no final do século XIX, incluindo a Segunda Revolução Industrial, o taylorismo/fordismo e a concentração de capitais. Também aborda o imperialismo europeu e americano na África, Ásia e América Latina, com a partilha colonial da África e a dominação britânica na Índia e China.
Aula 2 [3º ano - 2022] - Industrialização e imperialismo
1.
2. O fim do século XIX
• Crescimento da população global
• Avanço da medicina
• Modernização agricultura
• Expansão da população urbana
• Doenças
• Poluição
• Pobreza
3. População (em milhões) Crescimento
1800 1850 1800-1850
Europa 187 226 43%
Ásia 575 760 33%
África 100 100 0%
América do Norte 6 25 300%
América do Sul e Central 19 33 73%
Oceania 2 2 0%
4. Segunda Revolução Industrial
• Expansão da Primeira Revolução Industrial
• Crescimento do mercado consumidor
• Reinvestimento do capital acumulado
• Novos países: Alemanha, França, Rússia, EUA
(pós-Guerra Civil) e Japão (Período Meiji)
• Materiais/invenções:
• Ferrovia e motor à vapor (continuação)
• Aço, 1856
• Energia Elétrica (Lâmpada, 1881)
• Telégrafo, 1836
• Telefone, 1876
• Motor à combustão interna, 1890
• Petróleo e derivados, segunda metade do séc. XIX
11. Taylorismo/Fordismo
• Racionalização do processo produtivo
• Taylorismo
• Criado por Frederick Taylor
• Administração científica do trabalho
• Trabalhadores tinham gestos e ritmos controlados
• Taylorismo-Fordismo
• Implantação do taylorismo nas fábricas de carros
de Henry Ford
• Cada trabalhador faz uma tarefa no chassi do
carro que era carregado pela esteira Linha de
montagem
• + Lucro para o dono / + Trabalho repetitivo
para o trabalhador
12. Concentração de capitais
• Consolidação do capitalismo
• Busca por mais lucros monopólios
• Holding: Associação de empresas em uma grande
empresa que centraliza a administração
• Truste: Fusão de várias empresas em uma única
que controla todo o processo de produção
• Cartel: Acordo entre empresas do mesmo ramo
para dividir o mercado fixando preços
14. A Standard Oil Co. foi uma empresa encerrada em 1911 por
violar as leis antitrustes dos EUA. As empresas que “herdaram”
seu patrimônio ainda dominam o mercado petrolífero dos EUA e
do mundo
15. A Standard Oil foi
fundada e administrada
por John D.
Rockefeller,
considerado o homem
mais rico da história
moderna em grande
parte por causa da
empresa que em
determinado momento
controlava 90% da
produção petrolífera no
país
17. Imperialismo/Neocolonialismo
• Busca por novos mercados e locais
fornecedores de matéria-prima
• Disputa e invasão de territórios
• Imperialismo foi uma política de expansão e
dominação econômica, política, social e
cultural realizado, em grande parte, pelos
estados europeus no fim do século XIX
• Missão civilizadora/ “Fardo do homem
branco” Levar a civilização e progresso aos
povos não civilizados, bárbaros Isso é algo
bom ou ruim?
18.
19. “O fardo do homem branco” é um
poema sobre a conquista das
Filipinas pelos EUA. Apesar dos
alertas para os problemas que
poderiam surgir, a frase foi utilizada
de forma positiva para justificar a
conquista e a nobre tarefa de levar
a civilização e progresso à todos os
povos
20. Take up the White Man's
burden—
Send forth the best ye
breed—
Go bind your sons to exile
To serve your captives'
need;
To wait in heavy harness
On fluttered folk and
wild—
Your new-caught, sullen
peoples,
Half devil and half child.
Assuma o fardo do Homem
Branco—
Envie o melhor que você
criou –
Vá amarrar seus filhos ao
exílio
Para atender a necessidade
de seus cativos;
Para esperar em arnês
pesado
No povo esvoaçante e
selvagem—
Seus recém-capturados,
povos taciturnos,
Metade diabo e metade
criança.
- Rudyard Kipling, 1899
21. Destino Manifesto – Os americanos
estavam destinados à conquistar e
controlar a América do Norte
22.
23. Teorias raciais e
deterministas
• Adaptação das teorias darwinistas por Spencer
e Gobineau
• Raça branca/ Ariana estaria mais apta ou
adaptada à ter sucesso Superior às outras
• Deveria levar a civilização a outros povos
Justificava a dominação desses povos
24.
