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V ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE SOCIOLOGIA (ENESEB)
GT07 – ENSINO DE SOCIOLOGIA NAS MODALIDADES DIFERENCIADAS DE ENSINO
Balanço de 10 anos de implementação da Sociologia no Ensino Fundamental em São
Leopoldo: resistências, construções e desaos
Aline Dias Possamai - EMEF Paulo Couto - alinedpossamai@gmail.com
Eduarda Bonora Kern - EMEF Paulo Beck - duda.bk@hotmail.com
Janine Rossato - EMEF João Goulart - janine.edu@gmail.com
Brasília, julho de 2017
Resumo
A Sociologia no Ensino Fundamental é uma experiência localizada em algumas poucas
redes de ensino e instituições públicas do país. O Ensino Fundamental é uma etapa da
Educação Básica e, assim como nas modalidades diferenciadas, a prática pedagógica nos
Anos Finais necessita de atenção às especificidades do seu público-alvo. Em São
Leopoldo a inserção da Sociologia no Ensino Fundamental iniciou em 2006 e o objetivo
deste trabalho é fazer um balanço dos 10 anos da disciplina nas escolas da rede municipal.
A produção dessa sistematização tem como foco explorar as práticas didáticas realizadas
pelas docentes da disciplina; analisar a adaptação das escolas com a inserção da
Sociologia no seu Projeto Político Pedagógico (PPP), as mudanças na relação das demais
disciplinas e no perfil dos alunos; do mesmo modo avaliar a construção significativa do
conhecimento sociológico com os estudantes concluintes dessa etapa. O trabalho se
desenvolveu através da coleta de dados em entrevistas qualitativas realizadas com as
professoras da rede municipal e de questionários semi-estruturados aplicados nas turmas
de 9º ano. Essa análise se faz necessária para ressaltar a relevância da disciplina no
Ensino Fundamental, destacar os aprendizados da experiência em São Leopoldo, avançar
e qualificar nossa própria prática docente. O balanço busca construir referência de estudos
sobre a Sociologia nessa etapa, incentivando outras redes de ensino a incluir a disciplina
em sua oferta curricular.
Aline Dias Possamai - ​a​linedpossamai@gmail.com1
Eduarda Bonora Kern - ​duda.bk@hotmail.com2
Janine Rossato - ​janine.edu@gmail.com3
1. INTRODUÇÃO: A SOCIO​LOGIA CHEGOU NO ENSINO FUNDAMENTAL
Esse artigo tem objetivo de dar sequência aos estudos e as análises sobre a
Sociologia no Ensino Fundamental na cidade de São Leopoldo realizados anteriormente
(​POSSAMAI, A. D. ; ​KERN, E. B. ; ROSSATO, J., 2015​). Desde o ponto de partida da
implementação e o processo de construção dessa especificidade na rede municipal,
desejamos dar continuidade às essas reflexões para compreender as construções
realizadas após 10 anos de práticas pedagógicas nos Anos Finais, em seus conflitos, nas
suas resistências e nas suas perspectivas abertas. Entendemos que a busca por um
produzir um balanço, coletivamente, sobre o aprendizado elaborado contribuiu tanto para
1
Professora da EMEF Paulo da Silva Couto.Pós- graduação em Ensino de Sociologia no Ensino Médio
(UFRGS).
2
Professora da EMEF Paulo Beck. Mestranda em Ciências Sociais (Unisinos).
3
Professora da EMEF João Goulart. Mestre em Educação (UFRGS).
os próprios professores da rede se reconhecerem quanto para produzirmos trocas e
referências para a comunidade acadêmica interessada nessas experiências.
A pesquisa realizada e a escrita do texto emerge a partir de uma concepção
dialógica de Educação, que será desenvolvida ao longo das sessões, a qual nos coloca
como sujeitos de uma práxis educativa imbricada de uma constante observação, avaliação,
crítica e re-construção da nossa postura docente, da relação com os discentes e a
construção dos aprendizados mútuos.
O trabalho coletivo de encontrar-se, trocar experiências, pensar junto, desenvolver
nossa autoria no processo pedagógico e acadêmico proporciona condições de
exercitarmos a delicada e difícil postura de professoras e pesquisadoras,
independentemente do nosso vínculo formal a Universidade, entendendo que a escola
também é fonte de construção de conhecimento, ou seja: “​Uma práxis pedagógica e
epistemológica consciente requer uma boa fundamentação teórica para poder se manter e
intensificar, ao mesmo tempo que uma boa fundamentação teórica precisa da vivência
concreta, da experiência cotidiana e social.” (HENZ, 2015, p.14)
Esse artigo é produto de novos encontros entre professores da rede municipal e
propostas que timidamente vamos tentando encaminhar. ​O objetivo das reuniões
realizadas tem sido o nosso fortalecimento enquanto grupo de professores e a visibilidade
da Sociologia na rede municipal. Além disso, compartilhar experiências, materiais didáticos
e relatar projetos que estamos desenvolvendo nas escolas ou na disciplina, tem como
finalidade qualificarmos nossas metodologias. Além disso, foi proposto a retomada da
discussão de textos referentes à dimensão metodológica da disciplina de Sociologia​,
visando uma formação continuada específica, novamente pensando na qualidade da aula
no Ensino Fundamental e na nossa identidade na rede, a fim de construir formas de
aumentar a inserção em outras escolas.
Em nosso processo de fortalecimento frente a Prefeitura e Secretaria de Educação,
cuja atual gestão é da administração que produziu a implementação da disciplina, reunimos
em conjuntamente com a ABECS, o prefeito Ary Vanazzi e o secretário de Educação
Oneide Bobsin (ABECS, 2017) para tratarmos de assuntos relevantes ao grupo de
professores de Sociologia, como o pedido de adoção do livro didático da editora Moderna
(atualmente o único com versão para os anos finais) e a necessidade de formação
continuada específica para esses docentes.
Por isso, a necessidade de construírmos os nossos próprios subsídios para
seguirmos qualificando o Ensino de Sociologia no Ensino Fundamental, faz a proposta
desse balanço surgir. Assim, iniciando o entendimento dos efeitos, alcances,
enraizamentos do trabalho que desenvolvemos - de maneira muitas vezes solitárias, mas
desejamos que venha a ser mais colaborativo.
Para tanto, retomaremos brevemente o histórico da disciplina na rede, para construir
o pano de fundo de nosso panorama. A forma que ocorreu a implementação e a inserção
da Sociologia nos Anos Finais, irá aparecer em muitos momentos no desenvolvimento do
trabalho docente, por isso, a necessidade de um breve relato.
O processo de implantação da disciplina de Sociologia na rede municipal de São
Leopoldo iniciou em 2005. Período no qual a Secretaria da Educação (SMED) era
coordenada por Ângelo Dalcin, professor universitário e sociólogo.
Inicialmente, a SMED realizou um diálogo interno sobre as possibilidades de
implantar as disciplinas de Sociologia e Filosofia na grade curricular. Houve uma
preocupação por parte dos gestores, para que essa inclusão não fosse imposta, mas que
as escolas pudessem aderir de acordo com sua realidade, atuação pedagógica e discussão
interna. A partir dos registros oriundos desses diálogos foi elaborado um texto e
apresentado à Câmara Municipal de Vereadores para embasar e justificar a importância da
implantação dessas disciplinas na grade curricular e criar os cargos de professor de
Sociologia e Filosofia na rede pública municipal.
Em janeiro de 2006 foi realizado o primeiro concurso público e entre 2007 e março
de 2010 foram nomeados 20 professores de Sociologia. O segundo foi realizado em
novembro de 2010 e foram nomeados mais 10 professores para suprir vagas de quem
havia deixado a nomeação. Os dois concursos supriram a demanda de cargos que foram
criados de acordo com o número de escolas que optaram pela implantação.
A justificativa para implantar a disciplina afirma a possibilidade dos educandos
desenvolverem uma compreensão sociológica da sociedade e de si, contribuindo para a
formação de sujeitos críticos e reflexivos​, tanto s​obre sua condição, ​quanto pa​ra o exercício
pleno da cidadania. ​A partir de leituras, reflexões e análises sociológicas do contexto vivido
pelos alunos, a disciplina também aproxima a escola da realidade social na qual está
inserida, contribuindo para romper sua posição de ilha na comunidade.
As escolas, por sua vez, organizaram discussões com seus professores sobre as
possibilidades de implantação da disciplina. Entretanto, na maioria não houve profundas
discussões, pois muitos não tinham clareza ​de como ​as disciplinas poderiam se inserir
enquanto conteúdo ​escolar.
De acordo com os relatos dos professores realizados nos primeiros encontros de
formação, ​as escolas acreditavam que a disciplina de Sociologia poderia colaborar para
resolver problemas na escola, como por exemplo, diminuir a violência entre os alunos.
Muitas estão situadas na periferia ou em comunidades carentes que apresentam altos
índices de vulnerabilidade social. Em algumas escolas, os profissionais de educação
acreditavam na formação de alunos críticos, conscientes e atuantes para mudar sua
realidade social. A partir dessas observações é possível compreender porque as
instituições optaram em incluir a disciplina.
No momento da implantação ainda não haviam diretrizes municipais para a
disciplina de Sociologia, ou qualquer material que pudesse ser utilizado pelos professores
como ponto de partida para embasar seus planos de trabalho e o planejamento das aulas.
O objetivo da SMED era nomear os professores com formação na área, para estes
discutirem e construírem as diretrizes que norteariam o trabalho.
Segundo o relato da Diretora Pedagógica que atuou no período da nomeação dos
professores, Quênia Strasburg, havia a preocupação de que a inserção da disciplina não
fosse imposta pela SMED, mas oriunda de um processo de discussão das escolas ​e com
livre adesão. A gestão municipal acreditava que as escolas precisam desenvolver suas
propostas pedagógicas e curriculares, a partir do que a comunidade escolar acreditava
como ideal a partir da realidade em que estava inserida. Dessa forma, não houve
imposição de como deveria ser a carga horária e nem quais turmas seriam contempladas.
Das 32 escolas que possuem séries finais, 13 escolas adotaram a disciplina de
Sociologia. A Sociologia teve uma aceitação maior nas escolas que se localizavam em
regiões de vulnerabilidade social e apresentavam grandes índices de violência, drogas e
tráfico. Segundo as equipes diretivas, era necessário propiciar aos alunos uma
compreensão dessas relações que lhes cercavam para transformá-las, segundo as equipes
diretivas que optaram pelo implantação. Também ​identificamos que as que não aderiram,
desconheciam as possibilidades pedagógicas e optaram por manter disciplinas
tradicionalmente mais conhecidas na grade curricular.
Atualmente, ap​enas 7 escolas continuam com a disciplina, conforme tabela abaixo,
por problemas relatados em outro momento ​(​POSSAMAI, A. D. ; ​KERN, E. B. ; ROSSATO,
J., 2015​)​, as quais t​ambém apareceram nesse texto, no que tange a legitimidade da
Sociologia na Escola
Tabela 1: Escolas que possuem a disciplina de Sociologia.
Escolas Municipais (Séries Finais) Sociologia (CH)
João Goulart 1 (7º– 9º)
Santa Marta 1 (7º– 9º)
Paulo Couto 1 (8º – 9º)
Emílio Meyer 1 (6º – 9º)
Dilza flores 1 (6º – 9º)
Zaíra Hauschild 1 (6º – 9º)
Paulo Beck 2 (6º – 9º)
Fonte: Informações repassadas pelas equipes diretivas das escolas em 2017.
2.QUEM SOMOS E O QUE FAZEMOS: PANORAMA DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA
EM SÃO LEOPOLDO
Para construirmos um panorama sobre o desenvolvimento da disciplina na rede,
buscamos traçar um perfil da atua​ção dos professores de Sociologia e identificar as
aprendizagens enraizadas e significativas para os alunos a partir da disciplina. Para isso,
construímos instrumentos de pesquisa distintos para os dois públicos de destaque, a fim de
entender as construções e demandas de nossa rede. Para os professores foi aplicado um
roteiro de entrevista semi-estruturado com 38 perguntas divididas em 4 partes: 1)
características pessoais relacionadas ao trabalho; 2) características da escola; 3
metodologia e 4) relação professor-aluno. Para os alunos foi aplicado um questionário
fechado 8 questões.
A entrevista com os professores (anexo 1) foi realizada no primeiro encontro de
formação para os docentes da disciplina em 2017 - iniciativa que conseguimos retomar
depois de 6 anos. Inicialmente foi apresentado os dados do estudo anterior (POSSAMAI, A.
D.; KERN, E. B.; ROSSATO, J. 2015) sobre a implementação da Sociologia na rede,
depois compartilhamos a forma como cada uma está atuando (conteúdos, metodologia,
projetos), as dificuldades e as experiências positivas, para termos uma prévia de como está
o panorama da disciplina na rede. Com os professores conseguimos atingir 90% da
totalidade do grupo docente que está atuando, totalizando 7 entrevistas.
Os questionários com os alunos foram aplicados em uma amostra menor, devido o
período de fechamento de trimestre e recesso escolar que dificultou os encontros e
articulações para socializar o instrumento em tempo hábil de aplicação das perguntas nas
turmas (anexo 2).
As duas formas de coleta de dados são complementares e dialogam entre si, os
questionamentos buscam ver concordâncias e discordâncias de determinados pontos a
partir da visão de atores sociais diferentes, além de corresponder com a concepção que
não existe docência sem discência, logo fazem parte do mesmo processo de análise sobre
a aprendizagem.
Por último, a experiência de coleta de dados nos coloca em nosso campo
profissional a partir de outra posição de experiência: "​(...) o professor de sociologia, ele
mesmo ator deste “campo de ação”, que é a escola, transforme-a em um “campo de
observação sistemática”, um campo de pesquisa. Neste caso, ele (o professor) será um
observador participante, um pesquisador participante.​" (PEREIRA, 2015, p.248)
a) Dados discentes
O instrumento de pesquisa foi aplicado em 3 turmas de 9º ano, os grupos
concluintes que passaram por maior tempo de socialização com o conhecimento
sociológico, portanto, com quem podemos acessar privilegiadamente as construções mais
sólidas produzidas durante o Ensino Fundamental. Ao todo foram 69 questionários
respondidos.
