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U2 - Introdução ao Projeto de Fábrica
U2S2 – Análise da necessidade de
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E-mail: denis.lima@anhanguera.com
Faculdade Anhanguera de Valinhos - FAV, Valinhos, Brasil.
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 Uma decisão que exige uma análise cuidadosa no projeto de fábrica é a respeito
da capacidade instalada.
 Isto procede pelo fato de a capacidade instalada ser um fator que estabelece um
limite de atendimento à demanda de mercado. Por sua vez, a demanda pode
sofrer variações e isso faz com que a fábrica possa ou não atender a essas
mudanças dependendo da forma como foram elaboradas as estratégias de
planejamento e controle de capacidade.
 Abordagem:
 Nesta unidade vamos continuar avançando na metodologia PFL
- Foco na Fase 2 – projeto de fábrica
 Análise da necessidade de capacidade instalada;
 Conceito de capacidade instalada;
 Volume de produção;
 Capacidade de produção;
 Planejamento e controle da capacidade;
 Conceito de nível ótimo de capacidade;
 Dimensionamento e medidas de capacidade.
Prof. Denis R. S. Lima
Metodologia PFL:
Projeto de Fábrica e Layout
 O projeto de uma fábrica é
complexo e deve ser
realizado de forma
sistemática, sendo que cada
fase deve ser realizada de
forma criteriosa e ter seus
resultados avaliados antes
de se evoluir para a fase
seguinte.
Prof. Denis R. S. Lima
Projeto de Fábrica
 A expressão projeto de fábrica, na metodologia PFL, não está associada
apenas ao contexto das instalações prediais e edificação em si.
Nesta seção, será trabalhado
o tema Análise da
necessidade de capacidade
instaçada, um fator crucial
para a execução do projeto de
fábrica.
 A expressão refere-se ao conjunto de
atividades que devem ser realizadas
para que a definição de decisões
estruturais possa ser realizada, ou seja,
para que haja uma continuidade a partir
do plano estratégico concluído.
 Há cinco decisões estruturais que
precisam ser tomadas e que envolvem a
concepção da Unidade Produtiva que
está sendo planejada.
Prof. Denis R. S. Lima
Capacidade instalada
 Para o projeto de uma fábrica sabe-se que um dos fatores cruciais
é observar a demanda que precisa ser suprida.
 Dependendo da demanda que precisa ser atendida será definida a
capacidade produtiva de uma fábrica que impactará o
dimensionamento das instalações que deverão ser edificadas e os
recursos tecnológicos necessários (ANTAR, 2014).
 Entretanto, uma das grandes confusões que podem ser
cometidas é entender que capacidade produtiva é o mesmo
que volume de produção.
 Antes de prosseguirmos, é interessante esclarecer a
diferença entre esses dois conceitos:
 Volume de produção: corresponde àquilo que é realmente
produzido durante a operação de uma fábrica por um
determinado período de tempo.
 Capacidade de produção: está associada ao máximo que
se é capaz de produzir em uma fábrica em um determinado
período de tempo.
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Capacidade instalada
 No longo prazo a instalação de capacidade
envolve a alocação de recursos, e uma vez
instalada pode ser difícil, ou impossível, alterá-la
sem incorrer em custos significativos.
 As decisões relativas à capacidade limitam a
quantidade produzida, e afetam fortemente os
custos de operação.
 Se a capacidade e a procura forem
semelhantes, os custos são minimizados.
 O tipo de capacidade necessária é determinado pelo conjunto
de bens/serviços que se pretendem fabricar/prestar.
 A decisão de implantação de uma Unidade Produtiva (UP)
repercute na operação da empresa durante um longo período de
tempo, sendo necessário um estudo adequado da demanda para
o futuro.
Prof. Denis R. S. Lima
Segundo Moreira (1993), entre as principais razões para
a importância das decisões sobre capacidade,
destacam-se:
 São decisões cujo efeito prolonga-se pelo longo prazo;
 São decisões que têm grande impacto sobre a habilidade
da empresa em atender a demanda futura;
 Modificações drásticas na capacidade são difíceis de se
conseguir a curto e médio prazos, além de incorrerem
em altos custos;
 A capacidade tem relação estreita com os custos
operacionais, que se elevam à medida em que a
capacidade distancia-se da demanda (para maior ou
menor).
Capacidade instalada
Prof. Denis R. S. Lima
 Os gestores da produção precisam tomar decisões nas suas políticas
de capacidade que afetarão diversos aspectos de desempenho:
 Os custos serão afetados pelo equilíbrio entre capacidade e demanda,
ou seja, caso a demanda for menor que a capacidade disponível o custo
unitário aumentará; Por exemplo: se a capacidade for maior do que a
demanda poderá gerar custos elevados para o produto ou serviço
ofertados.
 As receitas também serão afetadas, mas de maneira inversa, pois com
capacidade ociosa há garantia de atendimento a demanda;
 O capital de giro será afetado se o gerente decidir produzir para estoque
visando não ter capacidade ociosa;
 A qualidade também será afetada pelo planejamento da capacidade,
pois se a empresa estiver com uma capacidade de mão de obra inferior
à necessidade da demanda, terá de contratar novos funcionários, e o
risco de produzir peças defeituosas aumentará;
 A velocidade de resposta (flexibilidade) a mudança de demanda do
cliente;
 A confiabilidade de entrega poderá ser afetada caso a capacidade
esteja muito próxima à demanda porque, por exemplo, uma máquina
poderá quebrar e a empresa não terá tempo para “recuperar” o tempo
parado.
