1ª página
- O Caminho da Quaresma está próximo
- A minha Oração de Reconciliação
2ª página
- Um jornal e uma escola
- Inquieta-te, supera-te, sê santo (ata do Conselho Nacional)
3ª página
- Dizer Sim a Jesus
- Eu quero estar disposto a tudo (C.F. 1262 - Évora)
- Convívios Rumo ao Futuro
4ª página
- Notícias do Convívio e Pós Convívio da Diocese do Porto
5ª página
- Notícias dos Convívios Fraternos de Bragança e Portalegre - Castelo Branco
6ª página
- Notícia do Convívio e Pós Convívio da Diocese de Beja e Convívio da Diocese de Viseu
7ª página
- Convívio da Contestação (história do movimento)
- Laicado, uma Vocação
8ª página
- Excertos da Mensagem do Papa Francisco para a XXX Jornada Mundial da Juventude.
Preparação da Quaresma e Encontro Nacional dos Convívios Fraternos
1. PROPRIEDADE: CONVÍVIOS FRATERNOS*DIRECTOR REDACTOR: P. VALENTE MATOS
PUBLICAÇÃO MENSAL- ANO XXXV- online nº 3 (Nº 327)- Janeiro/Fevereiro 2015
O MEU AVIVAR DE COMPROMISSO
“Se portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do Alto, onde
Cristo está sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e
a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo vossa vida
aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória”. (Col. 3, 1-5)
O caminho da Quaresma está próximo!
Aproxima-se o tempo da quaresma, tem-
po de purificação e preparação para o
Ministério Pascal. Um convite à reflexão.
Aproveitemos para refletir sobre o nosso
comportamento humano, não há con-
versão autêntica quando não envolvemos
o coração. Para isso temos que encarnar
no nosso quotidiano gestos concretos de
oração, esmola e jejum. É um tempo for-
te de ORAÇÃO que nos leva a uma expe-
riência pessoal com Deus. É Tempo de
JEJUM que nos leva a um gesto concreto
de conversão: privarmo-nos de algo para
uma liberdade interior maior. É Tempo
de PARTILHA que nos leva a doarmo-
nos aos outros nossos irmãos. É tempo
de rasgar os corações e voltar ao Senhor!
Somos convidados pelo Espírito ao De-
serto da Quaresma para nos fortalecer
nas tentações que nos afastam dos Pla-
nos de Deus. Aproveitemos este tempo
para nos reciclarmos, para nos centrar-
mos apenas no essencial e iniciarmos
uma caminhada rumo à vida nova da
Páscoa. Proponhamos a nós próprios no-
vas metas, pequenas coisas que podemos
fazer no nosso dia-a-dia para estarmos
mais próximos d’Ele.
É tempo para nos pormos a caminho,
tempo para fazer o ponto da situação,
tempo para a novidade!
No caminho da Quaresma somos convi-
dados a arrependermo-nos daquilo que
não fazemos segundo a lei do Evangelho,
e a resistirmos a todas as tentações que
nos desviam do caminho iniciado no dia
do nosso batismo.
Somos também convidados a escutar a
voz de Deus, e a mantermos a nossa alma
pura de forma a podermos construir a
nossa tenda nos caminhos de Deus.
Somos convidados a (re) construir a nos-
sa vida, a pôr-mos de lado o materialis-
mo, a darmos importância à Palavra de
Deus, pois só assim poderemos viver se-
gundo os seus preceitos.
Somos convidados a confiar, Naquele
que veio ao mundo para nos salvar, pois
só assim poderemos seguir os caminhos
da Luz.
Somos convidados a preservar a nossa
vida na Terra, semeando a alegria, a es-
perança e o amor, pois só deste modo se-
remos capazes de construir um mundo
melhor e mais justo
Por meio de pequenos sacrifícios, ofere-
cimentos, saibamos abrir as portas do
nosso coração ao Redentor e que Ele per-
maneça em nós!
Façamos silêncio… escutemos a voz de
Deus que nos fala… e demos-lhe graças
porque quis morar em nós! E digamos-
lhe com toda a confiança: “Eis-me aqui!
Faça-se a Tua vontade!”