A maioria dos alunos fez todo o Ensino Fundamental na mesma Escola, porém o
estudo da Sociologia varia conforme o tipo de inserção da disciplina na Escola, em todos
os anos finais ou apenas em alguns anos específicos (há escolas que intercalam 6 e 8
Filosofia, 7 e 9, Sociologia). Em geral, a disciplina está presente ou a partir do 7 ano ou
apenas no 8 e 9 ano, demonstrando não haver uma regularidade na forma que foram
colocados os componentes curriculares na rede municipal, inclusive variando conforme a
opção de inserir apenas Sociologia, apenas Filosofia, ou ambas.Os discentes ao fazerem
os anos finais na mesma escola, tendem a ter em sua grande maioria 1 professor, salvo
casos de troca de turno e vindas de outras escolas
Para verificar as relações de hierarquia entre as disciplinas, uma questão presente
em todas as escolas, percebemos que houve falta de entendimento por uma pequena
parcela de aluno que não marcaram conforme o solicitado. Sob os dados válidos,
percebemos que é reproduzido em grande parte uma hierarquia constituída nas escolas
sobre mais ou menos importância no currículo.
Português e Matemática despontam, assim como é valorizada nos índices
educacionais e no senso comum “saber ler, escrever e contar” ​como o fundamental de
oferta da escola. Inglês aparece na sequência por ser valorizada como língua global e do
mercado de trabalho, também com vinculação “prática”. É marcante que disciplinas que
desenvolvem a sensibilidade, motricidade, relações interpessoais e não necessariamente
demandam escrita são desvalorizadas como Artes e Educação Física. Ensino Religioso se
insere neste quadro, especialmente por ser um componente com legitimidade questionável
inclusive pelo corpo docente (não ser necessária formação prévia ou plano de trabalho
específico). A Sociologia vislumbra nas disciplinas de “meio termo” como
Ciências,Geografia, Filosofia e História. Sendo necessário mais dados para entender se
dentre esse conjunto de disciplinas é vista como mais/menos importante.
Em relação a aula de Sociologia em si, buscou-se analisar como os estudantes
percebem em características a disciplina, como podemos ilustrar na tabela a seguir:
Tabela 2 sobre a Questão 4 do Questionário Discente - Características da aula de Sociologia
(Fonte: As autoras, 2017)
Os pontos negativos da aula recebem pouco destaque, o que faz avaliar que a
abordagem e o tratamento didático são válidos aos grupos estudados. Dimensões que
foram pouco sinalizadas tais como autonomia podem indicar ou desconhecimento das
palavra ou necessidade de re-pensar metodologicamente formas de atingir esses objetivos.
Os aspectos mais apontados como diversidade, espaço de expressão, dinâmica,
ajudar a pensar e agir diferente indicam que o diálogo é uma prática pedagógica marcante
que possibilita alcançar tais objetivos. São aspectos que demonstram o reconhecimento do
papel que a disciplina pode exercer, além da valorização do trabalho desenvolvido. Outros
pontos tais como cooperação e assuntos polêmicos complementam os pontos acima.
Para aprofundarmos o entendimento da percepção sobre a Sociologia na escola,
também questionamos sobre as características do professor da disciplina, que a seguir
podemos perceber que está correlacionada à questão anterior.
Tabela 3 sobre a Questão 5 do Questionário Discente - Características do Professor de Sociologia
(Fonte: As autoras, 2017)
Os aspectos positivos se destacam frente aos negativos, indo ao encontro aos
dados da pergunta sobre o retorno das aulas. Os professores sendo percebidos enquanto
AMIGOS em quase a totalidade da amostra demonstra que as demais características
somam-se a essa postura e as características da aula. Os educadores produzem espaço
de confiança e segurança para o diálogo e expressão de ideias expressada anteriormente,
especialmente pela capacidade de tolerância e mediação.
Características como organizado e inovador são aspectos de reconhecimento do
trabalho pedagógico frente a intencionalidade das propostas, dados que também
colaboram para a aula de Sociologia ser colocada como importante e de aceitação pelos
discentes.
Tolerante e autoritário foram marcados em alguns casos pelo mesmo estudante,
indicando, provavelmente desconhecimento de alguma dessas palavras. Rígido e
autoritário aparecem com menor destaque contribuindo para concordar com a construção
dialógica proposta dos professores de Sociologia da rede municipal.
Para entendermos o aprendizado construído nos alunos em relação ao componente
curricular, buscamos abordar pelos aspectos conceituais e atitudinais dos estudantes para
também ter a possibilidade de correlacionar as respostas.
As temáticas mais relevantes se mostram aquelas ligadas mais diretamente com a
experiência de juventude dos estudantes marcada pela vulnerabilidade social que se
inserem, havendo menos destaque aqueles que estão relacionados a um maior nível de
abstração.
Tabela 5 sobre a Questão 6 do Questionário Discente - Conteúdos mais marcantes
(Fonte: As autoras, 2017)
Assim percebemos com a tabela 5 que as respostas sobre a “prática” corresponde
com a “teoria”: a transformação das atitudes e habilidades acontece a partir do aprendizado
significativo daquilo que é vivido. Os aspectos negativos tem pouco destaque e as
respostas correspondem com a intenção de formar sujeitos com essas características, o
formato das aulas e o perfil identificado pelos discentes referente aos docentes.
Por isso, as respostas dos educandos, faz entendemos que o reconhecimento das
temáticas marcantes ao serem associadas com a possibilidade de mudança de atitudes,
indica um caminho para mediação didática de um Sociologia Escolar para o Ensino
Fundamental.
O conhecimento da Sociologia produzido nas universidades passa necessariamente
por um processo de mediação didática, uma dinâmica social onde intervêm os
sujeitos presentes na escola, assim como os diversos aspectos da prática
pedagógica, de modo a traduzir esses conhecimentos em conteúdos ensináveis nas
escolas de Ensino Médio. Essa reflexão mobiliza uma discussão sobre a
diferenciação da Sociologia como conhecimento de referência e da Sociologia como
conhecimento escolar (OLIVEIRA, 2012, p. 99)
Tabela 4 sobre a Questão 5 do Questionário Discente - Mudanças provocadas pela Sociologia
(Fonte: As autoras, 2017)
A única questão aberta do questionário provocava a escrita sobre a importância da
Sociologia, como uma forma de entender a visão dos estudantes desse processo de
formação que o conhecimento sociológico produziu ao longo do Ensino Fundamental.
Percebemos que a disciplina é colocada como relevante porque esta consegue atingir o
estudante de uma forma não só teórica e conceitual, mas também no aspecto relacional, na
transformação do próprio sujeito para além da “decoreba”: ​“Com as aulas consegui abrir
meus olhos para uma realidade que eu não via antes” e “Por que ensina a conviver melhor
com os outros e se colocar no lugar do outro” ​são falas significativas para entender o
destaque desse conhecimento nessa etapa de constituição do adolescente. ​É possível
perceber que o diálogo produzido pela Sociologia é um diferencial frente às demais
disciplinas e se distingue na forma de produzir a relação educando-educador, ou a
expectativa de uma aula no sentido da Educação Bancária (FREIRE, 2005): ​“Porque a
gente se aceita mais e pensa mais, sociologia ajuda no dia dia, sociologia é A VIDA”
(destaque do/a estudante)
Em relação com as respostas dos alunos, veremos que os professores contribuem
para avaliarmos a relevância que a disciplina e a ação produzida por seu educador como
potencializador de brechas e rupturas a práticas de uma escola tradicional, construindo
aprendizagem significativa com a Sociologia.
b) Dados docentes
O universo empírico dos professores de Sociologia em São Leopoldo e de 9
profissionais vinculados a Prefeitura. Foram realizadas 7 entrevistas com 38 perguntas,
logo acessamos uma riqueza de informações importantíssima para a continuidade das
nossas formações e garantia de pautas que sejam específicas. O instrumento destinado
aos professores foi extenso, porém necessário, uma vez que temos tantas dificuldades em
ter momentos de troca de experiências e debater nossa atuação no município existem.
Dessa forma conseguimos ter um registro que contribuiu para o nosso fortalecimento
enquanto grupo docente dentro da rede de ensino.
Constatamos que 90% do quadro docente são de educador​as e possuem uma
média de idade de 32 anos. Sao moradoras da Região Metropolitana de Porto Alegre,
utilizam em grande parte transporte individual para se deslocar ao trabalho, a média de
tempo de deslocamento é 30 minutos, com os extremos de 10 minutos e 1h30.
O grupo tem 90% dos professores como formação em Ciências Sociais, sendo a
maioria com formação recente, a partir dos anos 2000. Em relação a qualificação todos os
professores possuem pós-graduação, sendo 3 com mestrado, indicando um quadro
qualificado dos professores. A maior parte do nível de estudo e de especializações,
também realizadas a partir do ano 2000. Um indicativo para a busca por forma​ção ​é o
plano de carreira - onde a especialização adiciona um acréscimo de 10% sobre salário
básico, com mestrado mais 10% (apenas mestrado 15%) e o doutorado acrescenta mais
10% totalizando 30% de incentivo para o último nível de estudo.
Em termos de formação continuada, os professores realizam as atividades
fornecidas pela secretaria da Educação em sua maioria. Os eventos de nível acadêmico
são poucos professores que frequentam, relacionado a interesses específicos e vínculos
acadêmicos. Podemos constatar que a maior responsável pela formação continuada dos
professores é a mantenedora e essa formação pode ser a única a ser acessada pelo
professor.
A média da jornada de trabalho dos professores é 40 horas semanais (sendo
apenas uma caso com 60h), sendo apenas uma professora com vínculo na rede privada, 3
na rede estadual e os demais colegas complementam sua carga horária na rede municipal.
Todos os professores atuam em apenas 1 escola da rede municipal com média de 7 anos
de vinculação com a Prefeitura. Os educadores lecionam em alguns casos para além de
Sociologia, disciplinas das Ciências Humanas – especialmente Ensino Religioso, sendo
apenas um caso complementando CH com a disciplina de Artes (o qual possui forma​ção
complementar para tal​). A necessidade de completar CH com outras disciplinas se
relaciona com a carga horária semanal da disciplina (90% das escolas possuem apenas 1
período) e o fato de a maioria das escolas (80%) a disciplina não está presente no 6 ano.
Em relação aos hábitos de lazer os professores colocam no mínimo uma opção
semanal de atividade para o tempo livre, destacando o Cinema para todos os
entrevistados. As opções mais recorrentes são aquelas que tem baixo custo ou fácil
deslocamento, influenciando neste caso, o local de residência e a oferta cultural da cidade.
E significativo que apenas um entrevistado colocou a leitura como opção de lazer
recorrente.
Porém, nos questionamentos sobre hábitos de leitura, todos indicam fazê-lo em
algum formato. Destaca-se as leituras curtas que possibilitam a dedicação em um tempo
mais restrito como revistas, artigos, jornais, blogs e sites. A média de leitura de livros por
ano é 4 variando entre romances, ficção e livros que abarcam assuntos das Ciências
Humanas. Assim, se o vínculo de trabalho é em grande parte apenas com a rede
municipal, a participa​ção nas ​formações realizadas pelo incentivo e oferta da
mantenedora, é possível que uma maior oferta ao formato de leitura indicado pelos
professores incentive uma maior disponibilidade a leitura.
Sobre a atuação na gestão democrática, a maioria dos professores (5) já participou
de algum espaço, especialmente Conselho Escolar e cargos da Equipe Diretiva, indicando
que esses profissionais se engajam nas questões escolares e tem seu trabalho
reconhecido dentro dos seus grupos.
Frente a acolhida da disciplina os contextos são diversos. Há escolas onde já havia
professores de Sociologia, logo a aceitação foi tranquila e classificada como “atenciosa”,
em virtude do trabalho anterior. Em outros casos a inserção foi classificada como
“traumática”, “solitária” e com “desconfiança” seja pela novidade da disciplina (“é que nem
Religião”) ou pela disputa de carga horária com disciplinas como Português e Matemática.
Para além da acolhida da disciplina, em muitos casos o profissional foi recebido com
resistência dentro da escola, porém com o tempo essas relações se atenuam.
Percebemos que a Sociologia com seu professor precisam conquistar espaço, confiança e
reconhecimento constantemente de alunos e demais docentes do quadro para justificar sua
existência e permanência.
A valorização da disciplina nas escolas retratam 3 cenários que podem variar
conforme a direção e o grupo de professores, portanto não é uma constata​ção ​estática.
Existe a indiferença onde a preocupa​ção e ter os alunos ocupados em sala de aula
mantendo a escola mais tranquila e organizada para gerenciar.
Em seguida percebemos a desvalorização, especialmente, por causa da disputa de
períodos relativos a português e a matemática, componentes curriculares formadores do
IDEB. Houve inclusive uma escola que optou colocar a Educação Física no contra turno
para aumentar a carga horária de Português e Matemática para 4 períodos - anteriormente
havia três períodos para tais componentes e Sociologia permaneceu com 1 período
semanal, acentuando a desigualdade na valorização das disciplinas. Um outro exemplo é a
escola que possui isonomia na carga horária fazendo com que a Sociologia tenha 2
períodos, assim como Português potencializando o conflito pela grade curricular.
A valorização é destacada a partir de iniciativas como as salas temáticas, a menção
da sociologia no Projeto Político Pedagógico (PPP) através da parte diversificada, a
valorização do professor como um articulador de projetos e a sua capacidade de dar um
“olhar diferenciados” pela sua formação em Ciências Sociais. Em duas escolas foi
viabilizado edições do professor de livro didático Sociedade e Movimento da editora
Moderna (específico para o EF). Por parte dos alunos existe um reconhecimento e
aceitação dos temas debatidos, fazendo com que os demais professores percebam a
importância desses diálogos (ausentes em suas disciplinas).
As dificuldades que foram apontadas pelos professores passam pela valorização da
disciplina, por isso existirão casos onde não haverão dificuldades, pois a disciplina está
bem estabelecida pelo trabalho do professor, mas em outros ainda possui conflitos com
concepções tradicionais de escolas sobre o “domínio de turma” e com direções mais
conservadoras que buscam o “enquadramento do professor”.
As relações sobre conflito dentro da escola também acabam recaindo dentre as
atividades do professor de Sociologia, como alguém com condições favoráveis para a
mediação (abertura de espaço para diálogo).
