GEOMETRIA ANALÍTICA cap 08

Andrei Bastos
Andrei BastosEstudante em Universidade Federal do Espirito Santo
79
CÁLCULO VETORIAL E GEOMETRIA ANALÍTICA
CAPÍTULO 8
CÔNICAS
Muitas descobertas importantes em matemática e em outras ciências estão relacionadas às
seções cônicas. Desde os tempos dos gregos clássicos como Arquimedes, Apolônio entre outros, já havia
estudos sobre essas curvas. No texto "Elementos de Euclides" (270 a.C.) tratavam de elipses, hipérboles e
parábolas ou, para usarmos o nome comum, seções cônicas. Estas são curvas obtidas quando um plano
intercepta um cone de revolução. Existe uma teoria completa das cônicas num tratado de Apolônio (200
a.C.). Ele mostra, por exemplo, que uma elipse é o lugar descrito por um ponto que se movimenta de tal
modo que a soma de suas distâncias a dois pontos dados, os focos, permanecem constantes e também que
uma hipérbole é o lugar descrito por um ponto que se movimenta de tal modo que a diferença de suas
distâncias a dois pontos dados, os focos, permanecem constantes. Desde o tempo de Apolônio que as seções
cônicas têm contribuído para descobertas importantes na Física. Em 1604, Galileu descobriu que,
lançando-se um projétil horizontalmente do topo de uma torre, supondo que única força atuante seja a da
gravidade, sua trajetória é uma parábola Kepler (que era mais astrônomo e físico do que matemático)
descobriu por volta de 1610 que os planetas se movem em elipses com o sol num dos focos. Por volta de
1686, Newton provou em seu livro "Principia Mathematica" que isso pode ser deduzido da lei de gravitação
e das leis da Mecânica. A pedra angular da Mecânica Quântica é o teorema espectral para transformações
lineares auto-adjuntas, descendentes das seções cônicas. Nos resultados obtidos por Newton sobre o
movimento planetário, aparece a equação das cônicas em coordenadas polares. A hipérbole é utilizada no
estudo descritivo da expansão dos gases em motores a explosão. A parábola é a curva que descreve a
trajetória de um projétil, desprezando a resistência do ar. Aparece ainda na construção de espelhos
parabólicos, utilizados em faróis de automóveis e em antenas parabólicas.
Como vimos no pequeno histórico acima, as seções cônicas são curvas planas
obtidas da interseção de um plano com um cone de revolução. São elas: a parábola, a
elipse e a hipérbole. A circunferência não é considerada uma cônica, apesar de poder
ser obtida também por uma seção de um cone. Devido a sua inquestionável
importância na matemática, em particular na geometria, e em outras ciências,
estaremos também introduzindo o estudo da circunferência.
Circunferência
HipérboleParábola
Elipse
80
1 EXPRESSÃO GERAL DE UMA CÔNICA
As cônicas e a circunferência são figuras planas. Portanto, suas representações
serão realizadas no plano cartesiano (ℜ2
).
A expressão geral de uma cônica, exceto para a circunferência, é uma equação
do 2º grau da forma: 0FEyDxCyBxyAx 22
=+++++ .
O termo "xy" da equação geral das cônicas é chamado de "termo retângulo".
Quando a equação geral apresentar o termo retângulo, dizemos que a equação é
"degenerada". Quando a equação geral não apresentar o termo retângulo,
simplesmente chamares de equação geral. Geometricamente, a diferença entre a
equação geral e a equação geral degenerada está na posição da cônica em relação
aos eixos coordenados. Quando a equação geral é degenerada o eixo de simetria da
cônica é inclinado em relação aos eixos coordenados e quando a equação geral não é
degenerada o eixo de simetria da cônica é paralelo a um dos eixos coordenados.
Neste capítulo estaremos estudando somente as cônicas com equação geral não
degenerada. Posteriormente, quando introduzirmos o estudo de translação e rotação
de eixos, estudaremos as cônicas com equação geral degenerada.
Como a equação geral das cônicas apresenta uma expressão semelhante para
todas, ou seja, 0FEyDxCyBxyAx 22
=+++++ , uma forma de identificar a cônica
através da sua equação geral é utilizar a seguinte classificação:






⇒>−
⇒=−
⇒<−
hipérbole0AC4Bse
parábola0AC4Bse
elipse0AC4Bse
2
2
2
Por exemplo:
a) Se 04y4x4y5xy6x5 22
=−+−++ ⇒ 064AC4B2
<−=− ⇒ elipse.
b) Se 03y4x2yxy2x 22
=+−++− ⇒ 0AC4B2
=− ⇒ parábola.
c) Se 024x224y3xy18x3 22
=−+++ ⇒ 0288AC4B2
>=− ⇒ hipérbole.
Elipse de equação geral
não degenerada
x
y eixo de simetria
Elipse de equação geral
degenerada
x
y
eixo de simetria
81
CIRCUNFERÊNCIA
Definição: é o lugar geométrico dos pontos do plano eqüidistantes de um ponto fixo
C (centro) do mesmo plano.
OBS: O segmento que une qualquer ponto da circunferência ao centro é chamado de
raio, denotado pela letra r. O segmento que une dois pontos quaisquer da
circunferência passando pelo centro e chamado de diâmetro, denotado pela letra d.
Vale a relação r2d = .
Seja a circunferência de centro C(m,n) e raio r. Seja P(x,y) um ponto qualquer
da circunferência.
Temos que r|CP| = , que é a equação vetorial da circunferência. Como
)ny,mx(CP −−= , então: r)ny()mx(|CP| 22
=−+−= , logo 222
r)ny()mx( =−+− .
Esta expressão é chamada de equação reduzida da circunferência.
O desenvolvimento da equação reduzida resulta na equação geral, ou seja,
uma equação do tipo 0edycxbyax 22
=++++ , e são assim que geralmente elas
aparecem na literatura.
Outra equação importante são as equações paramétricas, as quais são
definidas como segue. Na figura anterior, vamos determinar o senθ e o cosθ no
triângulo CPS.
θ+=⇒
−
=θ senrny
r
ny
sen e θ+=⇒
−
=θ cosrmx
r
mx
cos
As equações paramétricas da circunferência são:



θ+=
θ+=
senrny
cosrmx
, π≤θ≤ 20 .
Exemplo (1): Determine as coordenadas do centro e o raio da circunferência
03y6x4yx 22
=−+−+ .
P(x,y)
y
xm Ox
n
C
r
θ
S
Oy
O
r
82
Solução: Note a circunferência foi dada na forma da sua equação geral. Para
determinarmos o centro e o raio e necessário passar para forma reduzida,
completando os quadrados. Então:
0399y6y44x4x
22
)3y(
2
)2x(
2
=−−+++−+−
+−
⇒ 16)3y()2x( 22
=++− . Agora na forma da
equação reduzida podemos ver que o centro é igual C(2,-3) e o raio é igual a r = 4.
Exemplo (2): Determine a equação reduzida da circunferência, sabendo-se que um
de seus diâmetros é o segmento de extremos A(1,3) e B(5,-3).
Solução: O diâmetro é o segmento que une dois pontos quaisquer da circunferência
passando pelo centro e vale r2d = . Logo o centro C(m,n) da circunferência é ponto
médio do diâmetro. Então: )0,3(
2
33
,
2
51
)n,m(C =




 −+
= . A distância entre A e B é o
valor do diâmetro. Assim, 132)33()15(|AB|d 22
=−−+−== , logo 13
2
d
r == .
Portanto, a equação reduzida é 13y)3x( 22
=+− .
ELIPSE
Definição: Dados dois pontos fixos F1 e F2 do plano, com c2FF 21 = , chamamos de
elipse o lugar geométrico dos pontos deste plano, cuja soma das distâncias aos
pontos F1 e F2 é uma constante 2a>2c.
• C(m,n) é o centro;
• A1, A2, B1 e B2 são vértices;
• F1 e F2 são focos;
• a2AA 21 = é o eixo maior;
• b2BB 21 = é o eixo menor;
• c2FF 21 = é a distância focal;
• Relação notável para elipse: Do triângulo CB1F2 vem que 222
cba += .
n
m
P
B2
B1
A1 A2
Oy
Ox
F1 F2C
a
c
b
O
83
• Excentricidade:
a
c
e = . A excentricidade mede a abertura das cônicas, ou seja,
quanto mais "arredondada" ou "achatada" é a figura. Como, para elipse, c < a,
então 1e0 << . Assim, quanto mais próximo de 1 estiver a excentricidade, mais
achatada (alongada) é a elipse e, quanto mais próximo de zero, mais arredondada
ela será.
Seja P(x,y) um ponto qualquer da elipse. A distância do ponto P ao foco F1 é
dada por |PF| 1 e a distância do ponto P ao foco F2 é dada por |PF| 2 . Portanto, pela
definição da elipse escrevemos a expressão a2|PF||PF| 21 ====++++ chamada de equação
vetorial da elipse.
O desenvolvendo da equação vetorial resulta em outra expressão chamada de
equação reduzida da elipse. Vamos fazer este desenvolvimento.
Considere uma elipse de centro )n,m(C , focos )n,cm(F1 − e )n,cm(F2 + e eixo
maior horizontal, ou seja, o eixo maior da elipse 21AA é paralelo ao eixo coordenado
Ox. Seja )y,x(P um ponto qualquer da elipse como mostra a figura abaixo.
Temos que:
( ) ( )
( ) ( )



−−−=⇒−+−=
−+−=⇒−−−=
ny,c)mx(PFny),cm(xPF
ny,c)mx(PFny),cm(xPF
22
11 ⇒
[ ]
[ ]



−+−−=
−++−=
22
2
22
1
)ny(c)mx(|PF|
)ny(c)mx(|PF|
Como a2|PF||PF| 21 =+ ⇒ |PF|a2|PF| 21 −= . Elevando ao quadrado ambos os lados
desta última igualdade vem que: ( )2
2
2
1 |PF|a2|PF| −= ⇒
2
22
22
1 |PF||PF|a4a4|PF| +⋅−= ⇒ |PF|a4a4|PF||PF| 2
22
2
2
1 ⋅−=− ⇒
[ ] [ ] |PF|a4a4)ny(c)mx()ny(c)mx( 2
2
2
22
2
22
⋅−=