Capacidade instalada
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Planejamento e Controle da
Capacidade
 Para Neumann e Scalice (2015), o planejamento e controle da
capacidade produtiva de uma fábrica passam por três etapas
fundamentais:
1. Análise da demanda: o primeiro passo corresponde
ao estudo do comportamento da demanda para que
seja possível identificar possíveis variações. Uma vez
identificado este tipo de comportamento, faz-se
necessário avaliar a capacidade produtiva para se
concluir a respeito de sua adequação em comportar o
tipo de variação de demanda existente.
2. Variação de demanda: o segundo passo aborda a
questão de estabelecer as estratégias para se tratar a
variação da demanda.
3. Eficácia da demanda: o terceiro passo está
associado à definição de qual estratégia é mais
adequada conforme muda a situação presente a cada
instante.
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Planejamento e Controle da
Capacidade
Por exemplo, o foco para a análise da demanda deve
estar no futuro, projetando-se quanto deve ser o volume
de produção e quando deverá haver disponibilidade da
capacidade que foi projetada.
Por sua vez, à medida que se verifica o comportamento
do mercado é possível identificar ciclos de demanda
que descrevem tanto o seu tempo de duração quanto a
amplitude a ele associada.
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Planejamento e Controle da
Capacidade (PCC)
Neste contexto, o Planejamento e Controle da
Capacidade (PCC) implica determinar um
procedimento de atuação por meio de decisões que
devem ser tomadas para que seja possível reagir em
tempo hábil mediante a ocorrência de variações na
demanda que foram previstas.
Entretanto, o PCC depende do horizonte de tempo que
estiver sendo contemplado, podendo envolver três
contextos: PCC de longo, médio e curto prazo.
Para cada contexto há um conjunto de requisitos
específico que deve ser contemplado.
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PCC longo prazo
 No longo prazo é realizado para um horizonte de três a
cinco anos, normalmente utilizado quando do
dimensionamento de uma nova Unidade Produtiva, quando
é necessário um tempo longo para adquirir ou se
desfazer dos recursos de produção (como imóveis,
equipamentos ou instalações).
O planejamento de capacidade de longo prazo requer a
participação e aprovação da alta direção.
No longo prazo, a instalação de capacidade geralmente
envolve a alocação de recursos, e uma vez instalada pode
ser difícil, ou impossível, alterá-la sem incorrer em custos
significativos.
A projeção da demanda fornece as estimativas de
necessidade ao longo do tempo.
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PCC médio prazo
No médio prazo está associado ao planejamento
mensal ou trimestral para os próximos 6 a 18 meses,
utilizado como importante variável nos processos de
decisão.
Aqui a capacidade pode variar em razão de
contratações, demissões, novas ferramentas,
aquisição de equipamentos de pequeno porte e
subcontratações.
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PCC curto prazo
No curto prazo o horizonte de planejamento é de
menos de um mês.
Está associado ao processo de planejamento diário ou
semanal e envolve ajustes para eliminar a variação
entre a produção planejada e a realizada.
Isto inclui opções como horas extras, transferências de
pessoal e vias alternativas de produção.
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Planejamento e Controle da
Capacidade (PCC)
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Planejamento e Controle da
Capacidade (PCC)
 Em termos práticos, de acordo com Neumann e Scalice (2015) podemos sistematizar o planejamento e
controle de capacidade em três etapas: (1) Medição; (2) Identificação e; (3) Definição.
 A Figura a seguir apresenta como esta sistemática pode ser aplicada e o significado de cada etapa.
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Planejamento e Controle da
Capacidade (PCC)
 Os níveis de demanda e capacidade devem ser medidos
cuidadosamente para que o planejamento possa ter êxito.
 A partir daí deve-se analisar como seria possível reagir
diante de uma flutuação de demanda para adequar a
capacidade.
 Por fim, diante da realidade em que estiver inserida a fábrica,
escolhe-se qual a melhor solução estratégica.
 Como o planejamento envolve um horizonte de tempo,
dependendo da natureza das metas que forem planejadas,
associa-se o período de tempo adequado para sua execução,
ou seja, se é de longo, médio ou curto prazo.
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Planejamento e Controle da
Capacidade (PCC)
Os reflexos destas decisões são os seguintes:
 Se a capacidade for inadequada, uma empresa pode
perder clientes por causa de um serviço lento ou permitir
que concorrentes entrem no mercado.
 Se a capacidade for excessiva, uma empresa pode ter de
reduzir preços para estimular a demanda, subutilizar a
força de trabalho, manter excesso de estoques ou buscar
produtos adicionais menos lucrativos para manter-se
operando.
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Planejamento e Controle da
Capacidade (PCC)
Em organizações de serviços frequentemente a
definição da capacidade instalada utiliza os mesmos
conceitos e técnicas das organizações industriais,
mas devido às características dos serviços, a
estocagem não é possível e a flexibilidade em termos
de capacidade é maior nos mercados em que a
demanda é sazonal.
 Em ambos os casos, na prática, a dinâmica do
planejamento e controle da capacidade é reagir
às flutuações da demanda no momento da
ocorrência, ou seja, a flutuação prevista com
antecedência ou ocorrida repentinamente,
assim o processo de controle pode ser visto
como consequência de processos de decisão
parcialmente reativos.
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Nível Ótimo de Capacidade
 A maioria das organizações precisa decidir sobre o tamanho (em
termos de capacidade) de cada uma de suas Unidades
Produtivas. Tais decisões têm grande impacto na habilidade de a
empresa atender a demanda futura, pois o nível de capacidade
instalada será o limite de atendimento possível da produção.
 De acordo com Neumann e Scalice (2015), a busca para uma
solução consiste em propor alternativas que sejam capazes de
flexibilizar o sistema produtivo.
 Uma possível abordagem é considerar os custos envolvidos com a
fabricação de um produto.
 Cada produto apresenta um custo fixo (que não depende da
quantidade que for produzida) e um custo variável (diretamente
relacionado à quantidade produzida).