Todos os professores constatam que a infraestrutura das escolas interfere no
desenvolvimento das aulas, a falta de condições de um acesso pleno à internet (pouco
horário no laboratório de informática; internet lenta e equipamentos estragados), falta de
auditório na maioria das escolas; a carências de materiais como livros, revistas, mapas,
livros didáticos, equipamento multimídia, fazendo com que os professores levem seus
materiais ou recursos próprios; ainda é listado a necessidade de espaço adequado para um
planejamento qualificado. Nesse sentido, as salas temáticas favorecem a construção das
condições materiais necessárias por cada professor.
Os docentes colocam como obstáculo a uma maior qualidade no Ensino de
Sociologia a necessidade de dois períodos (consequentemente aumentando número de
turmas e burocracia), mais tempo para planejar na escola, bem como formações
específicas a disciplina. A necessidade de melhoria salarial como meio de diminuir a carga
horária, a realização das reuniões administrativo-pedagógicas no turno de trabalho
(atualmente é noturno, todos trabalham durante o dia na rede municipal uma vez que a
disciplina não e lecionada na EJA) e a demanda por incentivo financeiro a pós-gradua​ção
também sao postas pelos educadores (a Prefeitura já custeou parte do curso de
Pedagogia para docentes ​de nível Magistério, por exemplo). Ainda há as insatisfações
sobre a escola frente ao contexto social ​``estou bem insatisfeita em lecionar, não pela
escola ou pelos alunos, mas pelo sistema em si, pela sociedade e estou desencantada com
a própria Sociologia``. ​O ``reencantamento`` deve ser produzido ao diagnosticarmos
nossas dificuldades e refletir sobre as alternativas frente às demandas mais imediatas e
encontrar redes de apoio para intervenções mais coletivas e estruturais.
Os problemas de alfabetização enquanto um problema para o aprendizado de
Sociologia é consenso entre o grupo de professores, sendo utilizada as possibilidades de
apoio que a rede municipal oferece como atendimento especializado e estudos de
recuperação, entretanto, nem sempre suprem a demanda. O que coloca o conflito com a
Língua Portuguesa novamente em destaque: faltam períodos de Português ou o problema
está em como ensinar Português?
A perspectiva dialógica de construção de conhecimento, que apareceram nas
características da aula de Sociologia e sobre nas definições desses professores, se faz
presente na forma de pensar “o que é uma aula de Sociologia”, portanto, demonstrando
uma correspondência entre aquilo que é estudado, planejado, desenvolvido, avaliado e
construído nas turmas. Mesmo sendo o primeiro momento em que essas trocas foram
possíveis, encontramos bastante sintonia entre o grupo que compõem a rede municipal.
Logo podemos perceber que existe uma relação entre contexto institucional, concepções
de educação compartilhadas e reconhecimento das características das comunidades
escolares para as definições relativas à metodologia.
As escolhas metodológicas do ensino em geral e do ensino de sociologia em
particular dependem do modo como a escola está organizada, como o trabalho
docente se estrutura, como os docentes são contratados, como esses docentes
compreendem a função da escola, como pensam a infância e a juventude no
contexto atual e como estruturam suas aulas. (SILVA, 2009, p.64)
As aulas são pensadas em torno de seus objetivos e tempo de duração do período,
a diversidade de recursos, a contextualização com a realidade social dos estudantes e
situações-problema das experiências estudantis, as possibilidades de envolvimento e
participação por meio de dinâmicas e atividades “concretas” (jogos, trabalhos...) a fim de
atingir a reflexão e o desenvolvimento do pensamento crítico.
A organização dos conteúdos demonstra maior margem de diferenças, inclusive por
haver bastante autonomia na questão de construção do Plano de Estudos e Trabalho de
Sociologia, não havendo uma cobrança para corresponder com as Diretrizes municipais;
por não haver muitos outros locais de ensino de Sociologia no Ensino Fundamental de
parâmetro para comparação (ou poucos debates acadêmicos sobre); também porque são
poucas as escolas da rede e a inserção e em cada instituição varia a forma de inserção
(quais anos e quantos períodos). Ou seja, há abordagens diferentes que se adequam aos
diferentes espaços escolares.
A maior parte do grupo trabalha temáticas por trimestre, mas há também docentes
que trabalham desenvolvendo e aprofundando um assunto por ano. A adequação do
trabalho em relação ao público-alvo também é destacada seja, pelas características
sócio-culturais, sejam pela dimensão cognitiva-intelectual, como destaca um educador ​“Se
uma turma participa mais, utilizo mais debates, se é mais quieta trabalho com produção
textual.”.
A avaliação faz parte do processo sobre o entendimento da disciplina na escola, o
objetivo que os docentes possuem em relação a formação dos estudantes e como
entendem o aprendizado. Portanto, percebemos uma avaliação processual e contínua,
onde faz parte o aprendizado dos conteúdos, mas também as atitudes e o crescimento
pessoal de cada educando. A capacidade de expressão escrita e oral e a diversidade de
instrumentos avaliativos se destacam nos apontamentos dos educadores como podemos
observar nas seguintes colocações: ​“Tento avaliar o aluno como um todo, não apenas nos
conteúdos, mas sua postura colaborativa ou não; tento utilizar instrumentos diversos de
avaliação (caderno, texto, prova, participação, pesquisas) e penso que avalio minha prática
pedagógica, mas deveria fazer muito mais auto-avaliação.​” e “​Avaliação conjunta do
coletivo da aula; auto-avaliação, avaliação periódica; muito diálogo para ver se faz sentido
os conteúdos.”
Relativo aos materiais didáticos, podemos observar que correspondem a visão
estudantil sobre aulas diversificadas e inovadoras, bem como a intencionalidade
pedagógica de despertar curiosidade, interesse e diálogo com as turmas a partir de
diferentes recursos. Textos, vídeos, imagens, charges, fotos, revistas, jornais, exercícios,
slides, músicas foram citados por boa parte dos professores como elementos que são
facilitadores para a compreensão de conteúdos, produzindo perguntas, debates e reflexão.
Logo, percebemos a correspondência dessa resposta com a apropriação de espaços
diversos das escolas: uso do laboratório de informática, da biblioteca, da sala de vídeo, do
pátio,do auditório (quando existe) e do próprio bairro (nas ocasiões de saída de campo).
Todos os professores apontam para o fato de construírem seus materiais didáticos,
pela falta de materiais específicos aos anos finais do Ensino Fundamental. Utilizam como
referências livros didáticos do Ensino Médio, adaptações de textos acadêmicos e busca de
ideias nos portais de busca (por exemplo Wikipedia), ou ainda em redes sociais específicas
para buscar inspirações como o Pinterest. É citado ainda sites de universidade e
laboratórios de Ensino de Sociologia, mas em menor quantidade, assim como os portais de
revistas educacionais. A produção de materiais didáticos específicos apontam para a busca
por mediação didática que corresponda a faixa-etária atendida e a necessidade de
compartilharmos tais materiais entre o grupo da rede municipal.
Sobre o envolvimento dos educadores na vida coletiva da escola e com experiências
que rompam com a aula tradicional, utilizamos como indicadores a interdisciplinaridade, a
realização de pesquisas, o incentivo à iniciação científica, e o incentivo a saídas de campo.
De forma geral, a maioria dos professores contribui (ou tenta contribuir) e está presente
nessas construções.
As experiências interdisciplinares em geral são poucas, centradas na área de
Ciências Humanas e Linguagens, expressando a estrutura institucional em que o trabalho
docente é primordialmente solitário, demandando tempo e características de cada espaço
escolar para haver possibilidade de construções conjuntas. Essa característica também
reflete na capacidade de fazer pesquisa na disciplina, havendo colegas com maior trajetória
de pesquisas realizadas (por exemplo são citadas: ​história do bairro, história da escola,
religiões do bairro”​), outros com maior dificuldade, e aqueles que participam de atividades
que envolvem toda a escola.
Frente às experiências de iniciação científica, a maioria dos educadores avalia fazer,
há destaque para a formação ofertada pela Prefeitura para o estímulo da pesquisa na
Educação Básica, as situações em que vira disciplina obrigatória ou pela persistência dos
educadores: ​“Há 3 anos venho desenvolvendo com os alunos práticas que motivem a
escola a trabalhar com pesquisa, de uma forma não institucionalizada, motivamos os
alunos a motivar os colegas e a escola para produzir pesquisa.”
Sobre os passeios, novamente demonstra as características de cada espaço
escolar, havendo uma quantidade de educadores que realizam certas saídas da escola
com maiorregularidade, aquelas que contribuem às vezes e os que gostariam de fazer
mais. Logo, a vontade de alcançar as possibilidades citadas acima estão presentes no
grupo, e quando pouco realizada é em virtude de questões institucionais-estruturais.
Em relação à dimensão das relações professor-aluno, as respostas indicam um
“fechamento” da entrevista e da coerência das respostas analisadas. Os educadores
avaliam como “boa” sua relação com as turmas, expressando aspectos como construção
de vínculos e proximidades como características que fazem haver pouco conflitos, podendo
destacar a seguinte fala, que também expressa as relações sobre valorização da disciplina
e inserção na escola:
Avalio como boa no momento até ter me inserido completamente na escola e na comunidade escolar.
Até ser reconhecida enquanto uma profissional “legítima” da escola, foram muitas tensões. A idade e a
disposição por construir relações pedagógicas dialógicas e horizontais são bastante contrastantes com
a estrutura da instituição escolar. Portanto, a exigência para “termos autoridade” produziu muito
“descrétido” frente meu trabalho. A insistência, o compromisso, o olhar respeitoso ao aluno e a busca
por atingi-los pedagogicamente de alguma forma acredito que foram alguns elementos que contribuíram
para a aceitação. Atualmente, sendo conhecida pelo meu trabalho pelas famílias ao lecionar para
muitos parentes de ex-alunos, contribuem para o entendimento que é “assim que dou aula e que dá
certo”. A sensação que tenho é que construi autoridade frente as turmas sem precisar xingar e
humilhar, pois eles sabem que meus limites são bem abrangentes, mas que eles existem (agressões,
desrespeito, descaso…).
As diferenças entre a relação educando-educador frente às outras disciplinas retorna
a construção de hierarquias subjetivas entre disciplinas, seja pela forma de tratamento
inter-pessoal: ​“Eles usam as aulas para expor suas angústias e dialogamos muito, para que
eles possam entender e lidar com outros conflitos que ocorrem, entre eles e às vezes com
professores.”. ​Ou ainda porque acreditam que Sociologia não reprova, e não reproduz a
lógica da “cópia-repetição”. ​A menor parte dos colegas expressa que a disciplina não é
vista com diferenças frente às demais (30%).
Por fim, apesar das dificuldades e conflitos, é unânime a avaliação que a inserção
da Sociologia no Ensino Fundamental é válida, pois abordam temáticas, metodologias e
concepções epistemológicas que produzem uma diferença prática no cotidiano escolar, tal
distinção sendo aceita e visto como necessária por parte dos estudantes: ​“É um espaço
que eles se sentem confortáveis para expor suas ideias e reivindicações referentes a
escola.”
O levantamento de dados dos pólos dessa relação “educador-educando” revelou
que a perspectiva dialógica de ensino da Sociologia é construída por parte dos professores,
reconhecida pelos alunos, construindo aprendizados que atingem o estudante de uma
forma holística, sendo um fator que contribuiu para a sua humanização enquanto indivíduo
na sociedade pelo exercício da práxis educativa.
O diálogo abre a possibilidade de troca de saberes, de uma relação horizontal no
processo de construção de conhecimento, onde aquilo que o sujeito é, pensa e sente faz
parte desse processo de fazer junto a experiência educativa. A relação dialógica se abre ao
outro em toda a sua complexidade, incentivando um movimento contínuo e conjunto de
objetivar a realidade e reconstruí-la. O diálogo é ferramenta para a tarefa mediadora do
docente: ​“Nesse sentido, o diálogo assume o papel mediador entre a teoria (representada
pelos conteúdos) e a prática (entendida como a realidade e a ação no mundo das vivências
materiais e subjetivas), transformando-se em práxis, síntese entre teoria e prática”
(PEREIRA, T. I., p. 53)
O indivíduo se constroi como sujeito histórico, autônomo e protagonista nesse
movimento dialético, humanizando-se. A humanização, para além da escolarização, é a
capacidade de transformação que os conhecimentos elaborados produzem nos atores
sociais sob suas experiências concretas, ou seja: ​“ (…) educar é humanizar; é
ensinar-aprender a genteidade. Concomitantemente a teorias e conceitos, aprendemos a
humanização pela convivência dialógica, solidária e cooperativa (...)” (HENZ, 2015, p. 13)
Por isso, os dados discentes e docentes apresentam importantes informações para
entender e refletir sobre o desenvolvimento da aula de Sociologia na rede municipal de São
Leopoldo, sintetizando informações que as próprias protagonistas desconheciam, no
sentido da visão coletiva, proporcionando uma panorama que nos coloca questões a
desenvolver em nossas próximas formações com os docentes da disciplina.
3.CONCLUSÃO: RESISTÊNCIAS, CONSTRUÇÕES E DESAFIOS
A Sociologia nos currículos escolares pode abrir um espaço frente a um:
Em meio a uma sociedade neoliberal capitalista em processo de democratização, a
violência, a exclusão, a discriminação, a dominação, enfim, a desumanização ainda
são uma realidade gritante para muitas pessoas. Nesse contexto, somos desafiados
a assumir-mos como educadores e pesquisadores a partir da realidade das classes
menos favorecidas, buscando fazer de nossas escolas e universidades
espaço-tempos de vivências e aprendizagens mais humanizadoras do que a rua, o
mercado de trabalho, a exploração capitalista e tantos outros mecanismos de
agressão à dignidade de crianças, jovens e adultos. (HENZ, C.I.,2015, p.12)
Ao analisarmos os instrumentos de pesquisa percebemos alguns aspectos
abordados: como os conteúdos a serem trabalhados, a forma como serão aplicados em
sala de aula e o diálogo como caráter importante nas dinâmicas em sala de aula. A práxis
no diálogo encontra-se o seu expoente em Paulo Freire, ​o diálogo assume o papel de
mediador entre a teoria e a prática, transformando-se em práxis, síntese entre a teoria e a
prática ​(2005). Contudo, devemos ter cuidado ao partir só da realidade dos educandos ao
planejar as aulas. Pois, segundo Freire, só a prática sem teoria, sem reflexão vira ativismo.
Ao que só a teoria sem a prática torna-se verbalismo.