−+−−−





−++− ⇒
[ ] [ ] |PF|a4a4)ny(c)mx()ny(c)mx( 2
22222
⋅−=−−−−−−++− ⇒
|PF|a4a4c)mx(c2)mx(c)mx(c2)mx( 2
22222
⋅−=−−+−−+−+− ⇒
n
m
P
B2
B1
A1 A2
Oy
Ox
F1 F2C
c
O
c
m-c m+cx
y
84
|PF|a4a4)mx(c4 2
2
⋅−=− ⇒ |PF|aa)mx(c 2
2
⋅−=−− . Elevando ambos os membros
ao quadrado vem que:
[ ] ( )2
2
22
|PF|aa)mx(c ⋅−=−− ⇒ [ ] 2
2
222
|PF|)a(a)mx(c ⋅−=−− ⇒
[ ] [ ]
2
22222
)ny(c)mx()a(a)mx(c 





−+−−⋅−=−− ⇒
( )22224222
)ny(c)mx(c2)mx(aa)mx(ca2)mx(c −++−−−⋅=+−−− ⇒
22222224222
)ny(aca)mx(ca2)mx(aa)mx(ca2)mx(c −++−−−=+−−− ⇒
0caa)ny(a)mx(a)mx(c 224222222
=−+−−−−− ⇒
0)ca(a)ny(a)mx()ac( 22222222
=−⋅+−−−⋅− (*)
Pela relação notável da elipse 222
cba += ⇒ 222
bca =− . Substituindo na equação
(*) vem que:
0ba)ny(a)mx(b 222222
=⋅+−⋅−−⋅− ⇒ 222222
ba)ny(a)mx(b −=−⋅−−⋅−
Dividindo todos os termos da equação por ( 22
ba ⋅− ) vem que:
22
22
2
22
2
2
22
2
ba
ba
)ny(
ba
a
)mx(
ba
b
−
−
=−⋅
−
−−⋅
−
−
⇒ 1)ny(
b
1
)mx(
a
1 2
2
2
2
=−⋅+−⋅
e finalmente obtemos a equação reduzida da elipse: 1
b
)ny(
a
)mx(
2
2
2
2
====
−−−−
++++
−−−−
Esta expressão acima demonstrada é a equação reduzida de uma elipse de eixo
maior horizontal (eixo maior 21AA paralelo ao eixo Ox), mas existem as elipses de
eixo maior vertical (eixo maior 21AA paralelo ao eixo Oy) e suas equações são
diferentes. O desenvolvimento para obtermos a equação reduzida de uma elipse de
eixo maior vertical é análogo ao que fizemos para a elipse de eixo maior horizontal e,
portanto, não apresentaremos este desenvolvimento. De uma forma geral temos:
Equação Reduzida:
a) Elipse de eixo maior horizontal: 1
b
)ny(
a
)mx(
2
2
2
2
====
−−−−
++++
−−−−
b) Elipse de eixo maior vertical: 1
a
)ny(
b
)mx(
2
2
2
2
====
−−−−
++++
−−−−
OBS: Em uma elipse, se a = b, temos que 222
cba += ⇒ 222
caa += ⇒ 0c = .
Fazendo a = b na equação reduzida vem que: 1
a
)ny(
a
)mx(
2
2
2
2
=
−
+
−
⇒
85
222
a)ny()mx( =−+− , que é a equação de uma circunferência de raio R = a, ou
seja, a circunferência pode ser considerada uma elipse de excentricidade nula, pois,
0
a
0
a
c
e === .
Desenvolvendo-se a equação reduzida da elipse obtém-se outra expressão
chamada de equação geral, a qual tem a forma 0yxyx 22
====φφφφ++++θθθθ++++γγγγ++++ββββ++++αααα . Vamos
fazer este desenvolvimento para o caso de uma elipse de eixo maior horizontal, cuja
equação reduzida é 1
b
)ny(
a
)mx(
2
2
2
2
=
−
+
−
. Multiplicando toda a equação por 22
ba
vem que: 22
2
222
2
222
ba
b
)ny(ba
a
)mx(ba
=
−
+
−
⇒ 222222
ba)ny(a)mx(b =−⋅+−⋅ ⇒
22222222
ba)nny2y(a)mmx2x(b =+−⋅++−⋅ ⇒
0banayna2yambxmb2xb 222222222222
=−+−++− ⇒
0)bambna(yna2xmb2yaxb 222222222222
=−++−−+ . Fazendo:
0)bambna(yna2xmb2yaxb 222222222222
=−++−−+
φθγβα
, obtém-se a equação geral
da elipse 0yxyx 22
====φφφφ++++θθθθ++++γγγγ++++ββββ++++αααα .
Considere como na figura abaixo, uma elipse E de eixo maior horizontal, com
centro em )n,m(C , com eixo maior a2AA 21 = e eixo menor b2BB 21 = , a
circunferência Ci com centro em )n,m(C e raio igual a "b", inscrita na elipse, a
circunferência Cc com centro em )n,m(C e raio igual a "a", circunscrita na elipse e
)y,x(P EE um ponto qualquer da elipse E.
Por P, traça-se uma paralela ao eixo Oy, que determina em Cc o ponto )y,x(R cc
e uma paralela ao eixo Ox, que determina em Ci o ponto )y,x(M ii . De acordo com as
equações paramétricas de uma circunferência tem-se:



θ⋅+=
θ⋅+=
senbny
cosbmx
:)I(
i
i
e



θ⋅+=
θ⋅+=
senany
cosamx
:)II(
c
c
, π≤θ≤ 20 .
Por outro lado, os pontos C, M e R são colineares. De fato:
0
1asenncosam
1bsenncosbm
1nm
=
θ+θ+
θ+θ+
86
Equivalentemente, o segmento PM é paralelo ao eixo Ox. Dessa forma, cE xx = e
iE yy = , ou seja:



θ⋅+=
θ⋅+=
senbny
cosamx
:)I(
E
E
, π≤θ≤ 20 . Portanto, as equações
paramétricas da elipse são:



θ⋅+=
θ⋅+=
senbny
cosamx
E
E
, π≤θ≤ 20 .
Analogamente podem ser determinadas as equações paramétricas de uma
elipse de eixo maior vertical. De uma forma geral temos:
Equações Paramétricas:
a) Elipse de eixo maior horizontal:



θθθθ++++====
θθθθ++++====
bsenny
cosamx
, ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤ 20
b) Elipse de eixo maior vertical:



θθθθ++++====
θθθθ++++====
asenny
cosbmx
, ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤ 20
OBS: É muito comum determinar as equações paramétricas fazendo a seguinte
identificação: da equação reduzida temos 1
b
ny
a
mx
22
=




 −
+




 −
. Usando a relação
fundamental da trigonometria 1sencos 22
=θ+θ e, confrontando as duas expressões
teremos:
a
mx
cos
−
=θ ⇒ θ+= cosamx e
b
ny
sen
−
=θ ⇒ θ+= senbny .
Exemplo (3): Determine o centro, vértices, focos e a excentricidade da elipse
x2
+4y2
-4x-32y+32=0.
Solução: Como a elipse foi dada na sua forma normal, devemos completar os
quadrados e passá-la para a forma reduzida. Então:
Ox
Oy
R
m xE=xc
yE=yi
B2
B1
A1
A2
C
P
Q
M
N
n
θ
Cc
Ci
87
032)1616y8y(444x4x
22
)4y(
2
)2x(
2
=+−+−+−+−
−−
⇒ 032644)4y(4)2x( 22
=+−−−+− ⇒
⇒
36
36
36
)4y(4
36
)2x( 22
=
−
+
−
⇒ 1
9
)4y(
36
)2x( 22
=
−
+
−
. Como 22
ba > , então




=⇒=
=⇒=
3b9b
6a36a
2
2
, e a elipse é de eixo maior horizontal. Da relação notável vem que
33ccba 222
=⇒+= . Da equação reduzida temos que o centro é C(2,4).
)4,4()n,am(A1 −=− , )4,8()n,am(A2 =+ , )7,2()bn,m(B1 =+ , )1,2()bn,m(B2 =− ,
)4,332()n,cm(F1 −=− e )4,332()n,cm(F2 +=+ .
Exemplo (4): Determine a equação reduzida da elipse de excentricidade
5
4
, cujos
focos são pontos da reta 04x =+ e sendo B1(-1,3) um dos extremos do eixo menor.
Solução: Como os focos estão sobre a reta 4x −= , trata-se de uma elipse de eixo
maior vertical. Geometricamente podemos determinar o centro )3,4(C − , 3b = e
)3,7(B2 − . Como
5
4
a
c
e == ⇒ a
5
4
c = . Da relação ⇒+= 222
cba ⇒





