3. 2
Prefeitura de Salvador
João Henrique de Barradas Carneiro
Prefeito
SECULT
João Carlos Bacelar Batista
Secretário
Marília de Castilho Pereira
Subsecretário
Eliezer Cruz
Assessor de Gestão
Gilmária Ribeiro da Cunha
Coordenadora de Ensino e Apoio Pedagógico
Edna Rodrigues de Souza
Subcoordenadora da CENAP
Telma Cruz Costa
Coordenadora da EJA
Equipe EJA
Adalice Maria Azevedo Santana
Ailda Damasceno de Jesus
Cristiane Bacelar Lima da Cunha
Denise Nascimento de Araujo
Lourdes de Fátima Santos Pinto
Verônica de Souza Santana
4. 3
Consultoras
Alessandra Azevedo
Ana Beatriz Simon Factum
Ronalda Barreto Silva
Colaboradoras
Adelci Assis Brasil
Carla Araújo de Cerqueira
Célia Silva da Costa
Claudio Amorim Pereira
Cristiano d´Almeida Ribeiro
Edelzuita M. do Sacramento
Edilma Oliveira S. Quadros
Edleuza Lino da Cruz Souza
Elane Cristina F. Oliveira
Gilmária Oliveira dos Santos
Izes Nascimento dos Santos
Janeide Bispo Silva
Janesmare Ferreira dos Reis
Janete dos Santos Reis
Jaqueline Santos de Jesus
Josélia Silva de Oliveira Lima
Josileda Rodrigues dos Santos
Maicon Ventura da Silva
Márcia Francisca S. Ferreira
Márcia Maria Martins do Lago
Marcio Lima Guimarães
Maria Cidenísia Oliveira Santos
Maria das Graças Moraes Marques
Maria das Graças Vieira Santos
Monica Francisco Neri Ribeiro
Mônica Reis Xavier
Raquel de Souza Batista
Rita de Cássia Quintela da Silva
Rosangela Gomes da Silva
6. 5
Eu sou um intelectual que não tem medo de ser
amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é
porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu
brigo para que a justiça social se implante antes da
caridade.
Paulo Freire
APRESENTAÇÃO
Este documento foi elaborado pela equipe de Professores e Coordenadores
pedagógicos que fizeram parte do primeiro Curso de Economia Solidária
oferecido pela SECULT, com o objetivo de construir a proposta pedagógica da
disciplina Economia Solidária. O conteúdo pertinente à Economia Solidária é
uma necessidade no Segmento de Educação de Jovens e Adultos, por ser
esse, primordialmente, o público que constitui a população economicamente
ativa do município de Salvador e sua Região Metropolitana.
Com a compreensão de que a Economia Solidária é uma alternativa de
sobrevivência frente à situação de desemprego e de precarização do trabalho,
para um público composto de pessoas subempregadas e desempregadas, em
busca de alternativas para a sobrevivência, melhoria na qualidade de vida e
emancipação, o MEC e a SECULT têm estimulado experiências que articulem
os conteúdos pertinentes à formação do trabalhador solidário na Educação de
Jovens e Adultos - EJA. Assim, tem como finalidade contribuir para a sua
preparação, tendo em vista o mundo do trabalho, oferecendo condições de
gerenciamento do seu potencial produtivo.
A intenção é a de promover processos de transformações efetivas na qualidade
de vida das populações jovens e adultas e compreender a importância de
incorporar ao currículo a dimensão do mundo trabalho. Dessa forma, a inclusão
social, o acesso, a permanência e o sucesso dos alunos partem de um
processo pedagógico adaptado às necessidades e à realidade dos mesmos,
7. 6
cuja escolaridade, dentre outros fatores, não permitiram galgar postos mais
elevados na hierarquia social do trabalho.
A formação continuada teve como finalidade promover uma reeducação para
pessoas que foram formadas para a economia de mercado, cuja ênfase está
na transição do modo competitivo para o modo cooperativo de produção e
distribuição, levando-as a perceber que a desigualdade não é natural, é injusta
e só pode ser superada pela solidariedade entre homens e mulheres.
Os empreendimentos da economia solidária resultam da união entre pessoas
excluídas do emprego. Por isso que se configura como um ato pedagógico na
medida em que propõe uma nova prática social, permite a valorização das
potencialidades dos diferentes sujeitos e do ambiente e, também, subverte o
papel da escola enquanto espaço de construção de práticas de cooperação,
solidariedade e sustentabilidade. Tem em vista, portanto, a reflexão sobre os
diversos processos de produção e trabalho nas sociedades, ao longo da
história, possibilitando a emancipação e empoderamento do educando em
relação aos aspectos sócio-políticos e econômicos.
Para construção deste documento norteador da prática pedagógico foram
propostos momentos de encontro para discutir a inclusão sócio-produtiva e a
possibilidade de uma estratégia de desenvolvimento diferenciada, inclusiva,
implementando, assim, o currículo do SEJA I e II da Rede Municipal de Ensino
de Salvador. Para manter as diretrizes estabelecidas para a organização
curricular desse segmento, pensou-se em trabalhar os conteúdos da Economia
Solidária de forma transversal no SEJA I e de forma disciplinar no SEJA II,
conforme exigências legais.
8. 7
1 HISTÓRICO
O Projeto de Formação em Economia Solidária para
Professores/Coordenadores de Educação de Jovens e Adultos da Rede
Municipal de Salvador-Ba teve como objetivos:
a) Promover a reflexão sobre a reeducação do modo competitivo ao modo
cooperativo de produção;
b) Desenvolver uma cultura coletiva do trabalho em contraposição à cultura
capitalista, individualista e competitiva;
c) Formar sujeitos críticos, capazes de participar como sujeitos históricos
na Educação de Jovens e Adultos, integrando conhecimentos e práticas
em Economia Solidária como forma de possibilitar aos educandos da
EJA e comunidades a apropriação de novas formas de geração de
trabalho e renda de maneira sustentável e solidária;
d) Aprofundar o estudo do Método Paulo Freire relacionando com a
formação de jovens e adultos na cultura da autonomia, participação e
respeito à diversidade;
e) Discutir a prática da solidariedade no campo econômico como forma de
construir novas possibilidades de sobrevivência de parcelas da
população que se encontram em situação de vulnerabilidade social;
f) Estimular a formação de empreendimentos solidários entre educandos
da EJA.
O curso foi concebido como sistema aberto, dinâmico, que permitiu o
envolvimento de Professores e Coordenadores Pedagógicos de diferentes
Escolas Municipais e CRE´s, valorizando a experiência pessoal, a troca e o
exercício da aprendizagem coletiva, constituindo no locus catalisador do
processo de transformação social local e territorial.
9. 8
Discutiu-se a política pública de Educação de Jovens e Adultos, pautada em
diagnósticos socioeconômicos e culturais da realidade social que teve como
resultado final a elaboração deste Projeto Político Pedagógico, já que há a
pretensão de oferecer a disciplina Economia Solidária em todas as escolas
municipais de Salvador como obrigatória nas turmas de SEJA II e transversal
nas turmas de SEJA I. Trata-se de uma proposta inovadora que aborda a
inserção social pelo trabalho, tendo a lógica da emancipação como norte.
A proposta da disciplina objetiva que os alunos das escolas municipais
apropriem-se de conhecimentos e práticas didático-pedagógicas que
integrem educação, trabalho associado e geração de renda nos
diferentes contextos e de maneira efetiva, traduzindo esta proposta
como uma estratégia que possibilita a inserção social, a emancipação e
a melhoria da qualidade de vida dos sujeitos de forma sustentável e
solidária1
,
Esta apropriação oportunizará o acesso a uma nova cultura do trabalho,
organizado em bases solidárias, na busca da autonomia, da cooperação,
condições para a desalienação do trabalhador, sua plena participação social e
o exercício da cidadania em contraposição à uma cultura competitiva e
individualista que o capitalismo impõe.
