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 É conhecido como "redemocratização" 
na história do Brasil o período de 
abertura política, ou seja, de 
recuperação das instituições 
democráticas abolidas pelo chamado 
Regime Militar, instituído em 1964, e que 
impunha desde aquele ano um regime 
de exceção e de censura às instituições 
nacionais.
 A ficção brasileira contemporânea não 
precisa necessariamente ser descrita a 
partir de um enquadramento político ou 
ideológico. Nem seus principais assuntos 
ou trajetória explicam-se tão somente 
por meio de cotejo com fatores 
externos, de ordem sociológica, que 
fazem parte do cotidiano dos leitores.
 os últimos 25 anos da história política 
afetaram particularmente os 
mecanismos de difusão cultural, 
apresentando-se ao escritor na 
condição de temas e técnicas artísticas 
e singularizando o relacionamento da 
literatura com o público, com efeitos 
marcantes nas obras individuais.
 Por esta razão, procede-se a seguir a um 
exame, ainda que breve, das 
circunstâncias políticas e culturais que 
cercaram a produção literária brasileira 
dos últimos tempos.
 Desde 1985, o Brasil é governado por 
presidentes civis, primeiramente em 
decorrência da aceitação naquele ano, 
pelo Exército, da candidatura e vitória de 
Tancredo Neves, depois como resultado 
das eleições diretas de 1989, vencidas por 
Fernando Collor de Melo. Desde 1988, 
conta com uma Constituição mais liberal 
que a legada pelo regime anterior, 
elaborada por um Congresso escolhido 
democraticamente pela população em 
1986.
Essas mudanças caracterizam a faceta 
mais progressista da vida política 
brasileira durante a década de 80. Por 
outro lado, o fato de Tancredo Neves, 
por razão de saúde, não ter assumido o 
poder, e sim o vice-presidente José 
Sarney, originário do partido direitista 
que, durante a ditadura, representara o 
governo;
A persistência de problemas herdados 
das administrações precedentes, a 
começar pelos da dívida externa e da 
inflação -todos estes aspectos indicam 
que a sociedade e a política brasileira 
de hoje se definem mais do que se 
desejaria pelo panorama construído 
durante o sistema anterior, dominado 
pelos militares.
 As transformações não aconteceram de 
maneira brusca, nem são tão profundas, 
o que permite caracterizar a cena 
política considerando um percurso até 
certo ponto contínuo desde o final dos 
anos 60.
 O projeto de modernização afetou a 
cultura, tanto quanto os demais setores 
da sociedade. Possibilitou a 
incorporação a ela de meios 
avançados de produção intelectual e 
uma tecnologia mais dinâmica e 
eficiente, de que resultou a expansão 
da cultura de massa, beneficiária 
principal desses acontecimentos.
 Mais que antes, a cultura passou a ser 
um segmento da vida econômica, 
interessando aos grupos financeiros que 
apoiaram a ampliação das editoras, 
investiram na publicação de livros e em 
galerias de arte e aceitaram o 
intelectual enquanto um profissional 
competente e confiável.
 Este, que, por várias décadas da vida 
cultural brasileira, sobrevivera 
financeiramente à sombra do Estado, 
como funcionário público, diplomata ou 
professor, ou do patriciado rural, 
dispunha agora de oportunidades 
inusitadas de trabalho, decorrentes da 
nova situação.
 Consciente de que a modernização 
acelerada do país não poderia 
prescindir do crescimento do sistema 
educacional, que forneceria profissionais 
para os campos emergentes da 
economia, o governo facilitou a 
expansão da rede escolar nos seus três 
graus e propiciou a expansão dos 
programas de pós-graduação. Esta 
decisão não significou que quem a 
tomou assumiu com a mesma rapidez os 
encargos correspondentes.
 Em vez disso, o regime foi permissivo, 
facultando o estabelecimento de cursos 
superiores financiados pelos próprios alunos 
e estimulando o fortalecimento da rede 
particular de ensino, ao desprestigiar a 
escola pública com o aviltamento do 
salário do professor, a falta de 
manutenção dos prédios escolares, a 
paulatina redução dos recursos 
orçamentários destinados à educação.