25. A partilha da África
• Conferência de Berlim, 1884-1885: tentativa de
evitar conflitos entre os países europeus
• A partilha dividiu territórios e fronteiras a partir
dos interesses europeus, e mesmo assim
ocorreriam conflitos sobre certas regiões
• Permitir a livre navegação no rio Congo e Níger
• Conceder direitos de proteção a missionários e
exploradores europeus
• Reconheceu o Estado Livre do Congo como
propriedade particular do rei Leopoldo II da
Bélgica
26.
27.
28. Até metade do século XIX e mesmo até a Conferência de
Berlim os países europeus se limitavam a povoações no
litoral. Somente no fim do século XIX e início do século XX
é que ocorreria a ocupação do interior
30. A partilha desconsiderou os limites e fronteiras étnicas
dos povos africanos, estando na origem dos problemas
que surgiram com a descolonização no século XX
31. Franceses na África
• Invasão da região da Argélia em 1830 e
instalação de um protetorado: o país invasor
permite um governo local, mas fiscaliza por
meio de um representante
32. Belgas na África
• Reconhecimento da posse pela Conferência de
Berlim:
• Interesse na borracha e marfim
• A colonização belga foi extremamente violenta:
estima que cerca de 10 milhões de africanos
morreram na área colonizada pelos belgas
33. No Congo Belga as populações locais foram proibidas de explorar o Marfim e a
borracha, mas eram forçados a trabalhar para os colonizadores e dar grande
parte de sua produção, quando não atendiam as cotas não eram raros casos de
amputações, estupros e assassinatos
36. Em 2020 como desdobramento dos protestos contra o racismo e a violência
policial motivados pela morte de George Floyd, manifestantes tentaram retirar a
estátua de Andrew Jackson em Washigton, DC. Jackson foi presidente dos EUA,
mas também era dono de escravos e defensor da escravidão.
41. “Esculturas públicas não são elementos ingênuos nas
cidades. Elas fazem parte, em primeiro lugar, de um
processo de seleção, que é poucas vezes explicitado,
sobre o que se pretende “comemorar” e o que se julga
melhor “esconder”. Em segundo lugar, elas perpetuam,
na base do concreto, pedra e bronze, personagens da
nossa história, em geral europeus e masculinos, e
impõem assim sua “obrigatoriedade”. Em terceiro lugar,
elas têm a capacidade de efetivar, no cotidiano, certos
modelos históricos por demais coloniais. Já repararam
que nossos heróis são todos coloniais e homens? Já
repararam que chamamos de “história universal” (no
singular) narrativas muito ocidentais e que só
mencionam eventos europeus? Por que será que nos
livros didáticos as posições sociais dos diferentes
agentes são sempre tão estereotipadas, com brancos
dirigindo a nação, e negros, negras e indígenas quase
nunca aparecendo em posições destacadas como
intelectuais, pensadores e, sobretudo, protagonistas?”
42. Estátua de Edward Colston, político britânico que lucrou com o tráfico de
escravos, sendo jogada no rio Avon em um protesto contra o racismo
43. Estátua de Robert Dundas, político britânico que foi responsável pela
administração colonial
44. “Não existem florestas,
indígenas ou africanos por
perto: apenas uma grande
vitória é celebrada. A vitória
de uma determinada
história”
45. O que podemos fazer com
essas estátuas?
Devemos fazer algo?
46. “Não sou a favor de vandalismo, mas sou a
favor de mudar as páginas de nossa história e
de nossa imaginação, colocando obras em
museus com as devidas legendas críticas, ou
mantendo os monumentos públicos, mas
criando junto a eles espaços que os
questionem, tensionem, causem dúvidas e
impeçam a invisibilidade e a miopia cultural.
No entanto, em casos limites, onde existem
esculturas muito perversas e que fazem mal à
população atingida, sou a favor sim do ato
simbólico da remoção.”
47. “Nas nossas várias capitais existem inúmeras
ruas, avenidas, viadutos, monumentos públicos
com nomes de protagonistas brancos e poucas,
muito poucas, com heróis negros ou indígenas.
No cômpito geral, lembramos mais dos reis do
que dos trabalhadores, mais dos ditadores do
que das vítimas, dos heróis e heroínas do
cotidiano, apagadas por nossa narrativa
histórica ainda muito colonial.
Hora de mudar essa história, hora de apostar
numa imaginação que seja mais múltipla, plural
e inclusiva. Nesse caso, mais só pode ser muito
mais!”