Ao compreender a construção dessa práxis, percebemos a importância da
construção dos conteúdos ou de um material necessário para a prática das aulas de
Sociologia em conjunto com todos os docentes da rede. O diálogo não só com os
estudantes, mas entre os professores, troca de material e vivência. Além que a construção
dos conteúdos mínimos progamáticos da disciplina também possui caráter político. Por
isso, uma educação problematizadora, necessita de uma prática docente que se
problematize para que no processo educativo rompa com os estudantes:
(…) uma concepção mágica, mecanicista e cientificista do mundo e da educação, assentada
em concepções dogmáticas será possível desencadear uma práxis educativa dialógica,
reflexiva e criativa, capaz de gerar transformações na realidade e nos próprios seres
humanos que vão aprendendo a se assumirem como agentes ativos, como sujeitos do
processo no qual e pelo qual se descobrem sendo gente (ou impedidos de ser),
humanizando-se intersubjetivamente.” p. 13 (HENZ, C.I., 2015, p. 13)
Esses aspectos afirma o papel importante da Sociologia no contexto escolar no
município de São Leopoldo como disciplina problematizadora da realidade social no qual
encontra-se os nossos estudantes. A romper com a “cultura do silêncio” (ANDREOLA,
2006 apub PEREIRA, 2015) nos nossos estudantes, contribuindo para uma sociedade mais
democrática. Em transformar os discentes em sujeitos autônomos e preparados para a
realidade social (PEREIRA, 2015).
O desenvolvimento da pesquisa produziu, trocas, a percepção sobre o papel da
Educação Dialógica e a práxis educativa como eixo presentes da nossa prática na rede
municipal, bem como perceber que ao longo de 10 anos, apesar de todas as dificuldades
(conflitos por causa da grade curricular, tensões com equipes diretivas, pressões de
gestões para a retirada da disciplina) nos resistimos e marcamos espaço em nossas
instituições de ensino.
Temos o desafio de afirmar-mos na rede municipal, demonstrar nossa existência e
relevância, necessidade que este artigo procurou desenvolver. Ou seja, esse texto produz
o reconhecimento de nossos avanços e limitações, compartilhamos nossos pequenos
avanços como referência da possibilidade real da Sociologia existir e importar nos Anos
Finais do Ensino Fundamental. Entretanto, também sinalizamos as lacunas desse
processo, para podermos nos fortalecer e buscar apoio frente nossas demandas.
Ainda há um caminho a trilhar para a institucionalização das disciplinas de
Sociologia e Filosofia na rede municipal, objetivo que pretendemos colaborar para uma
qualificação contínua, tendo em visto que essa busca está embasada em práticas
pedagógicas de relevância. Logo, a necessidade de uma lei municipal que institua a
obrigatoriedade ou de Sociologia ou/e Filosofia nos 4 anos finais do Ensino Fundamental,
devem vir acompanhados de debates sobre o projeto de escola que cada instituição se
coloca a construir, pois isso atinge a existência (ou não) de hierarquia entre as disciplinas.
A inserção de novas disciplinas na grade curricular, deve promover a discussão sobre “o
que/porque/para que estamos fazendo frente a formação dos nossos estudantes” e o papel
de cada conhecimento nesse projeto, para além de acirrarmos a disputas entre indivíduos e
suas “caixinhas”, devemos promover condições para se debater isonomia entre os saberes.
A reduzida carga horária, a hierarquização dos conhecimentos, a presença pouco
homogênea sobre quais são os anos que a escola deve ofertar Sociologia, a falta de
materiais e formações específicas são condicionantes que precarizam o trabalho do
profissional em Ciências Sociais na Educação Básica, como mostram os dados.
Sabemos que existem estratégias para valorizar e qualificar nossos trabalhos a partir
de experiências já construídas como as Salas Temáticas, a possibilidade de Sociologia
aparecer na parte diversificada do Plano Político Pedagógico de Apoio (sendo essa última
uma opção para qualquer instituição de qualquer rede de ensino) e os encontros de
formação contínua que estamos realizando entre nós mesmos.
Entretanto, é inegável que a institucionalização por meio de Lei Municipal produz
uma forma “legítima” de ampliação das disciplinas entre mais escolas da rede de São
Leopoldo e maiores condições de acessar recursos para nosso componente curricular.
Destacamos ainda, que a formação de uma legislação que respalde e amplie as práticas de
Sociologia no Ensino Fundamental devem vir acompanhadas de provimento de licenciados
em Ciências Sociais para esses cargos evitando “re-alocar” outras formações para lecionar
nossa disciplina, realidade que apesar de minoritária, existe atualmente (contraditório uma
vez que existe Cadastro Reserva do concurso público de 2015).
Nossa trajetória demonstra que a capacidade dialógica dos professores de
Sociologia produz construções necessárias nas escolas, apesar dos conflitos e
adversidades colocados pelos contextos educacionais. Ou seja, é uma prática sem ação
mecânica de repetição, pois:
Para entender a realidade, não basta, e até é inconveniente, que o professor fique
repetindo autores, teorias e conceitos sociológicos, sem nenhuma relação com a
busca por esta compreensão da realidade. Estamos sugerindo aqui que este modo
de observar, de pensar e de fazer sociológico seja aplicado à escola pelos
professores e seja ensinado aos alunos. Não como conteúdos em si mesmos, mas
como uma prática cotidiana. (PEREIRA, 2015, p. 247)
A atuação do profissional em Ciências Sociais na escola produz o próprio
estranhamento e desnaturalização da instituição escolar enquanto estrutura social, para
além do êxito percebido na construção de tais objetivos pelos estudantes. A Sociologia por
meio do diálogo consegue produzir mediação didática de forma a construir aprendizagem
significativa do conhecimento sociológico, sendo catalisador no processo de humanização
estudantil.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
ABECS, Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais. ​REUNIÃO COM PREFEITURA DE
SÃO LEOPOLDO (RS) ENCAMINHA FORTALECIMENTO DA SOCIOLOGIA NO ENSINO
FUNDAMENTAL. Disponível em:
https://www.abecs.com.br/reuniao-com-prefeitura-de-sao-leopoldo-rs-encaminha-fortalecimento-da-
sociologia-no-ensino-fundamental/​. Acessado em: Julho de 2017
FREIRE, P. ​Pedagogia do oprimido. ​Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005..
HENZ, C. I. Educação e ​Pesquisa: Possibilidades de empoderamento e cidadania das classes
populares​.In: PEREIRA, T. I.. Aprender e ensinar com Paulo Freire: por uma escola emancipatória.
1. ed. Porto Alegre: Cirkula, 2015. 128p .
OLIVEIRA, L. F. ​A sociologia e as tensões sociais, epistemológicas e culturais da escola. In:
FIGUEIREDO, André Videira de; OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; PINTO, Nalayne Mendonça
(Orgs.). Sociologia na Sala de Aula: reflexões e experiências docente no Estado do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2012.
PEREIRA, L. H.. ​Sociologia: a arte da ruptura, da construção e da explicação. ​Revista Ciências
Sociais Unisinos, v. 51, p. 244-250, 2015.
PEREIRA, T.I. ​Humanidades na escola: O Ensino de Sociologia e Filosofia na perspectiva
freireana. ​In: PEREIRA, T. I.. Aprender e ensinar com Paulo Freire: por uma escola emancipatória.
1. ed. Porto Alegre: Cirkula, 2015. P.51.
POSSAMAI, A. D. ; ​KERN, E. B. ; ROSSATO, J. . Sociologia no Ensino Fundamental: a
implementação e experiência da rede municipal de São Leopoldo/RS​. In: IV ENESEB,
2015, São Leopoldo. Anais do IV ENESEB. Porto Alegre: CirKula, 2015. p. 150-151
SILVA, Ileizi L. F.. ​Fundamentos e Metodologias do ensino de sociologia na educação
básica. In: HANDFAS, Anita; OLIVEIRA, Luiz Fernandes de.. (Org.). A Sociologia vai à
escola.. 1ed.Rio de Janeiro: Quartet; FAPERJ, 2009, v. , p. 63-91.
ANEXOS
Anexo 1 - ​Perguntas para o levantamento das práticas e experiências da Sociologia na
rede municipal de São Leopoldo
PERFIL
1) Gênero: ...........................................2) Idade: .......................................
3) Onde reside:
4) Quanto tempo leva de deslocamento para trabalhar:
​5) Qual meio de transporte utiliza para trabalhar:
​6) Formação, ano de conclusão e instituição (Graduação e pós)
Curso: ............................................. Ano: ................... Instituição: .................................
Curso: .................................. Ano: ............................. Instituição: ..........................................
Curso: ................................. Ano: .............................. Instituição: ..........................................
7) Participou de eventos acadêmicos na área de Sociologia, cursos e palestras? Cite quais
participou nos últimos 5 anos ou o que lembrar e aproximadamente o ano que foi.
​8) Participa de cursos de formação ou eventos de formação relacionados à educação?
Quantos por ano e cite os que participou nos últimos 2 anos.
​9) Leciona há quanto tempo e em quais áreas/níveis/disciplinas:
Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................
Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................
Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................
Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................
10) Quanto tempo está na rede:
.......................................................................................................................
11) Em quantas escolas municipais trabalha:
........................................................................................................................
12) Quantas horas semanais trabalha:
..................................................................................................................................
13) Em quais redes de ensino trabalha:
.....................................................................................................................................
14) Com quais turmas trabalha:
.............................................................................................................................................
15) Com quais disciplinas trabalha:
........................................................................................................................................
16) Quais os hábitos de lazer mais comuns? (ida em museus, teatros, cinemas,
exposições, etc). Com qual frequência (semanal, mensal ou anual)
Lazer:............................................................ Frequência: ......................................................
Lazer: ................................................................ Frequência: .................................................
Lazer: ........................................................................................ Frequência:
........................................................
Lazer: ........................................................................................ Frequência:
........................................................
Lazer: ........................................................................................ Frequência:
........................................................
17) Tem o hábito de ler? Quantos livros por ano e os gêneros?
.................................................................................................
Outras leituras e a periodicidade?
....................................................................................................................................
18) Já ocupou cargos na gestão escolar? (Equipe diretiva, CPM, Conselho Escolar) Se sim,
quais?
ESCOLA
19) Qual a Carga Horária da disciplina na escola? ....................................
20) Como foi a acolhida ao assumir a disciplina?
21) A escola valoriza ou desvaloriza a Sociologia? Com quais ações percebe essas
atitudes?
22) Há dificuldades na escola, colegas, direção em relação a disciplina (existência de
conflitos por causa do perfil do professor, da forma de dar aula...)?
23) As necessidades estruturais das escolas (materiais, internet...) interferem no Ensino de
Sociologia?
24) Quais as necessidades em termos de condições de trabalho/carreira interferem na
qualidade do Ensino de Sociologia? (tempo de planejamento, formações, necessidade de
dedicação exclusiva, incentivo a pós-graduação... )
25) Na sua avaliação, as dificuldades de alfabetização interferem na aprendizagem da
Sociologia? Na existência de situações vividas, como são encaminhadas?
METODOLOGIA
26) Quais elementos considera importante para a organização de uma aula? O que prioriza
para o planejamento da aula de Sociologia?
27) Como organiza/pensa a organização dos conteúdos?
28) Como pensa a questão da avaliação? Como é a avaliação da Sociologia? Quais
características definem sua forma de avaliar?
29) Quais recursos didáticos mais utiliza?
30) Você cria materiais didáticos? Busca em livros? Utiliza da internet? Quais referências
principais utiliza para material de apoio?
31) Você consegue desenvolver parcerias interdisciplinares? Com quais disciplinas?
32) Você consegue desenvolver projetos na escola?
33) Você realiza pesquisa de iniciação científica com os alunos?
34) Você ajuda na organização de passeios na escola? Quais passeios já realizou?
35) Você utiliza outros espaços escolares além da sala de aula?
RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
36) Como você percebe a sua relação com as turmas?
37) Existe diferenças em relação às outras disciplinas?
38) Como você avalia a presença da Sociologia por parte dos alunos? (envolvimento,
identificação, aceitação)?
Anexo 2 - Questionário para as turmas de 9º ano
1) Em quais anos você estudou Sociologia?
( ) 6 ano ( ) 7 ano ( ) 8 ano ( ) 9 ano
2) Quantas professoras já teve? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3
3) Quais disciplinas são (+) ou (-) importantes que Sociologia?
( ) Inglês
( ) Filosofia
( ) Matemática
( ) Artes
( ) Português
( ) Educação Física
( ) Geografia
( ) Ciências
( ) História
( ) Ensino Religioso
4) Assinale as 5 características que você considera mais marcantes da aula de Sociologia.
( ) Diálogo ( ) Espaço de
expressão das ideias
( ) Assuntos poucos
interessantes
( ) Difícil
( ) Diversidade ( ) Dinâmica ( ) Reflexão ( ) Autonomia
( ) Divertida ( ) Chata ( ) Muito crítica ( ) Cooperação
( )
Conscientização
( ) Assuntos
polêmicos
( ) Ajuda a agir
diferente
( ) Faz pensar na vida
( ) Muita leitura ( ) Repetitiva ( ) Distante da
realidade
( ) Desinteressante
5) Marque no máximo 4 alternativas que definam o seu professor de Sociologia em sala de aula
(como dá aula).
( ) Rígido
( ) Mediador
( ) Autoritário
( ) Tolerante
( ) Não tem controle da turma
( ) Amigo
( ) Organizado
( ) Desorganizado
( ) Inovador (as aulas são diferentes)
( ) Repetitivo (aula sempre do mesmo jeito)
6) O que a aula de Sociologia transformou em você enquanto ser humano? Marque quantas achar
necessárias.
( ) Me fez pensar sobre minhas escolhas de vida
( ) Sou mais consciente
( ) Sou menos preconceituoso
( ) Aprendi a ouvir
( ) Aprendi a me colocar no lugar do outro
( ) Aprendi a expressar o que penso
( ) Aprendi a me aceitar e entender
( ) Sou mais curioso
( ) Me ajudou na minha convivência familiar
( ) Me atrapalhou na minha convivência familiar
( ) Sou mais participativo
( ) Sou mais cooperativo (ajudo o outro)
( ) Comecei a ler mais
( ) Mudei pontos de vista que tinha (ideias sobre determinado assunto)
( ) Não me transformou em nada
7) Quais os conteúdos mais marcantes das aulas de Sociologia ao longo do seu Ensino
Fundamental? Marque no máximo 5.