 Como, porém, a população urbana foi 
convocada a participar dessa 
modernização, viu-se obrigada a se 
educar segundo tais condições, 
pagando por seus estudos, aceitando a 
má qualidade do ensino ministrado e, 
principalmente nos anos em que a 
repressão foi mais acintosa, calando sua 
revolta ou insatisfação.
 Por esse motivo, o contingente escolar, 
nos três graus de ensino, converteu-se 
num virtual consumidor de produtos 
culturais, ou porque, bem ou mal, estava 
mais educado, ou porque o professor 
utilizava o livro enquanto instrumento 
pedagógico.
 Principalmente a literatura beneficiou-se 
com essa situação, e o artista, mais 
conhecido por causa dos fatos antes 
assinalados, foi levado a se apresentar 
diretamente a seus leitores.
 A segunda metade da década de 70 
presenciou a propagação de um fenômeno 
ainda em expansão: o chamado circuito 
universitário, segundo o qual o escritor, por 
convite de um professor ou de uma escola, 
patrocinado por sua editora ou, como 
acontece ultimamente, recebendo o apoio de 
alguma multinacional (a Fiat, a Nestlé e a IBM 
mantiveram programas de vulto baseados na 
apresentação de escritores a estudantes em 
cidades do interior ou em universidades 
particulares), percorre uma ou várias 
faculdades, dialogando com os alunos que, 
dessa maneira, são estimulados a ler e a discutir 
com o autor a realização deste.
 A importância desse novo tipo de 
relacionamento com o público não é 
negligenciáveis: nos anos mais duros da 
repressão, possibilitou contornar um obstáculo 
como a censura, ao colocar as pessoas frente 
a frente, sem mediadores; obrigou o escritor a 
utilizar uma linguagem que facilitasse seu 
trânsito com o leitor, que, estudante, não tinha 
uma formação erudita ou especializada, 
diferenciando-se o novo diálogo daquele 
mantido com a crítica literária, até então sua 
principal interlocutora; e facultou a expansão 
da literatura contemporânea, interrompendo 
uma tradição ainda vigente, de valorizar na 
escola apenas o autor já consagrado, de 
preferência pertencente a gerações passadas.
 A emergência desse novo mercado 
teve ainda uma última consequência: 
determinou a expansão de certos 
gêneros, os que se vinculavam ao 
público estudantil.
 A literatura infantil, destinada sobretudo 
aos alunos de primeiro grau, e a — 
580→ novela, gênero que à primeira 
vista foi o que mais cresceu nos anos 80, 
são dois exemplos de um tipo de produto 
cuja difusão decorre diretamente da 
situação descrita. Respondendo 
positivamente a ela, o autor é levado a 
orientar sua criatividade para maneiras 
de escrever que facilitam seu intercâmbio 
com o público.
 Se o fato pode ser considerado limitante 
por um lado, cabe lembrar que, por 
outro, talvez seja o que lhe deu mais 
autonomia, libertando-o de certas 
amarras, como as ideológicas, 
profissionais e, portanto, financeiras, 
antes mencionadas.
 Conforme a advertência anterior, não se 
deseja ver a literatura na condição de efeito 
ou reflexo de um panorama extraliterário, 
pré-existente e condicionante. Os fatores 
acima indicados foram expostos por outra 
razão: permitem entender como o escritor 
contemporâneo interagiu com seu tempo e 
sociedade, representada por classes sociais 
diferenciadas e um público virtual com o 
qual dialoga a partir do estabelecimento de 
uma linguagem comum.
 São os aspectos peculiares a essas últimas 
que procuramos distinguir nos planos 
político e cultural. Como se verá, uma de 
suas repercussões é a tentativa de dar 
expressão a segmentos até então ausentes 
ou de posição secundária na literatura; 
disto resulta a emergência da voz do 
oprimido, de que a ficção se torna 
portadora. As determinações dessa 
tendência mais geral é o que se discrimina 
abaixo.