O trabalho como princípio educativo e emancipador foi o eixo principal da
formação que propõe a construção dos conhecimentos a partir da valorização e
resgate da experiência de vida e de trabalho, através do respeito e
reconhecimento da cultura, do saber e dos anseios do grupo. Centrou-se na
discussão da educação e trabalho associado, dos princípios e valores da
Economia Solidária, estimulando a reflexão pela troca de experiências entre
1
Manual “Produção de Materiais e Formação de EJA e Economia solidária da Resolução FNDE/Cdno. 51
de 15 de dezembro de 2008, que estabelece critérios para a apresentação, seleção e apoio financeiro a
projetos que visem o fomento à produção de material pedagógico‐formativo e de apoio didático de EJA,
à formação de educadores, coordenadores e gestores da EJA e à publicação de experiências de EJA
todos com ênfase na Economia Solidária, p.1.
10. 9
eles/as e os/as professores/as e com os membros dos empreendimentos2
visitados, o que permitiu a apropriação dos conhecimentos por meio do diálogo
com a realidade dos sujeitos envolvidos nos processos educativos.
Pretendeu-se, portanto, partir do universo do indivíduo (Professores e
Estudantes/Cooperados), entendendo-os como sujeito da sua história e
possibilitando que os mesmos fizessem a leitura do seu mundo. Com a
intenção de construir coletivamente um modelo participativo de inserção dos
conteúdos da Economia Solidária na Educação de Jovens e Adultos, foi
elaborado de forma participativa o Projeto Político-Pedagógico para o
SEJA/SECULT, buscando fortalecer as novas formas de gestão democrática
das escolas públicas. A perspectiva posta foi a de construção do conhecimento
em condições igualitárias entre os atores envolvidos no processo.
Foram realizadas atividades destinadas à prospecção, identificação, registro e
a criação de mecanismos de apoio à inovação e pesquisa, com vistas à
elaboração de uma metodologia própria, aplicável aos conteúdos e práticas da
Economia Solidária na Educação de Jovens e Adultos. Portanto, entende-se a
disciplina de forma mais ampla, sem abandonar suas funções específicas de
componente indispensável à formação profissional integrada. Ela se constitui
em um espaço capaz de realizar a dimensão pedagógica do plano de
Educação de Jovens e Adultos, integrando educação, trabalho e
desenvolvimento socioeconômico e ambiental a partir da escolha de questões
urgentes existentes na comunidade em que a escola está inserida para
estudar, compreender e propor soluções.
Como já explicitado, a formação oferecida convergiu para a elaboração deste
Projeto Político-Pedagógico que terá a finalidade de dar os primeiros passos no
trabalho que deverá ser realizado pelos docentes da Rede Municipal de
Educação de Salvador, no segmento da Educação de Jovens e Adultos.
2
Cooperativa Cooper Plástico (Simões Filho);
CAMAPET – Estação Ferroviária – Calçada – Salvador - BA
11. 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Estamos vivenciando significativas transformações sociais, políticas e
econômicas que provocam preocupações e tensões em função da alta
concentração da riqueza e o agravamento das desigualdades sociais,
produzindo, em consequência, um setor de excluídos não mais incluíveis e,
também, em manifestações políticas de intolerância, autoritarismo, neo-
nazismo. Essas transformações ocorrem num momento de crise do
capitalismo, na busca de revitalizá-lo, levando-o a um novo modelo de
funcionamento, um novo modelo de acumulação da riqueza. O modelo que
todos nós vivenciamos, o taylorismo-fordismo, é superado pelo modelo
denominado de acumulação flexível ou regime mundializado sob a égide
financeira (SILVA, 2001).
Significativas mudanças no mundo do trabalho, as quais têm sido possíveis
graças à intervenção do Estado, vêm se ampliando no sentido de fornecer a
base para as transformações pretendidas. As referidas transformações têm
enfraquecido o poder de barganha da classe trabalhadora e uma conseqüência
lógica seria a queda da resistência à perda das conquistas sociais, mesmo
supondo-se uma maior organização da sociedade civil. A precarização do
trabalho se aprofunda e o desemprego se amplia, aumentando a pobreza, a
miséria e agravando os problemas sociais.
Enfrentamos o problema da precarização social que resulta das novas formas e
condições de trabalho. Castel (1998) analisa essa situação, preocupando-se
não somente com os indivíduos que foram postos à margem do processo das
transformações recentes (excluídos). Preocupa-se, sobretudo, com aqueles
que permanecem no interior das zonas de coesão social ou nas zonas de
integração, em seu frágil equilíbrio, constituído a partir do vínculo entre as
relações de trabalho e as formas de sociabilidade, com o enfraquecimento da
condição salarial. Afirma que essa condição chegou a estruturar quase
inteiramente nossa formação social nebulosa de situações marcadas pela
instabilidade e pela incerteza do amanhã (SILVA, 2001).
12. 11
Há uma evidente revolução de espaço e tempo, liberação do uso da força de
trabalho, exarcebação do individualismo, com base na ideologia meritocrática.
A competição é a tônica e não a cooperação e a solidariedade entre indivíduos
e povos.
Este Projeto Político Pedagógico propõe-se a fomentar uma reflexão sobre o
desenvolvimento e a cidadania de segmentos da população que se encontra
em situação de vulnerabilidade social frente às transformações do mundo do
trabalho e o aumento da exclusão social.
Nessa perspectiva está a proposta da Economia Solidária. A Economia
Solidária como política pública de geração de trabalho e renda vem crescendo
no Brasil nas esferas municipais, estaduais e federais, ainda que seja um
universo recente e carente de análises na sua prática. Para Singer (2000,
p.25), de acordo com Azevedo et al (2009), ela emerge no Brasil de forma
esparsa na década de 1980, crescendo a partir da segunda metade dos anos
90, em decorrência da reação de diversos movimentos sociais à crise de
desemprego em massa iniciada em 1981 e agravada com a abertura do
mercado interno às importações a partir de 1990 (apud AZEVEDO, 2007). O
universo da Economia Solidária no Brasil é composto por uma diversidade
muito grande de tipos de empreendimentos, seja na forma jurídica
(cooperativas, associações e empresas recuperadas), seja na atividade
desenvolvida3
.
Para Gaiger (apud POLI, 2006, 134), os empreendimentos econômicos
solidários combinam a busca de eficiência e viabilidade com o aprimoramento
dos princípios cooperativos e democráticos, bem como a sua autonomia de
gestão com uma atitude de responsabilidade e de envolvimento social e a
obtenção de resultados econômicos com outros benefícios no plano da
educação, da qualificação profissional, da cultura e outros.
3 Vale ressaltar que esse universo inclui desde os trabalhadores informais, cooperativas de costura, triagem de
resíduos, fabricação de produtos alimentícios, os empreendimentos industriais autogestionários, até os profissionais
liberais que optam por se agruparem e montarem empreendimentos autogestionários (SINGER, 1997).
13. 12
A Economia Solidária é uma proposta de desenvolvimento onde homens e
mulheres são centrais no processo. Trata-se de um processo onde os homens
e mulheres se educam em comunhão. Onde não há um saber superior e,
portanto, todos os saberes são respeitados. Assim, independente de
escolaridade, todos vêem-se como parte importante do processo. Aqui a
comunidade é tomada não numa perspectiva ortodoxa de substituir o Estado,
mas num processo de politização cotidiana, a partir de uma participação
efetiva.
