SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Baixar para ler offline
1
Texto complementar n 1 - Gráficos
1. Introdução.
No estudo de um fenômeno físico são realizadas experiências onde são medidas
diversas grandezas ao mesmo tempo. A relação entre essas grandezas pode ser expressa
por meio de fórmulas matemáticas, tabelas ou gráficos. Muitas vezes também o
significado de uma lei da natureza ou de uma equação fica mais claro se a representamos
num gráfico. Neste texto revisamos algumas idéias básicas necessárias à construção e
interpretação de gráficos, particularmente das retas.
Representamos os gráficos no plano por um sistema de eixos cartesianos
ortogonais. Para cada eixo adota-se uma escala, sendo que as duas escalas podem ser
diferentes.
Na construção de um gráfico, a primeira tarefa importante que temos que realizar
é uma escolha conveniente das escalas. Quando a escala não é conveniente, parte do
gráfico pode ficar fora do papel ou, pelo contrário, tão pequeno que não poderemos
observar seus detalhes. O procedimento descrito a seguir permite escolher bem a escala.
Determine o tamanho do papel e identifique os valores máximos e mínimos das
grandezas que serão representadas nos eixos Ox e Oy e, a partir dessas dimensões,
calcule a escala que permita ocupar o espaço disponível.
A divisão da escala deve ser definida de modo a permitir a fácil localização e
marcação de pontos, bem como uma posterior leitura de valores a partir do gráfico. Isso
se consegue usando divisões na escala que sejam múltiplos ou submúltiplos simultâneos
de 10, ou seja: ...; 0,1; 1; 10; ...; 0,2; 2; 20; ...; 0,5; 5; 50; ou até mesmo ...; 0,25; 2,5; 25;
..., mas nunca use múltiplos de 3, 7 e 9.
Agora observe os gráficos abaixo e responda rápido: eles representam a mesma
função ou funções diferentes?
Para construir um gráfico de uma função organizamos uma tabela com valores
convenientes de x e os correspondentes valores de y. A seguir localizamos no plano
(supondo um sistema de eixos cartesianos) cada par (x,y). O gráfico da função é obtido
ligando-se esses pontos; quando eles não estão alinhados numa reta, ligam-se os pontos
sucessivos com curvas que acompanham o comportamento indicado pelos pontos
vizinhos.
gráfico 1
-5
0
5
10
15
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
gráfico 2
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
2
Construa uma tabela com pares de valores x e y para os dois gráficos acima.
Responda novamente: eles representam a mesma função?
2. Quando o gráfico é uma reta.
Uma reta é descrita pela função de primeiro grau (primeiro grau porque a variável
x aparece elevada à potência 1):
onde a e b são constantes reais. Dizemos que y depende linearmente de x ou que a
relação entre y e x é linear.
Exercício 1. No quadriculado da página anterior, faça os gráficos das 4 funções
indicadas abaixo, para x variando de – 6 até +6. Escolha a mesma escala para
representar todos os gráficos. Escolha com cuidado a escala no eixo y de forma a ter a
melhor ocupação do espaço, mas de forma que todos os gráficos caibam no papel, no
intervalo indicado. Use uma cor diferente para cada gráfico.
(i) y = 2x + 2 (ii) y = 3x + 2 (iii) y = 2x – 1 (iv) y = 2x + 2
Para cada função dos itens (i), (ii), (iii) e (iv) determine os valores dos
coeficientes a e b.
O que há em comum entre as retas (i) e (ii)? E entre as retas (i) e (iii)? O que
distingue a reta do item (iv) das demais?
baxy 
3
3. Interpretação dos coeficientes a e b em y = ax + b , quando x e y têm
mesma dimensão.
O número real a é denominado coeficiente angular e está associado à
inclinação da reta em relação ao eixo Ox. No caso (i), o coeficiente angular é igual a
2; no caso (ii) é igual a 3. Note que a reta descrita pela função do item (ii) é “mais
inclinada” que a do item (i). Se a for negativo (a < 0), como no item (iv), a grandeza y
decresce à medida que x cresce e a reta forma um ângulo maior que 90o
com o eixo x.
p
r
q
 .
Podemos relacionar o coeficiente angular com o ângulo entre a reta e o eixo Ox.
Para relembrar, considere o triângulo retângulo abaixo. Os dois lados que formam o
ângulo reto são chamados catetos. O lado q é o cateto oposto ao ângulo  e o lado r é o
cateto adjacente ao ângulo . No triângulo retângulo define-se tangente de 
(abreviadamente tan ) como a razão entre o cateto oposto a  e o cateto adjacente:
 tg
q
r



 
cateto oposto a
cateto adjacente a
Assim, vemos que a constante a é igual à tangente do ângulo que a reta forma com
o eixo Ox.