 Cabe, portanto, compreender a 
emergência dessa orientação da 
literatura a partir de uma perspectiva 
dialética, sem o que a análise corre o 
perigo de mostrar-se unilateral. Por sua 
vez, o tema contém seus matizes, 
particularizando-se em enfoques e 
posicionamentos diferentes.
 Uma de suas orientações mais sólidas 
caracteriza-se pela tentativa de 
exposição do elemento popular. Este é 
representado por:
 a) Personagens originárias das camadas 
urbanas mais inferiorizadas, salientando-se 
a presença do marginal, que pode ser o 
trabalhador desempregado, o proletário 
lumpen, o sub-profissional e emigrante ou 
ainda o mendigo. Pode ser também o fora 
da lei, que escolhe pilhar a sociedade que 
não lhe oferece melhores chances de 
progresso pessoal; ou ainda o revoltado 
que, de modo violento e criminoso, porém, 
conforme o texto, legítimo, agride a 
sociedade e, de alguma forma, pune-a 
pelo descaso com que o trata.
 O contista João Antônio organiza suas 
histórias em torno a esse universo, 
aprofundando-se nas camadas mais baixas 
da sociedade para extrair delas não 
apenas os tipos humanos, mas sua 
linguagem, comportamento e visão de 
mundo. Seu primeiro livro, Malagueta, Perus 
e Bacanaço, de 1965, antecipa essa 
orientação geral de sua prosa, a que se 
mantém fel nas obras subsequentes, como 
Leão de Chácara, de 1975, ou Abraçado 
ao meu rancor, publicado em 1986.
 Ela está presente também em sua visão 
da história da literatura, valorizando em 
ambas as figuras que, de alguma 
maneira, aderiram à ótica popular em 
que acredita; isto se verifica nos livros 
dedicados a Getúlio Vargas, Lambões 
de caçarola, e ao escritor Lima Barreto, 
de quem se considera herdeiro literário.
 Nos contos de Rubem Fonseca igualmente se 
constata a presença desse mundo, o autor 
procurando incorporar a linguagem e cosmo 
visão de seus protagonistas; mas elas traduzem 
ainda uma violência radical, em resposta à 
agressão social de que são objeto, como se lê 
numa de suas melhores criações, Feliz ano novo, 
publicado em 1975 e proibido de circular em 
1976. Também O cobrador, de 1979, cujo título 
alude ao homem que aterroriza a cidade, 
«cobrando» dos moradores os males que 
cometem, está fundado nessa violência, 
equivalente à sua forma de conduzir o leitor a 
encarar com olhos mais críticos o contexto 
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 b) Personagens simbólicas que 
encarnem o homem do povo; este não é 
identificado a alguma classe social, mas 
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que, dentro da pirâmide social 
ficcionalmente representada, ocupa a 
posição inferior. Tem ainda natureza 
plural e às vezes fantástica, já que 
absorve tendências diversas de um 
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 c) Personagens seguidamente mágicas ou 
míticas, relacionadas ao folclore e à 
tradição oral, orientação patente 
sobretudo entre os escritores do Nordeste: 
a novela de Jorge Amado, desde os anos 
60, e a produção de Ariano Suassuna, 
Hermilo Borba Filho e João Ubaldo Ribeiro, 
mais recentemente de Luís Berto, são 
representativas dela. Sua vigência ocorreu 
sobretudo na primeira metade dos anos 70 
a beneficiou-se bastante das conquistas do 
Realismo Mágico, na ocasião em grande 
evidência na crítica literária nacional.
 A partir dos anos 70 a perspectiva muda: 
em Maíra, de Darcy Ribeiro, o ponto de 
vista dominante provém dos índios, cujos 
mitos e cosmovisão organizam a 
representação ficcional; e a história é a do 
confronto entre o índio e o branco, cujo 
projeto civilizatório ocasiona tanto a 
destruição do mundo original das 
populações nativas e a ruptura de seu 
equilíbrio natural, como a perda, por parte 
daquelas, da confiança em seus próprios 
valores.