+=
2
22
a
5
4
3a
⇒=− 9a
25
16
a 22
5a = e 4c = .
Portanto, a equação reduzida será 1
25
)3y(
9
)4x( 2
=
−
+
+
.
332 − 332 + 8
B2
B1
A2A1
y
x
F1 F2
C
2-4
4
x
y
7
8
-2
-7 -1-1
3
x −=
-4
88
HIPÉRBOLE
Definição: Dados dois pontos fixos F1 e F2 de um plano, tais que c2FF 21 = ,
chamamos de hipérbole o lugar geométrico dos pontos do plano, cujo módulo da
diferença das distâncias aos pontos F1 e F2 é uma constante c2a2 < .
Seus elementos são:
• C(m,n) é o centro;
• A1, A2 são vértices;
• F1 e F2 são focos;
• a2AA 21 = é o eixo real (ou eixo transverso);
• b2BB 21 = é o eixo imaginário (ou eixo conjugado);
• c2FF 21 = é a distância focal;
• Relação notável para elipse: Do triângulo CA2Q ⇒ 222
bac +=
• Excentricidade:
a
c
e = . Como, para hipérbole, ca < , então 1e > . Assim, quanto
mais próximo de 1 estiver à excentricidade, mais fechados são os ramos da
hipérbole e, mais abertos eles serão à medida que a excentricidade se afasta de 1.
• As retas (r1) e (r2) são chamadas de assíntotas. Elas são muito úteis no esboço da
hipérbole, norteando a abertura dos ramos, uma vez que, os ramos não
interceptam e nem tangenciam as assíntotas. Suas equações são determinadas
por: )mx(
a
b
)ny( −±=− para hipérbole de eixo real horizontal (eixo real 21AA
paralelo ao eixo Ox) e )mx(
b
a
)ny( −±=− para hipérbole de eixo real vertical (eixo
real 21AA paralelo ao eixo Oy).
y
x
P
n
m
(r1)
F1 F2A1 A2
B2
B1
C a
c b
(r2)
Q
89
Seja P(x,y) um ponto qualquer da hipérbole. Pela definição temos que:
a2|PF||PF| 21 ====−−−− que é a equação vetorial da hipérbole.
A exemplo do que foi realizado com a elipse, o desenvolvimento da equação
vetorial resulta na equação reduzida. Então:
Equação reduzida:
a) Hipérbole de eixo real horizontal: 1
b
)ny(
a
)mx(
2
2
2
2
====
−−−−
−−−−
++++
−−−−
b) Hipérbole de eixo real vertical: 1
a
)ny(
b
)mx(
2
2
2
2
====
−−−−
++++
−−−−
−−−−
O desenvolvimento da equação reduzida resulta na equação geral, ou seja,
uma equação da forma: 0yxyx 22
====φφφφ++++θθθθ++++γγγγ++++ββββ++++αααα .
Considere uma hipérbole de eixo real horizontal como na figura abaixo, com
centro em )n,m(C , com eixo real a2AA 21 = , imaginário b2BB 21 = e distância focal
c2FF 21 = . Traça-se uma circunferência C1 com centro em )n,m(C e raio igual a "c", a
circunferência C2 com centro em )n,m(C e raio igual a "a" e uma das assíntotas (r1).
A1
A2
C
m
n
hipérbole de eixo real vertical
A1 A2
m
n
C
hipérbole de eixo real horizontal
Q
F1
P
F2
A1 A2
C
a
c
y=b+n
n
m x=m+c
θ
(r1)
C1
C2
B1
B2
b
90
Seja P(x,y) um ponto qualquer da hipérbole. A interseção da assíntota (r1) com
a circunferência C1 é o ponto Q. Pelos pontos Q e A2, traça-se uma paralela ao Oy.
Pela construção temos que ba = e as coordenadas do ponto P(x,y) são cmx += e
bny += . Do triângulo retângulo CA2Q vem que:
c
a
cos =θ ⇒
θ
=
cos
1
a
c
⇒ θ=− secamx ⇒ θ+= secamx
a
b
tg =θ ⇒ θ= atgb ⇒ θ=− btgny ⇒ θ+= btgny .
Analogamente, podemos demonstrar as equações paramétricas para uma
hipérbole de eixo real vertical. Assim:
Equações Paramétricas
a) Hipérbole de eixo real horizontal:



θθθθ++++====
θθθθ++++====
btgny
secamx
, ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤ 20
b) Hipérbole de eixo real vertical:



θθθθ++++====
θθθθ++++====
secany
btgmx
, ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤ 20
OBS: É muito comum determinar as equações paramétricas fazendo a seguinte
identificação: da equação reduzida temos 1
b
ny
a
mx
22
=




 −
−




 −
. Usando a relação da
trigonometria 1tgsec 22
=θ−θ . Confrontando as duas expressões teremos:
a
mx
sec
−
=θ ⇒ θ+= secamx e
b
ny
tg
−
=θ ⇒ θ+= btgny .
Exemplo (5): Determine os focos e os vértices da hipérbole de equação normal
0199y64x18y16x9 22
=−−−− .
Solução: Escrevendo a equação na forma reduzida teremos:
0199)44y4y(16)11x2x(9 22
=−−++−−+− ⇒
0199649)2y(16)1x(9 222
=−+−+−− ⇒ 144)2y(16)1x(9 222
=+−− ⇒
144
144
144
)2y(16
144
)1x(9 22
=
+
−
−
⇒ 1
9
)2y(
16
)1x( 22
=
−
+
+
−
ou 1
9
)2y(
16
)1x( 22
=
+
−
−
.
A equação reduzida mostra que a hipérbole é de eixo real horizontal e,
4a16a2
=⇒= , 3b9b2
=⇒= . Da relação notável: 222
bac += ⇒ 5c = . O centro é
C(m,n) = (1,-2).
vértices:



−=−
−=+
)2,3()n,am(A
)2,5()n,am(A
2
1
focos:



−=−
−=+
)2,4()n,cm(F
)2,6()n,cm(F
2
1
91
Exemplo (6): O eixo real de uma hipérbole é vertical e suas assíntotas são as retas
03yx2:)r( 1 =−+ e 03yx2:)r( 2 =+− . Escreva sua equação reduzida sabendo-se
que ela passa pelo ponto P(0,7) e faça um esboço.
Solução: A interseção das assíntotas é o centro C(m,n). Resolvendo o sistema linear



=+−
=−+
03yx2
03yx2
, determinamos o centro C(0,3). Fazendo uma identificação com as
equações das assíntotas )mx(
b
a
)ny( −±=− e



+=
+−=
3x2y
3x2y
, determinamos os
coeficientes angulares 2
b
a
±= . Dai, podemos escrever que a=2b. Como a hipérbole
passa pelo ponto P(4,6)=(x,y), então ele satisfaz a equação reduzida
1
a
)ny(
b
)mx(
2
2
2
2
=
−
+
−
−
.Logo: 1
)b2(
)37(
b
)00(
2
2
2
2
=
−
+
−
−
⇒ 1
b4
16
b
0
22
=+
−
⇒ 2b = e
4a = . Portanto, a equação reduzida é 1
16
)3y(
4
x 22
=
−
+
−
.
4 PARÁBOLA
Definição: É o lugar geométrico dos pontos do plano, eqüidistantes de uma reta (d)
fixa e de um ponto fixo (F), não pertencente à reta (d).
Os elementos da parábola são:
• Vértice: V(m,n)
• F: foco
• (d): reta diretriz
A1
A2
C(0,3)
-1
3
7
(r2)(r1)
-1 1
Q
O
2
p
m
(d)
P
FV
n
2
p
R
92
• A reta que passa por F e V é o eixo de simetria da parábola
• O segmento pRF = , onde p é chamado de parâmetro da parábola
• Os segmentos
2
p
VFRV ==
Seja P(x,y) um ponto qualquer da parábola. Pela definição temos que:
|FP||QP| ==== que é a equação vetorial.
O desenvolvimento da equação vetorial resulta na equação reduzida. Considere
uma parábola com eixo de simetria horizontal (paralelo ao eixo Ox) como na figura
abaixo. Então sua equação vetorial é |FP||QP| = . Como )y,x(P , 



 − y,mQ 2
p
e




 + n,mF 2
p
, vem que 



 +−= 0,mxQP 2
p
e 



 −−−= ny,mxFP 2
p
. Assim:
|FP||QP| = ⇒ 2
2
2
p
2
2
p
)ny()mx()mx( −+



 −−=



 +− ⇒
2
2
2
p
2
2
p
)ny()mx()mx( −+



 −−=



 +− ⇒
⇒ 2
4
p2
4
p2
)ny(p)mx()mx(p)mx()mx(
22
−++⋅−−−=+⋅−+− ⇒
)mx(p2)ny( 2
−⋅=− . Que é a equação reduzida de uma parábola com eixo de
simetria horizontal.
Analogamente demonstra-se a equação reduzida de uma parábola com eixo de
simetria vertical (paralelo ao eixo Oy). Então:
Equação reduzida:
a) Parábola com eixo de simetria horizontal:




±±±±====
−−−−====−−−−
2
p
mx:diretriztaRe
)mx(p2)ny( 2
b) Parábola com eixo de simetria vertical:




±±±±====
−−−−====−−−−
2
p
ny:diretriztaRe
)ny(p2)mx( 2
Q
O
2
p
m
(d)
P
FVn
2
p
R
2
p
m +2
p
m − x
y
93
O desenvolvimento da equação reduzida resulta na equação geral. Para uma
parábola com eixo de simetria horizontal temos:
)mx(p2)ny( 2
−⋅=− ⇒ pm2px2nny2y 22
−=+− ⇒ xm
p2
n
y
p
n
y
p2
1 2
2
=++− .
Fazendo:
p2
1
a = ,
p
n
b = e m
p2
n
c
2
+= , temos a expressão cbyayx 2
++++++++==== , que é a
equação geral de uma parábola de eixo de simetria horizontal. Note que neste caso
a variável x esta em função da variável y, ou seja, )y(fx ==== . Analogamente, obtemos
a equação geral de uma parábola com eixo de simetria vertical que é dada por
cbxaxy 2
++++++++==== , e neste caso a variável y está em função da variável x, ou seja,
)x(fy ==== .
Considere uma parábola com eixo de simetria horizontal com vértice )n,m(V ,
reta diretriz (d). Seja P(x,y) um ponto qualquer da parábola. Pelo vértice V, traça-se
uma reta paralela ao eixo Oy obtendo o ponto S.
Do triângulo retângulo RSV vem que:
2
p
ny
tg
−
=θ ⇒ θ=− tg
2
p
ny ⇒ θ+= tg
2
p
ny .
Como θ=− 2
2
2
tg
4
p
)ny( e )mx(p2)ny( 2
−=− , igualando as duas expressões vem que:
θ=− 2
2
tg
4
p
)mx(p2 ⇒ θ+= 2
tg
8
p
mx . Essas são as equações paramétricas para uma
parábola com eixo de simetria horizontal. Analogamente, pode-se demonstrar as
equações paramétricas de uma parábola com eixo de simetria vertical. Então:
Equações Paramétricas:
a) Parábola com eixo de simetria horizontal: ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤






θθθθ++++====
θθθθ++++====
20,
tg
2
p
ny
tg
8
p
mx 2
b) Parábola com eixo de simetria vertical: ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤






θθθθ++++====
θθθθ++++====
20,
gcot
8
p
ny
gcot
2
p
mx
2
2
p
S
y
x
Q
R
m
(d)
P(x,y)
FVn θ
94
Exemplo (7): Determine o vértice, foco e a reta diretriz da parábola 8x6xy 2
+−= .
Faça um esboço da parábola.
Solução: A equação dada está na forma normal e é de uma parábola de eixo vertical
com concavidade para cima. Vamos passar para forma reduzida, então:
899x6xy
2
)3x(
2
+−+−=
−
⇒ )1y(1)3x( 2
+⋅=− . Identificando com a equação
)ny(p2)mx( 2
−=− , temos que o vértice V(m,n) = (3,-1) e 2p = 1 ⇒
4
1
2
p
e
2
1
p == .
Logo, o foco é ),3()n,m(F 4
3
2
p
−=+ e a reta diretriz (d):
4
5y −= .
Exemplo (8): O foco de uma parábola é o ponto F(4,3) e sua reta diretriz é (d):
x=2. Determine sua equação normal e as equações paramétricas.
Solução: Se a diretriz é a reta x = 2, então a parábola é de eixo horizontal. O vértice
V(m,n) é ponto médio do segmento QF que une a reta diretriz ao foco, logo V(3,3) e
o parâmetro p = 2. Como o foco está à direita da diretriz, sua concavidade é voltada
para a direita. Veja a figura abaixo. Desenvolvendo a equação reduzida obtemos a
equação normal:
)3x(4)3y()mx(p2)ny( 22
−=−⇒−=− ⇒ 12x49y6y2
−=+− ⇒
4
21
y
2
3
y
4
1
x 2
+−=
As equações paramétricas são:






θ+=
θ+=
tg
2
p
ny
tg
8
p
mx 2
⇒




θ+=
θ+=
tg3y
tg
4
1
3x 2
8
42
1−
4
3−
4
5−
3
F
V (d)
2 3
Q
p
4
(d)
FV
3
95
Exercícios Propostos
1) Determine a equação geral da circunferência que tem centro sobre o eixo Ox e na
qual uma de suas cordas tem por extremo os pontos A(6,4) e B(3,-5).
Resp: 016x6yx 22
=−−+
2) Escrever a equação geral da circunferência que passa pelos pontos A(0,1), B(1,2) e
C(1,8). Resp: 09y10x6yx 22
=+−++
3) Um satélite em órbita elíptica e excentricidade 3
1 , viaja ao redor da Terra, situada
num dos focos da trajetória do satélite. Sabendo-se que a distância mais próxima do
satélite a Terra é de 300 Km, calcular a maior distância. Resp: 600 Km
4) Dada à elipse de equações paramétricas



θ+=
θ+=
sen32y
cos53x
, determine a interseção
dela com a reta
5
14x3
y:)r(
−
= . Resp: A(8,2) e B(3,-1)
5) Uma hipérbole eqüilátera é aquela em que ab = . Determine a equação reduzida e
as equações paramétricas de uma hipérbole eqüilátera de focos F1(-4,0) e F2(4,0).
Resp:




θ=
θ=
=+
tg22y
sec22x
e8yx 22
6) Mostre que a equação Eyx4 22
=− , sendo ℜ∈E e 0E ≠ , representa uma família
de hipérboles de excentricidade constante igual a 5 .
7) Determine o parâmetro, o foco, o vértice e a reta diretriz da parábola de equação
x12y2
= . Resp: 3x:)d(e)0,3(F),0,0(V,6p −==
8) Determine o parâmetro, o vértice, o foco e a reta diretriz da parábola
3x2xy 2
++−= . Resp:
4
17
y:)d(e
4
15
,1F),4,1(V,
2
1
p =





=

Recomendados

GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10 por
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 10Andrei Bastos
2.5K visualizações6 slides
Divisão da Circunferência em 5 Partes iguais por
Divisão da Circunferência em 5 Partes iguaisDivisão da Circunferência em 5 Partes iguais
Divisão da Circunferência em 5 Partes iguaisSusana Rodrigues
4.6K visualizações9 slides
2 por
22
2marianax3
2.4K visualizações30 slides
Mga10rota por
Mga10rotaMga10rota
Mga10rotaHugo Correia
699 visualizações17 slides
Exercícios Resolvidos: Volume dos sólidos de revolução por
Exercícios Resolvidos: Volume dos sólidos de revoluçãoExercícios Resolvidos: Volume dos sólidos de revolução
Exercícios Resolvidos: Volume dos sólidos de revoluçãoDiego Oliveira
13.4K visualizações17 slides

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

TRIGONOMETRIA - TEORIA, APLICAÇÕES E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS PASSO A PASSO por
TRIGONOMETRIA - TEORIA, APLICAÇÕES E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS PASSO A PASSOTRIGONOMETRIA - TEORIA, APLICAÇÕES E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS PASSO A PASSO
TRIGONOMETRIA - TEORIA, APLICAÇÕES E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS PASSO A PASSODanillo Rodrigues
5.7K visualizações26 slides
Trabajo cónicas por
Trabajo cónicasTrabajo cónicas
Trabajo cónicasalumnosporzuna
5.7K visualizações23 slides
REBATIMENTO DE PLANO DE PERFIL por
REBATIMENTO DE PLANO DE PERFILREBATIMENTO DE PLANO DE PERFIL
REBATIMENTO DE PLANO DE PERFILJose H. Oliveira
780 visualizações12 slides
2ª prova gab 8ano unid2_geometria_2011 por
2ª prova gab 8ano unid2_geometria_20112ª prova gab 8ano unid2_geometria_2011
2ª prova gab 8ano unid2_geometria_2011Joelson Lima
13.2K visualizações4 slides
Hipérbole por
HipérboleHipérbole
HipérboleFernando Lucas
9.5K visualizações20 slides
Seções Cônicas - Hipérbole por
Seções Cônicas - HipérboleSeções Cônicas - Hipérbole
Seções Cônicas - HipérboleGabriel Resende
4.3K visualizações55 slides

Mais procurados(20)

TRIGONOMETRIA - TEORIA, APLICAÇÕES E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS PASSO A PASSO por Danillo Rodrigues
TRIGONOMETRIA - TEORIA, APLICAÇÕES E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS PASSO A PASSOTRIGONOMETRIA - TEORIA, APLICAÇÕES E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS PASSO A PASSO
TRIGONOMETRIA - TEORIA, APLICAÇÕES E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS PASSO A PASSO
Danillo Rodrigues5.7K visualizações
Trabajo cónicas por alumnosporzuna
Trabajo cónicasTrabajo cónicas
Trabajo cónicas
alumnosporzuna5.7K visualizações
REBATIMENTO DE PLANO DE PERFIL por Jose H. Oliveira
REBATIMENTO DE PLANO DE PERFILREBATIMENTO DE PLANO DE PERFIL
REBATIMENTO DE PLANO DE PERFIL
Jose H. Oliveira780 visualizações
2ª prova gab 8ano unid2_geometria_2011 por Joelson Lima
2ª prova gab 8ano unid2_geometria_20112ª prova gab 8ano unid2_geometria_2011
2ª prova gab 8ano unid2_geometria_2011
Joelson Lima13.2K visualizações
Hipérbole por Fernando Lucas
HipérboleHipérbole
Hipérbole
Fernando Lucas9.5K visualizações
Seções Cônicas - Hipérbole por Gabriel Resende
Seções Cônicas - HipérboleSeções Cônicas - Hipérbole
Seções Cônicas - Hipérbole
Gabriel Resende4.3K visualizações
Mga10diedros por Hugo Correia
Mga10diedrosMga10diedros
Mga10diedros
Hugo Correia1.7K visualizações
Prova 4º bim 9ano por Adriano Capilupe
Prova 4º bim   9anoProva 4º bim   9ano
Prova 4º bim 9ano
Adriano Capilupe13.3K visualizações
SóLidos De RevoluçãO por isabelcpsc
SóLidos De RevoluçãOSóLidos De RevoluçãO
SóLidos De RevoluçãO
isabelcpsc12.3K visualizações
03_Matematica Banco do Brasil.pdf por ConcurseiroSilva4
03_Matematica Banco do Brasil.pdf03_Matematica Banco do Brasil.pdf
03_Matematica Banco do Brasil.pdf
ConcurseiroSilva4232 visualizações
Respostas do-livro-geometria-analitica-alfredo-steinbruch-e-paulo-winterle por samuelsaocristovao
Respostas do-livro-geometria-analitica-alfredo-steinbruch-e-paulo-winterleRespostas do-livro-geometria-analitica-alfredo-steinbruch-e-paulo-winterle
Respostas do-livro-geometria-analitica-alfredo-steinbruch-e-paulo-winterle
samuelsaocristovao103.2K visualizações
Lista de exercícios polaridade, geometria molecular e forças intermoleculares por Profª Alda Ernestina
Lista de exercícios   polaridade, geometria molecular e forças intermolecularesLista de exercícios   polaridade, geometria molecular e forças intermoleculares
Lista de exercícios polaridade, geometria molecular e forças intermoleculares
Profª Alda Ernestina2.9K visualizações
Calculo b resolvidos por Weber Ribeiro
Calculo b   resolvidosCalculo b   resolvidos
Calculo b resolvidos
Weber Ribeiro67.6K visualizações
Representação Gràfica Rigorosa Geometria por Carlos Teodoro
Representação Gràfica Rigorosa   GeometriaRepresentação Gràfica Rigorosa   Geometria
Representação Gràfica Rigorosa Geometria
Carlos Teodoro6K visualizações
Matematika hiperbola por juraisa rahma fajri
Matematika hiperbolaMatematika hiperbola
Matematika hiperbola
juraisa rahma fajri9.8K visualizações
Exercícios sobre distância entre pontos por Matemática de Graça
Exercícios sobre distância entre pontosExercícios sobre distância entre pontos
Exercícios sobre distância entre pontos
Matemática de Graça31.8K visualizações
Hiperbola por Rany CieeDira
HiperbolaHiperbola
Hiperbola
Rany CieeDira13.5K visualizações
La Elipse por EstefaniaCruz15
La ElipseLa Elipse
La Elipse
EstefaniaCruz15250 visualizações

Destaque

Lógica de programação em ppt por
Lógica de programação em pptLógica de programação em ppt
Lógica de programação em pptAndrei Bastos
4.4K visualizações52 slides
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07 por
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07Andrei Bastos
769 visualizações8 slides
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 05 por
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  05GEOMETRIA ANALÍTICA cap  05
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 05Andrei Bastos
1.6K visualizações11 slides
P2 algebra (4) por
P2 algebra  (4)P2 algebra  (4)
P2 algebra (4)Andrei Bastos
265 visualizações1 slide
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 06 por
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  06GEOMETRIA ANALÍTICA cap  06
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 06Andrei Bastos
1.8K visualizações11 slides
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09 por
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09Andrei Bastos
680 visualizações8 slides

Destaque(7)