x
y
O
Podemos definir as funções trigonométricas, como seno, coseno e tangente, para
qualquer ângulo. A tangente de um ângulo 90º
<  < 180º tem sinal negativo e é igual
em módulo à tan (180º - ). Com esta definição, o coeficiente a pode ser interpretado
como a tangente do ângulo que a reta y = ax + b faz com o eixo x. Se a for negativo, o
ângulo que a reta forma com o eixo x é obtuso e y diminui se x aumenta. A figura ao
lado mostra duas retas com coeficientes angulares de mesmo módulo e sinais contrários.
4
Chamando de a o coeficiente angular da reta que forma ângulo  com o eixo Ox, temos
a > 0 e a reta que forma ângulo =180º
-  tem coeficiente angular -a .
O número real b corresponde ao valor de y quando x = 0, ou seja, indica em que
ponto a reta vai “cortar” o eixo y. Note que a reta descrita pela função do item (i) cruza o
eixo Oy em y = 2 e a reta do item (iii) cruza o eixo y em y = -1 . Como o coeficiente
angular das duas retas é o mesmo (a = 2), elas têm a mesma inclinação, ou seja, são
paralelas.
4. Interpretação dos coeficientes a e b em y = ax + b , quando x e y não
têm mesma dimensão.
Em física, a maioria das grandezas envolvidas nas equações tem dimensão, isto é,
são expressas em relação a uma unidade de medida. Isso faz com que a inclinação do
gráfico que expressa um fenômeno físico tenha uma unidade e, na maior parte dos casos,
não possa ser interpretada simplesmente como a tangente de um ângulo,
necessariamente adimensional.
Entretanto, sempre podemos definir a inclinação da reta a partir de um par
qualquer de pontos  x y1 1, e  x y2 2, , pela expressão
inclinação



y y
x x
a2 1
2 1
.
Assim, o coeficiente a é uma grandeza com dimensão física quando as grandezas
x e y não têm a mesma dimensão física. Por exemplo, se y mede posição em m e x mede
tempo em s, a inclinação tem a dimensão de m/s.
É importante, ainda, ter atenção para o fato de que, apesar da reta que representa o
gráfico y(x) formar um ângulo com o eixo Ox que pode ser medido, por exemplo, com
um transferidor, não podemos dizer que o coeficiente a seja a tangente desse ângulo.
Isso ocorre porque este ângulo depende da maneira como você escolhe as escalas. Por
isso, deve-se calcular a usando a expressão para a inclinação dada acima.
Em relação ao coeficiente b, a interpretação é a mesma da situação anterior,
exceto pelo fato dele possuir também uma dimensão física na maior parte dos casos.
5. Inclinação vs. tangente.
Agora que deixamos claro que somente quando os eixos Ox e Oy estão na mesma
escala a inclinação é a tangente do ângulo, vamos entender porque essa inclinação
também atende pelo nome coeficiente angular. Vamos, então, recuperar a interpretação
simples do caso isométrico, onde a tangente do ângulo é a inclinação.
Vamos lidar com um gráfico de posição por tempo, onde um carro desloca-se
numa avenida congestionada entre xi = 5 m no instante ti = 3 s e xf = 95 m no instante tf =
48 s, com velocidade constante. Note que falamos até agora em gráfico de y por x (x
costuma ser o eixo horizontal quando usamos esses dois nomes) e vamos fazer um
5
gráfico x vs t, onde o x vai ser o eixo vertical. Exatamente para que o nome do eixo não
importe, temos que adaptar todas as expressões aritméticas para os novos nomes. Assim,
a inclinação, que era a razão entre y e x, agora será a razão entre x e t.
Para desenhar o gráfico num papel quadriculado de 10 cm por 10 cm, escolhemos
uma escala em x tal que 100 m são representados em 10 cm do papel e uma escala de
tempo em que 50 s são representados em 10 cm do papel. Os fatores de escala definidos
são, portanto,
m
cm
m
cm
1,0
100
10
xf e
s
cm
s
cm
2,0
50
10
tf . Quando calculamos a inclinação
da reta no intervalo [18s, 3s], encontramos
s
m
s
m
2
45
90
v
Se medirmos a tangente do ângulo no papel encontramos, porem,
  1
9
9

cm
cm
tg
– note que o ângulo é mesmo 45º, que é o arco cuja tangente vale 1, portanto o
cálculo está certo. A diferença das respostas vem das escalas, que não poderiam ser
iguais uma vez que as dimensões físicas envolvidas nos dois eixos são diferentes.
Assim, quando calculamos a tangente trigonométrica, usamos segmentos, portanto
s
m
5,0
t
x
f
f
t
x
ft
fx
tg
t
x
t
x