 Disto advém a fragmentação de seu 
universo, que tem sentido quando 
compreendido como totalidade, e o 
sentimento de exílio mesmo dentro da 
comunidade de iguais. Antônio Callado, 
em Expedição Montaigne, de 1982, 
também organiza o enredo em torno a um 
conflito desse tipo, enquanto que, mais 
recentemente, Carlos de Oliveira Gomes, 
em Caminho Santiago (1986), examina-o 
desde o foco histórico.
 Outras linhas de trabalho facultam a 
expressão de outras vozes, uma das 
mais audíveis sendo a da mulher. Por sua 
vez, se, nas tendências aqui dispostas, 
foi destacada sua propensão a ler e a 
se posicionar diante da história 
contemporânea, isto não quer dizer que 
possa ser interpretada somente desde 
este ângulo.
 O último grupo de obras citadas está 
profundamente envolvido com o 
questionamento da forma romanesca e 
da natureza imaginária da ficção, o que 
lhes confere acentuado cunho 
experimental. Não salientar este fato, 
ainda que de passagem, seria cometer 
uma injustiça frente à pesquisa de 
linguagem com a qual os escritores se 
comprometem.
 Como, porém, essa não os impede de 
revelarem-se pessoas de seu tempo, 
atentas às dificuldades do meio, 
ressaltá-los foi igualmente uma forma de 
homenagear seu esforço, tanto mais 
penoso quando as circunstâncias são 
diversas.
 “Desde a década de 1980 a arte pop se 
tornou um topus recorrente no reexame 
da ideologia da modernidade, este 
balanço a que a antevisão precoce do 
desfecho do século XX compelia, em 
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contencioso político, econômico e 
social que se acumulara no processo de 
exaustão de mais uma era de 
modernização.” (SALZSTEIN, 2006)
 http://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/ 
hispania--11/html/p0000014.htm 
 http://paginacultural.com.br/pop-cultura-literatura- 
e-decada-de-80/ 
 http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/ 
redemocratizacao/ 
 https://pt.scribd.com/doc/53536855/A-Redemocratizacao- 
Brasileira-e-a- 
Constituicao-de-1988
 Professor Dr. Paulo Kozen 
 Acadêmicos: Adriele Gossler e Christian 
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Literatura brasileira na década de 1980

  • 1.
  • 2.  É conhecido como "redemocratização" na história do Brasil o período de abertura política, ou seja, de recuperação das instituições democráticas abolidas pelo chamado Regime Militar, instituído em 1964, e que impunha desde aquele ano um regime de exceção e de censura às instituições nacionais.
  • 3.  A ficção brasileira contemporânea não precisa necessariamente ser descrita a partir de um enquadramento político ou ideológico. Nem seus principais assuntos ou trajetória explicam-se tão somente por meio de cotejo com fatores externos, de ordem sociológica, que fazem parte do cotidiano dos leitores.
  • 4.  os últimos 25 anos da história política afetaram particularmente os mecanismos de difusão cultural, apresentando-se ao escritor na condição de temas e técnicas artísticas e singularizando o relacionamento da literatura com o público, com efeitos marcantes nas obras individuais.
  • 5.  Por esta razão, procede-se a seguir a um exame, ainda que breve, das circunstâncias políticas e culturais que cercaram a produção literária brasileira dos últimos tempos.
  • 6.  Desde 1985, o Brasil é governado por presidentes civis, primeiramente em decorrência da aceitação naquele ano, pelo Exército, da candidatura e vitória de Tancredo Neves, depois como resultado das eleições diretas de 1989, vencidas por Fernando Collor de Melo. Desde 1988, conta com uma Constituição mais liberal que a legada pelo regime anterior, elaborada por um Congresso escolhido democraticamente pela população em 1986.