Lógica de programação em ppt por Andrei Bastos
Lógica de programação em pptLógica de programação em ppt
Lógica de programação em ppt
Andrei Bastos4.4K visualizações
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07 por Andrei Bastos
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07
Andrei Bastos769 visualizações
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 05 por Andrei Bastos
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  05GEOMETRIA ANALÍTICA cap  05
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 05
Andrei Bastos1.6K visualizações
P2 algebra (4) por Andrei Bastos
P2 algebra  (4)P2 algebra  (4)
P2 algebra (4)
Andrei Bastos265 visualizações
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 06 por Andrei Bastos
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  06GEOMETRIA ANALÍTICA cap  06
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 06
Andrei Bastos1.8K visualizações
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09 por Andrei Bastos
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09
Andrei Bastos680 visualizações
Algebra Linear cap 05 por Andrei Bastos
Algebra Linear cap  05Algebra Linear cap  05
Algebra Linear cap 05
Andrei Bastos686 visualizações

Similar a GEOMETRIA ANALÍTICA cap 08

Identificacao de conicas por
Identificacao de conicasIdentificacao de conicas
Identificacao de conicasMario Santana
319 visualizações16 slides
Sessões Cônicas por
 Sessões Cônicas Sessões Cônicas
Sessões CônicasAntonio Carneiro
2.2K visualizações28 slides
Elipse por
ElipseElipse
ElipseAdriano Souza
11.6K visualizações10 slides
Conicas elipse por
Conicas elipseConicas elipse
Conicas elipsecon_seguir
2.4K visualizações10 slides
Elipse por
ElipseElipse
Elipsechaves19
279 visualizações9 slides
Matemática Roberto por
Matemática RobertoMatemática Roberto
Matemática Robertomzylb
993 visualizações19 slides

Similar a GEOMETRIA ANALÍTICA cap 08(20)

Identificacao de conicas por Mario Santana
Identificacao de conicasIdentificacao de conicas
Identificacao de conicas
Mario Santana319 visualizações
Sessões Cônicas por Antonio Carneiro
 Sessões Cônicas Sessões Cônicas
Sessões Cônicas
Antonio Carneiro2.2K visualizações
Elipse por Adriano Souza
ElipseElipse
Elipse
Adriano Souza11.6K visualizações
Conicas elipse por con_seguir
Conicas elipseConicas elipse
Conicas elipse
con_seguir2.4K visualizações
Elipse por chaves19
ElipseElipse
Elipse
chaves19279 visualizações
Matemática Roberto por mzylb
Matemática RobertoMatemática Roberto
Matemática Roberto
mzylb993 visualizações
Conicas por chaves19
ConicasConicas
Conicas
chaves19343 visualizações
Cônicas e parábolas phdnet por Jeremias Barreto
Cônicas e parábolas   phdnetCônicas e parábolas   phdnet
Cônicas e parábolas phdnet
Jeremias Barreto1.9K visualizações
Cônicas por Adriana Araujo
CônicasCônicas
Cônicas
Adriana Araujo5.2K visualizações
Conicas cordpolar parametrizada por Ananias Neto
Conicas cordpolar parametrizadaConicas cordpolar parametrizada
Conicas cordpolar parametrizada
Ananias Neto355 visualizações
Sessão de cônicas 17122016 por Antonio Carneiro
Sessão de cônicas 17122016Sessão de cônicas 17122016
Sessão de cônicas 17122016
Antonio Carneiro393 visualizações
Geometria analitica exercicios resolvidos por con_seguir
Geometria analitica exercicios resolvidosGeometria analitica exercicios resolvidos
Geometria analitica exercicios resolvidos
con_seguir295.2K visualizações
Secções cônicas por Pedro Goyano
Secções cônicasSecções cônicas
Secções cônicas
Pedro Goyano16.7K visualizações
Aula elipse por Francisco Neto
Aula elipseAula elipse
Aula elipse
Francisco Neto1K visualizações
Função trigonometrica por myri2000
Função trigonometricaFunção trigonometrica
Função trigonometrica
myri20002.9K visualizações
Seções Cônicas - Hipérbole por Gabriel Resende
Seções Cônicas - HipérboleSeções Cônicas - Hipérbole
Seções Cônicas - Hipérbole
Gabriel Resende4.3K visualizações
Slide de matemática Geometria analítica por DAIANEMARQUESDASILVA1
Slide de matemática Geometria analítica Slide de matemática Geometria analítica
Slide de matemática Geometria analítica
DAIANEMARQUESDASILVA1112 visualizações
Sc parabola por con_seguir
Sc parabolaSc parabola
Sc parabola
con_seguir2.9K visualizações

Mais de Andrei Bastos

Geometria analitica exercicios resolvidos por
Geometria analitica exercicios resolvidosGeometria analitica exercicios resolvidos
Geometria analitica exercicios resolvidosAndrei Bastos
25.4K visualizações9 slides
Apostila vetores e geometria analitica por
Apostila vetores e geometria analiticaApostila vetores e geometria analitica
Apostila vetores e geometria analiticaAndrei Bastos
76K visualizações157 slides
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 04 por
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  04GEOMETRIA ANALÍTICA cap  04
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 04Andrei Bastos
3.8K visualizações13 slides
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 03 por
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  03GEOMETRIA ANALÍTICA cap  03
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 03Andrei Bastos
800 visualizações8 slides
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02 por
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02Andrei Bastos
2.1K visualizações12 slides
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 01 por
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  01GEOMETRIA ANALÍTICA cap  01
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 01Andrei Bastos
2.7K visualizações15 slides

Mais de Andrei Bastos(20)

Geometria analitica exercicios resolvidos por Andrei Bastos
Geometria analitica exercicios resolvidosGeometria analitica exercicios resolvidos
Geometria analitica exercicios resolvidos
Andrei Bastos25.4K visualizações
Apostila vetores e geometria analitica por Andrei Bastos
Apostila vetores e geometria analiticaApostila vetores e geometria analitica
Apostila vetores e geometria analitica
Andrei Bastos76K visualizações
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 04 por Andrei Bastos
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  04GEOMETRIA ANALÍTICA cap  04
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 04
Andrei Bastos3.8K visualizações
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 03 por Andrei Bastos
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  03GEOMETRIA ANALÍTICA cap  03
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 03
Andrei Bastos800 visualizações
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02 por Andrei Bastos
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 02
Andrei Bastos2.1K visualizações
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 01 por Andrei Bastos
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  01GEOMETRIA ANALÍTICA cap  01
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 01
Andrei Bastos2.7K visualizações
Algebra Linear cap 07 por Andrei Bastos
Algebra Linear cap 07Algebra Linear cap 07
Algebra Linear cap 07
Andrei Bastos2.4K visualizações
Algebra Linear cap 06 por Andrei Bastos
Algebra Linear cap  06Algebra Linear cap  06
Algebra Linear cap 06
Andrei Bastos700 visualizações
Algebra Linear cap 08 por Andrei Bastos
Algebra Linear cap  08Algebra Linear cap  08
Algebra Linear cap 08
Andrei Bastos625 visualizações
Algebra Linear cap 04 por Andrei Bastos
Algebra Linear cap 04Algebra Linear cap 04
Algebra Linear cap 04
Andrei Bastos982 visualizações
Algebra Linear cap 03 por Andrei Bastos
Algebra Linear cap 03Algebra Linear cap 03
Algebra Linear cap 03
Andrei Bastos517 visualizações
Algebra Linear cap 02 por Andrei Bastos
Algebra Linear cap 02Algebra Linear cap 02
Algebra Linear cap 02
Andrei Bastos787 visualizações
Algebra Linear cap 01 por Andrei Bastos
Algebra Linear cap 01Algebra Linear cap 01
Algebra Linear cap 01
Andrei Bastos845 visualizações
Algebra Linear cap 09 por Andrei Bastos
Algebra Linear cap 09Algebra Linear cap 09
Algebra Linear cap 09
Andrei Bastos560 visualizações
Java Comunicação Serial por Andrei Bastos
Java Comunicação SerialJava Comunicação Serial
Java Comunicação Serial
Andrei Bastos1.9K visualizações
Provas Discursivas UFES 2010 por Andrei Bastos
Provas Discursivas UFES 2010Provas Discursivas UFES 2010
Provas Discursivas UFES 2010
Andrei Bastos5.8K visualizações
C a linguagem de programação por Andrei Bastos
C   a linguagem de programaçãoC   a linguagem de programação
C a linguagem de programação
Andrei Bastos4.3K visualizações
ArrayList Java por Andrei Bastos
ArrayList JavaArrayList Java
ArrayList Java
Andrei Bastos2.2K visualizações
Ex algebra (16) por Andrei Bastos
Ex algebra  (16)Ex algebra  (16)
Ex algebra (16)
Andrei Bastos221 visualizações
Ex algebra (15) por Andrei Bastos
Ex algebra  (15)Ex algebra  (15)
Ex algebra (15)
Andrei Bastos409 visualizações