Que o Senhor converta o nosso coração,
para que sejamos humildes e simples e
saibamos viver e entregarmo-nos no
amor e serviço aos irmãos.
Vivamos este tempo Quaresmal também
unidos a Maria! Ela nos devolverá a es-
perança! Ao Seu lado preparemos a
imensa alegria da Ressurreição!
Manuela Pires CF 860
Bragança-Miranda
Ó Jesus, como é admirável o Teu amor!
Como é reconfortante saber o quanto me amas!
Que maior prova de amor posso eu querer? Por mim sujeitaste-te à
morte e morte na Cruz! Por amor da humanidade deixaste-te mal-
tratar e crucificar, permitiste, até, que distribuíssem as Tuas vestes
e sorteassem a Tua túnica.
Entregaste-te à dor com tanta humildade, com tanto amor, com
tanta paz! E mesmo no meio do sofrimento, ainda pensavas na hu-
manidade e na sua salvação e deste-nos o maior bem que poderias
dar: A Mãe! Entregaste-nos a mãe para a amarmos e recebermos
no nosso coração e a ela recorrermos nas nossas necessidades. Qui-
seste deixar-nos protegidos e amados com o amor de Mãe.
E eu? Que tenho eu feito em agradecimento a tanto amor? Nada!
Ou muito pouco!
Quantas vezes fui como judas, o traidor, ou quantas vezes sou fraca
como Pedro, que num momento te defende dando testemunho de
Ti, como no momento seguinte te nego, ao colocar-te em 2º plano
na minha vida, por vergonha, talvez, ou por vaidade, ou simples-
mente por comodismo.
Eu sem Ti nada sou, eu sei… mas às vezes parece que me esque-
ço…
É tão fácil desviar-me do teu caminho e às vezes é tão difícil regres-
sar… é aí que eu mais preciso de Ti, da tua mão.
Preciso estar atenta e perseverar, porque quando penso que já estou
bem, no bom caminho, aí estou eu a fracassar… a desviar-me.
Perdoa-me, Jesus, pelas minhas fraquezas e ajuda-me a ser perse-
verante, a ser forte e caminhar na tua luz.
Eu quero estar contigo como tu estás comigo. Quero segui-te, que-
ro ser discípulo do teu amor, dar testemunho da verdade e fazer as
obras do Pai. Pois foi para isto que me escolheste e me chamaste.
Ajuda-me a fazer a vontade do Pai e não a minha.
Perdoa os momentos de desânimo e dá-me a graça de, com a tua
luz, iluminar aqueles que me rodeiam e ser luz e verdade para
aqueles que não te conhecem. Ajuda-me a ser fiel à tua palavra para
poder transmiti-la aos que a não vivem nem a conhecem.
O que mais desejo é que estejas comigo e eu contigo todos os dias
da minha vida.
Manuela Pires CF 860
Bragança-Miranda
A minha Oração de Reconciliação
2. Balada da União Janeiro/Fevereiro 20152
O Conselho Nacional do Movi-
mento dos Convívios Fraternos
reuniu em Fátima no dia 24 de
Janeiro. Estiveram presentes re-
presentantes de 12 dioceses do
movimento, tendo algumas das
dioceses ausentes justificado a
sua impossibilidade em estarem
presentes. A reunião teve início
com as saudações do senhor Pa-
dre Valente a todos os represen-
tantes das dioceses presentes,
tendo-se iniciado os trabalhos
com uma oração, rogando a pre-
sença do Espirito Santo na inspi-
ração dos trabalhos.
Iniciou-se os trabalhos com a
análise crítica do XLI Encontro
Nacional, ocorrido nos pretéri-
tos dias 6 e 7 de setembro de
2014. Os representantes dioce-
sanos tiveram a oportunidade
de partilhar as suas avaliações
do último encontro nacional,
tendo referido, que de modo ge-
ral decorreu muito bem. Nesta
avaliação foram realçados al-
guns aspetos, nomeadamente; a
participação dos jovens e casais
convivas tem diminuído em nú-
mero, o que foi visível na cele-
bração penitencial, onde esta-
vam muito menos jovens do que
no sarau conviva, os represen-
tantes diocesanos referem que
deve-se promover a participação
dos jovens na tarde de sábado,
bem como a necessidade de res-
peitar os horários das celebra-
ções convivas. Foi referido que
nas celebrações deve-se intensi-
ficar o uso dos cânticos do movi-
mento, para que todos partici-
pem, sinal de união entre a
família conviva, a qual reza e
canta em conjunto no santuário
mariano. O dia de sábado termi-
nou com uma noite de intimida-
de com Maria, aquando da cele-
bração do terço do rosário e da
procissão de velas. No términus
da noite o sarau foi muito parti-
cipado e considerado muito po-
sitivo, uma verdadeira festa con-
viva.