 A somatória consiste no custo total que pode ser dividido pela
quantidade produzida em um determinado horizonte de tempo,
resultando em um valor médio de custo total que depende da
quantidade produzida, conforme mostrado na Figura a seguir:
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Níveis de capacidade de
produção
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Níveis de capacidade de
produção
 O grande desafio passa a ser projetar soluções que sejam capazes de
flexibilizar a capacidade de uma fábrica para que possa atender a
flutuações na demanda e identificar o nível de operação ótimo.
 Além de projetar incrementos na capacidade é necessário identificar
quando os incrementos devem ser realizados.
 Existem três estratégias básicas:
 antecipar a capacidade para atender a demanda,
 manter a capacidade acompanhando a demanda; ou
 lidar com o ajuste de estoques.
Normalmente, no início do ciclo de vida de um produto adota-se a estratégia antecipativa.
Assim que o ciclo do produto avança, a demanda pode sofrer variações mais intensas e o
melhor é buscar ajustar por meio de estoques.
Por fim, quando o produto atinge a maturidade em seu ciclo de vida, o fator que impera é
custo médio minimizado, que implica em utilizar níveis mais elevados de capacidade.
Desta forma procura-se ajustar dinamicamente os níveis ótimos de operação da fábrica de
acordo com o ciclo de vida de seus produtos.
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Medidas para o Cálculo de
Capacidade
 Determinar a capacidade produtiva de uma operação, célula ou planta não é um
problema trivial, pois cada elemento possui características que alteram a sua
capacidade (SLACK et al., 1997).
 Por exemplo, em uma máquina depende do seu estado de conservação, do mix de
produção, do método de trabalho, do operador, do setup, da marca da ferramenta
de corte etc.
 O volume de produção efetivo, juntamente com o estudo e seleção do processo
produtivo, definirão e dimensionarão:
 mão de obra direta;
 equipamento produtivo;
 volume de insumos básicos para produção;
 ferramental.
 Importante não confundir capacidade produtiva com volume de produção. O
volume de produção é o que de fato se produz, enquanto a capacidade é o
máximo que poderia ser produzido.
 Veremos a seguir as medidas de capacidade mais citadas na literatura:
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Medidas para o Cálculo de
Capacidade
Capacidade de Projeto (CP)
O sistema é considerado ideal, sem perdas. Neste caso
não são consideradas atividades tais como: setups,
manutenções programadas, transporte entre setores e
limitações relacionadas ao fluxo produtivo.
Capacidade Efetiva (CE)
São levadas em consideração as necessidades e as
perdas do sistema. Nesta consideram-se as necessidades
de processo (perdas programadas, que chamaremos de
Pe), entretanto sem considerar questões relativas ao fluxo
fabril e ao tamanho dos lotes.
𝑪𝑬 = 𝑪𝑷 − 𝑷𝒆
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Medidas para o Cálculo de
Capacidade
Produção Real (PR)
Neste caso você deve considerar as perdas que não
foram programadas e pode levar em conta questões
associadas ao fluxo de materiais na fábrica, que
chamaremos de PeFlu.
Portanto, a expressão será:
𝑷𝑹 = 𝑪𝑬 − 𝑷𝒆𝑭𝒍𝒖
Utilização (U)
Obtém-se a partir do cálculo da divisão entre a Produção
Real (PR) e a Capacidade Projetada (CP):
𝑼 =
𝑷𝑹
𝑪𝑷
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Medidas para o Cálculo de
Capacidade
Eficiência (E)
Obtém-se a partir do cálculo da divisão entre a Produção
Real (PR) e a Capacidade Efetiva (CE):
𝑬 =
𝑷𝑹
𝑪𝑬
Capacidade Operacional (CO)
É a capacidade com que, de fato, o administrador da
planta pode contar para o seu planejamento.
𝑪𝑶 = 𝑪𝑷 × 𝑬 × 𝑼
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Medidas para o Cálculo de
Capacidade
 A Figura a seguir ilustra a relação entre as principais medidas.
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Exemplo 1
 Uma fábrica de autopeças opera durante três turnos diários de 8 horas.
 Durante os finais de semana não há produção, ou seja, 2 dias de folga semanalmente.
 Para que seja realizada manutenção, existe uma programação de parada durante 4
horas por semana.
 Para o fluxo de materiais são utilizados 20 minutos por turno diariamente.
Se for realizada uma análise da capacidade desta fábrica, veremos que sua eficiência
pode ser dimensionada da seguinte forma:
𝐸 =
𝑃𝑅
𝐶𝐸
=
𝐶𝐸 − 𝑃𝑒𝐹𝑙𝑢
𝐶𝐸
=
𝐶𝐸
𝐶𝐸
−
𝑃𝑒𝐹𝑙𝑢
𝐶𝐸
= 1 −
20 + 20 + 20
60
. 5
𝐶𝑃 − 𝑃𝑒
= 1 −
5
3 ∙ 8 ∙ 5 − 4
𝑬 = 𝟎, 𝟗𝟓𝟕
 Observe que para o cálculo de PeFlu foram considerados os 3 turnos de 20 min para contabilizar o fluxo de
materiais que, por sua vez, foi contabilizado para 5 dias para totalizar 1 semana.
 Para o cálculo de CP considerou-se 3 turnos de 8 horas durante 5 dias correspondentes a 1 semana.
 Pe contabilizou as 4 horas semanais de manutenção programada.
 Portanto, a taxa de eficiência do sistema (E), considerando a produção real em função da capacidade de
produção efetiva é de 0,957, ou seja, 95,7%.
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Exemplo 2
Fábrica de lâmpadas de LED 5W.
 Hipóteses assumidas para operação do sistema produtivo:
 Produção em larga escala envolvendo três turnos para produção durante 24 horas por
dia, sete dias por semana.