GEOMETRIA ANALÍTICA cap 08

  • 1. 79 CÁLCULO VETORIAL E GEOMETRIA ANALÍTICA CAPÍTULO 8 CÔNICAS Muitas descobertas importantes em matemática e em outras ciências estão relacionadas às seções cônicas. Desde os tempos dos gregos clássicos como Arquimedes, Apolônio entre outros, já havia estudos sobre essas curvas. No texto "Elementos de Euclides" (270 a.C.) tratavam de elipses, hipérboles e parábolas ou, para usarmos o nome comum, seções cônicas. Estas são curvas obtidas quando um plano intercepta um cone de revolução. Existe uma teoria completa das cônicas num tratado de Apolônio (200 a.C.). Ele mostra, por exemplo, que uma elipse é o lugar descrito por um ponto que se movimenta de tal modo que a soma de suas distâncias a dois pontos dados, os focos, permanecem constantes e também que uma hipérbole é o lugar descrito por um ponto que se movimenta de tal modo que a diferença de suas distâncias a dois pontos dados, os focos, permanecem constantes. Desde o tempo de Apolônio que as seções cônicas têm contribuído para descobertas importantes na Física. Em 1604, Galileu descobriu que, lançando-se um projétil horizontalmente do topo de uma torre, supondo que única força atuante seja a da gravidade, sua trajetória é uma parábola Kepler (que era mais astrônomo e físico do que matemático) descobriu por volta de 1610 que os planetas se movem em elipses com o sol num dos focos. Por volta de 1686, Newton provou em seu livro "Principia Mathematica" que isso pode ser deduzido da lei de gravitação e das leis da Mecânica. A pedra angular da Mecânica Quântica é o teorema espectral para transformações lineares auto-adjuntas, descendentes das seções cônicas. Nos resultados obtidos por Newton sobre o movimento planetário, aparece a equação das cônicas em coordenadas polares. A hipérbole é utilizada no estudo descritivo da expansão dos gases em motores a explosão. A parábola é a curva que descreve a trajetória de um projétil, desprezando a resistência do ar. Aparece ainda na construção de espelhos parabólicos, utilizados em faróis de automóveis e em antenas parabólicas. Como vimos no pequeno histórico acima, as seções cônicas são curvas planas obtidas da interseção de um plano com um cone de revolução. São elas: a parábola, a elipse e a hipérbole. A circunferência não é considerada uma cônica, apesar de poder ser obtida também por uma seção de um cone. Devido a sua inquestionável importância na matemática, em particular na geometria, e em outras ciências, estaremos também introduzindo o estudo da circunferência. Circunferência HipérboleParábola Elipse
  • 2. 80 1 EXPRESSÃO GERAL DE UMA CÔNICA As cônicas e a circunferência são figuras planas. Portanto, suas representações serão realizadas no plano cartesiano (ℜ2 ). A expressão geral de uma cônica, exceto para a circunferência, é uma equação do 2º grau da forma: 0FEyDxCyBxyAx 22 =+++++ . O termo "xy" da equação geral das cônicas é chamado de "termo retângulo". Quando a equação geral apresentar o termo retângulo, dizemos que a equação é "degenerada". Quando a equação geral não apresentar o termo retângulo, simplesmente chamares de equação geral. Geometricamente, a diferença entre a equação geral e a equação geral degenerada está na posição da cônica em relação aos eixos coordenados. Quando a equação geral é degenerada o eixo de simetria da cônica é inclinado em relação aos eixos coordenados e quando a equação geral não é degenerada o eixo de simetria da cônica é paralelo a um dos eixos coordenados. Neste capítulo estaremos estudando somente as cônicas com equação geral não degenerada. Posteriormente, quando introduzirmos o estudo de translação e rotação de eixos, estudaremos as cônicas com equação geral degenerada. Como a equação geral das cônicas apresenta uma expressão semelhante para todas, ou seja, 0FEyDxCyBxyAx 22 =+++++ , uma forma de identificar a cônica através da sua equação geral é utilizar a seguinte classificação:       ⇒>− ⇒=− ⇒<− hipérbole0AC4Bse parábola0AC4Bse elipse0AC4Bse 2 2 2 Por exemplo: a) Se 04y4x4y5xy6x5 22 =−+−++ ⇒ 064AC4B2 <−=− ⇒ elipse. b) Se 03y4x2yxy2x 22 =+−++− ⇒ 0AC4B2 =− ⇒ parábola. c) Se 024x224y3xy18x3 22 =−+++ ⇒ 0288AC4B2 >=− ⇒ hipérbole. Elipse de equação geral não degenerada x y eixo de simetria Elipse de equação geral degenerada x y eixo de simetria
  • 3. 81 CIRCUNFERÊNCIA Definição: é o lugar geométrico dos pontos do plano eqüidistantes de um ponto fixo C (centro) do mesmo plano. OBS: O segmento que une qualquer ponto da circunferência ao centro é chamado de raio, denotado pela letra r. O segmento que une dois pontos quaisquer da circunferência passando pelo centro e chamado de diâmetro, denotado pela letra d. Vale a relação r2d = . Seja a circunferência de centro C(m,n) e raio r. Seja P(x,y) um ponto qualquer da circunferência. Temos que r|CP| = , que é a equação vetorial da circunferência. Como )ny,mx(CP −−= , então: r)ny()mx(|CP| 22 =−+−= , logo 222 r)ny()mx( =−+− . Esta expressão é chamada de equação reduzida da circunferência. O desenvolvimento da equação reduzida resulta na equação geral, ou seja, uma equação do tipo 0edycxbyax 22 =++++ , e são assim que geralmente elas aparecem na literatura. Outra equação importante são as equações paramétricas, as quais são definidas como segue. Na figura anterior, vamos determinar o senθ e o cosθ no triângulo CPS. θ+=⇒ − =θ senrny r ny sen e θ+=⇒ − =θ cosrmx r mx cos As equações paramétricas da circunferência são:    θ+= θ+= senrny cosrmx , π≤θ≤ 20 . Exemplo (1): Determine as coordenadas do centro e o raio da circunferência 03y6x4yx 22 =−+−+ . P(x,y) y xm Ox n C r θ S Oy O r
  • 4. 82 Solução: Note a circunferência foi dada na forma da sua equação geral. Para determinarmos o centro e o raio e necessário passar para forma reduzida, completando os quadrados. Então: 0399y6y44x4x 22 )3y( 2 )2x( 2 =−−+++−+− +− ⇒ 16)3y()2x( 22 =++− . Agora na forma da equação reduzida podemos ver que o centro é igual C(2,-3) e o raio é igual a r = 4. Exemplo (2): Determine a equação reduzida da circunferência, sabendo-se que um de seus diâmetros é o segmento de extremos A(1,3) e B(5,-3). Solução: O diâmetro é o segmento que une dois pontos quaisquer da circunferência passando pelo centro e vale r2d = . Logo o centro C(m,n) da circunferência é ponto médio do diâmetro. Então: )0,3( 2 33 , 2 51 )n,m(C =      −+ = . A distância entre A e B é o valor do diâmetro. Assim, 132)33()15(|AB|d 22 =−−+−== , logo 13 2 d r == . Portanto, a equação reduzida é 13y)3x( 22 =+− . ELIPSE Definição: Dados dois pontos fixos F1 e F2 do plano, com c2FF 21 = , chamamos de elipse o lugar geométrico dos pontos deste plano, cuja soma das distâncias aos pontos F1 e F2 é uma constante 2a>2c. • C(m,n) é o centro; • A1, A2, B1 e B2 são vértices; • F1 e F2 são focos; • a2AA 21 = é o eixo maior; • b2BB 21 = é o eixo menor; • c2FF 21 = é a distância focal; • Relação notável para elipse: Do triângulo CB1F2 vem que 222 cba += . n m P B2 B1 A1 A2 Oy Ox F1 F2C a c b O
  • 5. 83 • Excentricidade: a c e = . A excentricidade mede a abertura das cônicas, ou seja, quanto mais "arredondada" ou "achatada" é a figura. Como, para elipse, c < a, então 1e0 << . Assim, quanto mais próximo de 1 estiver a excentricidade, mais achatada (alongada) é a elipse e, quanto mais próximo de zero, mais arredondada ela será. Seja P(x,y) um ponto qualquer da elipse. A distância do ponto P ao foco F1 é dada por |PF| 1 e a distância do ponto P ao foco F2 é dada por |PF| 2 . Portanto, pela definição da elipse escrevemos a expressão a2|PF||PF| 21 ====++++ chamada de equação vetorial da elipse. O desenvolvendo da equação vetorial resulta em outra expressão chamada de equação reduzida da elipse. Vamos fazer este desenvolvimento. Considere uma elipse de centro )n,m(C , focos )n,cm(F1 − e )n,cm(F2 + e eixo maior horizontal, ou seja, o eixo maior da elipse 21AA é paralelo ao eixo coordenado Ox. Seja )y,x(P um ponto qualquer da elipse como mostra a figura abaixo. Temos que: ( ) ( ) ( ) ( )    −−−=⇒−+−= −+−=⇒−−−= ny,c)mx(PFny),cm(xPF ny,c)mx(PFny),cm(xPF 22 11 ⇒ [ ] [ ]    −+−−= −++−= 22 2 22 1 )ny(c)mx(|PF| )ny(c)mx(|PF| Como a2|PF||PF| 21 =+ ⇒ |PF|a2|PF| 21 −= . Elevando ao quadrado ambos os lados desta última igualdade vem que: ( )2 2 2 1 |PF|a2|PF| −= ⇒ 2 22 22 1 |PF||PF|a4a4|PF| +⋅−= ⇒ |PF|a4a4|PF||PF| 2 22 2 2 1 ⋅−=− ⇒ [ ] [ ] |PF|a4a4)ny(c)mx()ny(c)mx( 2 2 2 22 2 22 ⋅−=      −+−−−      −++− ⇒ [ ] [ ] |PF|a4a4)ny(c)mx()ny(c)mx( 2 22222 ⋅−=−−−−−−++− ⇒ |PF|a4a4c)mx(c2)mx(c)mx(c2)mx( 2 22222 ⋅−=−−+−−+−+− ⇒ n m P B2 B1 A1 A2 Oy Ox F1 F2C c O c m-c m+cx y