ou seja, a tangente do ângulo está relacionada com a inclinação por um fator que
só depende das escalas usadas; no nosso caso, o valor numérico da tangente do ângulo é
metade do valor numérico da velocidade do carro expressa em m/s.
Enfim, a inclinação da reta está relacionada com a tangente do ângulo, bastando
incluir a razão dos fatores de escala e não nos confundirmos com as unidades. Na
prática, nunca medimos o ângulo de inclinação da reta com transferidores, mas sim
calculamos a inclinação com a razão x/t, inclusive porque sempre precisamos desse
valor com as unidades correspondentes, que não podem estar embutidas na tangente
trigonométrica.
6. Variação Proporcional vs. Proporção
Estamos muito habituados a "fazer regra de três" em situações do cotidiano.
Calculamos muito rapidamente que, se a dúzia de bananas custa R$2,40, uma dúzia e
meia custará R$3,60. Dizemos que o preço da penca é proporcional ao número de
bananas. Existem muitas outras situações onde há proporcionalidade entre grandezas,
por exemplo, um mol de moléculas contém 6x1023
moléculas.
Questão 1. Chamando de M o número de moles e de N o número de moléculas, escreva
uma relação matemática entre o número de moles e moléculas numa substância.
6
Uma grandeza física que é uma
proporção entre duas outras grandezas é a
densidade dos corpos homogêneos  a
densidade é a razão entre a massa e o
volume do corpo. Dizer que o corpo é
homogêneo significa dizer que as
propriedades de qualquer fragmento são as
mesmas do corpo todo.
O
m(ton)
V(m
0,5 1,0 1,5
2
4
6
Massa de Al em
função do Volume
3
)
Para fixar idéias nesta discussão, imagine uma usina de Alumínio. A densidade do
Al é 2,7 g/cm3
= 2,7x103
kg/m3
. A fábrica produz, a partir de um grande corpo de
Alumínio que podemos considerar puro nesta discussão, perfis, panelas e papel de
Alumínio. Dizer que o grande corpo de Al é homogêneo, em relação à densidade,
significa dizer que a proporção entre massa e volume é a mesma para qualquer pedaço
desse corpo. Assim, tanto para um pedaço de papel de Alumínio quanto para um caco da
panela ou um fragmento de um trilho de cortina, a razão entre massa e volume é
=2,7x103
kg/m3
. Podemos, portanto, sempre deduzir o volume V de um objeto de Al
como V=m/. Quando o objeto tem Volume conhecido, podemos deduzir sua massa m
como m=V.
O gráfico da figura ao lado representa essa propriedade do Alumínio metálico
puro nas condições ambientes normais. Note a propriedade, absolutamente importante,
do gráfico da massa de Alumínio em função do volume passar pela origem do sistema
de coordenadas, identificada pelo ponto O.
Quando lidamos com a velocidade de um objeto, tendemos a pensar que ela
representa uma proporção. Afinal, dizer que um automóvel está correndo a 10 m/s
significa que ele corre 10 m em 1 s. No entanto, a velocidade não é uma proporção entre
a posição e o tempo. Veja, na figuras abaixo, diferentes possíveis gráficos da posição em
função do tempo de um automóvel com velocidade v=10m/s.
7
O
x(m)
2,0 4,0 6,0
20
40
60
a posição de um auto
em função do tempo
Diversos gráficos para
t(s)
80
100
-40
-60
Caso você, equivocadamente, imaginasse a
velocidade como uma proporção entre posição e
tempo, deduziria que a posição do automóvel em t =
6,0 s é x = 60 m. Vemos no gráfico acima que,
exceto na situação descrita pela linha tracejada, a
posição do automóvel em t=6,0s NÃO é x = 60 m.
Se a velocidade não é uma proporção, o que ela é? Resposta: é uma variação
proporcional. Ela representa o deslocamento  uma variação de posição  num
intervalo de tempo. Assim, a velocidade não é a proporção entre a posição e o tempo,
mas sim a proporção entre variação de posição e "variação" de tempo. Quando um corpo
mecânico desloca-se à velocidade constante, sua variação de posição é proporcional ao
intervalo de tempo considerado, portanto, é uma variação proporcional; ou
simplesmente proporção das variações.
Nas situações mais simples onde há apenas um objeto em movimento uniforme,
você pode escolher a origem do sistema de coordenadas de maneira que em t = 0 s ele
esteja na origem. No entanto, isso não pode ser feito em geral, de maneira que NUNCA
devemos pensar na velocidade como uma proporção entre posição e tempo, mesmo que
isso dê certo em alguma situação muito particular.
Uma variação proporcional pode, com freqüência, ser expressa por números
negativos, o que raramente faz sentido com proporções. Nas figuras abaixo mostramos
alguns possíveis gráficos de posição em função do tempo para um objeto à velocidade
de -5 m/s. A diferença entre as duas figuras é devida apenas ao intervalo de tempo
considerado em cada um dos movimentos.
Questão 2: Qual a propriedade da curva tracejada do gráfico acima que faz com que a
velocidade possa ser confundida com uma proporção simples?
8
t(s)
t(s)
x(m) x(m)
O 1,0 2,0 3,0
15
10
5
-10
-15
O
15
10
5
-10
-15
-1,0-2,0-3,0
Gabarito do Exercício 1.
Questão 3. Descreva uma situação física de Movimento Uniforme onde você defina
tempos negativos. Veja que basta escolher uma origem para a coordenada tempo que
seja posterior ao instante em que você começa a descrever a situação.
5
10
15
20
y
-20
-15
-10
-5
O 2 4 6-6 -4 -2
-2 x + 2
3 x + 2
2 x - 1
2 x + 2
x
9
As escalas escolhidas foram: 1cm para cada unidade no eixo x e 1 cm para cada 5
unidades no eixo y.
Se você teve dificuldade em desenhar os gráficos, lembre que bastam dois pontos
para desenhar uma reta. Deve-se escolher pontos distantes para minimizar o erro gráfico,
que é devido ao tamanho da ponta do lápis e à precisão da localização do ponto no
papel pelo olho humano. Assim, para traçar a reta -2x+2, localizamos os pontos
extremos: (-3,10) e (3,14) e os ligamos por uma reta. Para ver se acertamos, conferimos
que em x= 0 ele passa pelo ponto y = 2, o que está de acordo com a equação.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (18)