No domingo, a eucaristia presi-
dida pelo senhor Bispo de Lei-
ria-Fátima foi muito participada
pelos convivas. A prece no final
da eucaristia e a dinâmica reali-
zada na escadaria da esplanada
foi considerada muito expressi-
va da vivência e da união da fa-
mília conviva. Na despedida, no
parque dois, a participação foi
escassa, mas os que estiveram
presentes gostaram da partilha
interdiocesana.
Ao longo da reflexão avaliativa
do encontro nacional foi realça-
do o trabalho extraordinário
realizado pelos convivas das
dioceses participantes nos even-
tos, nomeadamente na realiza-
ção da letra e música da prece,
do guião, do cartaz, na organiza-
ção da atividade cénica aquando
da prece no términus da eucaris-
tia, da impressão dos cartazes e
dos autocolantes, na organiza-
ção de cada uma das atividades
do fim de semana da peregrina-
ção, a todos foi atribuído um
louvor pelo trabalho a favor dos
outros, a isto se chama a alegria
de evangelizar.
Na continuidade dos trabalhos
procedeu-se à preparação do
XLII Encontro Nacional do mo-
vimento dos Convívios Frater-
nos, a realizar no santuário de
Fátima, nos dias 5 e 6 de setem-
bro. Iniciou-se por realizar um
debate reflexivo sobre a escolha
do tema da peregrinação, após
muitas propostas e análise das
mesmas foi escolhido o seguinte
tema da peregrinação: “Inquie-
ta-te, supera-te, sê santo.”
Após o debate muito interessan-
te para a escolha do tema, consi-
derado por todos muito inspira-
dor e provocador do carisma
conviva, procedeu-se à distri-
buição das atividades da pere-
grinação, de acordo com as pro-
postas das dioceses. A
distribuição das principais tare-
fas foi a seguinte: A diocese de
Setúbal é a responsável pelo aco-
lhimento, a diocese de Viseu
prepara a celebração penitencial
a acontecer no centro pastoral
Paulo VI, a diocese de Vila Real
dinamiza o momento de Ressur-
reição no exterior do centro pas-
toral Paulo VI, aquando da cele-
bração penitencial. A celebração
Mariana a realizar na capelinha
das aparições ficou a cargo da
diocese de Coimbra. As medita-
ções dos mistérios do terço do
Rosário, de sábado, serão escri-
tas pela diocese de Aveiro, no
domingo, o texto será escrito
pela diocese de Portalegre e Cas-
telo Branco. A leitura das medi-
tações, em cada mistério do ter-
ço, de sábado seguirá a seguinte
ordem; Aveiro, Vila real, Évora,
Guarda e Porto casais; no do-
mingo a ordem será a seguinte:
Portalegre Castelo Branco, Bra-
gança, Viseu, Braga e Algarve.
Na procissão de velas de sábado,
a diocese da Guarda transporta-
rá numa fração do trajeto o an-
dor de nossa senhora, no do-
mingo, na procissão de entrada
para a eucaristia o transporte
numa fração do trajeto será as-
segurado pela diocese de Évora.
No que respeita ao sarau este
será organizado pela diocese de
Santarém. A despedida no par-
que dois será realizada pela dio-
cese do Porto. A diocese de Bra-
gança ficou responsável pela
música e letra da prece. A dioce-
se de Bragança elaborará tam-
bém o cartaz, e a diocese de Vi-
seu imprime e replica os cartazes
e autocolantes da peregrinação.