( )
Preconceito e
Discriminação
( ) Violência ( ) Política ( ) Abuso Sexual
( ) Cidadania ( ) Cultura ( ) Identidade ( ) Desigualdade
( )
Socialização
( ) Grupos Sociais ( ) Direitos Humanos ( ) Gênero e
Sexualidade
( ) Bullying ( ) Exclusão Social ( ) Trabalho ( ) Juventude
( ) Racismo ( ) Capitalismo ( ) Indústria cultural ( ) Tecnologia
( )
Movimentos
Sociais
( ) Injustiça ( ) Democracia ( ) Globalização
8) Você avalia que foi importante ter Sociologia no Ensino Fundamental? ( ) Sim ( ) Não. Justifique.

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  • 1. V ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE SOCIOLOGIA (ENESEB) GT07 – ENSINO DE SOCIOLOGIA NAS MODALIDADES DIFERENCIADAS DE ENSINO Balanço de 10 anos de implementação da Sociologia no Ensino Fundamental em São Leopoldo: resistências, construções e desaos Aline Dias Possamai - EMEF Paulo Couto - alinedpossamai@gmail.com Eduarda Bonora Kern - EMEF Paulo Beck - duda.bk@hotmail.com Janine Rossato - EMEF João Goulart - janine.edu@gmail.com Brasília, julho de 2017
  • 2. Resumo A Sociologia no Ensino Fundamental é uma experiência localizada em algumas poucas redes de ensino e instituições públicas do país. O Ensino Fundamental é uma etapa da Educação Básica e, assim como nas modalidades diferenciadas, a prática pedagógica nos Anos Finais necessita de atenção às especificidades do seu público-alvo. Em São Leopoldo a inserção da Sociologia no Ensino Fundamental iniciou em 2006 e o objetivo deste trabalho é fazer um balanço dos 10 anos da disciplina nas escolas da rede municipal. A produção dessa sistematização tem como foco explorar as práticas didáticas realizadas pelas docentes da disciplina; analisar a adaptação das escolas com a inserção da Sociologia no seu Projeto Político Pedagógico (PPP), as mudanças na relação das demais disciplinas e no perfil dos alunos; do mesmo modo avaliar a construção significativa do conhecimento sociológico com os estudantes concluintes dessa etapa. O trabalho se desenvolveu através da coleta de dados em entrevistas qualitativas realizadas com as professoras da rede municipal e de questionários semi-estruturados aplicados nas turmas de 9º ano. Essa análise se faz necessária para ressaltar a relevância da disciplina no Ensino Fundamental, destacar os aprendizados da experiência em São Leopoldo, avançar e qualificar nossa própria prática docente. O balanço busca construir referência de estudos sobre a Sociologia nessa etapa, incentivando outras redes de ensino a incluir a disciplina em sua oferta curricular. Aline Dias Possamai - ​a​linedpossamai@gmail.com1 Eduarda Bonora Kern - ​duda.bk@hotmail.com2 Janine Rossato - ​janine.edu@gmail.com3 1. INTRODUÇÃO: A SOCIO​LOGIA CHEGOU NO ENSINO FUNDAMENTAL Esse artigo tem objetivo de dar sequência aos estudos e as análises sobre a Sociologia no Ensino Fundamental na cidade de São Leopoldo realizados anteriormente (​POSSAMAI, A. D. ; ​KERN, E. B. ; ROSSATO, J., 2015​). Desde o ponto de partida da implementação e o processo de construção dessa especificidade na rede municipal, desejamos dar continuidade às essas reflexões para compreender as construções realizadas após 10 anos de práticas pedagógicas nos Anos Finais, em seus conflitos, nas suas resistências e nas suas perspectivas abertas. Entendemos que a busca por um produzir um balanço, coletivamente, sobre o aprendizado elaborado contribuiu tanto para 1 Professora da EMEF Paulo da Silva Couto.Pós- graduação em Ensino de Sociologia no Ensino Médio (UFRGS). 2 Professora da EMEF Paulo Beck. Mestranda em Ciências Sociais (Unisinos). 3 Professora da EMEF João Goulart. Mestre em Educação (UFRGS).
  • 3. os próprios professores da rede se reconhecerem quanto para produzirmos trocas e referências para a comunidade acadêmica interessada nessas experiências. A pesquisa realizada e a escrita do texto emerge a partir de uma concepção dialógica de Educação, que será desenvolvida ao longo das sessões, a qual nos coloca como sujeitos de uma práxis educativa imbricada de uma constante observação, avaliação, crítica e re-construção da nossa postura docente, da relação com os discentes e a construção dos aprendizados mútuos. O trabalho coletivo de encontrar-se, trocar experiências, pensar junto, desenvolver nossa autoria no processo pedagógico e acadêmico proporciona condições de exercitarmos a delicada e difícil postura de professoras e pesquisadoras, independentemente do nosso vínculo formal a Universidade, entendendo que a escola também é fonte de construção de conhecimento, ou seja: “​Uma práxis pedagógica e epistemológica consciente requer uma boa fundamentação teórica para poder se manter e intensificar, ao mesmo tempo que uma boa fundamentação teórica precisa da vivência concreta, da experiência cotidiana e social.” (HENZ, 2015, p.14) Esse artigo é produto de novos encontros entre professores da rede municipal e propostas que timidamente vamos tentando encaminhar. ​O objetivo das reuniões realizadas tem sido o nosso fortalecimento enquanto grupo de professores e a visibilidade da Sociologia na rede municipal. Além disso, compartilhar experiências, materiais didáticos e relatar projetos que estamos desenvolvendo nas escolas ou na disciplina, tem como finalidade qualificarmos nossas metodologias. Além disso, foi proposto a retomada da discussão de textos referentes à dimensão metodológica da disciplina de Sociologia​, visando uma formação continuada específica, novamente pensando na qualidade da aula no Ensino Fundamental e na nossa identidade na rede, a fim de construir formas de aumentar a inserção em outras escolas. Em nosso processo de fortalecimento frente a Prefeitura e Secretaria de Educação, cuja atual gestão é da administração que produziu a implementação da disciplina, reunimos em conjuntamente com a ABECS, o prefeito Ary Vanazzi e o secretário de Educação
  • 4. Oneide Bobsin (ABECS, 2017) para tratarmos de assuntos relevantes ao grupo de professores de Sociologia, como o pedido de adoção do livro didático da editora Moderna (atualmente o único com versão para os anos finais) e a necessidade de formação continuada específica para esses docentes. Por isso, a necessidade de construírmos os nossos próprios subsídios para seguirmos qualificando o Ensino de Sociologia no Ensino Fundamental, faz a proposta desse balanço surgir. Assim, iniciando o entendimento dos efeitos, alcances, enraizamentos do trabalho que desenvolvemos - de maneira muitas vezes solitárias, mas desejamos que venha a ser mais colaborativo. Para tanto, retomaremos brevemente o histórico da disciplina na rede, para construir o pano de fundo de nosso panorama. A forma que ocorreu a implementação e a inserção da Sociologia nos Anos Finais, irá aparecer em muitos momentos no desenvolvimento do trabalho docente, por isso, a necessidade de um breve relato. O processo de implantação da disciplina de Sociologia na rede municipal de São Leopoldo iniciou em 2005. Período no qual a Secretaria da Educação (SMED) era coordenada por Ângelo Dalcin, professor universitário e sociólogo. Inicialmente, a SMED realizou um diálogo interno sobre as possibilidades de implantar as disciplinas de Sociologia e Filosofia na grade curricular. Houve uma preocupação por parte dos gestores, para que essa inclusão não fosse imposta, mas que as escolas pudessem aderir de acordo com sua realidade, atuação pedagógica e discussão interna. A partir dos registros oriundos desses diálogos foi elaborado um texto e apresentado à Câmara Municipal de Vereadores para embasar e justificar a importância da implantação dessas disciplinas na grade curricular e criar os cargos de professor de Sociologia e Filosofia na rede pública municipal. Em janeiro de 2006 foi realizado o primeiro concurso público e entre 2007 e março de 2010 foram nomeados 20 professores de Sociologia. O segundo foi realizado em novembro de 2010 e foram nomeados mais 10 professores para suprir vagas de quem havia deixado a nomeação. Os dois concursos supriram a demanda de cargos que foram criados de acordo com o número de escolas que optaram pela implantação.
  • 5. A justificativa para implantar a disciplina afirma a possibilidade dos educandos desenvolverem uma compreensão sociológica da sociedade e de si, contribuindo para a formação de sujeitos críticos e reflexivos​, tanto s​obre sua condição, ​quanto pa​ra o exercício pleno da cidadania. ​A partir de leituras, reflexões e análises sociológicas do contexto vivido pelos alunos, a disciplina também aproxima a escola da realidade social na qual está inserida, contribuindo para romper sua posição de ilha na comunidade. As escolas, por sua vez, organizaram discussões com seus professores sobre as possibilidades de implantação da disciplina. Entretanto, na maioria não houve profundas discussões, pois muitos não tinham clareza ​de como ​as disciplinas poderiam se inserir enquanto conteúdo ​escolar. De acordo com os relatos dos professores realizados nos primeiros encontros de formação, ​as escolas acreditavam que a disciplina de Sociologia poderia colaborar para resolver problemas na escola, como por exemplo, diminuir a violência entre os alunos. Muitas estão situadas na periferia ou em comunidades carentes que apresentam altos índices de vulnerabilidade social. Em algumas escolas, os profissionais de educação acreditavam na formação de alunos críticos, conscientes e atuantes para mudar sua realidade social. A partir dessas observações é possível compreender porque as instituições optaram em incluir a disciplina. No momento da implantação ainda não haviam diretrizes municipais para a disciplina de Sociologia, ou qualquer material que pudesse ser utilizado pelos professores como ponto de partida para embasar seus planos de trabalho e o planejamento das aulas. O objetivo da SMED era nomear os professores com formação na área, para estes discutirem e construírem as diretrizes que norteariam o trabalho. Segundo o relato da Diretora Pedagógica que atuou no período da nomeação dos professores, Quênia Strasburg, havia a preocupação de que a inserção da disciplina não fosse imposta pela SMED, mas oriunda de um processo de discussão das escolas ​e com livre adesão. A gestão municipal acreditava que as escolas precisam desenvolver suas propostas pedagógicas e curriculares, a partir do que a comunidade escolar acreditava
  • 6. como ideal a partir da realidade em que estava inserida. Dessa forma, não houve imposição de como deveria ser a carga horária e nem quais turmas seriam contempladas. Das 32 escolas que possuem séries finais, 13 escolas adotaram a disciplina de Sociologia. A Sociologia teve uma aceitação maior nas escolas que se localizavam em regiões de vulnerabilidade social e apresentavam grandes índices de violência, drogas e tráfico. Segundo as equipes diretivas, era necessário propiciar aos alunos uma compreensão dessas relações que lhes cercavam para transformá-las, segundo as equipes diretivas que optaram pelo implantação. Também ​identificamos que as que não aderiram, desconheciam as possibilidades pedagógicas e optaram por manter disciplinas tradicionalmente mais conhecidas na grade curricular. Atualmente, ap​enas 7 escolas continuam com a disciplina, conforme tabela abaixo, por problemas relatados em outro momento ​(​POSSAMAI, A. D. ; ​KERN, E. B. ; ROSSATO, J., 2015​)​, as quais t​ambém apareceram nesse texto, no que tange a legitimidade da Sociologia na Escola Tabela 1: Escolas que possuem a disciplina de Sociologia. Escolas Municipais (Séries Finais) Sociologia (CH) João Goulart 1 (7º– 9º) Santa Marta 1 (7º– 9º) Paulo Couto 1 (8º – 9º) Emílio Meyer 1 (6º – 9º) Dilza flores 1 (6º – 9º) Zaíra Hauschild 1 (6º – 9º) Paulo Beck 2 (6º – 9º) Fonte: Informações repassadas pelas equipes diretivas das escolas em 2017.
  • 7. 2.QUEM SOMOS E O QUE FAZEMOS: PANORAMA DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA EM SÃO LEOPOLDO Para construirmos um panorama sobre o desenvolvimento da disciplina na rede, buscamos traçar um perfil da atua​ção dos professores de Sociologia e identificar as aprendizagens enraizadas e significativas para os alunos a partir da disciplina. Para isso, construímos instrumentos de pesquisa distintos para os dois públicos de destaque, a fim de entender as construções e demandas de nossa rede. Para os professores foi aplicado um roteiro de entrevista semi-estruturado com 38 perguntas divididas em 4 partes: 1) características pessoais relacionadas ao trabalho; 2) características da escola; 3 metodologia e 4) relação professor-aluno. Para os alunos foi aplicado um questionário fechado 8 questões. A entrevista com os professores (anexo 1) foi realizada no primeiro encontro de formação para os docentes da disciplina em 2017 - iniciativa que conseguimos retomar depois de 6 anos. Inicialmente foi apresentado os dados do estudo anterior (POSSAMAI, A. D.; KERN, E. B.; ROSSATO, J. 2015) sobre a implementação da Sociologia na rede, depois compartilhamos a forma como cada uma está atuando (conteúdos, metodologia, projetos), as dificuldades e as experiências positivas, para termos uma prévia de como está o panorama da disciplina na rede. Com os professores conseguimos atingir 90% da totalidade do grupo docente que está atuando, totalizando 7 entrevistas. Os questionários com os alunos foram aplicados em uma amostra menor, devido o período de fechamento de trimestre e recesso escolar que dificultou os encontros e articulações para socializar o instrumento em tempo hábil de aplicação das perguntas nas turmas (anexo 2). As duas formas de coleta de dados são complementares e dialogam entre si, os questionamentos buscam ver concordâncias e discordâncias de determinados pontos a partir da visão de atores sociais diferentes, além de corresponder com a concepção que
  • 8. não existe docência sem discência, logo fazem parte do mesmo processo de análise sobre a aprendizagem. Por último, a experiência de coleta de dados nos coloca em nosso campo profissional a partir de outra posição de experiência: "​(...) o professor de sociologia, ele mesmo ator deste “campo de ação”, que é a escola, transforme-a em um “campo de observação sistemática”, um campo de pesquisa. Neste caso, ele (o professor) será um observador participante, um pesquisador participante.​" (PEREIRA, 2015, p.248) a) Dados discentes O instrumento de pesquisa foi aplicado em 3 turmas de 9º ano, os grupos concluintes que passaram por maior tempo de socialização com o conhecimento sociológico, portanto, com quem podemos acessar privilegiadamente as construções mais sólidas produzidas durante o Ensino Fundamental. Ao todo foram 69 questionários respondidos. A maioria dos alunos fez todo o Ensino Fundamental na mesma Escola, porém o estudo da Sociologia varia conforme o tipo de inserção da disciplina na Escola, em todos os anos finais ou apenas em alguns anos específicos (há escolas que intercalam 6 e 8 Filosofia, 7 e 9, Sociologia). Em geral, a disciplina está presente ou a partir do 7 ano ou apenas no 8 e 9 ano, demonstrando não haver uma regularidade na forma que foram colocados os componentes curriculares na rede municipal, inclusive variando conforme a opção de inserir apenas Sociologia, apenas Filosofia, ou ambas.Os discentes ao fazerem os anos finais na mesma escola, tendem a ter em sua grande maioria 1 professor, salvo casos de troca de turno e vindas de outras escolas Para verificar as relações de hierarquia entre as disciplinas, uma questão presente em todas as escolas, percebemos que houve falta de entendimento por uma pequena parcela de aluno que não marcaram conforme o solicitado. Sob os dados válidos, percebemos que é reproduzido em grande parte uma hierarquia constituída nas escolas sobre mais ou menos importância no currículo.