Ppt geometria analitica
Ppt geometria analiticaPpt geometria analitica
Ppt geometria analitica
 
Trigonometria - novo
Trigonometria - novo Trigonometria - novo
Trigonometria - novo
 
Trabalho2
Trabalho2Trabalho2
Trabalho2
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 06
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  06GEOMETRIA ANALÍTICA cap  06
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 06
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07
 
Aula 21 vetores
Aula 21   vetoresAula 21   vetores
Aula 21 vetores
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 05
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  05GEOMETRIA ANALÍTICA cap  05
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 05
 
Fisica 001 diagramas horarios
Fisica   001 diagramas horariosFisica   001 diagramas horarios
Fisica 001 diagramas horarios
 
Grandezas físicas escalares e vetoriais
Grandezas físicas escalares e vetoriaisGrandezas físicas escalares e vetoriais
Grandezas físicas escalares e vetoriais
 
Cinemática Vetorial
Cinemática VetorialCinemática Vetorial
Cinemática Vetorial
 
Apresentação geometria analítica
Apresentação geometria analíticaApresentação geometria analítica
Apresentação geometria analítica
 
Angulos e vetores
Angulos e vetoresAngulos e vetores
Angulos e vetores
 
Conicas
ConicasConicas
Conicas
 
Resmat ii material de aula com exercicios da av1 até av2
Resmat ii material de aula com exercicios da av1 até av2Resmat ii material de aula com exercicios da av1 até av2
Resmat ii material de aula com exercicios da av1 até av2
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 08
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  08GEOMETRIA ANALÍTICA cap  08
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 08
 
RelaçõEs Trigonometricas
RelaçõEs TrigonometricasRelaçõEs Trigonometricas
RelaçõEs Trigonometricas
 
Geometria analítica2
Geometria analítica2Geometria analítica2
Geometria analítica2
 
Aula 4 vetores
Aula 4  vetoresAula 4  vetores
Aula 4 vetores
 

Semelhante a Texto complementar nº 1 - Gráficos

Função trigonometrica
Função trigonometricaFunção trigonometrica
Função trigonometricamyri2000
 
Projeto de Informática Educativa I - NTEM
Projeto de  Informática Educativa I  - NTEMProjeto de  Informática Educativa I  - NTEM
Projeto de Informática Educativa I - NTEMValdir Almeida
 
Projeto de Informática Educativa I - NTEM
Projeto de  Informática Educativa I  - NTEMProjeto de  Informática Educativa I  - NTEM
Projeto de Informática Educativa I - NTEMValdir Almeida
 
Função trigonometrica
Função trigonometricaFunção trigonometrica
Função trigonometricamyri2000
 
Slide de matemática Geometria analítica
Slide de matemática Geometria analítica Slide de matemática Geometria analítica
Slide de matemática Geometria analítica DAIANEMARQUESDASILVA1
 
Ficha formativa 11 ã‚⺠maio 2-2
Ficha formativa 11 ã‚⺠  maio 2-2Ficha formativa 11 ã‚⺠  maio 2-2
Ficha formativa 11 ã‚⺠maio 2-2David_Costa_30
 
Determinação de uma reta
Determinação de uma retaDeterminação de uma reta
Determinação de uma retacolers
 
