SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
Cˆonicas
Defini¸c˜ao. Uma se¸c˜ao cˆonica (ou cˆonica) ´e uma curva obtida pela interse¸c˜ao de um
plano com um cone circular reto.
Vamos considerar um cone circular reto com duas folhas. Uma geratriz (ou elemento)
do cone ´e uma reta que est´a sobre o cone; todas as geratrizes de um cone se interceptam
no ponto V , chamado v´ertice do cone.
Dependendo da inclina¸c˜ao relativa entre o plano e o eixo do cone, uma cˆonica ´e classifi-
cada como: par´abola, elipse (incluindo a circunferˆencia como caso particular) ou hip´erbole.
Veremos que as cˆonicas podem ser descritas por equa¸c˜oes do segundo grau nas vari´aveis
x e y da forma:
Ax2
+ Bxy + Cy2
+ Dx + Ey + F = 0
onde A, B, C, D e E s˜ao constantes.
1
Antes de come¸carmos o estudo das cˆonicas em si, vamos relembrar alguns fatos da
Geometria Anal´ıtica que nos ser˜ao ´uteis.
Transla¸c˜ao de Eixos
Lembremos que o gr´afico da equa¸c˜ao (x − h)2
+ (y − k)2
= r2
´e uma circunferˆencia no
plano xy com centro no ponto (h, k) e de raio r.
Por exemplo, o gr´afico da equa¸c˜ao (x − 2)2
+ (y − 1)2
= 9 ´e uma circunferˆencia no
plano xy com centro no ponto (2, 1) e raio 3.
Se considerarmos um sistema de coordenadas com eixos x e y perpendiculares aos
eixos x e y, respectivamente, e cuja origem estivesse no ponto O = (h, k), a mesma
circunferˆencia esbo¸cada na figura acima teria a equa¸c˜ao mais simples:
(x )2
+ (y )2
= r2
Vemos assim, que o formato de uma curva n˜ao ´e afetado quando mudamos a posi¸c˜ao
dos eixos coordenados para novos eixos paralelos aos iniciais, por´em a equa¸c˜ao da curva ´e
alterada. Em geral, se no plano, com um sistema de eixos coordenados xy, fizermos uma
mudan¸ca para outro sistema com eixos coordenados x y paralelos aos iniciais, dizemos
que houve uma transla¸c˜ao de eixos no plano.
2
Portanto, fazer uma transla¸c˜ao no plano, ´e transladar o sistema original, paralelamente
aos eixos x e y, para uma nova origem O = (h, k).
Seja P um ponto no plano com coordenadas (x, y) em rela¸c˜ao a um dado conjunto de
eixos coordenados e sejam (x , y ) as coordenadas do mesmo ponto ap´os os eixos terem
sidos transladados para uma nova origem com coordenadas (h, k) em rela¸c˜ao aos eixos
iniciais. Ent˜ao, estas coordenadas est˜ao relacionadas da seguinte forma:



x = x + h
y = y + k
⇔



x = x − h
y = y − k
Se uma equa¸c˜ao de uma curva ´e dada em termos de x e y, ent˜ao uma equa¸c˜ao em x
e y ser´a obtida substituindo x por x + h e y por y + k. O gr´afico de uma equa¸c˜ao em
x e y em rela¸c˜ao aos eixos x e y ´e exatamente o mesmo conjunto de pontos que o gr´afico
da equa¸c˜ao correspondente em x e y , em rela¸c˜ao aos eixos x e y .
Uma das utilidades da transla¸c˜ao de eixos ´e eliminar os termos x e y de uma equa¸c˜ao
do segundo grau para obter uma forma mais simples da equa¸c˜ao.
Exemplo. Dada a equa¸c˜ao
x2
+ y2
− 6x − 2y + 6 = 0
encontre a equa¸c˜ao do gr´afico em rela¸c˜ao aos eixos x e y ap´os uma transla¸c˜ao de eixos
para a nova origem (3, 1).
Solu¸c˜ao. Um ponto P representado por (x, y) em rela¸c˜ao ao sistema de eixos original,
tem a representa¸c˜ao (x , y ) em rela¸c˜ao ao novo sistema de eixos, onde
x = x + 3 e y = y + 1
Substituindo esses valores de x e y na equa¸c˜ao dada, obtemos
(x + 3)2
+ (y + 1)2
− 6(x + 3) − 2(y + 1) + 6 = 0
Simplificando, a equa¸c˜ao acima reduz-se a
(x )2
+ (y )2
= 4
3
O gr´afico dessa equa¸c˜ao em rela¸c˜ao a x e y ´e uma circunfrˆencia com centro na origem e
de raio 2. O gr´afico em rela¸c˜ao aos eixos x e y ´e, ent˜ao, uma circunfrˆencia com centro em
(3, 1) e de raio 2.
Rota¸c˜ao de Eixos
Vimos que a transla¸c˜ao de eixos pode ser utilizada para simplificar a forma de certas
equa¸c˜oes. Agora vamos ver como transformar uma equa¸c˜ao do segundo grau que cont´em
o termo xy em outra equa¸c˜ao sem esse termo. Para isso, faremos uma rota¸c˜ao dos eixos
coordenados.
Sejam x e y eixos de um sistema de coordenadas cartesianas retangulares e ¯x e ¯y eixos
de um outro sistema de coordenadas com a mesma origem. Suponha que o eixo ¯x forme
com o eixo x um ˆangulo cuja medida ´e de α radianos. Ent˜ao, naturalmente, o eixo ¯y forma
com o eixo y um ˆangulo cuja medida em radianos ´e α. Nesse caso, dizemos que houve
uma rota¸c˜ao do sistema de coordenadas xy de um ˆangulo de α radianos para formar o
sistema ¯x¯y.
Seja P um ponto no plano com coordenadas (x, y) em rela¸c˜ao a um dado conjunto de
eixos coordenados e sejam (¯x, ¯y) as coordenadas do mesmo ponto ap´os a rota¸c˜ao dos eixos
4
de um ˆangulo α em rela¸c˜ao aos eixos iniciais. Ent˜ao, estas coordenadas est˜ao relacionadas
da seguinte forma:



x = ¯x cos α − ¯y senα
y = ¯x senα + ¯y cos α
⇔



¯x = x cos α + y senα
¯y = −x senα + y cos α
Exemplo. Determine as coordenadas do ponto P(4, 2), ap´os uma rota¸c˜ao dos eixos
coordenados de uma ˆangulo de π/6 radianos.
Solu¸c˜ao. Pelas equa¸c˜oes acima, temos
¯x = 4 cos
π
6
+ 2 sen
π
6
= 4 ·
√
3
2
+ 2 ·
1
2
= 2
√
3 + 1
e
¯y = −4 sen
π
6
+ 2 cos
π
6
= −4 ·
1
2
+ 2 ·
√
3
2
= −2 +
√
3
Portanto, o ponto P ter´a coordenadas (2
√
3+1, −2+
√
3) com rela¸c˜ao ao novo sistema
de coordenadas.
Agora considere a equa¸c˜ao do segundo grau em duas inc´ognitas x e y:
Ax2
+ Bxy + Cy2
+ Dx + Ey + F = 0
onde A, B, C, D e E s˜ao constantes, e suponha que B = 0. Podemos transformar a
equa¸c˜ao acima na equa¸c˜ao
¯A¯x2
+ ¯C¯y2
+ ¯D¯x + ¯E¯y + ¯F = 0
por uma rota¸c˜ao de eixos de ˆangulo α para o qual
cotg2α =
A − C
B
5
Exemplo. Determine o ˆangulo de rota¸c˜ao nos eixos coordenados que elimine o termo xy
da equa¸c˜ao
9x2
+
√
3xy + 8y2
− 80 = 0
Solu¸c˜ao. Para eliminar o termo xy por uma rota¸c˜ao de eixos, precisamos escolher um
ˆangulo α tal que
cotg2α =
A − C
B
=
9 − 8
√
3
=
√
3
3
Logo, 2α = π/3. Portanto, o ˆangulo de rota¸c˜ao deve ser α = π/6 radianos.
Note que, usando α = π/6 nas equa¸c˜oes que relacionam x com ¯x e y com ¯y, obtemos
x =
√
3
2
¯x −
1
2
¯y e y =
1
2
¯x +
√
3
2
¯y
Substituindo essas express˜oes para x e y na equa¸c˜ao dada, obtemos
9
√
3
2
¯x − 1
2
¯y
2
+
√
3
√
3
2
¯x − 1
2
¯y 1
2
¯x +
√
3
2
¯y + 8 1
2
¯x +
√
3
2
¯y
2
− 80 = 0
Simplificando, obtemos
38
320
¯x2
+
15
320
¯y = 1
Veremos mais adiante que esta ´ultima equa¸c˜ao ´e mais f´acil de se representar graficamente.
Referˆencias
[1] LEITHOLD, Louis. O C´alculo com geometria anal´ıtica. 3. ed. S˜ao Paulo, SP:
Harbra, c1994. 2 v. ISBN 8529400941 v.1
6