  • 9. Português e Matemática despontam, assim como é valorizada nos índices educacionais e no senso comum “saber ler, escrever e contar” ​como o fundamental de oferta da escola. Inglês aparece na sequência por ser valorizada como língua global e do mercado de trabalho, também com vinculação “prática”. É marcante que disciplinas que desenvolvem a sensibilidade, motricidade, relações interpessoais e não necessariamente demandam escrita são desvalorizadas como Artes e Educação Física. Ensino Religioso se insere neste quadro, especialmente por ser um componente com legitimidade questionável inclusive pelo corpo docente (não ser necessária formação prévia ou plano de trabalho específico). A Sociologia vislumbra nas disciplinas de “meio termo” como Ciências,Geografia, Filosofia e História. Sendo necessário mais dados para entender se dentre esse conjunto de disciplinas é vista como mais/menos importante. Em relação a aula de Sociologia em si, buscou-se analisar como os estudantes percebem em características a disciplina, como podemos ilustrar na tabela a seguir: Tabela 2 sobre a Questão 4 do Questionário Discente - Características da aula de Sociologia (Fonte: As autoras, 2017) Os pontos negativos da aula recebem pouco destaque, o que faz avaliar que a abordagem e o tratamento didático são válidos aos grupos estudados. Dimensões que
  • 10. foram pouco sinalizadas tais como autonomia podem indicar ou desconhecimento das palavra ou necessidade de re-pensar metodologicamente formas de atingir esses objetivos. Os aspectos mais apontados como diversidade, espaço de expressão, dinâmica, ajudar a pensar e agir diferente indicam que o diálogo é uma prática pedagógica marcante que possibilita alcançar tais objetivos. São aspectos que demonstram o reconhecimento do papel que a disciplina pode exercer, além da valorização do trabalho desenvolvido. Outros pontos tais como cooperação e assuntos polêmicos complementam os pontos acima. Para aprofundarmos o entendimento da percepção sobre a Sociologia na escola, também questionamos sobre as características do professor da disciplina, que a seguir podemos perceber que está correlacionada à questão anterior. Tabela 3 sobre a Questão 5 do Questionário Discente - Características do Professor de Sociologia (Fonte: As autoras, 2017)
  • 11. Os aspectos positivos se destacam frente aos negativos, indo ao encontro aos dados da pergunta sobre o retorno das aulas. Os professores sendo percebidos enquanto AMIGOS em quase a totalidade da amostra demonstra que as demais características somam-se a essa postura e as características da aula. Os educadores produzem espaço de confiança e segurança para o diálogo e expressão de ideias expressada anteriormente, especialmente pela capacidade de tolerância e mediação. Características como organizado e inovador são aspectos de reconhecimento do trabalho pedagógico frente a intencionalidade das propostas, dados que também colaboram para a aula de Sociologia ser colocada como importante e de aceitação pelos discentes. Tolerante e autoritário foram marcados em alguns casos pelo mesmo estudante, indicando, provavelmente desconhecimento de alguma dessas palavras. Rígido e autoritário aparecem com menor destaque contribuindo para concordar com a construção dialógica proposta dos professores de Sociologia da rede municipal. Para entendermos o aprendizado construído nos alunos em relação ao componente curricular, buscamos abordar pelos aspectos conceituais e atitudinais dos estudantes para também ter a possibilidade de correlacionar as respostas. As temáticas mais relevantes se mostram aquelas ligadas mais diretamente com a experiência de juventude dos estudantes marcada pela vulnerabilidade social que se inserem, havendo menos destaque aqueles que estão relacionados a um maior nível de abstração. Tabela 5 sobre a Questão 6 do Questionário Discente - Conteúdos mais marcantes
  • 12. (Fonte: As autoras, 2017) Assim percebemos com a tabela 5 que as respostas sobre a “prática” corresponde com a “teoria”: a transformação das atitudes e habilidades acontece a partir do aprendizado significativo daquilo que é vivido. Os aspectos negativos tem pouco destaque e as respostas correspondem com a intenção de formar sujeitos com essas características, o formato das aulas e o perfil identificado pelos discentes referente aos docentes. Por isso, as respostas dos educandos, faz entendemos que o reconhecimento das temáticas marcantes ao serem associadas com a possibilidade de mudança de atitudes, indica um caminho para mediação didática de um Sociologia Escolar para o Ensino Fundamental. O conhecimento da Sociologia produzido nas universidades passa necessariamente por um processo de mediação didática, uma dinâmica social onde intervêm os sujeitos presentes na escola, assim como os diversos aspectos da prática pedagógica, de modo a traduzir esses conhecimentos em conteúdos ensináveis nas escolas de Ensino Médio. Essa reflexão mobiliza uma discussão sobre a diferenciação da Sociologia como conhecimento de referência e da Sociologia como conhecimento escolar (OLIVEIRA, 2012, p. 99) Tabela 4 sobre a Questão 5 do Questionário Discente - Mudanças provocadas pela Sociologia
  • 13. (Fonte: As autoras, 2017) A única questão aberta do questionário provocava a escrita sobre a importância da Sociologia, como uma forma de entender a visão dos estudantes desse processo de formação que o conhecimento sociológico produziu ao longo do Ensino Fundamental. Percebemos que a disciplina é colocada como relevante porque esta consegue atingir o estudante de uma forma não só teórica e conceitual, mas também no aspecto relacional, na transformação do próprio sujeito para além da “decoreba”: ​“Com as aulas consegui abrir meus olhos para uma realidade que eu não via antes” e “Por que ensina a conviver melhor com os outros e se colocar no lugar do outro” ​são falas significativas para entender o destaque desse conhecimento nessa etapa de constituição do adolescente. ​É possível perceber que o diálogo produzido pela Sociologia é um diferencial frente às demais disciplinas e se distingue na forma de produzir a relação educando-educador, ou a expectativa de uma aula no sentido da Educação Bancária (FREIRE, 2005): ​“Porque a
  • 14. gente se aceita mais e pensa mais, sociologia ajuda no dia dia, sociologia é A VIDA” (destaque do/a estudante) Em relação com as respostas dos alunos, veremos que os professores contribuem para avaliarmos a relevância que a disciplina e a ação produzida por seu educador como potencializador de brechas e rupturas a práticas de uma escola tradicional, construindo aprendizagem significativa com a Sociologia. b) Dados docentes O universo empírico dos professores de Sociologia em São Leopoldo e de 9 profissionais vinculados a Prefeitura. Foram realizadas 7 entrevistas com 38 perguntas, logo acessamos uma riqueza de informações importantíssima para a continuidade das nossas formações e garantia de pautas que sejam específicas. O instrumento destinado aos professores foi extenso, porém necessário, uma vez que temos tantas dificuldades em ter momentos de troca de experiências e debater nossa atuação no município existem. Dessa forma conseguimos ter um registro que contribuiu para o nosso fortalecimento enquanto grupo docente dentro da rede de ensino. Constatamos que 90% do quadro docente são de educador​as e possuem uma média de idade de 32 anos. Sao moradoras da Região Metropolitana de Porto Alegre, utilizam em grande parte transporte individual para se deslocar ao trabalho, a média de tempo de deslocamento é 30 minutos, com os extremos de 10 minutos e 1h30. O grupo tem 90% dos professores como formação em Ciências Sociais, sendo a maioria com formação recente, a partir dos anos 2000. Em relação a qualificação todos os professores possuem pós-graduação, sendo 3 com mestrado, indicando um quadro qualificado dos professores. A maior parte do nível de estudo e de especializações, também realizadas a partir do ano 2000. Um indicativo para a busca por forma​ção ​é o plano de carreira - onde a especialização adiciona um acréscimo de 10% sobre salário
  • 15. básico, com mestrado mais 10% (apenas mestrado 15%) e o doutorado acrescenta mais 10% totalizando 30% de incentivo para o último nível de estudo. Em termos de formação continuada, os professores realizam as atividades fornecidas pela secretaria da Educação em sua maioria. Os eventos de nível acadêmico são poucos professores que frequentam, relacionado a interesses específicos e vínculos acadêmicos. Podemos constatar que a maior responsável pela formação continuada dos professores é a mantenedora e essa formação pode ser a única a ser acessada pelo professor. A média da jornada de trabalho dos professores é 40 horas semanais (sendo apenas uma caso com 60h), sendo apenas uma professora com vínculo na rede privada, 3 na rede estadual e os demais colegas complementam sua carga horária na rede municipal. Todos os professores atuam em apenas 1 escola da rede municipal com média de 7 anos de vinculação com a Prefeitura. Os educadores lecionam em alguns casos para além de Sociologia, disciplinas das Ciências Humanas – especialmente Ensino Religioso, sendo apenas um caso complementando CH com a disciplina de Artes (o qual possui forma​ção complementar para tal​). A necessidade de completar CH com outras disciplinas se relaciona com a carga horária semanal da disciplina (90% das escolas possuem apenas 1 período) e o fato de a maioria das escolas (80%) a disciplina não está presente no 6 ano. Em relação aos hábitos de lazer os professores colocam no mínimo uma opção semanal de atividade para o tempo livre, destacando o Cinema para todos os entrevistados. As opções mais recorrentes são aquelas que tem baixo custo ou fácil deslocamento, influenciando neste caso, o local de residência e a oferta cultural da cidade. E significativo que apenas um entrevistado colocou a leitura como opção de lazer recorrente. Porém, nos questionamentos sobre hábitos de leitura, todos indicam fazê-lo em algum formato. Destaca-se as leituras curtas que possibilitam a dedicação em um tempo mais restrito como revistas, artigos, jornais, blogs e sites. A média de leitura de livros por ano é 4 variando entre romances, ficção e livros que abarcam assuntos das Ciências
  • 16. Humanas. Assim, se o vínculo de trabalho é em grande parte apenas com a rede municipal, a participa​ção nas ​formações realizadas pelo incentivo e oferta da mantenedora, é possível que uma maior oferta ao formato de leitura indicado pelos professores incentive uma maior disponibilidade a leitura. Sobre a atuação na gestão democrática, a maioria dos professores (5) já participou de algum espaço, especialmente Conselho Escolar e cargos da Equipe Diretiva, indicando que esses profissionais se engajam nas questões escolares e tem seu trabalho reconhecido dentro dos seus grupos. Frente a acolhida da disciplina os contextos são diversos. Há escolas onde já havia professores de Sociologia, logo a aceitação foi tranquila e classificada como “atenciosa”, em virtude do trabalho anterior. Em outros casos a inserção foi classificada como “traumática”, “solitária” e com “desconfiança” seja pela novidade da disciplina (“é que nem Religião”) ou pela disputa de carga horária com disciplinas como Português e Matemática. Para além da acolhida da disciplina, em muitos casos o profissional foi recebido com resistência dentro da escola, porém com o tempo essas relações se atenuam. Percebemos que a Sociologia com seu professor precisam conquistar espaço, confiança e reconhecimento constantemente de alunos e demais docentes do quadro para justificar sua existência e permanência. A valorização da disciplina nas escolas retratam 3 cenários que podem variar conforme a direção e o grupo de professores, portanto não é uma constata​ção ​estática. Existe a indiferença onde a preocupa​ção e ter os alunos ocupados em sala de aula mantendo a escola mais tranquila e organizada para gerenciar. Em seguida percebemos a desvalorização, especialmente, por causa da disputa de períodos relativos a português e a matemática, componentes curriculares formadores do IDEB. Houve inclusive uma escola que optou colocar a Educação Física no contra turno para aumentar a carga horária de Português e Matemática para 4 períodos - anteriormente havia três períodos para tais componentes e Sociologia permaneceu com 1 período semanal, acentuando a desigualdade na valorização das disciplinas. Um outro exemplo é a
  • 17. escola que possui isonomia na carga horária fazendo com que a Sociologia tenha 2 períodos, assim como Português potencializando o conflito pela grade curricular. A valorização é destacada a partir de iniciativas como as salas temáticas, a menção da sociologia no Projeto Político Pedagógico (PPP) através da parte diversificada, a valorização do professor como um articulador de projetos e a sua capacidade de dar um “olhar diferenciados” pela sua formação em Ciências Sociais. Em duas escolas foi viabilizado edições do professor de livro didático Sociedade e Movimento da editora Moderna (específico para o EF). Por parte dos alunos existe um reconhecimento e aceitação dos temas debatidos, fazendo com que os demais professores percebam a importância desses diálogos (ausentes em suas disciplinas). As dificuldades que foram apontadas pelos professores passam pela valorização da disciplina, por isso existirão casos onde não haverão dificuldades, pois a disciplina está bem estabelecida pelo trabalho do professor, mas em outros ainda possui conflitos com concepções tradicionais de escolas sobre o “domínio de turma” e com direções mais conservadoras que buscam o “enquadramento do professor”. As relações sobre conflito dentro da escola também acabam recaindo dentre as atividades do professor de Sociologia, como alguém com condições favoráveis para a mediação (abertura de espaço para diálogo). Todos os professores constatam que a infraestrutura das escolas interfere no desenvolvimento das aulas, a falta de condições de um acesso pleno à internet (pouco horário no laboratório de informática; internet lenta e equipamentos estragados), falta de auditório na maioria das escolas; a carências de materiais como livros, revistas, mapas, livros didáticos, equipamento multimídia, fazendo com que os professores levem seus materiais ou recursos próprios; ainda é listado a necessidade de espaço adequado para um planejamento qualificado. Nesse sentido, as salas temáticas favorecem a construção das condições materiais necessárias por cada professor. Os docentes colocam como obstáculo a uma maior qualidade no Ensino de Sociologia a necessidade de dois períodos (consequentemente aumentando número de
  • 18. turmas e burocracia), mais tempo para planejar na escola, bem como formações específicas a disciplina. A necessidade de melhoria salarial como meio de diminuir a carga horária, a realização das reuniões administrativo-pedagógicas no turno de trabalho (atualmente é noturno, todos trabalham durante o dia na rede municipal uma vez que a disciplina não e lecionada na EJA) e a demanda por incentivo financeiro a pós-gradua​ção também sao postas pelos educadores (a Prefeitura já custeou parte do curso de Pedagogia para docentes ​de nível Magistério, por exemplo). Ainda há as insatisfações sobre a escola frente ao contexto social ​``estou bem insatisfeita em lecionar, não pela escola ou pelos alunos, mas pelo sistema em si, pela sociedade e estou desencantada com a própria Sociologia``. ​O ``reencantamento`` deve ser produzido ao diagnosticarmos nossas dificuldades e refletir sobre as alternativas frente às demandas mais imediatas e encontrar redes de apoio para intervenções mais coletivas e estruturais. Os problemas de alfabetização enquanto um problema para o aprendizado de Sociologia é consenso entre o grupo de professores, sendo utilizada as possibilidades de apoio que a rede municipal oferece como atendimento especializado e estudos de recuperação, entretanto, nem sempre suprem a demanda. O que coloca o conflito com a Língua Portuguesa novamente em destaque: faltam períodos de Português ou o problema está em como ensinar Português? A perspectiva dialógica de construção de conhecimento, que apareceram nas características da aula de Sociologia e sobre nas definições desses professores, se faz presente na forma de pensar “o que é uma aula de Sociologia”, portanto, demonstrando uma correspondência entre aquilo que é estudado, planejado, desenvolvido, avaliado e construído nas turmas. Mesmo sendo o primeiro momento em que essas trocas foram possíveis, encontramos bastante sintonia entre o grupo que compõem a rede municipal. Logo podemos perceber que existe uma relação entre contexto institucional, concepções de educação compartilhadas e reconhecimento das características das comunidades escolares para as definições relativas à metodologia. As escolhas metodológicas do ensino em geral e do ensino de sociologia em particular dependem do modo como a escola está organizada, como o trabalho