  • 6. 84 |PF|a4a4)mx(c4 2 2 ⋅−=− ⇒ |PF|aa)mx(c 2 2 ⋅−=−− . Elevando ambos os membros ao quadrado vem que: [ ] ( )2 2 22 |PF|aa)mx(c ⋅−=−− ⇒ [ ] 2 2 222 |PF|)a(a)mx(c ⋅−=−− ⇒ [ ] [ ] 2 22222 )ny(c)mx()a(a)mx(c       −+−−⋅−=−− ⇒ ( )22224222 )ny(c)mx(c2)mx(aa)mx(ca2)mx(c −++−−−⋅=+−−− ⇒ 22222224222 )ny(aca)mx(ca2)mx(aa)mx(ca2)mx(c −++−−−=+−−− ⇒ 0caa)ny(a)mx(a)mx(c 224222222 =−+−−−−− ⇒ 0)ca(a)ny(a)mx()ac( 22222222 =−⋅+−−−⋅− (*) Pela relação notável da elipse 222 cba += ⇒ 222 bca =− . Substituindo na equação (*) vem que: 0ba)ny(a)mx(b 222222 =⋅+−⋅−−⋅− ⇒ 222222 ba)ny(a)mx(b −=−⋅−−⋅− Dividindo todos os termos da equação por ( 22 ba ⋅− ) vem que: 22 22 2 22 2 2 22 2 ba ba )ny( ba a )mx( ba b − − =−⋅ − −−⋅ − − ⇒ 1)ny( b 1 )mx( a 1 2 2 2 2 =−⋅+−⋅ e finalmente obtemos a equação reduzida da elipse: 1 b )ny( a )mx( 2 2 2 2 ==== −−−− ++++ −−−− Esta expressão acima demonstrada é a equação reduzida de uma elipse de eixo maior horizontal (eixo maior 21AA paralelo ao eixo Ox), mas existem as elipses de eixo maior vertical (eixo maior 21AA paralelo ao eixo Oy) e suas equações são diferentes. O desenvolvimento para obtermos a equação reduzida de uma elipse de eixo maior vertical é análogo ao que fizemos para a elipse de eixo maior horizontal e, portanto, não apresentaremos este desenvolvimento. De uma forma geral temos: Equação Reduzida: a) Elipse de eixo maior horizontal: 1 b )ny( a )mx( 2 2 2 2 ==== −−−− ++++ −−−− b) Elipse de eixo maior vertical: 1 a )ny( b )mx( 2 2 2 2 ==== −−−− ++++ −−−− OBS: Em uma elipse, se a = b, temos que 222 cba += ⇒ 222 caa += ⇒ 0c = . Fazendo a = b na equação reduzida vem que: 1 a )ny( a )mx( 2 2 2 2 = − + − ⇒
  • 7. 85 222 a)ny()mx( =−+− , que é a equação de uma circunferência de raio R = a, ou seja, a circunferência pode ser considerada uma elipse de excentricidade nula, pois, 0 a 0 a c e === . Desenvolvendo-se a equação reduzida da elipse obtém-se outra expressão chamada de equação geral, a qual tem a forma 0yxyx 22 ====φφφφ++++θθθθ++++γγγγ++++ββββ++++αααα . Vamos fazer este desenvolvimento para o caso de uma elipse de eixo maior horizontal, cuja equação reduzida é 1 b )ny( a )mx( 2 2 2 2 = − + − . Multiplicando toda a equação por 22 ba vem que: 22 2 222 2 222 ba b )ny(ba a )mx(ba = − + − ⇒ 222222 ba)ny(a)mx(b =−⋅+−⋅ ⇒ 22222222 ba)nny2y(a)mmx2x(b =+−⋅++−⋅ ⇒ 0banayna2yambxmb2xb 222222222222 =−+−++− ⇒ 0)bambna(yna2xmb2yaxb 222222222222 =−++−−+ . Fazendo: 0)bambna(yna2xmb2yaxb 222222222222 =−++−−+ φθγβα , obtém-se a equação geral da elipse 0yxyx 22 ====φφφφ++++θθθθ++++γγγγ++++ββββ++++αααα . Considere como na figura abaixo, uma elipse E de eixo maior horizontal, com centro em )n,m(C , com eixo maior a2AA 21 = e eixo menor b2BB 21 = , a circunferência Ci com centro em )n,m(C e raio igual a "b", inscrita na elipse, a circunferência Cc com centro em )n,m(C e raio igual a "a", circunscrita na elipse e )y,x(P EE um ponto qualquer da elipse E. Por P, traça-se uma paralela ao eixo Oy, que determina em Cc o ponto )y,x(R cc e uma paralela ao eixo Ox, que determina em Ci o ponto )y,x(M ii . De acordo com as equações paramétricas de uma circunferência tem-se:    θ⋅+= θ⋅+= senbny cosbmx :)I( i i e    θ⋅+= θ⋅+= senany cosamx :)II( c c , π≤θ≤ 20 . Por outro lado, os pontos C, M e R são colineares. De fato: 0 1asenncosam 1bsenncosbm 1nm = θ+θ+ θ+θ+
  • 8. 86 Equivalentemente, o segmento PM é paralelo ao eixo Ox. Dessa forma, cE xx = e iE yy = , ou seja:    θ⋅+= θ⋅+= senbny cosamx :)I( E E , π≤θ≤ 20 . Portanto, as equações paramétricas da elipse são:    θ⋅+= θ⋅+= senbny cosamx E E , π≤θ≤ 20 . Analogamente podem ser determinadas as equações paramétricas de uma elipse de eixo maior vertical. De uma forma geral temos: Equações Paramétricas: a) Elipse de eixo maior horizontal:    θθθθ++++==== θθθθ++++==== bsenny cosamx , ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤ 20 b) Elipse de eixo maior vertical:    θθθθ++++==== θθθθ++++==== asenny cosbmx , ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤ 20 OBS: É muito comum determinar as equações paramétricas fazendo a seguinte identificação: da equação reduzida temos 1 b ny a mx 22 =      − +      − . Usando a relação fundamental da trigonometria 1sencos 22 =θ+θ e, confrontando as duas expressões teremos: a mx cos − =θ ⇒ θ+= cosamx e b ny sen − =θ ⇒ θ+= senbny . Exemplo (3): Determine o centro, vértices, focos e a excentricidade da elipse x2 +4y2 -4x-32y+32=0. Solução: Como a elipse foi dada na sua forma normal, devemos completar os quadrados e passá-la para a forma reduzida. Então: Ox Oy R m xE=xc yE=yi B2 B1 A1 A2 C P Q M N n θ Cc Ci
  • 9. 87 032)1616y8y(444x4x 22 )4y( 2 )2x( 2 =+−+−+−+− −− ⇒ 032644)4y(4)2x( 22 =+−−−+− ⇒ ⇒ 36 36 36 )4y(4 36 )2x( 22 = − + − ⇒ 1 9 )4y( 36 )2x( 22 = − + − . Como 22 ba > , então     =⇒= =⇒= 3b9b 6a36a 2 2 , e a elipse é de eixo maior horizontal. Da relação notável vem que 33ccba 222 =⇒+= . Da equação reduzida temos que o centro é C(2,4). )4,4()n,am(A1 −=− , )4,8()n,am(A2 =+ , )7,2()bn,m(B1 =+ , )1,2()bn,m(B2 =− , )4,332()n,cm(F1 −=− e )4,332()n,cm(F2 +=+ . Exemplo (4): Determine a equação reduzida da elipse de excentricidade 5 4 , cujos focos são pontos da reta 04x =+ e sendo B1(-1,3) um dos extremos do eixo menor. Solução: Como os focos estão sobre a reta 4x −= , trata-se de uma elipse de eixo maior vertical. Geometricamente podemos determinar o centro )3,4(C − , 3b = e )3,7(B2 − . Como 5 4 a c e == ⇒ a 5 4 c = . Da relação ⇒+= 222 cba ⇒      += 2 22 a 5 4 3a ⇒=− 9a 25 16 a 22 5a = e 4c = . Portanto, a equação reduzida será 1 25 )3y( 9 )4x( 2 = − + + . 332 − 332 + 8 B2 B1 A2A1 y x F1 F2 C 2-4 4 x y 7 8 -2 -7 -1-1 3 x −= -4
  • 10. 88 HIPÉRBOLE Definição: Dados dois pontos fixos F1 e F2 de um plano, tais que c2FF 21 = , chamamos de hipérbole o lugar geométrico dos pontos do plano, cujo módulo da diferença das distâncias aos pontos F1 e F2 é uma constante c2a2 < . Seus elementos são: • C(m,n) é o centro; • A1, A2 são vértices; • F1 e F2 são focos; • a2AA 21 = é o eixo real (ou eixo transverso); • b2BB 21 = é o eixo imaginário (ou eixo conjugado); • c2FF 21 = é a distância focal; • Relação notável para elipse: Do triângulo CA2Q ⇒ 222 bac += • Excentricidade: a c e = . Como, para hipérbole, ca < , então 1e > . Assim, quanto mais próximo de 1 estiver à excentricidade, mais fechados são os ramos da hipérbole e, mais abertos eles serão à medida que a excentricidade se afasta de 1. • As retas (r1) e (r2) são chamadas de assíntotas. Elas são muito úteis no esboço da hipérbole, norteando a abertura dos ramos, uma vez que, os ramos não interceptam e nem tangenciam as assíntotas. Suas equações são determinadas por: )mx( a b )ny( −±=− para hipérbole de eixo real horizontal (eixo real 21AA paralelo ao eixo Ox) e )mx( b a )ny( −±=− para hipérbole de eixo real vertical (eixo real 21AA paralelo ao eixo Oy). y x P n m (r1) F1 F2A1 A2 B2 B1 C a c b (r2) Q
  • 11. 89 Seja P(x,y) um ponto qualquer da hipérbole. Pela definição temos que: a2|PF||PF| 21 ====−−−− que é a equação vetorial da hipérbole. A exemplo do que foi realizado com a elipse, o desenvolvimento da equação vetorial resulta na equação reduzida. Então: Equação reduzida: a) Hipérbole de eixo real horizontal: 1 b )ny( a )mx( 2 2 2 2 ==== −−−− −−−− ++++ −−−− b) Hipérbole de eixo real vertical: 1 a )ny( b )mx( 2 2 2 2 ==== −−−− ++++ −−−− −−−− O desenvolvimento da equação reduzida resulta na equação geral, ou seja, uma equação da forma: 0yxyx 22 ====φφφφ++++θθθθ++++γγγγ++++ββββ++++αααα . Considere uma hipérbole de eixo real horizontal como na figura abaixo, com centro em )n,m(C , com eixo real a2AA 21 = , imaginário b2BB 21 = e distância focal c2FF 21 = . Traça-se uma circunferência C1 com centro em )n,m(C e raio igual a "c", a circunferência C2 com centro em )n,m(C e raio igual a "a" e uma das assíntotas (r1). A1 A2 C m n hipérbole de eixo real vertical A1 A2 m n C hipérbole de eixo real horizontal Q F1 P F2 A1 A2 C a c y=b+n n m x=m+c θ (r1) C1 C2 B1 B2 b