O sentido é da oposição à uma educação bancária que “deposita”
conhecimentos no educando (estudantes e cooperados). Pretende-se uma
prática progressista e, para tanto, é preciso assumir que o ato de ensinar não
é “transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou
sua construção” (FREIRE, 1996, p.22) para não amesquinhar o caráter
formador da experiência educativa (AZEVEDO et al, 2009).
De forma oposta, segundo Freire (1977), deve existir um intercâmbio contínuo
de saber entre educadores e educandos, com o escopo de que os últimos não
se limitem a repetir mecanicamente o conhecimento transmitido pelos
primeiros. Por meio do diálogo entre professores e alunos, estabelecem-se
possibilidades comunicativas em cujo cerne está a transformação do educando
em sujeito de sua própria história.
A proposta se opõe ao discurso de construção do novo homem, do novo
cidadão, com base no modelo de competência e empregabilidade para uma
nova organização social, segundo um novo paradigma de Estado, fundado em
valores mercantis para atender, dentre outros, à transformação da estrutura do
mercado de trabalho, com terceirização, precarização e flexibilização das
relações trabalhistas; passagem da sociedade do emprego para a sociedade
do trabalho, isto é, desaparecimento dos direitos sociais do trabalho;
transferência de deveres e responsabilidades do Estado e do direito social e
subjetivo do cidadão para a sociedade civil que se constitui em um novo
paradigma de políticas públicas: oferta pública e execução na sociedade civil.
14. 13
A proposta busca pensar a formação do trabalhador em um sentido oposto ao
individualismo e à competitividade da economia de mercado, preocupa-se com
a formação para o trabalho e a cidadania de segmentos da população que se
encontram em situação de pobreza e miséria com o aumento da desfiliação4
. O
propósito é discutir a formação do segmento de jovens e adultos em uma
direção que enfatiza a preservação da vida e a cidadania, tendo como questão
central a possibilidade de emancipação do trabalhador, considerando que a
Economia Solidária constitui-se em um movimento que discute a inclusão
social pelo trabalho, de modo diferente da lógica taylorista e da lógica toyotista.
De outra parte, a cooperação mostra-se capaz de converter-se no
elemento motor de uma nova racionalidade econômica, apta a
sustentar os empreendimentos através de resultados materiais efetivos
e de ganhos extra-econômicos. Pesquisas empíricas vêm apontando
que a cooperação na gestão e no trabalho, no lugar de contrapor-se
aos imperativos de eficiência, atua como vetor de racionalização do
processo produtivo, com efeitos tangíveis e vantagens reais,
comparativamente ao trabalho individual e à cooperação, entre os
assalariados, induzida pela empresa capitalista (GAIGER et al., 1999;
PEIXOTO, 2000). O trabalho consorciado age em favor dos próprios
produtores e confere à noção de eficiência uma conotação bem mais
ampla, referida igualmente à qualidade de vida dos trabalhadores e à
satisfação de objetivos culturais e ético-morais (GAIGER, 2003, p.
192).
As novas relações supõem uma formação dos recursos para uma cultura
autogestionária, para a participação e para o labor produtivo, o que equivale a
formar trabalhadores-gestores e a suplantar a divisão típica da empresa
capitalista (AZEVEDO e SILVA, 2010). “Desenham-se as bases de uma nova
cultura profissional, dada pelo conjunto de competências produtivas, pelo
envolvimento mútuo com o futuro do empreendimento” (GAIGER, 2003, p.
204).
4
Termo utilizado por Robert Castel (1998) para referir-se aos laços de sociabilidade que se desintegram
com o desemprego.
15. 14
Nessa perspectiva, Singer (2000) afirma que a economia solidária casa
o princípio da unidade entre posse e uso dos meios de produção e
distribuição com o princípio da socialização destes meios em razão do
progresso técnico que cria sistemas a serem operados por grande
número de pessoas, agindo coordenadamente. Entende, portanto,
diferentemente de Gaiger (2003), que o modo solidário de produção e
distribuição parece um híbrido entre o capitalismo e a pequena
produção de mercadorias, mas que se constitui em uma síntese que
supera ambos. (AZEVEDO e SILVA, 2010, p. 6)
Os atores da Economia Solidária primam por desenvolver as tecnologias
sociais. As tecnologias sociais podem ser definidas como “conjunto de técnicas
e metodologias transformadoras, desenvolvidas e/ou aplicadas na interação
com a população e apropriadas por ela, que representam soluções para
inclusão social e melhoria das condições de vida”5
. A interação entre saber
acadêmico e saber popular retoma os ensinamentos de Paulo Freire (2005;
2008) no sentido da leitura de mundo e respeito ao saber do outro. Busca uma
formação “não bancária” em que a tecnologia teria o papel de mediar a unidade
entre o trabalho e a ciência. O trabalhador, assim, é visto como o germe de um
novo de tipo de homem, conforme preconiza Gramsci, um intelectual
especialista e ao mesmo tempo dirigente.
2.1 O SUJEITO DE SEJA
Em um diálogo aberto com os professores, concluímos que o nosso educando
traz consigo uma gama de conhecimentos, sendo ele o sujeito da sua própria
aprendizagem, a qual acontece de forma conflituosa entre os seus
conhecimentos antigos e os novos e de forma coletiva. O professor, querendo
ou não, não consegue realizar sua prática de maneira espontânea, pois ela só
acontece quando há troca de informação entre professor e aluno, e quando
este respeita os saberes que os educandos já adquiriram na sua trajetória de
vida.
5
Instituto de Tecnologia Social – ITS.
16. 15
Sendo os nossos educandos trabalhadores do segmento formal e informal, o
ato de ensinar exige do professor uma postura que atrele o saber científico ao
saber popular, analise sua práxis pedagógica numa reflexão-ação, assuma e
reconheça a própria identidade cultural e a dos alunos. São pessoas de origem
popular, afro-descendentes, que têm a expressão religiosa de matriz africana
bem marcante em suas vidas, moradores de periferia, representados por
diversos tipos de famílias. A grande maioria é oriunda de pais analfabetos e,
também, interromperam os estudos para ganhar o seu próprio
sustento. Buscam conhecimentos sistematizados, pensando desenvolver a
leitura e a escrita para crescer no mercado de trabalho em busca de uma vida
digna e atualizar-se em relação às informações e conhecimentos para
ter acesso ao mundo globalizado.
Os educandos entendem e participam das manifestações populares oferecidas
pelo município de Salvador e Região Metropolitana, bem como pelas
comunidades em que se encontram inseridos. Vivem em um contexto social
produzido e promovido por eles mesmos, extremamente rico em cultura, o que
permite a realização de um trabalho contextualizado e significativo em sala de
aula.
2.2 UMA PROPOSTA TRANSVERSAL PARA O SEJA I
Embora a temática da Economia Solidária venha conquistando visibilidade
crescente nos últimos anos no Brasil e dos inúmeros trabalhos científicos que
aparecem em várias universidades, através da própria dinâmica no seio da
sociedade civil e dos movimentos populares, ou por meio das inúmeras
experiências de políticas públicas que vêm sendo empreendidas em diferentes
cantos do país, trata-se ainda de uma novidade na qual repousa grandes
expectativas sociais, econômicas e culturais. Por essa razão, não pode estar
dissociada das discussões no âmbito educacional que se iniciou com
17. 16
construção da Plataforma da Economia Solidária na Plenária Nacional (em
dezembro de 2002 em São Paulo).
Em agosto de 2004, foram enriquecidos e aprofundados aspectos dessa
Plataforma, disponível nos Fóruns Estaduais e na Secretaria Executiva
Nacional. A última versão desse documento estabelece que o ensino da
Economia Solidária deva contemplar temas transversais como gênero, raça,
etnia e fazer parte dos programas de órgãos públicos como o Ministério da
Saúde, Ministério do Trabalho, Emprego e Renda e Ministério do Meio
Ambiente.