  • 7. Essas mudanças caracterizam a faceta mais progressista da vida política brasileira durante a década de 80. Por outro lado, o fato de Tancredo Neves, por razão de saúde, não ter assumido o poder, e sim o vice-presidente José Sarney, originário do partido direitista que, durante a ditadura, representara o governo;
  • 8. A persistência de problemas herdados das administrações precedentes, a começar pelos da dívida externa e da inflação -todos estes aspectos indicam que a sociedade e a política brasileira de hoje se definem mais do que se desejaria pelo panorama construído durante o sistema anterior, dominado pelos militares.
  • 9.  As transformações não aconteceram de maneira brusca, nem são tão profundas, o que permite caracterizar a cena política considerando um percurso até certo ponto contínuo desde o final dos anos 60.
  • 10.  O projeto de modernização afetou a cultura, tanto quanto os demais setores da sociedade. Possibilitou a incorporação a ela de meios avançados de produção intelectual e uma tecnologia mais dinâmica e eficiente, de que resultou a expansão da cultura de massa, beneficiária principal desses acontecimentos.
  • 11.  Mais que antes, a cultura passou a ser um segmento da vida econômica, interessando aos grupos financeiros que apoiaram a ampliação das editoras, investiram na publicação de livros e em galerias de arte e aceitaram o intelectual enquanto um profissional competente e confiável.
  • 12.  Este, que, por várias décadas da vida cultural brasileira, sobrevivera financeiramente à sombra do Estado, como funcionário público, diplomata ou professor, ou do patriciado rural, dispunha agora de oportunidades inusitadas de trabalho, decorrentes da nova situação.
  • 13.  Consciente de que a modernização acelerada do país não poderia prescindir do crescimento do sistema educacional, que forneceria profissionais para os campos emergentes da economia, o governo facilitou a expansão da rede escolar nos seus três graus e propiciou a expansão dos programas de pós-graduação. Esta decisão não significou que quem a tomou assumiu com a mesma rapidez os encargos correspondentes.
  • 14.  Em vez disso, o regime foi permissivo, facultando o estabelecimento de cursos superiores financiados pelos próprios alunos e estimulando o fortalecimento da rede particular de ensino, ao desprestigiar a escola pública com o aviltamento do salário do professor, a falta de manutenção dos prédios escolares, a paulatina redução dos recursos orçamentários destinados à educação.
  • 15.  Como, porém, a população urbana foi convocada a participar dessa modernização, viu-se obrigada a se educar segundo tais condições, pagando por seus estudos, aceitando a má qualidade do ensino ministrado e, principalmente nos anos em que a repressão foi mais acintosa, calando sua revolta ou insatisfação.
  • 16.  Por esse motivo, o contingente escolar, nos três graus de ensino, converteu-se num virtual consumidor de produtos culturais, ou porque, bem ou mal, estava mais educado, ou porque o professor utilizava o livro enquanto instrumento pedagógico.
  • 17.  Principalmente a literatura beneficiou-se com essa situação, e o artista, mais conhecido por causa dos fatos antes assinalados, foi levado a se apresentar diretamente a seus leitores.
  • 18.  A segunda metade da década de 70 presenciou a propagação de um fenômeno ainda em expansão: o chamado circuito universitário, segundo o qual o escritor, por convite de um professor ou de uma escola, patrocinado por sua editora ou, como acontece ultimamente, recebendo o apoio de alguma multinacional (a Fiat, a Nestlé e a IBM mantiveram programas de vulto baseados na apresentação de escritores a estudantes em cidades do interior ou em universidades particulares), percorre uma ou várias faculdades, dialogando com os alunos que, dessa maneira, são estimulados a ler e a discutir com o autor a realização deste.