 Desta forma, o objetivo é minimizar perdas não planejadas ao máximo. Para esta
estimativa não serão computadas perdas desta natureza.
 Para a manutenção programada do sistema está previsto, por hipótese, um total de sete
horas a cada dez dias de operação do sistema.
Calcule os seguintes parâmetros para medição da capacidade desse sistema:
a) Capacidade Projetada (CP) – capaz de indicar o limite de produção ideal do sistema
produtivo.
b) Capacidade Efetiva (CE) – considera que o sistema estará desativado durante um certo
período para manutenção.
c) Produção Real (PR) – considera que podem existir paradas não programadas.
d) Utilização (U) – mede quanto a operação do sistema está próxima do comportamento
ideal.
e) Eficiência (E) – mede quanto a operação do sistema está próxima do seu
comportamento.
Prof. Denis R. S. Lima
Exemplo 2
Fábrica de lâmpadas de LED 5W.
 RESOLUÇÃO
Calcule os seguintes parâmetros para medição da capacidade desse sistema:
a) Capacidade Projetada (CP) – capaz de indicar o limite de produção ideal do sistema produtivo.
𝑪𝑷 = 𝟏𝟎 ∙ 𝟐𝟒 = 𝟐𝟒𝟎 horas de operação em dez dias
b) Capacidade Efetiva (CE) – considera que o sistema estará desativado durante um certo período
para manutenção.
𝑪𝑬 = 𝑪𝑷 − 𝑷𝒆 = 𝟐𝟒𝟎 − 𝟕 = 𝟐𝟑𝟑
c) Produção Real (PR) – considera que podem existir paradas não programadas.
𝑷𝑹 = 𝑪𝑬 − 𝑷𝒆𝑭𝒍𝒖 = 𝟐𝟑𝟑 − 𝟎 = 𝟐𝟑𝟑
d) Utilização (U) – mede quanto a operação do sistema está próxima do comportamento ideal.
𝑼 =
𝑷𝑹
𝑪𝑷
=
𝟐𝟑𝟑
𝟐𝟒𝟎
= 𝟎, 𝟗𝟕 (97%)
e) Eficiência (E) – mede quanto a operação do sistema está próxima do seu comportamento.
𝑬 =
𝑷𝑹
𝑪𝑬
=
𝟐𝟑𝟑
𝟐𝟑𝟑
= 𝟏, 𝟎𝟎 (100%)
Prof. Denis R. S. Lima
Exemplo 2
Fábrica de lâmpadas de LED 5W.
 RESOLUÇÃO
 A partir dos resultados obtidos, observa-se que a manutenção programada permite a utilização
de até 97% da capacidade ideal projetada.
 Por sua vez, a eficiência foi de 100% porque não foram estimadas as perdas não programadas.
Se for considerada uma perda de 30 minutos com fluxo de itens (PeFlu) por turno
de 24 horas, então quais serão as novas taxas de Produção Real, Utilização e
Eficiência?
Para este novo cenário observa-se que as perdas
não programadas limitaram ao índice de utilização
a 95%, e a eficiência caiu para 98%.
Portanto, quanto maior a perda não programada,
mais afetada será a eficiência do sistema
produtivo.
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SP – Situação Problema
Fabricação de componentes eletrônicos para indústria
eletrônica
 Um grupo de empresários deseja implantar uma nova empresa
voltada para a fabricação de componentes eletrônicos. A
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componentes ter se tornado insuficiente para atender à demanda.
Segundo a pesquisa de mercado que realizaram, esta situação
deve perdurar durante os próximos quatro anos.
 Baseado nisso, o planejamento destes empresários é definir de
forma sistemática a capacidade de uma nova fábrica a ser
implantada em 18 meses. Para isso eles precisam do auxílio de
um gestor capaz de orientar sobre a viabilidade deste projeto.
 Você foi escalado para assessorar estes empresários. Como
analisar as restrições e a viabilidade deste projeto?
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SP – Situação Problema
RESOLUÇÃO
Fabricação de componentes eletrônicos para indústria eletrônica
 O ponto crítico para a viabilidade deste projeto está em estabelecer uma sistemática para
o Planejamento e Controle de Capacidade da nova fábrica.
 Com a pesquisa de mercado que foi realizada devem ter sido levantadas estimativas
sobre os níveis de demanda e capacidade, cumprindo-se a primeira etapa.
 Também foi avaliado que durante os próximos quatro anos esta demanda não deve sofrer
grandes flutuações e a previsão é manter-se em alta, cumprindo-se a segunda etapa.
 O ponto frágil deste planejamento é o prazo. Como se trata de um investimento
maior para edificação de uma nova fábrica, caracteriza-se como um
Planejamento e Controle da Capacidade (PCC) de longo prazo que, para ser
viável, implica em um horizonte de tempo entre três e cinco anos. Corre-se o risco
de se fazer a implantação e startup da nova unidade produtiva quase no final do
período de demanda elevada, que poderá provocar fortes flutuações de demanda o
que, por sua vez, poderá prejudicar o êxito da nova fábrica.
 Portanto, o planejamento de capacidade indica que este projeto é inviável para ser
realizado em 18 meses.
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Dúvidas?
Prof. Denis R. S. Lima
Contato
 Grupo de WhatsApp da disciplina:
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Fim da aula!