Diante destas verificações, o que estamos propondo para a Economia Solidária
para constar do Programa Educacional no Segmento SEJA I é a
transversalidade deste tema nas salas de aula dos nossos jovens e adultos,
para embasá-la como disciplina no SEJA II, como prevê o currículo desse
segmento. A idéia é que a Economia Solidária faça parte do quadro dos temas
transversais já estabelecidos nos PCNs.
Nessa perspectiva, a orientação é estabelecer a Economia Solidária como alvo
de discussões, análises e reflexões a partir da realidade de cada espaço
escolar e/ou comunidade. O que se busca, portanto, é um conhecimento
imbricado com a realidade, com a construção de conhecimentos que gerem
novas posturas para alunos e professores. Em se tratando do referido tema,
isso não parece difícil para operacionalizar, na medida em que o estudo dessa
temática envolve várias outras que podem percorrer as diversas disciplinas do
currículo escolar, como trabalho e renda, justiça social, meio ambiente,
consumo, dentre outras.
Compreendendo que o ensino é algo dinâmico e que necessita adaptar-se às
diversas realidades, as orientações aqui sugeridas têm a intenção de nortear o
processo de elaboração das propostas de trabalho de cada Unidade Escolar
para o Ensino da Economia Solidária, numa perspectiva transversal,
respaldada na realidade e nas demandas de cada instituição. Entende-se que o
18. 17
tema pode possibilitar ao educando posicionar-se de forma crítica frente à sua
realidade, na construção da sua cidadania.
Vincular as concepções que norteiam a prática da Economia Solidária no Seja I
e II, por meio de Temas Transversais e/ou disciplina instituída, requer uma
fundamentação que foi estabelecida nos conceitos de Autogestão; Ecologia de
Saberes; Intertransculturalidade; Cooperação; Pedagogia da Produção
Associada, dentre outros que solidificam a Economia Solidária na sociedade
atual. Diante disto, ponderaremos sobre estes conceitos no decorrer deste
documento.
19. 18
3 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DA DISCIPLINA ECONOMIA
SOLIDÁRIA – SEJA II
Boaventura Santos (2009) nos apresenta a Economia Solidária, defendendo a
articulação da consciência operária com a consciência cidadã, a autogestão
quanto à questão do controle, gestão do processo e da organização do
trabalho. Através da OLT (Organização por Local de Trabalho), os
trabalhadores forjam seus instrumentos de auto-organização para dar vida às
suas utopias. Assim, podemos falar de autogestão numa perspectiva de longo
prazo, enquanto sociedade futura em que os produtores gerem a propriedade
social e de autogestão das lutas e organizações, enquanto resistência cotidiana
à organização autoritária do trabalho. A autogestão deve ser estudada de duas
forma diferentes: como “meio de luta”, abrindo caminho, e , como “meio de
reorganização”, a transformação “de baixo para cima” da vida cotidiana e do
Estado.
Neste sentido, a perspectiva de uma Economia Solidária e de Cooperativas de
Produção e Consumo faz parte da cultura e da prática autogestionárias. Surge
como nova forma de gestão autônoma do conjunto social. Por conselho
operário entende-se o controle da gestão da fábrica, com a conquista do poder
político.
Para Lia Tiriba (1994) a auto-gestão é uma forma de promover a disciplina
voluntária, onde os trabalhadores conciliem prazer e trabalho, mantendo a
produtividade. Para isso, no entanto, deve-se observar questões como:
comportamento do grupo ao assumir os meios de produção; como foram
educados; em que medida é possível mudar o sentido do trabalho e mesmo o
sentido da vida; em que medida é possível driblar a lógica excludente do
mercado capitalista; Segue-se a lógica da fábrica? Não tendo a perspectiva de
competir no mercado, é preciso tentar competir politicamente e construir uma
nova cultura do trabalho. É preciso um olhar crítico sobre a Utopia da
Autogestão no tempo do Neoliberalismo. Tiriba (op cit) não se refere a
empreendimentos autogestionários, mas na inspiração do trabalho através da
20. 19
autogestão. Considera a importância da valorização e consciência da
existência dos muitos mundos do trabalho e da escolaridade de seus membros
(média de três anos no Brasil) – hoje, o “Calcanhar de Aquiles” dos
empreendimentos associativos.
Quando Boaventura de Sousa (2009) apresenta “A ecologia de saberes”,
propoe que esta deva contar com a participação de diferentes saberes e seus
sujeitos. A ecologia é plural. É um equívoco, e uma visão reducionista,
considerar a ecologia no singular. A ecologia de saberes chama atenção ao
saber propositivo, uma vez que foca no reconhecimento da pluralidade de
saberes heterogêneos, da autonomia de cada um deles.
A ecologia dos saberes definida pelo sociólogo português Boaventura de
Sousa Santos “consiste na promoção de diálogos entre o saber científico ou
humanístico que a universidade produz e saberes leigos, populares,
tradicionais, urbanos, camponeses, provindos de culturas não ocidentais que
circulam na sociedade.” (2009). Propõe uma articulação entre o saber popular,
social, com o saber técnico e científico, num processo de mútua fertilização e
de inclusão do conhecimento social excluído das universidades.
A relação entre autogestão e ecologia dos saberes entra em consonância com
as idéias de Paulo Freire que, no seu penúltimo livro “À Sombra da Mangueira”,
escrito em 1995, analisa e denuncia o utilitarismo e o consumismo pós-
moderno neoliberal e anuncia uma concepção de civilização que não nega a
importância da tecnologia atual, mas à subordina a outros valores, os da
cooperação e da solidariedade. Segundo Paulo Freire, a Economia Solidária
expressa um conjunto de práticas associada às ações de consumo,
comercialização, produção e serviços, ligados à participação coletiva,
autogestão, democracia, cooperação, intercooperação, auto-sustentação,
promoção do desenvolvimento humano, responsabilidade social e a
preservação do equilíbrio dos ecossistemas. Hoje, as Redes de Economia
Solidária agrupam organizações de todo o planeta e oferecem um novo modelo
de convivência.
21. 20
No contexto da atual educação intertranscultural, Paulo Freire está vivo com a
concepção de que as diferenças devem não apenas ser respeitadas, mas
compreendidas como riquezas culturais com as quais todos podem aprender e
crescer.
A Economia solidária como práxis pedagógica inaugura a série Educação
Popular. Prefaciado por Paul Singer, neste livro Moacir Gadotti (2009) sustenta
que a Economia Solidária não trata apenas de produtos e serviços. Ela é, antes
de tudo, a adoção de um conceito, o conceito de bem viver. Por isso, ela
precisa tanto da educação quanto a educação precisa dela. Segundo o autor, a
economia solidária é o embrião de uma nova sociedade e uma alternativa real
ao capitalismo que, por natureza, é incapaz de atender a todos e a todas com
justiça. A Economia Solidária resgata, hoje, na América Latina, o caráter
contestatório, participativo, alternativo e alterativo dos primórdios do grande
movimento da educação popular.
A Economia Solidária como ato pedagógico, compreendendo a atual conjuntura
sócio-política e econômica do Brasil como desafiadora para quem segue
acreditando que fazer diferente é possível, necessário e urgente. Sonia Kruppa
(2005) confrontou o modelo neoliberal de educação – que visa educar o sujeito
para ser mais produtivo – com a Economia Solidária, compreendida como
autogestão e Pedagogia construtora do socialismo. A educação produtivista
encara o sujeito como instrumento da produção, reduzindo-o a um operador do
sistema capitalista, baseado na exploração. A Economia Solidária como
proposta de formação apreende o trabalho e o sujeito como ser autônomo e
coletivo.