  • 19.  A importância desse novo tipo de relacionamento com o público não é negligenciáveis: nos anos mais duros da repressão, possibilitou contornar um obstáculo como a censura, ao colocar as pessoas frente a frente, sem mediadores; obrigou o escritor a utilizar uma linguagem que facilitasse seu trânsito com o leitor, que, estudante, não tinha uma formação erudita ou especializada, diferenciando-se o novo diálogo daquele mantido com a crítica literária, até então sua principal interlocutora; e facultou a expansão da literatura contemporânea, interrompendo uma tradição ainda vigente, de valorizar na escola apenas o autor já consagrado, de preferência pertencente a gerações passadas.
  • 20.  A emergência desse novo mercado teve ainda uma última consequência: determinou a expansão de certos gêneros, os que se vinculavam ao público estudantil.
  • 21.  A literatura infantil, destinada sobretudo aos alunos de primeiro grau, e a — 580→ novela, gênero que à primeira vista foi o que mais cresceu nos anos 80, são dois exemplos de um tipo de produto cuja difusão decorre diretamente da situação descrita. Respondendo positivamente a ela, o autor é levado a orientar sua criatividade para maneiras de escrever que facilitam seu intercâmbio com o público.
  • 22.  Se o fato pode ser considerado limitante por um lado, cabe lembrar que, por outro, talvez seja o que lhe deu mais autonomia, libertando-o de certas amarras, como as ideológicas, profissionais e, portanto, financeiras, antes mencionadas.
  • 23.  Conforme a advertência anterior, não se deseja ver a literatura na condição de efeito ou reflexo de um panorama extraliterário, pré-existente e condicionante. Os fatores acima indicados foram expostos por outra razão: permitem entender como o escritor contemporâneo interagiu com seu tempo e sociedade, representada por classes sociais diferenciadas e um público virtual com o qual dialoga a partir do estabelecimento de uma linguagem comum.
  • 24.  São os aspectos peculiares a essas últimas que procuramos distinguir nos planos político e cultural. Como se verá, uma de suas repercussões é a tentativa de dar expressão a segmentos até então ausentes ou de posição secundária na literatura; disto resulta a emergência da voz do oprimido, de que a ficção se torna portadora. As determinações dessa tendência mais geral é o que se discrimina abaixo.
  • 25.  Cabe, portanto, compreender a emergência dessa orientação da literatura a partir de uma perspectiva dialética, sem o que a análise corre o perigo de mostrar-se unilateral. Por sua vez, o tema contém seus matizes, particularizando-se em enfoques e posicionamentos diferentes.
  • 26.  Uma de suas orientações mais sólidas caracteriza-se pela tentativa de exposição do elemento popular. Este é representado por:
  • 27.  a) Personagens originárias das camadas urbanas mais inferiorizadas, salientando-se a presença do marginal, que pode ser o trabalhador desempregado, o proletário lumpen, o sub-profissional e emigrante ou ainda o mendigo. Pode ser também o fora da lei, que escolhe pilhar a sociedade que não lhe oferece melhores chances de progresso pessoal; ou ainda o revoltado que, de modo violento e criminoso, porém, conforme o texto, legítimo, agride a sociedade e, de alguma forma, pune-a pelo descaso com que o trata.
  • 28.  O contista João Antônio organiza suas histórias em torno a esse universo, aprofundando-se nas camadas mais baixas da sociedade para extrair delas não apenas os tipos humanos, mas sua linguagem, comportamento e visão de mundo. Seu primeiro livro, Malagueta, Perus e Bacanaço, de 1965, antecipa essa orientação geral de sua prosa, a que se mantém fel nas obras subsequentes, como Leão de Chácara, de 1975, ou Abraçado ao meu rancor, publicado em 1986.
  • 29.  Ela está presente também em sua visão da história da literatura, valorizando em ambas as figuras que, de alguma maneira, aderiram à ótica popular em que acredita; isto se verifica nos livros dedicados a Getúlio Vargas, Lambões de caçarola, e ao escritor Lima Barreto, de quem se considera herdeiro literário.