  • 19. docente se estrutura, como os docentes são contratados, como esses docentes compreendem a função da escola, como pensam a infância e a juventude no contexto atual e como estruturam suas aulas. (SILVA, 2009, p.64) As aulas são pensadas em torno de seus objetivos e tempo de duração do período, a diversidade de recursos, a contextualização com a realidade social dos estudantes e situações-problema das experiências estudantis, as possibilidades de envolvimento e participação por meio de dinâmicas e atividades “concretas” (jogos, trabalhos...) a fim de atingir a reflexão e o desenvolvimento do pensamento crítico. A organização dos conteúdos demonstra maior margem de diferenças, inclusive por haver bastante autonomia na questão de construção do Plano de Estudos e Trabalho de Sociologia, não havendo uma cobrança para corresponder com as Diretrizes municipais; por não haver muitos outros locais de ensino de Sociologia no Ensino Fundamental de parâmetro para comparação (ou poucos debates acadêmicos sobre); também porque são poucas as escolas da rede e a inserção e em cada instituição varia a forma de inserção (quais anos e quantos períodos). Ou seja, há abordagens diferentes que se adequam aos diferentes espaços escolares. A maior parte do grupo trabalha temáticas por trimestre, mas há também docentes que trabalham desenvolvendo e aprofundando um assunto por ano. A adequação do trabalho em relação ao público-alvo também é destacada seja, pelas características sócio-culturais, sejam pela dimensão cognitiva-intelectual, como destaca um educador ​“Se uma turma participa mais, utilizo mais debates, se é mais quieta trabalho com produção textual.”. A avaliação faz parte do processo sobre o entendimento da disciplina na escola, o objetivo que os docentes possuem em relação a formação dos estudantes e como entendem o aprendizado. Portanto, percebemos uma avaliação processual e contínua, onde faz parte o aprendizado dos conteúdos, mas também as atitudes e o crescimento pessoal de cada educando. A capacidade de expressão escrita e oral e a diversidade de instrumentos avaliativos se destacam nos apontamentos dos educadores como podemos
  • 20. observar nas seguintes colocações: ​“Tento avaliar o aluno como um todo, não apenas nos conteúdos, mas sua postura colaborativa ou não; tento utilizar instrumentos diversos de avaliação (caderno, texto, prova, participação, pesquisas) e penso que avalio minha prática pedagógica, mas deveria fazer muito mais auto-avaliação.​” e “​Avaliação conjunta do coletivo da aula; auto-avaliação, avaliação periódica; muito diálogo para ver se faz sentido os conteúdos.” Relativo aos materiais didáticos, podemos observar que correspondem a visão estudantil sobre aulas diversificadas e inovadoras, bem como a intencionalidade pedagógica de despertar curiosidade, interesse e diálogo com as turmas a partir de diferentes recursos. Textos, vídeos, imagens, charges, fotos, revistas, jornais, exercícios, slides, músicas foram citados por boa parte dos professores como elementos que são facilitadores para a compreensão de conteúdos, produzindo perguntas, debates e reflexão. Logo, percebemos a correspondência dessa resposta com a apropriação de espaços diversos das escolas: uso do laboratório de informática, da biblioteca, da sala de vídeo, do pátio,do auditório (quando existe) e do próprio bairro (nas ocasiões de saída de campo). Todos os professores apontam para o fato de construírem seus materiais didáticos, pela falta de materiais específicos aos anos finais do Ensino Fundamental. Utilizam como referências livros didáticos do Ensino Médio, adaptações de textos acadêmicos e busca de ideias nos portais de busca (por exemplo Wikipedia), ou ainda em redes sociais específicas para buscar inspirações como o Pinterest. É citado ainda sites de universidade e laboratórios de Ensino de Sociologia, mas em menor quantidade, assim como os portais de revistas educacionais. A produção de materiais didáticos específicos apontam para a busca por mediação didática que corresponda a faixa-etária atendida e a necessidade de compartilharmos tais materiais entre o grupo da rede municipal. Sobre o envolvimento dos educadores na vida coletiva da escola e com experiências que rompam com a aula tradicional, utilizamos como indicadores a interdisciplinaridade, a realização de pesquisas, o incentivo à iniciação científica, e o incentivo a saídas de campo.
  • 21. De forma geral, a maioria dos professores contribui (ou tenta contribuir) e está presente nessas construções. As experiências interdisciplinares em geral são poucas, centradas na área de Ciências Humanas e Linguagens, expressando a estrutura institucional em que o trabalho docente é primordialmente solitário, demandando tempo e características de cada espaço escolar para haver possibilidade de construções conjuntas. Essa característica também reflete na capacidade de fazer pesquisa na disciplina, havendo colegas com maior trajetória de pesquisas realizadas (por exemplo são citadas: ​história do bairro, história da escola, religiões do bairro”​), outros com maior dificuldade, e aqueles que participam de atividades que envolvem toda a escola. Frente às experiências de iniciação científica, a maioria dos educadores avalia fazer, há destaque para a formação ofertada pela Prefeitura para o estímulo da pesquisa na Educação Básica, as situações em que vira disciplina obrigatória ou pela persistência dos educadores: ​“Há 3 anos venho desenvolvendo com os alunos práticas que motivem a escola a trabalhar com pesquisa, de uma forma não institucionalizada, motivamos os alunos a motivar os colegas e a escola para produzir pesquisa.” Sobre os passeios, novamente demonstra as características de cada espaço escolar, havendo uma quantidade de educadores que realizam certas saídas da escola com maiorregularidade, aquelas que contribuem às vezes e os que gostariam de fazer mais. Logo, a vontade de alcançar as possibilidades citadas acima estão presentes no grupo, e quando pouco realizada é em virtude de questões institucionais-estruturais. Em relação à dimensão das relações professor-aluno, as respostas indicam um “fechamento” da entrevista e da coerência das respostas analisadas. Os educadores avaliam como “boa” sua relação com as turmas, expressando aspectos como construção de vínculos e proximidades como características que fazem haver pouco conflitos, podendo destacar a seguinte fala, que também expressa as relações sobre valorização da disciplina e inserção na escola:
  • 22. Avalio como boa no momento até ter me inserido completamente na escola e na comunidade escolar. Até ser reconhecida enquanto uma profissional “legítima” da escola, foram muitas tensões. A idade e a disposição por construir relações pedagógicas dialógicas e horizontais são bastante contrastantes com a estrutura da instituição escolar. Portanto, a exigência para “termos autoridade” produziu muito “descrétido” frente meu trabalho. A insistência, o compromisso, o olhar respeitoso ao aluno e a busca por atingi-los pedagogicamente de alguma forma acredito que foram alguns elementos que contribuíram para a aceitação. Atualmente, sendo conhecida pelo meu trabalho pelas famílias ao lecionar para muitos parentes de ex-alunos, contribuem para o entendimento que é “assim que dou aula e que dá certo”. A sensação que tenho é que construi autoridade frente as turmas sem precisar xingar e humilhar, pois eles sabem que meus limites são bem abrangentes, mas que eles existem (agressões, desrespeito, descaso…). As diferenças entre a relação educando-educador frente às outras disciplinas retorna a construção de hierarquias subjetivas entre disciplinas, seja pela forma de tratamento inter-pessoal: ​“Eles usam as aulas para expor suas angústias e dialogamos muito, para que eles possam entender e lidar com outros conflitos que ocorrem, entre eles e às vezes com professores.”. ​Ou ainda porque acreditam que Sociologia não reprova, e não reproduz a lógica da “cópia-repetição”. ​A menor parte dos colegas expressa que a disciplina não é vista com diferenças frente às demais (30%). Por fim, apesar das dificuldades e conflitos, é unânime a avaliação que a inserção da Sociologia no Ensino Fundamental é válida, pois abordam temáticas, metodologias e concepções epistemológicas que produzem uma diferença prática no cotidiano escolar, tal distinção sendo aceita e visto como necessária por parte dos estudantes: ​“É um espaço que eles se sentem confortáveis para expor suas ideias e reivindicações referentes a escola.” O levantamento de dados dos pólos dessa relação “educador-educando” revelou que a perspectiva dialógica de ensino da Sociologia é construída por parte dos professores, reconhecida pelos alunos, construindo aprendizados que atingem o estudante de uma forma holística, sendo um fator que contribuiu para a sua humanização enquanto indivíduo na sociedade pelo exercício da práxis educativa. O diálogo abre a possibilidade de troca de saberes, de uma relação horizontal no processo de construção de conhecimento, onde aquilo que o sujeito é, pensa e sente faz parte desse processo de fazer junto a experiência educativa. A relação dialógica se abre ao
  • 23. outro em toda a sua complexidade, incentivando um movimento contínuo e conjunto de objetivar a realidade e reconstruí-la. O diálogo é ferramenta para a tarefa mediadora do docente: ​“Nesse sentido, o diálogo assume o papel mediador entre a teoria (representada pelos conteúdos) e a prática (entendida como a realidade e a ação no mundo das vivências materiais e subjetivas), transformando-se em práxis, síntese entre teoria e prática” (PEREIRA, T. I., p. 53) O indivíduo se constroi como sujeito histórico, autônomo e protagonista nesse movimento dialético, humanizando-se. A humanização, para além da escolarização, é a capacidade de transformação que os conhecimentos elaborados produzem nos atores sociais sob suas experiências concretas, ou seja: ​“ (…) educar é humanizar; é ensinar-aprender a genteidade. Concomitantemente a teorias e conceitos, aprendemos a humanização pela convivência dialógica, solidária e cooperativa (...)” (HENZ, 2015, p. 13) Por isso, os dados discentes e docentes apresentam importantes informações para entender e refletir sobre o desenvolvimento da aula de Sociologia na rede municipal de São Leopoldo, sintetizando informações que as próprias protagonistas desconheciam, no sentido da visão coletiva, proporcionando uma panorama que nos coloca questões a desenvolver em nossas próximas formações com os docentes da disciplina. 3.CONCLUSÃO: RESISTÊNCIAS, CONSTRUÇÕES E DESAFIOS A Sociologia nos currículos escolares pode abrir um espaço frente a um: Em meio a uma sociedade neoliberal capitalista em processo de democratização, a violência, a exclusão, a discriminação, a dominação, enfim, a desumanização ainda são uma realidade gritante para muitas pessoas. Nesse contexto, somos desafiados a assumir-mos como educadores e pesquisadores a partir da realidade das classes menos favorecidas, buscando fazer de nossas escolas e universidades espaço-tempos de vivências e aprendizagens mais humanizadoras do que a rua, o mercado de trabalho, a exploração capitalista e tantos outros mecanismos de agressão à dignidade de crianças, jovens e adultos. (HENZ, C.I.,2015, p.12) Ao analisarmos os instrumentos de pesquisa percebemos alguns aspectos abordados: como os conteúdos a serem trabalhados, a forma como serão aplicados em
  • 24. sala de aula e o diálogo como caráter importante nas dinâmicas em sala de aula. A práxis no diálogo encontra-se o seu expoente em Paulo Freire, ​o diálogo assume o papel de mediador entre a teoria e a prática, transformando-se em práxis, síntese entre a teoria e a prática ​(2005). Contudo, devemos ter cuidado ao partir só da realidade dos educandos ao planejar as aulas. Pois, segundo Freire, só a prática sem teoria, sem reflexão vira ativismo. Ao que só a teoria sem a prática torna-se verbalismo. Ao compreender a construção dessa práxis, percebemos a importância da construção dos conteúdos ou de um material necessário para a prática das aulas de Sociologia em conjunto com todos os docentes da rede. O diálogo não só com os estudantes, mas entre os professores, troca de material e vivência. Além que a construção dos conteúdos mínimos progamáticos da disciplina também possui caráter político. Por isso, uma educação problematizadora, necessita de uma prática docente que se problematize para que no processo educativo rompa com os estudantes: (…) uma concepção mágica, mecanicista e cientificista do mundo e da educação, assentada em concepções dogmáticas será possível desencadear uma práxis educativa dialógica, reflexiva e criativa, capaz de gerar transformações na realidade e nos próprios seres humanos que vão aprendendo a se assumirem como agentes ativos, como sujeitos do processo no qual e pelo qual se descobrem sendo gente (ou impedidos de ser), humanizando-se intersubjetivamente.” p. 13 (HENZ, C.I., 2015, p. 13) Esses aspectos afirma o papel importante da Sociologia no contexto escolar no município de São Leopoldo como disciplina problematizadora da realidade social no qual encontra-se os nossos estudantes. A romper com a “cultura do silêncio” (ANDREOLA, 2006 apub PEREIRA, 2015) nos nossos estudantes, contribuindo para uma sociedade mais democrática. Em transformar os discentes em sujeitos autônomos e preparados para a realidade social (PEREIRA, 2015). O desenvolvimento da pesquisa produziu, trocas, a percepção sobre o papel da Educação Dialógica e a práxis educativa como eixo presentes da nossa prática na rede municipal, bem como perceber que ao longo de 10 anos, apesar de todas as dificuldades (conflitos por causa da grade curricular, tensões com equipes diretivas, pressões de
  • 25. gestões para a retirada da disciplina) nos resistimos e marcamos espaço em nossas instituições de ensino. Temos o desafio de afirmar-mos na rede municipal, demonstrar nossa existência e relevância, necessidade que este artigo procurou desenvolver. Ou seja, esse texto produz o reconhecimento de nossos avanços e limitações, compartilhamos nossos pequenos avanços como referência da possibilidade real da Sociologia existir e importar nos Anos Finais do Ensino Fundamental. Entretanto, também sinalizamos as lacunas desse processo, para podermos nos fortalecer e buscar apoio frente nossas demandas. Ainda há um caminho a trilhar para a institucionalização das disciplinas de Sociologia e Filosofia na rede municipal, objetivo que pretendemos colaborar para uma qualificação contínua, tendo em visto que essa busca está embasada em práticas pedagógicas de relevância. Logo, a necessidade de uma lei municipal que institua a obrigatoriedade ou de Sociologia ou/e Filosofia nos 4 anos finais do Ensino Fundamental, devem vir acompanhados de debates sobre o projeto de escola que cada instituição se coloca a construir, pois isso atinge a existência (ou não) de hierarquia entre as disciplinas. A inserção de novas disciplinas na grade curricular, deve promover a discussão sobre “o que/porque/para que estamos fazendo frente a formação dos nossos estudantes” e o papel de cada conhecimento nesse projeto, para além de acirrarmos a disputas entre indivíduos e suas “caixinhas”, devemos promover condições para se debater isonomia entre os saberes. A reduzida carga horária, a hierarquização dos conhecimentos, a presença pouco homogênea sobre quais são os anos que a escola deve ofertar Sociologia, a falta de materiais e formações específicas são condicionantes que precarizam o trabalho do profissional em Ciências Sociais na Educação Básica, como mostram os dados. Sabemos que existem estratégias para valorizar e qualificar nossos trabalhos a partir de experiências já construídas como as Salas Temáticas, a possibilidade de Sociologia aparecer na parte diversificada do Plano Político Pedagógico de Apoio (sendo essa última uma opção para qualquer instituição de qualquer rede de ensino) e os encontros de formação contínua que estamos realizando entre nós mesmos.