Obrigado e bom
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Análise da necessidade de capacidade instalada

  • 1. Prof. Denis R. S. Lima U2 - Introdução ao Projeto de Fábrica U2S2 – Análise da necessidade de capacidade instalada Prof. Denis Rafael de Souza Lima E-mail: denis.lima@anhanguera.com Faculdade Anhanguera de Valinhos - FAV, Valinhos, Brasil. Projeto de Fábrica e instalações industriais
  • 2. Prof. Denis R. S. Lima U2 – Introdução ao projeto de fábrica U2S2 – Análise da necessidade de capacidade instalada Projeto de fábrica e instalações industriais
  • 3. Prof. Denis R. S. Lima Introdução  Uma decisão que exige uma análise cuidadosa no projeto de fábrica é a respeito da capacidade instalada.  Isto procede pelo fato de a capacidade instalada ser um fator que estabelece um limite de atendimento à demanda de mercado. Por sua vez, a demanda pode sofrer variações e isso faz com que a fábrica possa ou não atender a essas mudanças dependendo da forma como foram elaboradas as estratégias de planejamento e controle de capacidade.  Abordagem:  Nesta unidade vamos continuar avançando na metodologia PFL - Foco na Fase 2 – projeto de fábrica  Análise da necessidade de capacidade instalada;  Conceito de capacidade instalada;  Volume de produção;  Capacidade de produção;  Planejamento e controle da capacidade;  Conceito de nível ótimo de capacidade;  Dimensionamento e medidas de capacidade.
  • 4. Prof. Denis R. S. Lima Metodologia PFL: Projeto de Fábrica e Layout  O projeto de uma fábrica é complexo e deve ser realizado de forma sistemática, sendo que cada fase deve ser realizada de forma criteriosa e ter seus resultados avaliados antes de se evoluir para a fase seguinte.
  • 5. Prof. Denis R. S. Lima Projeto de Fábrica  A expressão projeto de fábrica, na metodologia PFL, não está associada apenas ao contexto das instalações prediais e edificação em si. Nesta seção, será trabalhado o tema Análise da necessidade de capacidade instaçada, um fator crucial para a execução do projeto de fábrica.  A expressão refere-se ao conjunto de atividades que devem ser realizadas para que a definição de decisões estruturais possa ser realizada, ou seja, para que haja uma continuidade a partir do plano estratégico concluído.  Há cinco decisões estruturais que precisam ser tomadas e que envolvem a concepção da Unidade Produtiva que está sendo planejada.
  • 6. Prof. Denis R. S. Lima Capacidade instalada  Para o projeto de uma fábrica sabe-se que um dos fatores cruciais é observar a demanda que precisa ser suprida.  Dependendo da demanda que precisa ser atendida será definida a capacidade produtiva de uma fábrica que impactará o dimensionamento das instalações que deverão ser edificadas e os recursos tecnológicos necessários (ANTAR, 2014).  Entretanto, uma das grandes confusões que podem ser cometidas é entender que capacidade produtiva é o mesmo que volume de produção.  Antes de prosseguirmos, é interessante esclarecer a diferença entre esses dois conceitos:  Volume de produção: corresponde àquilo que é realmente produzido durante a operação de uma fábrica por um determinado período de tempo.  Capacidade de produção: está associada ao máximo que se é capaz de produzir em uma fábrica em um determinado período de tempo.
  • 7. Prof. Denis R. S. Lima Capacidade instalada  No longo prazo a instalação de capacidade envolve a alocação de recursos, e uma vez instalada pode ser difícil, ou impossível, alterá-la sem incorrer em custos significativos.  As decisões relativas à capacidade limitam a quantidade produzida, e afetam fortemente os custos de operação.  Se a capacidade e a procura forem semelhantes, os custos são minimizados.  O tipo de capacidade necessária é determinado pelo conjunto de bens/serviços que se pretendem fabricar/prestar.  A decisão de implantação de uma Unidade Produtiva (UP) repercute na operação da empresa durante um longo período de tempo, sendo necessário um estudo adequado da demanda para o futuro.
  • 8. Prof. Denis R. S. Lima Segundo Moreira (1993), entre as principais razões para a importância das decisões sobre capacidade, destacam-se:  São decisões cujo efeito prolonga-se pelo longo prazo;  São decisões que têm grande impacto sobre a habilidade da empresa em atender a demanda futura;  Modificações drásticas na capacidade são difíceis de se conseguir a curto e médio prazos, além de incorrerem em altos custos;  A capacidade tem relação estreita com os custos operacionais, que se elevam à medida em que a capacidade distancia-se da demanda (para maior ou menor). Capacidade instalada
  • 9. Prof. Denis R. S. Lima  Os gestores da produção precisam tomar decisões nas suas políticas de capacidade que afetarão diversos aspectos de desempenho:  Os custos serão afetados pelo equilíbrio entre capacidade e demanda, ou seja, caso a demanda for menor que a capacidade disponível o custo unitário aumentará; Por exemplo: se a capacidade for maior do que a demanda poderá gerar custos elevados para o produto ou serviço ofertados.  As receitas também serão afetadas, mas de maneira inversa, pois com capacidade ociosa há garantia de atendimento a demanda;  O capital de giro será afetado se o gerente decidir produzir para estoque visando não ter capacidade ociosa;  A qualidade também será afetada pelo planejamento da capacidade, pois se a empresa estiver com uma capacidade de mão de obra inferior à necessidade da demanda, terá de contratar novos funcionários, e o risco de produzir peças defeituosas aumentará;  A velocidade de resposta (flexibilidade) a mudança de demanda do cliente;  A confiabilidade de entrega poderá ser afetada caso a capacidade esteja muito próxima à demanda porque, por exemplo, uma máquina poderá quebrar e a empresa não terá tempo para “recuperar” o tempo parado. Capacidade instalada
  • 10. Prof. Denis R. S. Lima Planejamento e Controle da Capacidade  Para Neumann e Scalice (2015), o planejamento e controle da capacidade produtiva de uma fábrica passam por três etapas fundamentais: 1. Análise da demanda: o primeiro passo corresponde ao estudo do comportamento da demanda para que seja possível identificar possíveis variações. Uma vez identificado este tipo de comportamento, faz-se necessário avaliar a capacidade produtiva para se concluir a respeito de sua adequação em comportar o tipo de variação de demanda existente. 2. Variação de demanda: o segundo passo aborda a questão de estabelecer as estratégias para se tratar a variação da demanda. 3. Eficácia da demanda: o terceiro passo está associado à definição de qual estratégia é mais adequada conforme muda a situação presente a cada instante.