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Geometria analítica equação da reta
Geometria  analítica equação da retaGeometria  analítica equação da reta
Geometria analítica equação da retaastorfariasbarbosa
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10Andrei Bastos
 
Geometria analitica exercicios resolvidos
Geometria analitica exercicios resolvidosGeometria analitica exercicios resolvidos
Geometria analitica exercicios resolvidoscon_seguir
 
Geometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da retaGeometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da retacon_seguir
 
Apresentação geometria analítica
Apresentação geometria analíticaApresentação geometria analítica
Apresentação geometria analíticaprofluizgustavo
 
Matemática - Exercícios Resolvidos (Coeficiente Angular)
Matemática - Exercícios Resolvidos (Coeficiente Angular)Matemática - Exercícios Resolvidos (Coeficiente Angular)
Matemática - Exercícios Resolvidos (Coeficiente Angular)Danielle Siqueira
 
Geometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da retaGeometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da retacon_seguir
 
Conicas elipse
Conicas elipseConicas elipse
Conicas elipsecon_seguir
 
Mat geometria analitica 004
Mat geometria analitica   004Mat geometria analitica   004
Mat geometria analitica 004trigono_metrico
 
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo Iluminados
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo IluminadosTarefa Semana 3 E 4 Grupo Iluminados
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo IluminadosRFBH2910
 
Determinação de uma reta
Determinação de uma retaDeterminação de uma reta
Determinação de uma retacolers
 
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabaritoJosé Willians
 

Mais procurados (20)

Geometria11
Geometria11Geometria11
Geometria11
 
Geometria analítica equação da reta
Geometria  analítica equação da retaGeometria  analítica equação da reta
Geometria analítica equação da reta
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10
 
Vetores
VetoresVetores
Vetores
 
Lista1vetores
Lista1vetoresLista1vetores
Lista1vetores
 
Geometria analitica exercicios resolvidos
Geometria analitica exercicios resolvidosGeometria analitica exercicios resolvidos
Geometria analitica exercicios resolvidos
 
Geometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da retaGeometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da reta
 
1listamata01
1listamata011listamata01
1listamata01
 
Estudo da reta
Estudo da retaEstudo da reta
Estudo da reta
 
Apresentação geometria analítica
Apresentação geometria analíticaApresentação geometria analítica
Apresentação geometria analítica
 
Matemática - Exercícios Resolvidos (Coeficiente Angular)
Matemática - Exercícios Resolvidos (Coeficiente Angular)Matemática - Exercícios Resolvidos (Coeficiente Angular)
Matemática - Exercícios Resolvidos (Coeficiente Angular)
 
Geometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da retaGeometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da reta
 
Ga retas
Ga retasGa retas
Ga retas
 
Conicas elipse
Conicas elipseConicas elipse
Conicas elipse
 
Mat geometria analitica 004
Mat geometria analitica   004Mat geometria analitica   004
Mat geometria analitica 004
 
Sc parabola
Sc parabolaSc parabola
Sc parabola
 
Geometria analítica
Geometria analíticaGeometria analítica
Geometria analítica
 
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo Iluminados
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo IluminadosTarefa Semana 3 E 4 Grupo Iluminados
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo Iluminados
 
Determinação de uma reta
Determinação de uma retaDeterminação de uma reta
Determinação de uma reta
 
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito
 

Semelhante a Curvas cônicas: definição e propriedades

Identificacao de conicas
Identificacao de conicasIdentificacao de conicas
Identificacao de conicasMario Santana
 