Relatório de matemática – aula II
Relatório de matemática – aula IIRelatório de matemática – aula II
Relatório de matemática – aula IInicole_gonzalez
 
Relatório de matemática – aula II
Relatório de matemática – aula IIRelatório de matemática – aula II
Relatório de matemática – aula IInicole_gonzalez
 
Gráficos de funções de 1° e 2° graus
Gráficos de funções de 1° e 2° grausGráficos de funções de 1° e 2° graus
Gráficos de funções de 1° e 2° grausAgapito Ribeiro Junior
 
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1Bowman Guimaraes
 
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1Bowman Guimaraes
 
Apostilageometriaanalticaplana 2ed-130825062334-phpapp01
Apostilageometriaanalticaplana 2ed-130825062334-phpapp01Apostilageometriaanalticaplana 2ed-130825062334-phpapp01
Apostilageometriaanalticaplana 2ed-130825062334-phpapp01Carlos Andrade
 

Semelhante a Texto complementar nº 1 - Gráficos (20)

Geometria analítica
Geometria analíticaGeometria analítica
Geometria analítica
 
Precalculo
PrecalculoPrecalculo
Precalculo
 
Apostila graficos
Apostila graficosApostila graficos
Apostila graficos
 
Gráficos
GráficosGráficos
Gráficos
 
3º Ano FunçãO
3º Ano  FunçãO3º Ano  FunçãO
3º Ano FunçãO
 
Função trigonometrica
Função trigonometricaFunção trigonometrica
Função trigonometrica
 
Projeto de Informática Educativa I - NTEM
Projeto de  Informática Educativa I  - NTEMProjeto de  Informática Educativa I  - NTEM
Projeto de Informática Educativa I - NTEM
 
Projeto de Informática Educativa I - NTEM
Projeto de  Informática Educativa I  - NTEMProjeto de  Informática Educativa I  - NTEM
Projeto de Informática Educativa I - NTEM
 
Função trigonometrica
Função trigonometricaFunção trigonometrica
Função trigonometrica
 
Slide de matemática Geometria analítica
Slide de matemática Geometria analítica Slide de matemática Geometria analítica
Slide de matemática Geometria analítica
 
Ficha formativa 11 ã‚⺠maio 2-2
Ficha formativa 11 ã‚⺠  maio 2-2Ficha formativa 11 ã‚⺠  maio 2-2
Ficha formativa 11 ã‚⺠maio 2-2
 
Determinação de uma reta
Determinação de uma retaDeterminação de uma reta
Determinação de uma reta
 
Relatório de matemática – aula II
Relatório de matemática – aula IIRelatório de matemática – aula II
Relatório de matemática – aula II
 
Relatório de matemática – aula II
Relatório de matemática – aula IIRelatório de matemática – aula II
Relatório de matemática – aula II
 
Geometria analítica2
Geometria analítica2Geometria analítica2
Geometria analítica2
 
Gráficos de funções de 1° e 2° graus
Gráficos de funções de 1° e 2° grausGráficos de funções de 1° e 2° graus
Gráficos de funções de 1° e 2° graus
 
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1
 
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1
Paginas.fe.up.pt ~ldinis capitulo1
 
Materia matematica(2003)
Materia matematica(2003)Materia matematica(2003)
Materia matematica(2003)
 
Apostilageometriaanalticaplana 2ed-130825062334-phpapp01
Apostilageometriaanalticaplana 2ed-130825062334-phpapp01Apostilageometriaanalticaplana 2ed-130825062334-phpapp01
Apostilageometriaanalticaplana 2ed-130825062334-phpapp01
 

Último

Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasillucasp132400
 
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfArthurRomanof1
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 

Último (20)

Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
 
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 

Texto complementar nº 1 - Gráficos

  • 1. 1 Texto complementar n 1 - Gráficos 1. Introdução. No estudo de um fenômeno físico são realizadas experiências onde são medidas diversas grandezas ao mesmo tempo. A relação entre essas grandezas pode ser expressa por meio de fórmulas matemáticas, tabelas ou gráficos. Muitas vezes também o significado de uma lei da natureza ou de uma equação fica mais claro se a representamos num gráfico. Neste texto revisamos algumas idéias básicas necessárias à construção e interpretação de gráficos, particularmente das retas. Representamos os gráficos no plano por um sistema de eixos cartesianos ortogonais. Para cada eixo adota-se uma escala, sendo que as duas escalas podem ser diferentes. Na construção de um gráfico, a primeira tarefa importante que temos que realizar é uma escolha conveniente das escalas. Quando a escala não é conveniente, parte do gráfico pode ficar fora do papel ou, pelo contrário, tão pequeno que não poderemos observar seus detalhes. O procedimento descrito a seguir permite escolher bem a escala. Determine o tamanho do papel e identifique os valores máximos e mínimos das grandezas que serão representadas nos eixos Ox e Oy e, a partir dessas dimensões, calcule a escala que permita ocupar o espaço disponível. A divisão da escala deve ser definida de modo a permitir a fácil localização e marcação de pontos, bem como uma posterior leitura de valores a partir do gráfico. Isso se consegue usando divisões na escala que sejam múltiplos ou submúltiplos simultâneos de 10, ou seja: ...; 0,1; 1; 10; ...; 0,2; 2; 20; ...; 0,5; 5; 50; ou até mesmo ...; 0,25; 2,5; 25; ..., mas nunca use múltiplos de 3, 7 e 9. Agora observe os gráficos abaixo e responda rápido: eles representam a mesma função ou funções diferentes? Para construir um gráfico de uma função organizamos uma tabela com valores convenientes de x e os correspondentes valores de y. A seguir localizamos no plano (supondo um sistema de eixos cartesianos) cada par (x,y). O gráfico da função é obtido ligando-se esses pontos; quando eles não estão alinhados numa reta, ligam-se os pontos sucessivos com curvas que acompanham o comportamento indicado pelos pontos vizinhos. gráfico 1 -5 0 5 10 15 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 gráfico 2 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
  • 2. 2 Construa uma tabela com pares de valores x e y para os dois gráficos acima. Responda novamente: eles representam a mesma função? 2. Quando o gráfico é uma reta. Uma reta é descrita pela função de primeiro grau (primeiro grau porque a variável x aparece elevada à potência 1): onde a e b são constantes reais. Dizemos que y depende linearmente de x ou que a relação entre y e x é linear. Exercício 1. No quadriculado da página anterior, faça os gráficos das 4 funções indicadas abaixo, para x variando de – 6 até +6. Escolha a mesma escala para representar todos os gráficos. Escolha com cuidado a escala no eixo y de forma a ter a melhor ocupação do espaço, mas de forma que todos os gráficos caibam no papel, no intervalo indicado. Use uma cor diferente para cada gráfico. (i) y = 2x + 2 (ii) y = 3x + 2 (iii) y = 2x – 1 (iv) y = 2x + 2 Para cada função dos itens (i), (ii), (iii) e (iv) determine os valores dos coeficientes a e b. O que há em comum entre as retas (i) e (ii)? E entre as retas (i) e (iii)? O que distingue a reta do item (iv) das demais? baxy 
  • 3. 3 3. Interpretação dos coeficientes a e b em y = ax + b , quando x e y têm mesma dimensão. O número real a é denominado coeficiente angular e está associado à inclinação da reta em relação ao eixo Ox. No caso (i), o coeficiente angular é igual a 2; no caso (ii) é igual a 3. Note que a reta descrita pela função do item (ii) é “mais inclinada” que a do item (i). Se a for negativo (a < 0), como no item (iv), a grandeza y decresce à medida que x cresce e a reta forma um ângulo maior que 90o com o eixo x. p r q  . Podemos relacionar o coeficiente angular com o ângulo entre a reta e o eixo Ox. Para relembrar, considere o triângulo retângulo abaixo. Os dois lados que formam o ângulo reto são chamados catetos. O lado q é o cateto oposto ao ângulo  e o lado r é o cateto adjacente ao ângulo . No triângulo retângulo define-se tangente de  (abreviadamente tan ) como a razão entre o cateto oposto a  e o cateto adjacente:  tg q r      cateto oposto a cateto adjacente a Assim, vemos que a constante a é igual à tangente do ângulo que a reta forma com o eixo Ox.    x y O Podemos definir as funções trigonométricas, como seno, coseno e tangente, para qualquer ângulo. A tangente de um ângulo 90º <  < 180º tem sinal negativo e é igual em módulo à tan (180º - ). Com esta definição, o coeficiente a pode ser interpretado como a tangente do ângulo que a reta y = ax + b faz com o eixo x. Se a for negativo, o ângulo que a reta forma com o eixo x é obtuso e y diminui se x aumenta. A figura ao lado mostra duas retas com coeficientes angulares de mesmo módulo e sinais contrários.