  • 11. Prof. Denis R. S. Lima Planejamento e Controle da Capacidade Por exemplo, o foco para a análise da demanda deve estar no futuro, projetando-se quanto deve ser o volume de produção e quando deverá haver disponibilidade da capacidade que foi projetada. Por sua vez, à medida que se verifica o comportamento do mercado é possível identificar ciclos de demanda que descrevem tanto o seu tempo de duração quanto a amplitude a ele associada.
  • 12. Prof. Denis R. S. Lima Planejamento e Controle da Capacidade (PCC) Neste contexto, o Planejamento e Controle da Capacidade (PCC) implica determinar um procedimento de atuação por meio de decisões que devem ser tomadas para que seja possível reagir em tempo hábil mediante a ocorrência de variações na demanda que foram previstas. Entretanto, o PCC depende do horizonte de tempo que estiver sendo contemplado, podendo envolver três contextos: PCC de longo, médio e curto prazo. Para cada contexto há um conjunto de requisitos específico que deve ser contemplado.
  • 13. Prof. Denis R. S. Lima PCC longo prazo  No longo prazo é realizado para um horizonte de três a cinco anos, normalmente utilizado quando do dimensionamento de uma nova Unidade Produtiva, quando é necessário um tempo longo para adquirir ou se desfazer dos recursos de produção (como imóveis, equipamentos ou instalações). O planejamento de capacidade de longo prazo requer a participação e aprovação da alta direção. No longo prazo, a instalação de capacidade geralmente envolve a alocação de recursos, e uma vez instalada pode ser difícil, ou impossível, alterá-la sem incorrer em custos significativos. A projeção da demanda fornece as estimativas de necessidade ao longo do tempo.
  • 14. Prof. Denis R. S. Lima PCC médio prazo No médio prazo está associado ao planejamento mensal ou trimestral para os próximos 6 a 18 meses, utilizado como importante variável nos processos de decisão. Aqui a capacidade pode variar em razão de contratações, demissões, novas ferramentas, aquisição de equipamentos de pequeno porte e subcontratações.
  • 15. Prof. Denis R. S. Lima PCC curto prazo No curto prazo o horizonte de planejamento é de menos de um mês. Está associado ao processo de planejamento diário ou semanal e envolve ajustes para eliminar a variação entre a produção planejada e a realizada. Isto inclui opções como horas extras, transferências de pessoal e vias alternativas de produção.
  • 16. Prof. Denis R. S. Lima Planejamento e Controle da Capacidade (PCC)
  • 17. Prof. Denis R. S. Lima Planejamento e Controle da Capacidade (PCC)  Em termos práticos, de acordo com Neumann e Scalice (2015) podemos sistematizar o planejamento e controle de capacidade em três etapas: (1) Medição; (2) Identificação e; (3) Definição.  A Figura a seguir apresenta como esta sistemática pode ser aplicada e o significado de cada etapa.
  • 18. Prof. Denis R. S. Lima Planejamento e Controle da Capacidade (PCC)  Os níveis de demanda e capacidade devem ser medidos cuidadosamente para que o planejamento possa ter êxito.  A partir daí deve-se analisar como seria possível reagir diante de uma flutuação de demanda para adequar a capacidade.  Por fim, diante da realidade em que estiver inserida a fábrica, escolhe-se qual a melhor solução estratégica.  Como o planejamento envolve um horizonte de tempo, dependendo da natureza das metas que forem planejadas, associa-se o período de tempo adequado para sua execução, ou seja, se é de longo, médio ou curto prazo.
  • 19. Prof. Denis R. S. Lima Planejamento e Controle da Capacidade (PCC) Os reflexos destas decisões são os seguintes:  Se a capacidade for inadequada, uma empresa pode perder clientes por causa de um serviço lento ou permitir que concorrentes entrem no mercado.  Se a capacidade for excessiva, uma empresa pode ter de reduzir preços para estimular a demanda, subutilizar a força de trabalho, manter excesso de estoques ou buscar produtos adicionais menos lucrativos para manter-se operando.
  • 20. Prof. Denis R. S. Lima Planejamento e Controle da Capacidade (PCC) Em organizações de serviços frequentemente a definição da capacidade instalada utiliza os mesmos conceitos e técnicas das organizações industriais, mas devido às características dos serviços, a estocagem não é possível e a flexibilidade em termos de capacidade é maior nos mercados em que a demanda é sazonal.  Em ambos os casos, na prática, a dinâmica do planejamento e controle da capacidade é reagir às flutuações da demanda no momento da ocorrência, ou seja, a flutuação prevista com antecedência ou ocorrida repentinamente, assim o processo de controle pode ser visto como consequência de processos de decisão parcialmente reativos.