Equação da reta
Equação da reta Equação da reta
Equação da reta Bertarello
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02Andrei Bastos
 
Gacap02 130507191013-phpapp02
Gacap02 130507191013-phpapp02Gacap02 130507191013-phpapp02
Gacap02 130507191013-phpapp02Carlos Andrade
 
Texto complementar nº 1 - Gráficos
Texto complementar nº 1 - GráficosTexto complementar nº 1 - Gráficos
Texto complementar nº 1 - GráficosBrenno Machado
 
Matemática - Estudo da reta
Matemática - Estudo da retaMatemática - Estudo da reta
Matemática - Estudo da retaDanielle Siqueira
 
Slide de matemática Geometria analítica
Slide de matemática Geometria analítica Slide de matemática Geometria analítica
Slide de matemática Geometria analítica DAIANEMARQUESDASILVA1
 
Função trigonometrica
Função trigonometricaFunção trigonometrica
Função trigonometricamyri2000
 
11 geometria iii
11 geometria iii11 geometria iii
11 geometria iiiNetCultus
 
Cônicas e parábolas phdnet
Cônicas e parábolas   phdnetCônicas e parábolas   phdnet
Cônicas e parábolas phdnetJeremias Barreto
 
Função trigonometrica
Função trigonometricaFunção trigonometrica
Função trigonometricamyri2000
 

Semelhante a Curvas cônicas: definição e propriedades (20)

Identificacao de conicas
Identificacao de conicasIdentificacao de conicas
Identificacao de conicas
 
Equação da reta
Equação da reta Equação da reta
Equação da reta
 
Mat sc conicas 002
Mat sc conicas  002Mat sc conicas  002
Mat sc conicas 002
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02
 
Gacap02 130507191013-phpapp02
Gacap02 130507191013-phpapp02Gacap02 130507191013-phpapp02
Gacap02 130507191013-phpapp02
 
Geometria analítica2
Geometria analítica2Geometria analítica2
Geometria analítica2
 
Geometria analítica2
Geometria analítica2Geometria analítica2
Geometria analítica2
 
Texto complementar nº 1 - Gráficos
Texto complementar nº 1 - GráficosTexto complementar nº 1 - Gráficos
Texto complementar nº 1 - Gráficos
 
Geometria analítica: Notas de Aula
Geometria analítica: Notas de AulaGeometria analítica: Notas de Aula
Geometria analítica: Notas de Aula
 
Matemática - Estudo da reta
Matemática - Estudo da retaMatemática - Estudo da reta
Matemática - Estudo da reta
 
EquaçãO+G[1] (Erlan)
EquaçãO+G[1] (Erlan)EquaçãO+G[1] (Erlan)
EquaçãO+G[1] (Erlan)
 
Slide de matemática Geometria analítica
Slide de matemática Geometria analítica Slide de matemática Geometria analítica
Slide de matemática Geometria analítica
 
Função trigonometrica
Função trigonometricaFunção trigonometrica
Função trigonometrica
 
11 geometria iii
11 geometria iii11 geometria iii
11 geometria iii
 
Parábola
ParábolaParábola
Parábola
 
3º Ano FunçãO
3º Ano  FunçãO3º Ano  FunçãO
3º Ano FunçãO
 
Elipse
ElipseElipse
Elipse
 
Cônicas e parábolas phdnet
Cônicas e parábolas   phdnetCônicas e parábolas   phdnet
Cônicas e parábolas phdnet
 
Exerc cur sup
Exerc cur supExerc cur sup
Exerc cur sup
 
Função trigonometrica
Função trigonometricaFunção trigonometrica
Função trigonometrica
 

Último

DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 

Último (20)

DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 

Curvas cônicas: definição e propriedades

  • 1. Cˆonicas Defini¸c˜ao. Uma se¸c˜ao cˆonica (ou cˆonica) ´e uma curva obtida pela interse¸c˜ao de um plano com um cone circular reto. Vamos considerar um cone circular reto com duas folhas. Uma geratriz (ou elemento) do cone ´e uma reta que est´a sobre o cone; todas as geratrizes de um cone se interceptam no ponto V , chamado v´ertice do cone. Dependendo da inclina¸c˜ao relativa entre o plano e o eixo do cone, uma cˆonica ´e classifi- cada como: par´abola, elipse (incluindo a circunferˆencia como caso particular) ou hip´erbole. Veremos que as cˆonicas podem ser descritas por equa¸c˜oes do segundo grau nas vari´aveis x e y da forma: Ax2 + Bxy + Cy2 + Dx + Ey + F = 0 onde A, B, C, D e E s˜ao constantes. 1
  • 2. Antes de come¸carmos o estudo das cˆonicas em si, vamos relembrar alguns fatos da Geometria Anal´ıtica que nos ser˜ao ´uteis. Transla¸c˜ao de Eixos Lembremos que o gr´afico da equa¸c˜ao (x − h)2 + (y − k)2 = r2 ´e uma circunferˆencia no plano xy com centro no ponto (h, k) e de raio r. Por exemplo, o gr´afico da equa¸c˜ao (x − 2)2 + (y − 1)2 = 9 ´e uma circunferˆencia no plano xy com centro no ponto (2, 1) e raio 3. Se considerarmos um sistema de coordenadas com eixos x e y perpendiculares aos eixos x e y, respectivamente, e cuja origem estivesse no ponto O = (h, k), a mesma circunferˆencia esbo¸cada na figura acima teria a equa¸c˜ao mais simples: (x )2 + (y )2 = r2 Vemos assim, que o formato de uma curva n˜ao ´e afetado quando mudamos a posi¸c˜ao dos eixos coordenados para novos eixos paralelos aos iniciais, por´em a equa¸c˜ao da curva ´e alterada. Em geral, se no plano, com um sistema de eixos coordenados xy, fizermos uma mudan¸ca para outro sistema com eixos coordenados x y paralelos aos iniciais, dizemos que houve uma transla¸c˜ao de eixos no plano. 2
  • 3. Portanto, fazer uma transla¸c˜ao no plano, ´e transladar o sistema original, paralelamente aos eixos x e y, para uma nova origem O = (h, k). Seja P um ponto no plano com coordenadas (x, y) em rela¸c˜ao a um dado conjunto de eixos coordenados e sejam (x , y ) as coordenadas do mesmo ponto ap´os os eixos terem sidos transladados para uma nova origem com coordenadas (h, k) em rela¸c˜ao aos eixos iniciais. Ent˜ao, estas coordenadas est˜ao relacionadas da seguinte forma:    x = x + h y = y + k ⇔    x = x − h y = y − k Se uma equa¸c˜ao de uma curva ´e dada em termos de x e y, ent˜ao uma equa¸c˜ao em x e y ser´a obtida substituindo x por x + h e y por y + k. O gr´afico de uma equa¸c˜ao em x e y em rela¸c˜ao aos eixos x e y ´e exatamente o mesmo conjunto de pontos que o gr´afico da equa¸c˜ao correspondente em x e y , em rela¸c˜ao aos eixos x e y . Uma das utilidades da transla¸c˜ao de eixos ´e eliminar os termos x e y de uma equa¸c˜ao do segundo grau para obter uma forma mais simples da equa¸c˜ao. Exemplo. Dada a equa¸c˜ao x2 + y2 − 6x − 2y + 6 = 0 encontre a equa¸c˜ao do gr´afico em rela¸c˜ao aos eixos x e y ap´os uma transla¸c˜ao de eixos para a nova origem (3, 1). Solu¸c˜ao. Um ponto P representado por (x, y) em rela¸c˜ao ao sistema de eixos original, tem a representa¸c˜ao (x , y ) em rela¸c˜ao ao novo sistema de eixos, onde x = x + 3 e y = y + 1 Substituindo esses valores de x e y na equa¸c˜ao dada, obtemos (x + 3)2 + (y + 1)2 − 6(x + 3) − 2(y + 1) + 6 = 0 Simplificando, a equa¸c˜ao acima reduz-se a (x )2 + (y )2 = 4 3