  • 4. 4 Chamando de a o coeficiente angular da reta que forma ângulo  com o eixo Ox, temos a > 0 e a reta que forma ângulo =180º -  tem coeficiente angular -a . O número real b corresponde ao valor de y quando x = 0, ou seja, indica em que ponto a reta vai “cortar” o eixo y. Note que a reta descrita pela função do item (i) cruza o eixo Oy em y = 2 e a reta do item (iii) cruza o eixo y em y = -1 . Como o coeficiente angular das duas retas é o mesmo (a = 2), elas têm a mesma inclinação, ou seja, são paralelas. 4. Interpretação dos coeficientes a e b em y = ax + b , quando x e y não têm mesma dimensão. Em física, a maioria das grandezas envolvidas nas equações tem dimensão, isto é, são expressas em relação a uma unidade de medida. Isso faz com que a inclinação do gráfico que expressa um fenômeno físico tenha uma unidade e, na maior parte dos casos, não possa ser interpretada simplesmente como a tangente de um ângulo, necessariamente adimensional. Entretanto, sempre podemos definir a inclinação da reta a partir de um par qualquer de pontos  x y1 1, e  x y2 2, , pela expressão inclinação    y y x x a2 1 2 1 . Assim, o coeficiente a é uma grandeza com dimensão física quando as grandezas x e y não têm a mesma dimensão física. Por exemplo, se y mede posição em m e x mede tempo em s, a inclinação tem a dimensão de m/s. É importante, ainda, ter atenção para o fato de que, apesar da reta que representa o gráfico y(x) formar um ângulo com o eixo Ox que pode ser medido, por exemplo, com um transferidor, não podemos dizer que o coeficiente a seja a tangente desse ângulo. Isso ocorre porque este ângulo depende da maneira como você escolhe as escalas. Por isso, deve-se calcular a usando a expressão para a inclinação dada acima. Em relação ao coeficiente b, a interpretação é a mesma da situação anterior, exceto pelo fato dele possuir também uma dimensão física na maior parte dos casos. 5. Inclinação vs. tangente. Agora que deixamos claro que somente quando os eixos Ox e Oy estão na mesma escala a inclinação é a tangente do ângulo, vamos entender porque essa inclinação também atende pelo nome coeficiente angular. Vamos, então, recuperar a interpretação simples do caso isométrico, onde a tangente do ângulo é a inclinação. Vamos lidar com um gráfico de posição por tempo, onde um carro desloca-se numa avenida congestionada entre xi = 5 m no instante ti = 3 s e xf = 95 m no instante tf = 48 s, com velocidade constante. Note que falamos até agora em gráfico de y por x (x costuma ser o eixo horizontal quando usamos esses dois nomes) e vamos fazer um
  • 5. 5 gráfico x vs t, onde o x vai ser o eixo vertical. Exatamente para que o nome do eixo não importe, temos que adaptar todas as expressões aritméticas para os novos nomes. Assim, a inclinação, que era a razão entre y e x, agora será a razão entre x e t. Para desenhar o gráfico num papel quadriculado de 10 cm por 10 cm, escolhemos uma escala em x tal que 100 m são representados em 10 cm do papel e uma escala de tempo em que 50 s são representados em 10 cm do papel. Os fatores de escala definidos são, portanto, m cm m cm 1,0 100 10 xf e s cm s cm 2,0 50 10 tf . Quando calculamos a inclinação da reta no intervalo [18s, 3s], encontramos s m s m 2 45 90 v Se medirmos a tangente do ângulo no papel encontramos, porem,   1 9 9  cm cm tg – note que o ângulo é mesmo 45º, que é o arco cuja tangente vale 1, portanto o cálculo está certo. A diferença das respostas vem das escalas, que não poderiam ser iguais uma vez que as dimensões físicas envolvidas nos dois eixos são diferentes. Assim, quando calculamos a tangente trigonométrica, usamos segmentos, portanto s m 5,0 t x f f t x ft fx tg t x t x          ou seja, a tangente do ângulo está relacionada com a inclinação por um fator que só depende das escalas usadas; no nosso caso, o valor numérico da tangente do ângulo é metade do valor numérico da velocidade do carro expressa em m/s. Enfim, a inclinação da reta está relacionada com a tangente do ângulo, bastando incluir a razão dos fatores de escala e não nos confundirmos com as unidades. Na prática, nunca medimos o ângulo de inclinação da reta com transferidores, mas sim calculamos a inclinação com a razão x/t, inclusive porque sempre precisamos desse valor com as unidades correspondentes, que não podem estar embutidas na tangente trigonométrica. 6. Variação Proporcional vs. Proporção Estamos muito habituados a "fazer regra de três" em situações do cotidiano. Calculamos muito rapidamente que, se a dúzia de bananas custa R$2,40, uma dúzia e meia custará R$3,60. Dizemos que o preço da penca é proporcional ao número de bananas. Existem muitas outras situações onde há proporcionalidade entre grandezas, por exemplo, um mol de moléculas contém 6x1023 moléculas. Questão 1. Chamando de M o número de moles e de N o número de moléculas, escreva uma relação matemática entre o número de moles e moléculas numa substância.