  • 21. Prof. Denis R. S. Lima Nível Ótimo de Capacidade  A maioria das organizações precisa decidir sobre o tamanho (em termos de capacidade) de cada uma de suas Unidades Produtivas. Tais decisões têm grande impacto na habilidade de a empresa atender a demanda futura, pois o nível de capacidade instalada será o limite de atendimento possível da produção.  De acordo com Neumann e Scalice (2015), a busca para uma solução consiste em propor alternativas que sejam capazes de flexibilizar o sistema produtivo.  Uma possível abordagem é considerar os custos envolvidos com a fabricação de um produto.  Cada produto apresenta um custo fixo (que não depende da quantidade que for produzida) e um custo variável (diretamente relacionado à quantidade produzida).  A somatória consiste no custo total que pode ser dividido pela quantidade produzida em um determinado horizonte de tempo, resultando em um valor médio de custo total que depende da quantidade produzida, conforme mostrado na Figura a seguir:
  • 22. Prof. Denis R. S. Lima Níveis de capacidade de produção
  • 23. Prof. Denis R. S. Lima Níveis de capacidade de produção  O grande desafio passa a ser projetar soluções que sejam capazes de flexibilizar a capacidade de uma fábrica para que possa atender a flutuações na demanda e identificar o nível de operação ótimo.  Além de projetar incrementos na capacidade é necessário identificar quando os incrementos devem ser realizados.  Existem três estratégias básicas:  antecipar a capacidade para atender a demanda,  manter a capacidade acompanhando a demanda; ou  lidar com o ajuste de estoques. Normalmente, no início do ciclo de vida de um produto adota-se a estratégia antecipativa. Assim que o ciclo do produto avança, a demanda pode sofrer variações mais intensas e o melhor é buscar ajustar por meio de estoques. Por fim, quando o produto atinge a maturidade em seu ciclo de vida, o fator que impera é custo médio minimizado, que implica em utilizar níveis mais elevados de capacidade. Desta forma procura-se ajustar dinamicamente os níveis ótimos de operação da fábrica de acordo com o ciclo de vida de seus produtos.
  • 24. Prof. Denis R. S. Lima Medidas para o Cálculo de Capacidade  Determinar a capacidade produtiva de uma operação, célula ou planta não é um problema trivial, pois cada elemento possui características que alteram a sua capacidade (SLACK et al., 1997).  Por exemplo, em uma máquina depende do seu estado de conservação, do mix de produção, do método de trabalho, do operador, do setup, da marca da ferramenta de corte etc.  O volume de produção efetivo, juntamente com o estudo e seleção do processo produtivo, definirão e dimensionarão:  mão de obra direta;  equipamento produtivo;  volume de insumos básicos para produção;  ferramental.  Importante não confundir capacidade produtiva com volume de produção. O volume de produção é o que de fato se produz, enquanto a capacidade é o máximo que poderia ser produzido.  Veremos a seguir as medidas de capacidade mais citadas na literatura:
  • 25. Prof. Denis R. S. Lima Medidas para o Cálculo de Capacidade Capacidade de Projeto (CP) O sistema é considerado ideal, sem perdas. Neste caso não são consideradas atividades tais como: setups, manutenções programadas, transporte entre setores e limitações relacionadas ao fluxo produtivo. Capacidade Efetiva (CE) São levadas em consideração as necessidades e as perdas do sistema. Nesta consideram-se as necessidades de processo (perdas programadas, que chamaremos de Pe), entretanto sem considerar questões relativas ao fluxo fabril e ao tamanho dos lotes. 𝑪𝑬 = 𝑪𝑷 − 𝑷𝒆
  • 26. Prof. Denis R. S. Lima Medidas para o Cálculo de Capacidade Produção Real (PR) Neste caso você deve considerar as perdas que não foram programadas e pode levar em conta questões associadas ao fluxo de materiais na fábrica, que chamaremos de PeFlu. Portanto, a expressão será: 𝑷𝑹 = 𝑪𝑬 − 𝑷𝒆𝑭𝒍𝒖 Utilização (U) Obtém-se a partir do cálculo da divisão entre a Produção Real (PR) e a Capacidade Projetada (CP): 𝑼 = 𝑷𝑹 𝑪𝑷
  • 27. Prof. Denis R. S. Lima Medidas para o Cálculo de Capacidade Eficiência (E) Obtém-se a partir do cálculo da divisão entre a Produção Real (PR) e a Capacidade Efetiva (CE): 𝑬 = 𝑷𝑹 𝑪𝑬 Capacidade Operacional (CO) É a capacidade com que, de fato, o administrador da planta pode contar para o seu planejamento. 𝑪𝑶 = 𝑪𝑷 × 𝑬 × 𝑼
  • 28. Prof. Denis R. S. Lima Medidas para o Cálculo de Capacidade  A Figura a seguir ilustra a relação entre as principais medidas.
  • 29. Prof. Denis R. S. Lima Exemplo 1  Uma fábrica de autopeças opera durante três turnos diários de 8 horas.  Durante os finais de semana não há produção, ou seja, 2 dias de folga semanalmente.  Para que seja realizada manutenção, existe uma programação de parada durante 4 horas por semana.  Para o fluxo de materiais são utilizados 20 minutos por turno diariamente. Se for realizada uma análise da capacidade desta fábrica, veremos que sua eficiência pode ser dimensionada da seguinte forma: 𝐸 = 𝑃𝑅 𝐶𝐸 = 𝐶𝐸 − 𝑃𝑒𝐹𝑙𝑢 𝐶𝐸 = 𝐶𝐸 𝐶𝐸 − 𝑃𝑒𝐹𝑙𝑢 𝐶𝐸 = 1 − 20 + 20 + 20 60 . 5 𝐶𝑃 − 𝑃𝑒 = 1 − 5 3 ∙ 8 ∙ 5 − 4 𝑬 = 𝟎, 𝟗𝟓𝟕  Observe que para o cálculo de PeFlu foram considerados os 3 turnos de 20 min para contabilizar o fluxo de materiais que, por sua vez, foi contabilizado para 5 dias para totalizar 1 semana.  Para o cálculo de CP considerou-se 3 turnos de 8 horas durante 5 dias correspondentes a 1 semana.  Pe contabilizou as 4 horas semanais de manutenção programada.  Portanto, a taxa de eficiência do sistema (E), considerando a produção real em função da capacidade de produção efetiva é de 0,957, ou seja, 95,7%.