  • 12. 90 Seja P(x,y) um ponto qualquer da hipérbole. A interseção da assíntota (r1) com a circunferência C1 é o ponto Q. Pelos pontos Q e A2, traça-se uma paralela ao Oy. Pela construção temos que ba = e as coordenadas do ponto P(x,y) são cmx += e bny += . Do triângulo retângulo CA2Q vem que: c a cos =θ ⇒ θ = cos 1 a c ⇒ θ=− secamx ⇒ θ+= secamx a b tg =θ ⇒ θ= atgb ⇒ θ=− btgny ⇒ θ+= btgny . Analogamente, podemos demonstrar as equações paramétricas para uma hipérbole de eixo real vertical. Assim: Equações Paramétricas a) Hipérbole de eixo real horizontal:    θθθθ++++==== θθθθ++++==== btgny secamx , ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤ 20 b) Hipérbole de eixo real vertical:    θθθθ++++==== θθθθ++++==== secany btgmx , ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤ 20 OBS: É muito comum determinar as equações paramétricas fazendo a seguinte identificação: da equação reduzida temos 1 b ny a mx 22 =      − −      − . Usando a relação da trigonometria 1tgsec 22 =θ−θ . Confrontando as duas expressões teremos: a mx sec − =θ ⇒ θ+= secamx e b ny tg − =θ ⇒ θ+= btgny . Exemplo (5): Determine os focos e os vértices da hipérbole de equação normal 0199y64x18y16x9 22 =−−−− . Solução: Escrevendo a equação na forma reduzida teremos: 0199)44y4y(16)11x2x(9 22 =−−++−−+− ⇒ 0199649)2y(16)1x(9 222 =−+−+−− ⇒ 144)2y(16)1x(9 222 =+−− ⇒ 144 144 144 )2y(16 144 )1x(9 22 = + − − ⇒ 1 9 )2y( 16 )1x( 22 = − + + − ou 1 9 )2y( 16 )1x( 22 = + − − . A equação reduzida mostra que a hipérbole é de eixo real horizontal e, 4a16a2 =⇒= , 3b9b2 =⇒= . Da relação notável: 222 bac += ⇒ 5c = . O centro é C(m,n) = (1,-2). vértices:    −=− −=+ )2,3()n,am(A )2,5()n,am(A 2 1 focos:    −=− −=+ )2,4()n,cm(F )2,6()n,cm(F 2 1
  • 13. 91 Exemplo (6): O eixo real de uma hipérbole é vertical e suas assíntotas são as retas 03yx2:)r( 1 =−+ e 03yx2:)r( 2 =+− . Escreva sua equação reduzida sabendo-se que ela passa pelo ponto P(0,7) e faça um esboço. Solução: A interseção das assíntotas é o centro C(m,n). Resolvendo o sistema linear    =+− =−+ 03yx2 03yx2 , determinamos o centro C(0,3). Fazendo uma identificação com as equações das assíntotas )mx( b a )ny( −±=− e    += +−= 3x2y 3x2y , determinamos os coeficientes angulares 2 b a ±= . Dai, podemos escrever que a=2b. Como a hipérbole passa pelo ponto P(4,6)=(x,y), então ele satisfaz a equação reduzida 1 a )ny( b )mx( 2 2 2 2 = − + − − .Logo: 1 )b2( )37( b )00( 2 2 2 2 = − + − − ⇒ 1 b4 16 b 0 22 =+ − ⇒ 2b = e 4a = . Portanto, a equação reduzida é 1 16 )3y( 4 x 22 = − + − . 4 PARÁBOLA Definição: É o lugar geométrico dos pontos do plano, eqüidistantes de uma reta (d) fixa e de um ponto fixo (F), não pertencente à reta (d). Os elementos da parábola são: • Vértice: V(m,n) • F: foco • (d): reta diretriz A1 A2 C(0,3) -1 3 7 (r2)(r1) -1 1 Q O 2 p m (d) P FV n 2 p R
  • 14. 92 • A reta que passa por F e V é o eixo de simetria da parábola • O segmento pRF = , onde p é chamado de parâmetro da parábola • Os segmentos 2 p VFRV == Seja P(x,y) um ponto qualquer da parábola. Pela definição temos que: |FP||QP| ==== que é a equação vetorial. O desenvolvimento da equação vetorial resulta na equação reduzida. Considere uma parábola com eixo de simetria horizontal (paralelo ao eixo Ox) como na figura abaixo. Então sua equação vetorial é |FP||QP| = . Como )y,x(P ,      − y,mQ 2 p e      + n,mF 2 p , vem que      +−= 0,mxQP 2 p e      −−−= ny,mxFP 2 p . Assim: |FP||QP| = ⇒ 2 2 2 p 2 2 p )ny()mx()mx( −+     −−=     +− ⇒ 2 2 2 p 2 2 p )ny()mx()mx( −+     −−=     +− ⇒ ⇒ 2 4 p2 4 p2 )ny(p)mx()mx(p)mx()mx( 22 −++⋅−−−=+⋅−+− ⇒ )mx(p2)ny( 2 −⋅=− . Que é a equação reduzida de uma parábola com eixo de simetria horizontal. Analogamente demonstra-se a equação reduzida de uma parábola com eixo de simetria vertical (paralelo ao eixo Oy). Então: Equação reduzida: a) Parábola com eixo de simetria horizontal:     ±±±±==== −−−−====−−−− 2 p mx:diretriztaRe )mx(p2)ny( 2 b) Parábola com eixo de simetria vertical:     ±±±±==== −−−−====−−−− 2 p ny:diretriztaRe )ny(p2)mx( 2 Q O 2 p m (d) P FVn 2 p R 2 p m +2 p m − x y
  • 15. 93 O desenvolvimento da equação reduzida resulta na equação geral. Para uma parábola com eixo de simetria horizontal temos: )mx(p2)ny( 2 −⋅=− ⇒ pm2px2nny2y 22 −=+− ⇒ xm p2 n y p n y p2 1 2 2 =++− . Fazendo: p2 1 a = , p n b = e m p2 n c 2 += , temos a expressão cbyayx 2 ++++++++==== , que é a equação geral de uma parábola de eixo de simetria horizontal. Note que neste caso a variável x esta em função da variável y, ou seja, )y(fx ==== . Analogamente, obtemos a equação geral de uma parábola com eixo de simetria vertical que é dada por cbxaxy 2 ++++++++==== , e neste caso a variável y está em função da variável x, ou seja, )x(fy ==== . Considere uma parábola com eixo de simetria horizontal com vértice )n,m(V , reta diretriz (d). Seja P(x,y) um ponto qualquer da parábola. Pelo vértice V, traça-se uma reta paralela ao eixo Oy obtendo o ponto S. Do triângulo retângulo RSV vem que: 2 p ny tg − =θ ⇒ θ=− tg 2 p ny ⇒ θ+= tg 2 p ny . Como θ=− 2 2 2 tg 4 p )ny( e )mx(p2)ny( 2 −=− , igualando as duas expressões vem que: θ=− 2 2 tg 4 p )mx(p2 ⇒ θ+= 2 tg 8 p mx . Essas são as equações paramétricas para uma parábola com eixo de simetria horizontal. Analogamente, pode-se demonstrar as equações paramétricas de uma parábola com eixo de simetria vertical. Então: Equações Paramétricas: a) Parábola com eixo de simetria horizontal: ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤       θθθθ++++==== θθθθ++++==== 20, tg 2 p ny tg 8 p mx 2 b) Parábola com eixo de simetria vertical: ππππ≤≤≤≤θθθθ≤≤≤≤       θθθθ++++==== θθθθ++++==== 20, gcot 8 p ny gcot 2 p mx 2 2 p S y x Q R m (d) P(x,y) FVn θ
  • 16. 94 Exemplo (7): Determine o vértice, foco e a reta diretriz da parábola 8x6xy 2 +−= . Faça um esboço da parábola. Solução: A equação dada está na forma normal e é de uma parábola de eixo vertical com concavidade para cima. Vamos passar para forma reduzida, então: 899x6xy 2 )3x( 2 +−+−= − ⇒ )1y(1)3x( 2 +⋅=− . Identificando com a equação )ny(p2)mx( 2 −=− , temos que o vértice V(m,n) = (3,-1) e 2p = 1 ⇒ 4 1 2 p e 2 1 p == . Logo, o foco é ),3()n,m(F 4 3 2 p −=+ e a reta diretriz (d): 4 5y −= . Exemplo (8): O foco de uma parábola é o ponto F(4,3) e sua reta diretriz é (d): x=2. Determine sua equação normal e as equações paramétricas. Solução: Se a diretriz é a reta x = 2, então a parábola é de eixo horizontal. O vértice V(m,n) é ponto médio do segmento QF que une a reta diretriz ao foco, logo V(3,3) e o parâmetro p = 2. Como o foco está à direita da diretriz, sua concavidade é voltada para a direita. Veja a figura abaixo. Desenvolvendo a equação reduzida obtemos a equação normal: )3x(4)3y()mx(p2)ny( 22 −=−⇒−=− ⇒ 12x49y6y2 −=+− ⇒ 4 21 y 2 3 y 4 1 x 2 +−= As equações paramétricas são:       θ+= θ+= tg 2 p ny tg 8 p mx 2 ⇒     θ+= θ+= tg3y tg 4 1 3x 2 8 42 1− 4 3− 4 5− 3 F V (d) 2 3 Q p 4 (d) FV 3
  • 17. 95 Exercícios Propostos 1) Determine a equação geral da circunferência que tem centro sobre o eixo Ox e na qual uma de suas cordas tem por extremo os pontos A(6,4) e B(3,-5). Resp: 016x6yx 22 =−−+ 2) Escrever a equação geral da circunferência que passa pelos pontos A(0,1), B(1,2) e C(1,8). Resp: 09y10x6yx 22 =+−++ 3) Um satélite em órbita elíptica e excentricidade 3 1 , viaja ao redor da Terra, situada num dos focos da trajetória do satélite. Sabendo-se que a distância mais próxima do satélite a Terra é de 300 Km, calcular a maior distância. Resp: 600 Km 4) Dada à elipse de equações paramétricas    θ+= θ+= sen32y cos53x , determine a interseção dela com a reta 5 14x3 y:)r( − = . Resp: A(8,2) e B(3,-1) 5) Uma hipérbole eqüilátera é aquela em que ab = . Determine a equação reduzida e as equações paramétricas de uma hipérbole eqüilátera de focos F1(-4,0) e F2(4,0). Resp:     θ= θ= =+ tg22y sec22x e8yx 22 6) Mostre que a equação Eyx4 22 =− , sendo ℜ∈E e 0E ≠ , representa uma família de hipérboles de excentricidade constante igual a 5 . 7) Determine o parâmetro, o foco, o vértice e a reta diretriz da parábola de equação x12y2 = . Resp: 3x:)d(e)0,3(F),0,0(V,6p −== 8) Determine o parâmetro, o vértice, o foco e a reta diretriz da parábola 3x2xy 2 ++−= . Resp: 4 17 y:)d(e 4 15 ,1F),4,1(V, 2 1 p =      =