  • 6. 6 Uma grandeza física que é uma proporção entre duas outras grandezas é a densidade dos corpos homogêneos  a densidade é a razão entre a massa e o volume do corpo. Dizer que o corpo é homogêneo significa dizer que as propriedades de qualquer fragmento são as mesmas do corpo todo. O m(ton) V(m 0,5 1,0 1,5 2 4 6 Massa de Al em função do Volume 3 ) Para fixar idéias nesta discussão, imagine uma usina de Alumínio. A densidade do Al é 2,7 g/cm3 = 2,7x103 kg/m3 . A fábrica produz, a partir de um grande corpo de Alumínio que podemos considerar puro nesta discussão, perfis, panelas e papel de Alumínio. Dizer que o grande corpo de Al é homogêneo, em relação à densidade, significa dizer que a proporção entre massa e volume é a mesma para qualquer pedaço desse corpo. Assim, tanto para um pedaço de papel de Alumínio quanto para um caco da panela ou um fragmento de um trilho de cortina, a razão entre massa e volume é =2,7x103 kg/m3 . Podemos, portanto, sempre deduzir o volume V de um objeto de Al como V=m/. Quando o objeto tem Volume conhecido, podemos deduzir sua massa m como m=V. O gráfico da figura ao lado representa essa propriedade do Alumínio metálico puro nas condições ambientes normais. Note a propriedade, absolutamente importante, do gráfico da massa de Alumínio em função do volume passar pela origem do sistema de coordenadas, identificada pelo ponto O. Quando lidamos com a velocidade de um objeto, tendemos a pensar que ela representa uma proporção. Afinal, dizer que um automóvel está correndo a 10 m/s significa que ele corre 10 m em 1 s. No entanto, a velocidade não é uma proporção entre a posição e o tempo. Veja, na figuras abaixo, diferentes possíveis gráficos da posição em função do tempo de um automóvel com velocidade v=10m/s.
  • 7. 7 O x(m) 2,0 4,0 6,0 20 40 60 a posição de um auto em função do tempo Diversos gráficos para t(s) 80 100 -40 -60 Caso você, equivocadamente, imaginasse a velocidade como uma proporção entre posição e tempo, deduziria que a posição do automóvel em t = 6,0 s é x = 60 m. Vemos no gráfico acima que, exceto na situação descrita pela linha tracejada, a posição do automóvel em t=6,0s NÃO é x = 60 m. Se a velocidade não é uma proporção, o que ela é? Resposta: é uma variação proporcional. Ela representa o deslocamento  uma variação de posição  num intervalo de tempo. Assim, a velocidade não é a proporção entre a posição e o tempo, mas sim a proporção entre variação de posição e "variação" de tempo. Quando um corpo mecânico desloca-se à velocidade constante, sua variação de posição é proporcional ao intervalo de tempo considerado, portanto, é uma variação proporcional; ou simplesmente proporção das variações. Nas situações mais simples onde há apenas um objeto em movimento uniforme, você pode escolher a origem do sistema de coordenadas de maneira que em t = 0 s ele esteja na origem. No entanto, isso não pode ser feito em geral, de maneira que NUNCA devemos pensar na velocidade como uma proporção entre posição e tempo, mesmo que isso dê certo em alguma situação muito particular. Uma variação proporcional pode, com freqüência, ser expressa por números negativos, o que raramente faz sentido com proporções. Nas figuras abaixo mostramos alguns possíveis gráficos de posição em função do tempo para um objeto à velocidade de -5 m/s. A diferença entre as duas figuras é devida apenas ao intervalo de tempo considerado em cada um dos movimentos. Questão 2: Qual a propriedade da curva tracejada do gráfico acima que faz com que a velocidade possa ser confundida com uma proporção simples?
  • 8. 8 t(s) t(s) x(m) x(m) O 1,0 2,0 3,0 15 10 5 -10 -15 O 15 10 5 -10 -15 -1,0-2,0-3,0 Gabarito do Exercício 1. Questão 3. Descreva uma situação física de Movimento Uniforme onde você defina tempos negativos. Veja que basta escolher uma origem para a coordenada tempo que seja posterior ao instante em que você começa a descrever a situação. 5 10 15 20 y -20 -15 -10 -5 O 2 4 6-6 -4 -2 -2 x + 2 3 x + 2 2 x - 1 2 x + 2 x
  • 9. 9 As escalas escolhidas foram: 1cm para cada unidade no eixo x e 1 cm para cada 5 unidades no eixo y. Se você teve dificuldade em desenhar os gráficos, lembre que bastam dois pontos para desenhar uma reta. Deve-se escolher pontos distantes para minimizar o erro gráfico, que é devido ao tamanho da ponta do lápis e à precisão da localização do ponto no papel pelo olho humano. Assim, para traçar a reta -2x+2, localizamos os pontos extremos: (-3,10) e (3,14) e os ligamos por uma reta. Para ver se acertamos, conferimos que em x= 0 ele passa pelo ponto y = 2, o que está de acordo com a equação.