  • 26. Entretanto, é inegável que a institucionalização por meio de Lei Municipal produz uma forma “legítima” de ampliação das disciplinas entre mais escolas da rede de São Leopoldo e maiores condições de acessar recursos para nosso componente curricular. Destacamos ainda, que a formação de uma legislação que respalde e amplie as práticas de Sociologia no Ensino Fundamental devem vir acompanhadas de provimento de licenciados em Ciências Sociais para esses cargos evitando “re-alocar” outras formações para lecionar nossa disciplina, realidade que apesar de minoritária, existe atualmente (contraditório uma vez que existe Cadastro Reserva do concurso público de 2015). Nossa trajetória demonstra que a capacidade dialógica dos professores de Sociologia produz construções necessárias nas escolas, apesar dos conflitos e adversidades colocados pelos contextos educacionais. Ou seja, é uma prática sem ação mecânica de repetição, pois: Para entender a realidade, não basta, e até é inconveniente, que o professor fique repetindo autores, teorias e conceitos sociológicos, sem nenhuma relação com a busca por esta compreensão da realidade. Estamos sugerindo aqui que este modo de observar, de pensar e de fazer sociológico seja aplicado à escola pelos professores e seja ensinado aos alunos. Não como conteúdos em si mesmos, mas como uma prática cotidiana. (PEREIRA, 2015, p. 247) A atuação do profissional em Ciências Sociais na escola produz o próprio estranhamento e desnaturalização da instituição escolar enquanto estrutura social, para além do êxito percebido na construção de tais objetivos pelos estudantes. A Sociologia por meio do diálogo consegue produzir mediação didática de forma a construir aprendizagem significativa do conhecimento sociológico, sendo catalisador no processo de humanização estudantil.
  • 27. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ABECS, Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais. ​REUNIÃO COM PREFEITURA DE SÃO LEOPOLDO (RS) ENCAMINHA FORTALECIMENTO DA SOCIOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL. Disponível em: https://www.abecs.com.br/reuniao-com-prefeitura-de-sao-leopoldo-rs-encaminha-fortalecimento-da- sociologia-no-ensino-fundamental/​. Acessado em: Julho de 2017 FREIRE, P. ​Pedagogia do oprimido. ​Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.. HENZ, C. I. Educação e ​Pesquisa: Possibilidades de empoderamento e cidadania das classes populares​.In: PEREIRA, T. I.. Aprender e ensinar com Paulo Freire: por uma escola emancipatória. 1. ed. Porto Alegre: Cirkula, 2015. 128p . OLIVEIRA, L. F. ​A sociologia e as tensões sociais, epistemológicas e culturais da escola. In: FIGUEIREDO, André Videira de; OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; PINTO, Nalayne Mendonça (Orgs.). Sociologia na Sala de Aula: reflexões e experiências docente no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2012. PEREIRA, L. H.. ​Sociologia: a arte da ruptura, da construção e da explicação. ​Revista Ciências Sociais Unisinos, v. 51, p. 244-250, 2015. PEREIRA, T.I. ​Humanidades na escola: O Ensino de Sociologia e Filosofia na perspectiva freireana. ​In: PEREIRA, T. I.. Aprender e ensinar com Paulo Freire: por uma escola emancipatória. 1. ed. Porto Alegre: Cirkula, 2015. P.51. POSSAMAI, A. D. ; ​KERN, E. B. ; ROSSATO, J. . Sociologia no Ensino Fundamental: a implementação e experiência da rede municipal de São Leopoldo/RS​. In: IV ENESEB, 2015, São Leopoldo. Anais do IV ENESEB. Porto Alegre: CirKula, 2015. p. 150-151 SILVA, Ileizi L. F.. ​Fundamentos e Metodologias do ensino de sociologia na educação básica. In: HANDFAS, Anita; OLIVEIRA, Luiz Fernandes de.. (Org.). A Sociologia vai à escola.. 1ed.Rio de Janeiro: Quartet; FAPERJ, 2009, v. , p. 63-91.
  • 28. ANEXOS Anexo 1 - ​Perguntas para o levantamento das práticas e experiências da Sociologia na rede municipal de São Leopoldo PERFIL 1) Gênero: ...........................................2) Idade: ....................................... 3) Onde reside: 4) Quanto tempo leva de deslocamento para trabalhar: ​5) Qual meio de transporte utiliza para trabalhar: ​6) Formação, ano de conclusão e instituição (Graduação e pós) Curso: ............................................. Ano: ................... Instituição: ................................. Curso: .................................. Ano: ............................. Instituição: .......................................... Curso: ................................. Ano: .............................. Instituição: .......................................... 7) Participou de eventos acadêmicos na área de Sociologia, cursos e palestras? Cite quais participou nos últimos 5 anos ou o que lembrar e aproximadamente o ano que foi. ​8) Participa de cursos de formação ou eventos de formação relacionados à educação? Quantos por ano e cite os que participou nos últimos 2 anos. ​9) Leciona há quanto tempo e em quais áreas/níveis/disciplinas: Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................ Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................ Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................ Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................ 10) Quanto tempo está na rede: ....................................................................................................................... 11) Em quantas escolas municipais trabalha: ........................................................................................................................ 12) Quantas horas semanais trabalha: .................................................................................................................................. 13) Em quais redes de ensino trabalha: ..................................................................................................................................... 14) Com quais turmas trabalha: ............................................................................................................................................. 15) Com quais disciplinas trabalha: ........................................................................................................................................
  • 29. 16) Quais os hábitos de lazer mais comuns? (ida em museus, teatros, cinemas, exposições, etc). Com qual frequência (semanal, mensal ou anual) Lazer:............................................................ Frequência: ...................................................... Lazer: ................................................................ Frequência: ................................................. Lazer: ........................................................................................ Frequência: ........................................................ Lazer: ........................................................................................ Frequência: ........................................................ Lazer: ........................................................................................ Frequência: ........................................................ 17) Tem o hábito de ler? Quantos livros por ano e os gêneros? ................................................................................................. Outras leituras e a periodicidade? .................................................................................................................................... 18) Já ocupou cargos na gestão escolar? (Equipe diretiva, CPM, Conselho Escolar) Se sim, quais? ESCOLA 19) Qual a Carga Horária da disciplina na escola? .................................... 20) Como foi a acolhida ao assumir a disciplina? 21) A escola valoriza ou desvaloriza a Sociologia? Com quais ações percebe essas atitudes? 22) Há dificuldades na escola, colegas, direção em relação a disciplina (existência de conflitos por causa do perfil do professor, da forma de dar aula...)? 23) As necessidades estruturais das escolas (materiais, internet...) interferem no Ensino de Sociologia? 24) Quais as necessidades em termos de condições de trabalho/carreira interferem na qualidade do Ensino de Sociologia? (tempo de planejamento, formações, necessidade de dedicação exclusiva, incentivo a pós-graduação... ) 25) Na sua avaliação, as dificuldades de alfabetização interferem na aprendizagem da Sociologia? Na existência de situações vividas, como são encaminhadas? METODOLOGIA 26) Quais elementos considera importante para a organização de uma aula? O que prioriza para o planejamento da aula de Sociologia?
  • 30. 27) Como organiza/pensa a organização dos conteúdos? 28) Como pensa a questão da avaliação? Como é a avaliação da Sociologia? Quais características definem sua forma de avaliar? 29) Quais recursos didáticos mais utiliza? 30) Você cria materiais didáticos? Busca em livros? Utiliza da internet? Quais referências principais utiliza para material de apoio? 31) Você consegue desenvolver parcerias interdisciplinares? Com quais disciplinas? 32) Você consegue desenvolver projetos na escola? 33) Você realiza pesquisa de iniciação científica com os alunos? 34) Você ajuda na organização de passeios na escola? Quais passeios já realizou? 35) Você utiliza outros espaços escolares além da sala de aula? RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO 36) Como você percebe a sua relação com as turmas? 37) Existe diferenças em relação às outras disciplinas? 38) Como você avalia a presença da Sociologia por parte dos alunos? (envolvimento, identificação, aceitação)? Anexo 2 - Questionário para as turmas de 9º ano 1) Em quais anos você estudou Sociologia? ( ) 6 ano ( ) 7 ano ( ) 8 ano ( ) 9 ano 2) Quantas professoras já teve? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 3) Quais disciplinas são (+) ou (-) importantes que Sociologia? ( ) Inglês ( ) Filosofia ( ) Matemática
  • 31. ( ) Artes ( ) Português ( ) Educação Física ( ) Geografia ( ) Ciências ( ) História ( ) Ensino Religioso 4) Assinale as 5 características que você considera mais marcantes da aula de Sociologia. ( ) Diálogo ( ) Espaço de expressão das ideias ( ) Assuntos poucos interessantes ( ) Difícil ( ) Diversidade ( ) Dinâmica ( ) Reflexão ( ) Autonomia ( ) Divertida ( ) Chata ( ) Muito crítica ( ) Cooperação ( ) Conscientização ( ) Assuntos polêmicos ( ) Ajuda a agir diferente ( ) Faz pensar na vida ( ) Muita leitura ( ) Repetitiva ( ) Distante da realidade ( ) Desinteressante 5) Marque no máximo 4 alternativas que definam o seu professor de Sociologia em sala de aula (como dá aula). ( ) Rígido ( ) Mediador ( ) Autoritário ( ) Tolerante ( ) Não tem controle da turma ( ) Amigo ( ) Organizado ( ) Desorganizado ( ) Inovador (as aulas são diferentes) ( ) Repetitivo (aula sempre do mesmo jeito) 6) O que a aula de Sociologia transformou em você enquanto ser humano? Marque quantas achar necessárias. ( ) Me fez pensar sobre minhas escolhas de vida ( ) Sou mais consciente ( ) Sou menos preconceituoso ( ) Aprendi a ouvir
  • 32. ( ) Aprendi a me colocar no lugar do outro ( ) Aprendi a expressar o que penso ( ) Aprendi a me aceitar e entender ( ) Sou mais curioso ( ) Me ajudou na minha convivência familiar ( ) Me atrapalhou na minha convivência familiar ( ) Sou mais participativo ( ) Sou mais cooperativo (ajudo o outro) ( ) Comecei a ler mais ( ) Mudei pontos de vista que tinha (ideias sobre determinado assunto) ( ) Não me transformou em nada 7) Quais os conteúdos mais marcantes das aulas de Sociologia ao longo do seu Ensino Fundamental? Marque no máximo 5. ( ) Preconceito e Discriminação ( ) Violência ( ) Política ( ) Abuso Sexual ( ) Cidadania ( ) Cultura ( ) Identidade ( ) Desigualdade ( ) Socialização ( ) Grupos Sociais ( ) Direitos Humanos ( ) Gênero e Sexualidade ( ) Bullying ( ) Exclusão Social ( ) Trabalho ( ) Juventude ( ) Racismo ( ) Capitalismo ( ) Indústria cultural ( ) Tecnologia ( ) Movimentos Sociais ( ) Injustiça ( ) Democracia ( ) Globalização 8) Você avalia que foi importante ter Sociologia no Ensino Fundamental? ( ) Sim ( ) Não. Justifique.