  • 30.  Nos contos de Rubem Fonseca igualmente se constata a presença desse mundo, o autor procurando incorporar a linguagem e cosmo visão de seus protagonistas; mas elas traduzem ainda uma violência radical, em resposta à agressão social de que são objeto, como se lê numa de suas melhores criações, Feliz ano novo, publicado em 1975 e proibido de circular em 1976. Também O cobrador, de 1979, cujo título alude ao homem que aterroriza a cidade, «cobrando» dos moradores os males que cometem, está fundado nessa violência, equivalente à sua forma de conduzir o leitor a encarar com olhos mais críticos o contexto circundante.
  • 31.  b) Personagens simbólicas que encarnem o homem do povo; este não é identificado a alguma classe social, mas corresponde via de regra ao indivíduo que, dentro da pirâmide social ficcionalmente representada, ocupa a posição inferior. Tem ainda natureza plural e às vezes fantástica, já que absorve tendências diversas de um universo multifacetado.
  • 32.  c) Personagens seguidamente mágicas ou míticas, relacionadas ao folclore e à tradição oral, orientação patente sobretudo entre os escritores do Nordeste: a novela de Jorge Amado, desde os anos 60, e a produção de Ariano Suassuna, Hermilo Borba Filho e João Ubaldo Ribeiro, mais recentemente de Luís Berto, são representativas dela. Sua vigência ocorreu sobretudo na primeira metade dos anos 70 a beneficiou-se bastante das conquistas do Realismo Mágico, na ocasião em grande evidência na crítica literária nacional.
  • 33.  A partir dos anos 70 a perspectiva muda: em Maíra, de Darcy Ribeiro, o ponto de vista dominante provém dos índios, cujos mitos e cosmovisão organizam a representação ficcional; e a história é a do confronto entre o índio e o branco, cujo projeto civilizatório ocasiona tanto a destruição do mundo original das populações nativas e a ruptura de seu equilíbrio natural, como a perda, por parte daquelas, da confiança em seus próprios valores.
  • 34.  Disto advém a fragmentação de seu universo, que tem sentido quando compreendido como totalidade, e o sentimento de exílio mesmo dentro da comunidade de iguais. Antônio Callado, em Expedição Montaigne, de 1982, também organiza o enredo em torno a um conflito desse tipo, enquanto que, mais recentemente, Carlos de Oliveira Gomes, em Caminho Santiago (1986), examina-o desde o foco histórico.
  • 35.  Outras linhas de trabalho facultam a expressão de outras vozes, uma das mais audíveis sendo a da mulher. Por sua vez, se, nas tendências aqui dispostas, foi destacada sua propensão a ler e a se posicionar diante da história contemporânea, isto não quer dizer que possa ser interpretada somente desde este ângulo.
  • 36.  O último grupo de obras citadas está profundamente envolvido com o questionamento da forma romanesca e da natureza imaginária da ficção, o que lhes confere acentuado cunho experimental. Não salientar este fato, ainda que de passagem, seria cometer uma injustiça frente à pesquisa de linguagem com a qual os escritores se comprometem.
  • 37.  Como, porém, essa não os impede de revelarem-se pessoas de seu tempo, atentas às dificuldades do meio, ressaltá-los foi igualmente uma forma de homenagear seu esforço, tanto mais penoso quando as circunstâncias são diversas.
  • 38.  “Desde a década de 1980 a arte pop se tornou um topus recorrente no reexame da ideologia da modernidade, este balanço a que a antevisão precoce do desfecho do século XX compelia, em face do recrudescimento do contencioso político, econômico e social que se acumulara no processo de exaustão de mais uma era de modernização.” (SALZSTEIN, 2006)
  • 39.  http://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/ hispania--11/html/p0000014.htm  http://paginacultural.com.br/pop-cultura-literatura- e-decada-de-80/  http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/ redemocratizacao/  https://pt.scribd.com/doc/53536855/A-Redemocratizacao- Brasileira-e-a- Constituicao-de-1988
  • 40.  Professor Dr. Paulo Kozen  Acadêmicos: Adriele Gossler e Christian Costa.  3º ano.