Kruppa (2005) embasou suas reflexões na trajetória como educadora na
Incubadora de Cooperativas Populares da USP e na Secretaria Nacional de
Economia Solidária do Ministério do Trabalho, criada em 2003, a partir da
mobilização do Fórum Brasileiro de Economia Solidária. Na Secretaria, junto
com Paul Singer, vivenciou o diálogo entre a Economia Solidária e a Educação
de Adultos. A única maneira de aprender a construir a Economia Solidária é
22. 21
praticando-a. Mas seus valores fundamentais precedem sua prática e exigem
que as pessoas formadas no capitalismo sejam reeducadas.
Essa reeducação tem de ser coletiva, pois deve ser de todos os que efetuam
em conjunto a transição do modo competitivo ao modo cooperativo de
produção e distribuição. Essa reeducação coletiva representa um desafio
pedagógico, pois se trata de passar a cada membro do grupo outra visão de
como a economia de mercado pode funcionar e do relacionamento cooperativo
entre sócios. A pedagogia da Economia Solidária requer a criação de situações
em que a reciprocidade surge espontaneamente, como o fazem os jogos
cooperativos. Visa não apenas o aprendizado do comportamento adequado,
mas o sentimento que surge da prática solidária.
A Economia Solidária é produzida tanto por convicção intelectual como por
respeito e afeto pelo próximo com o qual se coopera. Todos têm inclinação
tanto por competir como por cooperar. Qual dessas inclinações acabará por
predominar, vai depender muito da prática mais freqüente, que é induzida pelo
arranjo social em que o sujeito nasce, cresce e vive. Os que se formam no
capitalismo são postos em situações de competição desde a infância, na
família e na escola. Ainda assim, na necessidade ou em situações de exclusão,
as pessoas percebem que a solidariedade e o coletivo são meios de se buscar
uma saída. No Brasil, a freqüente opção pela Economia Solidária por
trabalhadores com ponderável vivência sindical, explica-se por seus valores.
A educação que a luta de classes proporciona aos operários está embebida em
valores solidários e igualitários que estão na base do socialismo, enquanto
projeto e utopia. Os trabalhadores, assim como os pequenos produtores de
mercadorias e os pobres em geral, inclinam-se espontaneamente à Economia
Solidária sempre que têm ensejo de realizar autonomamente alguma atividade
econômica, de forma coletiva. A efetividade desse ensino decorre
provavelmente da estreita conexão entre seus fundamentos teóricos e sua
aplicação prática.
23. 22
Diz Paulo Freire: “Ninguém ensina nada a ninguém; aprendemos juntos.”
(1995). Isso se aplica inteiramente à Economia Solidária, enquanto ato
pedagógico. Docentes e discentes são igualmente inexperientes. Os primeiros
possuem conhecimentos teóricos, os segundos o saber que se adquire por
tentativa e erro na práxis. Nessa interação, produz-se um auto-aprendizado
mútuo.
24. 23
4 OBJETIVOS
1. Que os sujeitos do SEJA I e II “apropriem-se de conhecimentos e práticas
didático-pedagógicas que integrem educação, trabalho associado e geração de
renda nos diferentes contextos e de maneira efetiva, traduzindo esta proposta
como uma estratégia que possibilita a inserção social, a emancipação e a
melhoria da qualidade de vida dos sujeitos de forma sustentável e solidária”6
;
2. Estabelecer uma base da formação em Economia Solidária para os sujeitos do
SEJA I e SEJA II.
4.1 METODOLOGIA DE ENSINO. QUAL USAR NA DISCIPLINA
ECONOMIA SOLIDÁRIA?
A metodologia de ensino busca apresentar roteiros para diferentes situações
didáticas, conforme a tendência/corrente pedagógica adotada pelo facilitador e
a escola, para garantir que o educando absorva os conhecimentos propostos,
interaja e construa de forma crítica e apresente suas conclusões através das
atividades pedagógicas.
Diante destas discussões, a pesquisa-ação é uma proposta metodológica que
possui um caráter revolucionário ao propor a saída do modelo clássico de fazer
pesquisa, em que o pesquisador apenas observa (há uma separação do
pesquisador - objeto e dos pesquisados). A pesquisa-ação coloca em questão
o “mito” da neutralidade científica ao trazer a nova proposta, motivo porque o
pesquisador deverá estar preparado para trabalhar, dentre outros fatores, a
questão da subjetividade (própria e dos sujeitos). A pesquisa-ação é bastante
6
Manual “Produção de Materiais e Formação de EJA e Economia solidária da Resolução
FNDE/Cdno. 51de 15 de dezembro de 2008, que Estabelece critérios para a apresentação,
seleção e apoio financeiro a projetos que visem o fomento à produção de material pedagógico-
formativo e de apoio didático de EJA, à formação de educadores, coordenadores e gestores da
EJA e à publicação de experiências de EJA todos com ênfase na Economia Solidária, p.1.
25. 24
eficaz no sentido de proporcionar ao pesquisador informações específicas e
detalhadas, possibilitando uma profunda análise organizacional.
Possibilita gerar subsídios metodológicos participativos aplicáveis em projetos
de pesquisa, ensino e extensão, especialmente no contexto da capacitação
organizacional em empresas de vários setores, para o desenvolvimento local
(rural e urbano) e sobre questões relacionadas com tecnologia e formação
profissional. A pesquisa-ação apresenta-se como opção metodológica em
ciências sociais, organização, educação, comunicação, tecnologias
apropriadas e demais áreas.
O maior objetivo da pesquisa-ação é proporcionar novas informações, gerar e
produzir conhecimento que traga melhorias e soluções para toda a
organização. E Thiollent (1997) vai além, afirmando que o conhecimento não é
somente para informar, mas, principalmente, para conscientizar o grupo. Diante
de um mercado que sofre constantes mudanças, a aplicação de uma pesquisa
em que os sujeitos também são construtores (ativos) é proporcionar a inserção
deles, pois esta é construída de forma participativa, que sejam compreendidos:
1) A pesquisa-ação envolve os atores de maneira igualitária e
democrática;
2) A relação entre pesquisador e sujeitos é horizontal, isto é, se
caracteriza por uma pesquisa sujeito-sujeito (os pesquisadores
também participam da pesquisa-ação, ou seja, não são apenas
observadores);
3) A pesquisa-ação tem o intuito de diagnosticar a situação-problema e
propor ações coletivamente;
4) Está diretamente ligada à cultura organizacional;
5) Implica também a produção de conhecimento, aprendizagem e
mudança de forma co-responsável, dado que é um construto de
forma participativa. (THIOLLENT, 1997, p. 138)
26. 25
Ao pensar a prática pedagógica, entendemos que só serão possíveis
mudanças significativas na educação brasileira à medida que o professor tiver
uma compreensão profunda da razão de ser da sua prática/intenção e uma
clara opção política acerca do seu ato pedagógico: Que cidadão eu estou
preparando?
Embora muitos professores sintam que têm um papel importante na
determinação de mudanças significativas no processo de ensino, frustram-se
quando, na busca de alternativas, nem sempre conseguem bons resultados. Se
na sua prática cotidiana o professor percebe que a metodologia adotada
favorece apenas alguns alunos, em detrimento de outros ou da maioria, é
preciso que ele compreenda e tenha claro o porquê disso, a que alunos este
método favorece e porque os favorece. Sem essa compreensão, dificilmente
conseguirá mudanças que levem a resultados significativos.