  • 4. O gr´afico dessa equa¸c˜ao em rela¸c˜ao a x e y ´e uma circunfrˆencia com centro na origem e de raio 2. O gr´afico em rela¸c˜ao aos eixos x e y ´e, ent˜ao, uma circunfrˆencia com centro em (3, 1) e de raio 2. Rota¸c˜ao de Eixos Vimos que a transla¸c˜ao de eixos pode ser utilizada para simplificar a forma de certas equa¸c˜oes. Agora vamos ver como transformar uma equa¸c˜ao do segundo grau que cont´em o termo xy em outra equa¸c˜ao sem esse termo. Para isso, faremos uma rota¸c˜ao dos eixos coordenados. Sejam x e y eixos de um sistema de coordenadas cartesianas retangulares e ¯x e ¯y eixos de um outro sistema de coordenadas com a mesma origem. Suponha que o eixo ¯x forme com o eixo x um ˆangulo cuja medida ´e de α radianos. Ent˜ao, naturalmente, o eixo ¯y forma com o eixo y um ˆangulo cuja medida em radianos ´e α. Nesse caso, dizemos que houve uma rota¸c˜ao do sistema de coordenadas xy de um ˆangulo de α radianos para formar o sistema ¯x¯y. Seja P um ponto no plano com coordenadas (x, y) em rela¸c˜ao a um dado conjunto de eixos coordenados e sejam (¯x, ¯y) as coordenadas do mesmo ponto ap´os a rota¸c˜ao dos eixos 4
  • 5. de um ˆangulo α em rela¸c˜ao aos eixos iniciais. Ent˜ao, estas coordenadas est˜ao relacionadas da seguinte forma:    x = ¯x cos α − ¯y senα y = ¯x senα + ¯y cos α ⇔    ¯x = x cos α + y senα ¯y = −x senα + y cos α Exemplo. Determine as coordenadas do ponto P(4, 2), ap´os uma rota¸c˜ao dos eixos coordenados de uma ˆangulo de π/6 radianos. Solu¸c˜ao. Pelas equa¸c˜oes acima, temos ¯x = 4 cos π 6 + 2 sen π 6 = 4 · √ 3 2 + 2 · 1 2 = 2 √ 3 + 1 e ¯y = −4 sen π 6 + 2 cos π 6 = −4 · 1 2 + 2 · √ 3 2 = −2 + √ 3 Portanto, o ponto P ter´a coordenadas (2 √ 3+1, −2+ √ 3) com rela¸c˜ao ao novo sistema de coordenadas. Agora considere a equa¸c˜ao do segundo grau em duas inc´ognitas x e y: Ax2 + Bxy + Cy2 + Dx + Ey + F = 0 onde A, B, C, D e E s˜ao constantes, e suponha que B = 0. Podemos transformar a equa¸c˜ao acima na equa¸c˜ao ¯A¯x2 + ¯C¯y2 + ¯D¯x + ¯E¯y + ¯F = 0 por uma rota¸c˜ao de eixos de ˆangulo α para o qual cotg2α = A − C B 5
  • 6. Exemplo. Determine o ˆangulo de rota¸c˜ao nos eixos coordenados que elimine o termo xy da equa¸c˜ao 9x2 + √ 3xy + 8y2 − 80 = 0 Solu¸c˜ao. Para eliminar o termo xy por uma rota¸c˜ao de eixos, precisamos escolher um ˆangulo α tal que cotg2α = A − C B = 9 − 8 √ 3 = √ 3 3 Logo, 2α = π/3. Portanto, o ˆangulo de rota¸c˜ao deve ser α = π/6 radianos. Note que, usando α = π/6 nas equa¸c˜oes que relacionam x com ¯x e y com ¯y, obtemos x = √ 3 2 ¯x − 1 2 ¯y e y = 1 2 ¯x + √ 3 2 ¯y Substituindo essas express˜oes para x e y na equa¸c˜ao dada, obtemos 9 √ 3 2 ¯x − 1 2 ¯y 2 + √ 3 √ 3 2 ¯x − 1 2 ¯y 1 2 ¯x + √ 3 2 ¯y + 8 1 2 ¯x + √ 3 2 ¯y 2 − 80 = 0 Simplificando, obtemos 38 320 ¯x2 + 15 320 ¯y = 1 Veremos mais adiante que esta ´ultima equa¸c˜ao ´e mais f´acil de se representar graficamente. Referˆencias [1] LEITHOLD, Louis. O C´alculo com geometria anal´ıtica. 3. ed. S˜ao Paulo, SP: Harbra, c1994. 2 v. ISBN 8529400941 v.1 6