  • 30. Prof. Denis R. S. Lima Exemplo 2 Fábrica de lâmpadas de LED 5W.  Hipóteses assumidas para operação do sistema produtivo:  Produção em larga escala envolvendo três turnos para produção durante 24 horas por dia, sete dias por semana.  Desta forma, o objetivo é minimizar perdas não planejadas ao máximo. Para esta estimativa não serão computadas perdas desta natureza.  Para a manutenção programada do sistema está previsto, por hipótese, um total de sete horas a cada dez dias de operação do sistema. Calcule os seguintes parâmetros para medição da capacidade desse sistema: a) Capacidade Projetada (CP) – capaz de indicar o limite de produção ideal do sistema produtivo. b) Capacidade Efetiva (CE) – considera que o sistema estará desativado durante um certo período para manutenção. c) Produção Real (PR) – considera que podem existir paradas não programadas. d) Utilização (U) – mede quanto a operação do sistema está próxima do comportamento ideal. e) Eficiência (E) – mede quanto a operação do sistema está próxima do seu comportamento.
  • 31. Prof. Denis R. S. Lima Exemplo 2 Fábrica de lâmpadas de LED 5W.  RESOLUÇÃO Calcule os seguintes parâmetros para medição da capacidade desse sistema: a) Capacidade Projetada (CP) – capaz de indicar o limite de produção ideal do sistema produtivo. 𝑪𝑷 = 𝟏𝟎 ∙ 𝟐𝟒 = 𝟐𝟒𝟎 horas de operação em dez dias b) Capacidade Efetiva (CE) – considera que o sistema estará desativado durante um certo período para manutenção. 𝑪𝑬 = 𝑪𝑷 − 𝑷𝒆 = 𝟐𝟒𝟎 − 𝟕 = 𝟐𝟑𝟑 c) Produção Real (PR) – considera que podem existir paradas não programadas. 𝑷𝑹 = 𝑪𝑬 − 𝑷𝒆𝑭𝒍𝒖 = 𝟐𝟑𝟑 − 𝟎 = 𝟐𝟑𝟑 d) Utilização (U) – mede quanto a operação do sistema está próxima do comportamento ideal. 𝑼 = 𝑷𝑹 𝑪𝑷 = 𝟐𝟑𝟑 𝟐𝟒𝟎 = 𝟎, 𝟗𝟕 (97%) e) Eficiência (E) – mede quanto a operação do sistema está próxima do seu comportamento. 𝑬 = 𝑷𝑹 𝑪𝑬 = 𝟐𝟑𝟑 𝟐𝟑𝟑 = 𝟏, 𝟎𝟎 (100%)
  • 32. Prof. Denis R. S. Lima Exemplo 2 Fábrica de lâmpadas de LED 5W.  RESOLUÇÃO  A partir dos resultados obtidos, observa-se que a manutenção programada permite a utilização de até 97% da capacidade ideal projetada.  Por sua vez, a eficiência foi de 100% porque não foram estimadas as perdas não programadas. Se for considerada uma perda de 30 minutos com fluxo de itens (PeFlu) por turno de 24 horas, então quais serão as novas taxas de Produção Real, Utilização e Eficiência? Para este novo cenário observa-se que as perdas não programadas limitaram ao índice de utilização a 95%, e a eficiência caiu para 98%. Portanto, quanto maior a perda não programada, mais afetada será a eficiência do sistema produtivo.
  • 33. Prof. Denis R. S. Lima SP – Situação Problema Fabricação de componentes eletrônicos para indústria eletrônica  Um grupo de empresários deseja implantar uma nova empresa voltada para a fabricação de componentes eletrônicos. A motivação veio do fato de a capacidade de fornecimento destes componentes ter se tornado insuficiente para atender à demanda. Segundo a pesquisa de mercado que realizaram, esta situação deve perdurar durante os próximos quatro anos.  Baseado nisso, o planejamento destes empresários é definir de forma sistemática a capacidade de uma nova fábrica a ser implantada em 18 meses. Para isso eles precisam do auxílio de um gestor capaz de orientar sobre a viabilidade deste projeto.  Você foi escalado para assessorar estes empresários. Como analisar as restrições e a viabilidade deste projeto?
  • 34. Prof. Denis R. S. Lima SP – Situação Problema RESOLUÇÃO Fabricação de componentes eletrônicos para indústria eletrônica  O ponto crítico para a viabilidade deste projeto está em estabelecer uma sistemática para o Planejamento e Controle de Capacidade da nova fábrica.  Com a pesquisa de mercado que foi realizada devem ter sido levantadas estimativas sobre os níveis de demanda e capacidade, cumprindo-se a primeira etapa.  Também foi avaliado que durante os próximos quatro anos esta demanda não deve sofrer grandes flutuações e a previsão é manter-se em alta, cumprindo-se a segunda etapa.  O ponto frágil deste planejamento é o prazo. Como se trata de um investimento maior para edificação de uma nova fábrica, caracteriza-se como um Planejamento e Controle da Capacidade (PCC) de longo prazo que, para ser viável, implica em um horizonte de tempo entre três e cinco anos. Corre-se o risco de se fazer a implantação e startup da nova unidade produtiva quase no final do período de demanda elevada, que poderá provocar fortes flutuações de demanda o que, por sua vez, poderá prejudicar o êxito da nova fábrica.  Portanto, o planejamento de capacidade indica que este projeto é inviável para ser realizado em 18 meses.
  • 35. Prof. Denis R. S. Lima Dúvidas?
  • 36. Prof. Denis R. S. Lima Contato  Grupo de WhatsApp da disciplina:  https://chat.whatsapp.com/E4wfhnLZe866V3hEXukfqx
  • 37. Prof. Denis R. S. Lima Fim da aula! Obrigado e bom descanso!