Alguns pontos chaves devem ser analisados, tais como: a necessidade de que
o aluno tenha participação ativa no processo ensino-aprendizagem; critérios de
escolha a ser considerado, conforme os itens a seguir:
Objetivos educacionais;
Experiência didática do professor;
Estrutura do assunto e tipo de aprendizagem envolvida;
Etapa no processo de ensino;
Contribuições e limitações das atividades de ensino;
Tempo disponível;
Aceitação e experiência dos alunos;
Facilidades físicas.
Cada atividade tem um potencial pedagógico diferente e limitações específicas,
não se pode oferecer uma receita didática, mas apenas conceitos e tipologias.
Alguns dos importantes subsídios de escolha são:
27. 26
1) O objetivo de ensino é o definidor dos critérios de seleção e organização
dos métodos e técnicas;
2) A estrutura do assunto a ser ensinado determina o tipo de atividade;
3) As características próprias das atividades de ensino;
4) A etapa no processo de ensino determina o tipo de atividades mais
indicado;
5) Tempo e as facilidades físicas disponíveis;
6) Analisar, teorizar, sintetizar, observar, aplicar e transferir o aprendido
são capacidades que devem ser desenvolvidas junto ao aluno.
As atividades metodológicas desenvolvidas devem ser combinadas, de forma
simultânea ou seqüencial, oferecendo ao aluno a oportunidade de perceber e
analisar o assunto sob diversos ângulos.
Segundo Vasconcellos (1999, p. 147), de acordo com a teoria do conhecimento
que fundamenta o trabalho do professor, considera como referência a
concepção dialética de conhecimento, destacando a problematização como
elemento nuclear na metodologia de trabalho em sala de aula. Se forem
adequadamente captadas, as perguntas deverão provocar e direcionar, de
forma significativa e participativa, o processo de construção do conhecimento
por parte do aluno, sendo também um elemento mobilizador para esta
construção.
De acordo com Vilarinho (1985, p. 52), os métodos de ensino apresentam três
modalidades básicas:
1) Métodos de ensino individualizado: a ênfase está na necessidade de se
atender às diferenças individuais, como por exemplo: ritmo de trabalho,
interesses, necessidades, aptidões, etc., predominando o estudo e a
pesquisa, o contato entre os alunos é acidental.
28. 27
2) Métodos de ensino socializado: o objetivo principal é o trabalho de
grupo, com vistas à interação social e mental proveniente dessa
modalidade de tarefa. A preocupação máxima é a integração do
educando ao meio social e a troca de experiências significativas em
níveis cognitivos e afetivos.
3) Métodos de ensino sócio-individualizado: procura equilibrar a ação
grupal e o esforço individual, no sentido de promover a adaptação do
ensino ao educando e a participação deste ao meio social.
Mais especificamente, do ponto de vista das estratégias metodológicas, ficam
como sugestão aquelas que foram utilizadas nos processos formativos do
próprios docentes:
Atividades diversificadas contemplando teoria e prática por meio de
aulas, oficinas, dinâmicas que integraram educação e trabalho
associado e incorporaram os princípios e valores da Economia Solidária;
Processos de pesquisa junto aos sujeitos envolvidos na EJA e em
experiências de Economia Solidária na diversidade de contextos,
através de observação e entrevistas por ocasião de visitas aos
empreendimentos econômicos solidários;
Diálogo entre profissionais de incubadoras, empreendimentos
econômicos solidários e os profissionais da educação (formadores e
formandos).
4.2 AVALIAÇÃO
A avaliação escolar é um processo pelo qual se observa, se verifica, se analisa,
se interpreta um determinado fenômeno (construção do conhecimento),
situando-o concretamente quanto aos dados relevantes, objetivando uma
tomada de decisão em busca da produção humana. Segundo Moretto (2001),
29. 28
ela não deve ser “um acerto de contas, mas um momento privilegiado de
construção do conhecimento”. De acordo com Luckesi (1995), a avaliação
pode ser caracterizada como uma forma de ajuizamento da qualidade do objeto
avaliado, o que indica tomada de posição a respeito do mesmo, para aceitá-lo
ou transformá-lo. Esse julgamento se faz com base nos caracteres relevantes
da realidade do objeto avaliado, o juízo emergirá dos indicadores da realidade
que delimitam a qualidade esperada do objeto. Segundo Luckesi (1995, p.148),
O ato de avaliar tem, basicamente, três passos: Conhecer o nível de
desempenho do aluno em forma de constatação da
realidade. Comparar essa informação com aquilo que é considerado
importante no processo educativo. (qualificação)-Tomar as decisões
que possibilitem atingir os resultados esperados.
Nesse processo de avaliação, onde se espera um novo olhar para a educação,
a escola precisa avaliar o aluno de forma integral e não pode existir uma única
forma de avaliação. As escolas precisam trabalhar com avaliações mais
abrangentes. Em consonância, Demo (1996, p.186) afirma que
O êxito de qualquer ensino, não pela capacidade de reprodução que o
aluno tem do que lhe foi apresentado como informação ou caso
exemplar, mas pela sua capacidade de construir soluções próprias a
novos problemas, ainda que para isso ele recorra àquilo que lhe foi
colocado como caso exemplar, ou seja, que ele lance mão das
‘soluções canônicas’ que lhe foram apresentadas.
Para Hoffmann,
Avaliar nesse novo paradigma é dinamizar oportunidades de
ação - reflexão, num acompanhamento permanente do professor
e este deve propiciar ao aluno em seu processo de
aprendizagem, reflexões acerca do mundo, formando seres
críticos libertários e participativos na construção de verdades
formuladas e reformuladas. (HOFFMANN, 1993, p.134)
30. 29
As definições de avaliação, segundo alguns educadores, dão uma idéia clara
da universalidade do conceito da avaliação, mas, de uma forma geral, todas as
definições partem do principio de que a avaliação deve buscar uma solução
futura. Isto é, seu campo de ação é tão vasto que as conseqüências técnico-
científicas são incomensuráveis, considerando, principalmente, que são ainda
inimagináveis os resultados a alcançar.
Portanto, a avaliação na disciplina Economia Solidária dar-se-á dentro de um
processo de construção coletiva continua e processual, onde cada instrumento
avaliativo será elaborado em conjunto, obedecendo princípios da colaboração,
autogestão e compromisso nas atividades realizadas. O educando/educador
farão um controle da realização das atividades propostas, bem como uma
avaliação em grupo e individual para chegar a um valor quantitativo e
qualitativo consensual.
31. 30
5 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1º CONTEÚDO: CONCEITO DE TRABALHO
EMENTA:
Diversas abordagens do conceito de trabalho. O processo histórico-sócio-cultural do
trabalho (o trabalho e suas mudanças ao longo dos tempos). Tipos de trabalho:
trabalho urbano x rural, autônomo x formal, público x privado, trabalho braçal x
trabalho intelectual (saber x fazer), trabalho individual x trabalho coletivo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
a) Refletir, através do processo histórico-social-cultural, sobre o trabalho e o ser
humano (relação ser humano-natureza-sociedade e cultura).
b) Compreender o trabalho coletivo e a economia solidária como estratégia de
desenvolvimento.
CARGA HORÁRIA:
6 horas/aula
BIBLIOGRAFIA:
ANTUNES, Ricardo. A centralidade do trabalho hoje. Sociedade e Estado.
Vol. XI, No 2. Brasília, 1996. p. 281-294.
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: Ensaio sobre a afirmação e
negação do trabalho. 6a
reimpressão. São Paulo, Boitempo Editorial, 2003.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Concepções e Mudanças no Mundo do Trabalho e
o Ensino Médio. www.grupos.com.bt/group/fis.
KURZ, Robert. A honra perdida do trabalho. 2002. Acessado eletronicamente
em http://obeco.planetaclix.pt/rkurz109.htm em agosto de 2005.
