Crónica de D. Pedro I - parte de uma trilogia.pptx
1. Literatura Portuguesa – 10.ºano
Crónica de D. Pedro I:
parte de uma trilogia
Abordagem didática
António Coito
11.03.2023 – Sessão via Zoom
2. 2
Aprendizagens Essenciais
· Explicitar tema(s), ideias principais, pontos de vista.
· Reconhecer características estéticas e formais de obras de diferentes
épocas e géneros: crónicas de Fernão Lopes (Crónica de D. Pedro I e Crónica
de D. João I)
· Contextualizar textos literários de vários géneros e autores.
· Compreender o significado das influências sociais e históricas sobre a
escrita e o leitor.
· Comparar textos da mesma época e de épocas diferentes em função de
temas, ideias, valores e marcos históricos e culturais.
· Relacionar a literatura com outras formas de arte e outros produtos culturais
da atualidade, descobrindo a especificidade da experiência estética e da
fruição individual que dela decorrem.
· Compreender a literatura nas suas dimensões social, cultural, pessoal e
ética.
In Aprendizagens Essenciais (2018). Literatura Portuguesa – 10.ºano. Disponível em
http://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Curriculo/Aprendizagens_Essenciais/10_literatura_portuguesa.pdf
3. 3
Tópicos de abordagem
· Contexto histórico-literário: vida e obra; crise de 1383-1385; a
crónica;
· Valor documental das crónicas de Fernão Lopes;
· Características temáticas, estéticas e formais da crónica de
Fernão Lopes.
4. 4
Vida e obra de Fernão Lopes
Fernão Lopes, o cronista de D.
João I, guarda-mor das escrituras da
Torre do Tombo, é a personalidade
mais marcante da literatura portuguesa
medieval.
5. 5
Vida e obra de Fernão Lopes
Da vida de Fernão Lopes temos muito poucos dados:
1) Teria nascido entre 1380 e 1390.
2) Teria pertencido ao povo e aprenderia a ler e escrever em
português e outras línguas para desempenhar o ofício de
tabelião, quer dizer, de redator de documentos oficiais.
3) Desempenhou os cargos de:
a) Guarda-mor ou arquivador da Torre do Tombo.
b) Cronista-mor do reino de Portugal, cargo criado por D.
Duarte. O seu sucessor seria Gomes Eanes de Zurara.
6. 6
Vida e obra de Fernão Lopes
Fernão Lopes, ao ser arquivador da Torre do Tombo, tem acesso
a muitos documentos, o que lhe facilita a redação das suas crónicas.
Só conservamos dele três crónicas:
Crónica de D. Pedro I
Crónica de D. Fernando
Crónica de D. João I
8. 8
Crónica
Crónica- do latim chronĭca (do grego khroniká = tempo) ► Narrativa
histórica que narra factos inerentes à vida das nações ou de entidades de
relevo (adaptado da Infopédia). Esta narrativa era feita por ordem
cronológica.
Um cronista medieval era um escritor que:
- tinha uma função: compilar os factos históricos e as histórias
anteriores, ordená-las e fixá-las através da escrita;
- tinha um método: usava várias fontes (orais e escritas) sem as
mencionar, ainda que fizesse cópias quase integrais das mesmas
(não havia a noção de plágio);
- tinha um objetivo: enaltecer o senhor que financiava a sua obra
(ou a sua linhagem).
9. 9
Crónica
As crónicas medievais eram obras comprometidas,
“espelhos” dos meios palacianos em que nasciam, daí que não
refletissem a consciência completa da sociedade de então. Num
contexto em que se devia agradar a quem pagava, não existia a
noção de verdade histórica.
LOPES, Fernão, 1380?-1460
Chronica DelRey D. Joam I de
Boa Memoria e dos Reys de
Portugal o Decimo : primeira
parte [-terceira...] ... :
offerecida a Magestade
DelRey Dom Joam o IV. N.
Senhor de miraculosa
memoria / composta por
Fernam Lopez. - Em Lisboa : a
custa de Antonio Alvarez
Impressor DelRey, 1644. - 3 t.
em 3 vol. ; 2º (28 cm)
11. 11
Valor documental
Retratam a vida política e social dos reinados dos reis que dão nome
às crónicas.
Pelo conteúdo
Pela forma
Exemplo da nova narrativa histórica.
Ao nível linguístico
Fase arcaica da língua. «Matom o mestre!»
13. 13
Contar a História como quem
conta histórias
«Não é apenas por ter sido um bom
historiador que Fernão Lopes tem
importância (…)»
«um produtor de textos literários»
«um excelente artista da prosa literária
portuguesa»
«uma espécie de ‘’repórter’’ dos acontecimentos
que narra»
Amélia Pinto Pais (2004). História da Literatura em Portugal – Uma perspetiva didática, vol.1.
Porto: Areal.
14. 14
Crónica de D. Pedro I
Estrutura 44 capítulos
Assunto
- um retrato inicial do monarca;
- episódios ilustrativos da sua ação governativa;
- relatos da aplicação da justiça por parte do rei;
- a tragédia de D. Inês de Castro (alegado casamento com D. Pedro I,
ira de D. Pedro I, perseguindo e punindo os assassinos e manifestando
a sua justiça cega);
- um sonho em que D. Pedro I vê o seu filho (D. João I, Mestre de Avis)
a salvar simbolicamente o país.
uma obra de crime e castigo
15. 15
Objetivo
- traçar um retrato elogioso do monarca (apresentado como
justiceiro, protetor do povo) e da sua governação, atendendo ao facto
de ser o pai de D. João I, cuja memória Fernão Lopes fora incumbido
de celebrar.
- contribuir para o processo de legitimação da dinastia de Avis (D.
Pedro I é pai de D. Fernando, sucessor legítimo da coroa, e de D. João
I, o bastardo régio coroado rei após a crise dinástica de 1383-1385).
Crónica de D. Pedro I
16. 16
Crónica de D. Pedro I
Capítulos Exemplificativos
Prólogo – conceito de justiça, tom panegírico (indiretamente) para com o rei,
refletindo a importância de um rei justo para a consolidação de uma sociedade
igualmente justa.
Capítulo VII – aplicação da justiça a um bispo que dormia com uma mulher
casada = perigo para o povo e para a igreja (o povo julga a sua ação
governativa, existindo uma antecipação da abordagem da personagem
coletiva pelo autor).
«e nom ponhades duvida»
- Coloquialidade
- Importância da verdade
17. 17
Crónica de D. Pedro I
Capítulo XXXI – justiça cruel sobre os conselheiros de Afonso IV, que
executaram Inês de Castro, Pero Coelho e Alvaro Gonçalvez; Diogo Lopez
escapa (pormenor descritivo da caça ao homem).
«Dizem que»
- Relevância das fontes
Fernão Lopes aborda a verdade «clara nom fingida», apostando na
verosimilhança, como também se verifica na sua Crónica de D. João I.
18. 18
Linguagem, estilo e estrutura
Visualismo:
sensações visuais, auditivas; ritmo acelerado; uso
de recursos expressivos (comparação, enumeração,
adjetivação, personificação); uso da coordenação.
Coloquialismo:
uso do imperativo e da 2.ª pessoa do plural
(interpelações ao leitor/ouvinte); transcrição de
cantigas.
Dinamismo:
conjugação de planos – plano geral vs. plano de
pormenor; alterações de ritmo; sequencialização
gradativa das ações.
19. Literatura Portuguesa – 10.ºano
Crónicas de Fernão
Lopes
Abordagem didática
António Coito
11.03.2023 – Sessão via Zoom