48. Britânicos na África
• Estabelecimento do protetorado no Egito, 1880
• No Sudão, os habitantes muçulmanos locais
(dervixes) resistiram, mas foram derrotados na
batalha de Omdurman, 1898
• Ao Sul, o estabelecimento de suas colônia,
motivado pela descoberta de ouro e diamantes,
vieram com conflitos:
• Guerra Anglo-Zulu, 1879 – Contra a população local
• Guerras dos Bôeres, 1880-1881, 1899-1902 – Contra
colonos descendentes dos holandeses
• Revolta de Bambata, 1906 – Contra a população local se
rebelando contra a administração colonial e cobrança
de impostos
49. Bambata, or Bhambatha kaMancinza era líder do clã Zondi do povo Zulu e liderou
a revolta que se insere em uma série de embates que seu povo iniciou contra a
dominação britânica
50. Cecil Rhodes é lembrado por seu papel na colonização britânica na África,
principalmente na área de mineração de diamantes, tendo um território nomeado
em sua homenagem, Rodésia, que se tornaria a Zâmbia e o Zimbábue
51. Britânicos na Índia
• Conquista econômica e política através da
Companhia das Índias Ocidentais britânica
• Local estratégico frente as forças crescentes
no oriente (Japão, Rússia e EUA)
• Revolta dos Cipaios ou Sipaios, 1857:
• Soldados indianos recrutados pela Companhia se
rebelaram contra a dominação imposta ao país
• Perseguidos e derrotados, os britânicos
oficializaram o controle direto do estado indiano
com a nomeação da Rainha Vitória como
Imperatriz indiana em 1876
52. Britânicos na China
• Política de comércio regulada e controlada
pelo Império Chinês
• Choque de interesses em relação ao ópio
• Produto lucrativo para o Reino Unido x Droga
viciante para a população chinesa
• O fechamento dos portos e a apreensão de navios
ingleses levou a 1ª guerra do ópio entre 1839 e
1842
• A derrota chinesa levou a assinatura do Tratado de
Nanquim que forçou a abertura do mercado chinês
aos britânicos
• O primeiro dos “Tratados desiguais” que levaria a
China a aceitar condições desfavoráveis de
comércio e pagamento de indenizações
53. Tratado de Nanquim, 1842
• Abertura de 5 cidades chinesas para os
britânicos: Cantão, Fuzhou, Xiamen, Ningbo e
Xangai
• Entrega da posse da ilha de Hong Kong por
tempo indeterminado
• Indenização de 21 milhões de dólares + 6
milhões pelas baixas britânicas + 3 milhões
para cobrir os prejuízos dos comerciantes
britânicos
54. • Após esse tratado, outros países tentaram
impor contratos semelhantes, e seriam
assinados com os EUA, França, Japão e Rússia
• Em caso de conflitos, a China teve de ceder
territórios: a Manchúria para a Rússia, Taiwan
para o Japão e a Baia de Jiaozhou para a
Alemanha
55. Outros conflitos
• Rebelião Taiping, 1850-1864:
• governo cristão, prometia reformas e mudanças
• Foi combatido pela dinastia Qing e as potências
ocidentais: Taiping se opunha ao comércio de ópio
• Levante dos Boxers, 1899-1901:
• Grupo nacionalista que se opunha a presença
estrangeira
• A ação hostil levou a reação das nações ocidentais
que formaram um exército para acabar com a
revolta(Alemanha, EUA, Inglaterra, França, Japão,
Itália e Rússia)
56. Em 1920 o Império Britânico atingiu sua máxima extensão, 35,5 milhões de km²,
23% da superfície terrestre
57.
58. Imperialismo americano
• Doutrina Monroe, 1823: “América para os
americanos”
• Independências das colônias americanas
preencher o “vácuo” da influência dos países
europeus
• “Big Stick”, Grande Porrete: presidência de
Theodoro Roosevelt, 1901-1909
• Impor seus interesses através da diplomacia, mas
se necessário também de conflitos
• Guerra Hispano-Americana, 1898: tomou Cuba,
Porto Rico e Filipinas da Espanha
• Influencia na independência do Panamá e depois
inicia o projeto de construção do canal que ficara
em sua posse até 1999
59.
60. Imperialismo japonês
• Período Meiji, 1868-1912: imperador Meiji ou
Mutsuhito dá início ao processo de
industrialização
• Necessidade matéria-prima e mercado consumidor
• Limitações de recursos naturais no território
japonês
• Primeira Guerra Sino-Japonesa, 1894-1895:
conquista de Taiwan
• Guerra Russo-Japonesa, 1904-1905: conquista da
Manchúria e Coréia