32. 31
GAIGER, L. I. Significados e tendências da Economia Solidária. In:
Sindicalismo e Economia Solidária. São Paulo: Central Única dos
trabalhadores – CUT, 1999. pp. 29-42.
2° CONTEÚDO: TIPOS DE ECONOMIA
EMENTA:
Diversas abordagens do conceito de Economia. Economia capitalista x Economia
socialista. Conceito de Economia na ECOSOL.
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Refletir e conhecer os tipos de economia que vigoram ou vigoraram e fazer relação
dessas economias com a ECOSOL.
CARGA HORÁRIA:
6 horas/aula
BIBLIOGRAFIA:
GAIGER, Luiz Inácio G. A economia Solidaria diante do modo de produção
Capitalista. Caderno CRH. Salvador: nº 39, p.181-211, jul/dez.2003.
TIRIBA, Lia Vargas. Economia Popular e Produção de uma Nova Cultura do
Trabalho: contradições e desafios frente à crise do trabalho assalariado. In:
FRIGOTTO, Gaudêncio (Org.). Educação e crise do Trabalho: Perspectivas
de final de século. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998.
SINGER, Paul. Globalização e desemprego: diagnóstico e alternativas. São
Paulo: Contexto, 2000.
França, Cassio Luiz de; Vaz, José Carlos; Silva, Ivan Prado (orgs.) (2002).
Aspectos econômicos de experiências em desenvolvimento local. São
Paulo: Instituto Polis, n° 40. (Publicações Polis)
33. 32
3° CONTEÚDO: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E CONSUMO
CONSCIENTE
EMENTA:
Importância do estudo de viabilidade na economia solidaria. Conceituação do
Desenvolvimento Sustentável e a Sustentabilidade Humana, Reaproveitamento dos
resíduos (lixo) na perspectiva de geração de renda através da relação saudável com o
meio. Ressignificação do consumo evitando o desperdício. Análise do impacto sócio-
ambiental do consumo não consciente.
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Refletir sobre a relação existente entre o desenvolvimento sustentável, o consumo
consciente e a interação saudável entre o homem e o ambiente, considerando o
processo de reaproveitamento e a reciclagem de materiais/produtos.
CARGA HORÁRIA:
6 horas/aula
BIBLIOGRAFIA:
MARTINS, P. H.. O Estado e a redistribuição dos bens de cidadania num
contexto pós-nacional. In: MARTINS, P.H. & NUNES, B.F. (org.). A nova
ordem social. Brasília: Paralelo 15, 2004.
BAUMAN, Z. Vida para Consumo: A transformação das pessoas em
mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.Ed, 2008.
CONCEIÇÃO, Márcio Megera, Os empresários do lixo: Um Paradoxo da
Modernidade. Campinas - SP, Editora Átomo, 2003.
DAGNINO, Ricardo de Sampaio. Um olhar geográfico sobre a questão dos
materiais recicláveis em Porto Alegre: sistemas de fluxos e a
(in)formalidade, da coleta à comercialização. Porto Alegre: UFRGS, 2004.
34. 33
GONÇALVES, P. A Reciclagem Integradora dos Aspectos Ambientais,
Sociais e Econômicos. Rio de Janeiro: Fase, 2003.
VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento Sustentável: o desafio do século XXI.
Rio de Janeiro: Garamond, 2008.
4º CONTEÚDO: ESTATÍSTICA
EMENTA:
Analise quantitativa, construção de tabelas e gráficos.
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Construir e Analisar dados estatísticos a partir do contexto em que está inserido.
CARGA HORÁRIA:
6 horas/aula
BIBLIOGRAFIA:
MURTEIRA, G.A. Probabilidade e Estatística. Portugal: McGraw-Hill, 1990.
FONSECA, J.S. Estatística Aplicada. São Paulo: Atlas, 1976.
5° CONTEÚDO: TECNOLOGIAS SOCIAIS
EMENTA:
Diversas abordagens da tecnologia. Historia da tecnologia social. A tecnologia social e
a qualidade de vida. Inovações tecnológicas e suas vertentes para ECOSOL.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1) Promover a reflexão sobre a revolução tecnológica.
35. 34
2) Compreender a tecnologia social e seu impacto na sociedade.
CARGA HORÁRIA:
6 horas/aula
BIBLIOGRAFIA:
Instituto de Tecnologia Social - ITS. Tecnologia Social: Desenvolvimento
Local Participativo e Sustentável nos Municípios. São Paulo: Instituto de
Tecnologia Social, Relatório Final, 24 a 26 de maio de 2004. Disponível em
www.itsbrasil.org.br/ pages/14/Relatorio_DesenvolvimentoLocal.pdf, 2004.
Instituto de Tecnologia Social – ITS. Tecnologia Social no Brasil: Caderno de
Debate. São Paulo: ITS; Secis/MCT. Disponível em www.itsbrasil.org.br.
Fundação Banco do Brasil. Tecnologia social: uma estratégia para o
desenvolvimento. Rio de Janeiro: 2004. Disponível em:
http://www.itsbrasil.org.br/infoteca/tecnologia-social/tecnologia-social-uma-
estrategia-para-o-desenvolvimento. Acessado em 20 de novembro de 2010.
6º CONTEÚDO: COOPERATIVISMO / ASSOCIATIVISMO
EMENTA:
Conceito de cooperativismo. Tipos de cooperativas. Princípios das cooperativas.
História do cooperativismo. Princípios do cooperativismo.Globalização e evolução do
pensamento cooperativo.Tendências do cooperativismo contemporâneo.
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Possibilitar que os alunos reflitam sobre os princípios que norteiam o trabalho
cooperativado.
36. 35
CARGA HORÁRIA:
06 horas/aula
BIBLIOGRAFIA:
SINGER, Paul. Economia Solidária. In: CATTANI, Antonio David (org.). A outra
economia. Porto Alegre: Veraz, 2003.
ANTEAG e IBASE. Autogestão em avaliação. São Paulo, Anteag, 2004.
p.125
ANTEAG. Construindo histórias de autonomia dos trabalhadores. Revista de
Economia Solidária. São Paulo: ano1, no
0, dez de 2005. p 11-19.
AZEVEDO A.; Inovação Tecnológica em Empreendimentos
Autogestionários: Utopia ou Possibilidade? IX Colóquio Internacional sobre
Poder Local, em Salvador, no período de 15a
18 de junho de 2003.
CORAGGIO, J. Alternativas para o desenvolvimento humano em um
mundo globalizado. In: Proposta: revista trimestral de debates, Ano 26, nº 72.
São Paulo: FASE, 1997.
7° CONTEÚDO: POLÍTICAS PÚBLICAS
EMENTA:
Conhecer o que são políticas públicas, suas formulações, importância para os
empreendimentos econômicos solidários. Políticas públicas relacionadas à economia
solidaria.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1) Discutir o conceito de políticas públicas;
2) Analisar as políticas federais e estaduais para a Economia Solidária;
37. 36
3) Analisar exemplos de políticas democráticas.
CARGA HORÁRIA:
6 horas/aula
BIBLIOGRAFIA:
BARBOSA, Rosângela N.de Carvalho. A economia Solidária como política
Publica: Uma tendência de geração de renda e ressignificação do Trabalho no
Brasil. São Paulo: Cortez Editora, 2007.
EID, Farid. Descentralização do Estado, Economia Solidária e Políticas
Públicas: construção da cidadania ou reprodução histórica do
assistencialismo? Anais do XI FIEALC – Federação Internacional de Estudos
sobre América Latina e Caribe, Osaka, Japão, setembro de 2003.
SILVA, R. B.; Azevedo, A. . Políticas Públicas Para Educação Superior: A
Incubação de Cooperativas Populares. Caderno de Pesquisa Esse in Curso.
Salvador, v. 4, p. 27-38, 2008. Disponível em:
http://www.ppgeduc.com/ppgeduc/producao/esseincurso/esseincurso7.pdf
TORRES, Carlos Alberto. Novos Pontos de Partida da Pedagogia Política. In:
TORRES, Carlos Alberto et al. Reiventando Paulo Freire no Século 21. São
Paulo: Editoria e Livraria Instituto Paulo Freire, 2008. (Série Unifreire)
8° CONTEÚDO: LEGISLAÇÃO
EMENTA:
Diferenças entre microempresa, associação, cooperativa, fundação e sindicato. Etapas
para legislação de uma cooperativa. Construção de Estatuto e Regimento Interno.
Formação de Conselho Administrativo e Fiscal. Assembléias gerais. Estrutura
organizacional de uma cooperativa.
38. 37
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Conhecer as etapas para abri e legalizar uma cooperativa.
CARGA HORÁRIA:
6 horas/aula
BIBLIOGRAFIA:
AZEVEDO, Osmar Reis, & SENNE, Silvio Helder Lencioni. Obrigações
Fiscais das Sociedades Cooperativas e Entidades sem Fins Lucrativos. 2ª
ed. SP: Thomson IOB, 2007.
BECHO, Renato Lopes. Elementos de Direito Cooperativo. São Paulo:
Dialética, 2002.
CRUZIO, Helnon de Oliveira. Cooperativas em Rede e Autogestão do
Conhecimento. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
KRUEGER, Guilherme (coord). Cooperativismo e o Novo Código Civil. Belo
Horizonte: Mandamentos, 2003.
PERIUS, Vergílio Frederico. Cooperativismo e Lei. Porto Alegre: Unisinos,
2001.
____________. Cooperativas de Trabalho: manual de organização. Porto
Alegre: Unisinos, 1997.
TEIXEIRA, Francisco (org). Gestão de Redes de Cooperação
Interempresariais: em busca de novos espaços para o aprendizado e a
inovação. Salvador: Casa da Qualidade, 2005.
39. 38
9° CONTEÚDO: DESIGN PARTICIPATIVO
EMENTA:
Conceito de design participativo. Etapas para a construção de um design participativo.
Identificação da relação Design Participativo e Cooperativismo.
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Conhecer o que é um design participativo, suas etapas de construção e sua
importância dentro da cooperativa.
CARGA HORÁRIA:
6 horas/aula
BIBLIOGRAFIA:
COUTO, Rita Maria de Souza; COSTA, Anna Paula Buy ET PEREIRA,
Marcelo. Experimento com ensino de design no primeiro grau. Anais do P&D
DESIGN 98 AEnD-BR Estudo em Design. V.1, out,1998.
AZEVEDO, Alessandra B.A. de, FACTUM, Ana Beatriz S. e SILVA, Ronalda B..
Design Participativo: articulação entre Desenvolvimento, cidadania e
Sustentabilidade Ambiental. XI Encontro Nacional da ABET. Campinas:
UNICAMP, 28-09 a 01-10, 2009.
SACHS, Ignacy; VIEIRA, Paulo F. (Org.). Rumo à Ecossoeconomia: teoria e
prática do desenvolvimento. São Paulo: Cortez, 2007.
10° CONTEÚDO: COMERCIALIZAÇÃO E LOGÍSTICA
EMENTA:
História da comercialização (os primeiros tipos de comercio entre os homens.).
Conceito de Comercialização Etapas que compõe o processo de comercialização.
Conceito de logística. Importância da logística para a ECOSOL. Etapas do processo
40. 39
de logística. Análise econômica. Custo de Produção. Custos Comerciais. Custos de
Administração. Conceito de Marketing e Propaganda. Pesquisa de Mercado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1) Compreender o processo de comercialização ao longo do tempo e as etapas
que o compõe dentro de um empreendimento solidário.
2) Saber a importância da logística dentro de um empreendimento solidário.
CARGA HORÁRIA:
6 horas/aula
BIBLIOGRAFIA:
Segundo, Joaquim; Magalhães, Sandra. O poder do circulante local. A
moeda social no Conjunto Palmeira. Fortaleza: Banco Palmas, 2005.
Souza, Maria Buss de. Redescobrindo as trocas. In: Moeda social e trocas
solidárias: experiências e desafios para ações transformadoras. Rio de
Janeiro: PACS, 2005. (série: Semeando Socioeconomia, n. 8).
Primavera, Heloísa. Moeda Social. In: A. Cattani (org.). A outra economia.
Porto Alegre: Veraz, 2003.
KRAYCHETE, Gabriel. Sustentabilidade e viabilidade de empreendimentos
associativos: aspectos a serem considerados. In: CAPINA. Viabilidade
Econômica e Gestão democrática de empreendimentos associativos.
Capina: Rio de Janeiro, 2009. (apostila do Curso de Viabilidade Econômica e
Gestão Democrática).
KRAYCHETE, Gabriel; AGUIAR, Kátia (Orgs.). Economia dos setores
populares: sustentabilidade e estratégias de formação. São Leopoldo: Oikos,
2007.
41. 40
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caso em cooperativas industriais brasileiras e bascas/espanholas.
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2. AZEVEDO, Alessandra B.A. de, FACTUM, Ana Beatriz S. e SILVA,
Ronalda B.. Design Participativo: articulação entre Desenvolvimento,
cidadania e Sustentabilidade Ambiental. XI Encontro Nacional da ABET.
Campinas: UNICAMP, 28-09 a 01-10, 2009.
3. AZEVEDO, Alessandra B.A. de e SILVA, Ronalda B. Formação do
Trabalhador Solidário: condição da emancipação ou legitimação da
exploração? Revista Linhas Críticas. Brasília: UNB, volume 16, no. 30,
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http://seer.bce.unb.br/index.php/linhas/article/viewFile/1461/1093,
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4. CASTEL, Robert. As Metamorfoses da Questão Social. Trad. de Iraci
D.Poleti. Petrópolis: Vozes, 1998.
5. DEMO, Pedro. Avaliação sob o olhar propedêutico. Campinas-SP.
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6. FREIRE, Paulo. À Sombra desta Mangueira. São Paulo: Editora Olho
D’Água, 1995.
7. ____________. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
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8. GAIGER, Luiz Inácio. A Economia Solidária diante do modo de
Produção Capitalista. Caderno CRH. Salvador: n. 39, p. 181-211,
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42. 41
9. GADOTTI, Moacir. Economia Solidária como práxis pedagógica. São
Paulo: Editora e Livraria Insittuto Paulo Freire, 2009.
10.HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: Uma Prática em
Construção da Pré-escola. A Universidade. 14ª ed. Porto Alegre:
Mediação 1993.
11.KRUPPA, Sonia M. Portella. Economia solidária e educação de
jovens e adultos. Brasília: Inep, 2005.
12..LUCKESI, Cipriano G. Avaliação da aprendizagem escolar. São
Paulo: Cortez, 1995.
13.MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática Teórica e Didática Prática: para
além do confronto. São Paulo: Loyola, 1989.
14.MORETTO, Vasco. Prova: um momento privilegiado de estudo – não
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15.SILVA, Ronalda B. As Raízes do Neoliberalismo. Revista da FAEEBA.
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16.SANT'ANNA, Elza Martins. Porque avaliar? Como avaliar? Critérios e
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17.Singer, Paul. A Economia Solidária como ato pedagógico.
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Sousa e MENESES, Maria Paula. (Orgs.). Epistemologias do Sul.
Coimbra: Editora Almedina, 2009.
19.THIOLLENT, M. Pesquisa-ação nas Organizações. São Paulo:
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