O senhor padre Valente, funda-
dor do movimento dos Conví-
vios Fraternos e presidente do
Conselho Nacional, deu a co-
nhecer que o movimento no ano
de 2018 completará os 50 anos
de existência, momento marcan-
te na vida do movimento que ca-
rece de uma digna comemora-
ção. Para dar seguimento a esta
intenção, de promover as come-
morações dos 50 anos do movi-
mento foi criada uma equipa de
trabalho que irá esquematizar e
agendar propostas de atividades,
entre outras atividades a imple-
mentar, propõe-se a realização
do terceiro congresso do movi-
mento Convívios Fraternos. To-
das as propostas serão discuti-
das e aferidas pelo Conselho
Nacional em reuniões futuras.
O tema do jornal “Balada da
União” foi debatido, o presiden-
te da reunião referiu que o custo
do jornal em formato papel é
bastante elevado, tendo-se por
isso privilegiado, sempre que
possível o envio em formato di-
gital. O jornal é um veículo de
partilha entre todos os convivas,
pelo que foi solicitado às dioce-
ses uma maior participação com
o envio de notícias, reflexões e
demais textos.
Mais uma vez foi referido pelo
presidente da reunião, a impor-
tância de dinamizar os grupos
de jovens e casais convivas, ten-
do referido que a base do movi-
mento são os núcleos paroquiais,
que depois serão inspiradores de
jovens, incitando-os a participa-
rem nos Convívios Fraternos, e
assim rejuvenescerem os grupos
paroquiais e animarem a diocese
em que se inserem.
Inquieta-te, supera-te, sê santo!
Dizer “horrendo” ou qualquer outra palavra para (des)
qualificar o atentado perpetrado no fim de uma ma-
nhã parisiense, no dia 7 de janeiro de 2015, a um jor-
nal francês é insuficiente. O que dá grande relevância
à condenação do ato terrorista é simultaneamente o
silêncio e as muitas palavras ditas, as muitas vozes que
se levantam contra os provocadores da morte. Feliz-
mente!
As mesmas palavras e muitas mais também não che-
gamparacondenaroataqueaumaescolaemPeshawar,
cidade do Paquistão, que vitimou 140 pessoas, a maio-
ria crianças e adolescentes. Foi há menos de um mês e
é apenas um dos muitos exemplos recentes de atenta-
dos à dignidade da pessoa, na sua expressão mais ex-
trema, a morte. Infelizmente!
Em causa não está a comparação entre dramas abomi-
náveis que atingem a humanidade. Antes a repercus-
são que provoca no outro, em mim, quando dele tomo
conhecimento num quotidiano aparentemente pacífi-
co. Apesar de tudo, a proximidade criada pelos media
não altera emoções e subjeções de cada sujeito e das
sociedades porque as análises e tentativas de combate
aos confrontos entre povos estão cada vez mais condi-
cionadas por programas, económicos, políticos ou
ideológicos, que pervertem à nascença os objetivos
aparentemente desejados.
Catalogar o que motiva os ataques terroristas em seto-
res da religião, de razões étnicas ou culturais ou rela-
cionadas com o controlo dos recursos naturais e de
fronteiras apenas permite adiar a procura de soluções,
mesmo considerando a “porção” fundamentalista de
cada um desses âmbitos. Há “causas perdidas”, falsa-
mente distantes, onde permanecem as raízes dos con-
flitos que desarmam a normalidade ocidental, fre-
quentemente ameaça por acontecimentos remetidos
habitualmente para as telas do cinema.
Apontar soluções é ousadia. Apenas é possível garantir
o que está ao alcance de cada sujeito, de cada mulher e
homem, procurando sempre salvaguardar a dignidade
da pessoa humana, a própria e a do irmão. Quando
assim acontecer numa ou duas pessoas, numa multi-
dão, segue-se a pista do Papa Francisco na mensagem
para o Dia Mundial da Paz: “Assim como as organiza-
ções criminosas usam redes globais para alcançar os
seus objetivos, assim também a ação para vencer este
fenómeno requer um esforço comum e igualmente
global por parte dos diferentes atores que compõem a
sociedade”.
Colocar em marcha a “globalização da fraternidade” é
o desafio proposto pelo Papa e poderá ser o motivo
principal de todas as manifestações contra qualquer
atentado. Também o que afetou um jornal porque, afi-
nal, os media livres são os principais meios para de-
nunciar atos hediondos e propor alternativas. Salva-
guardando sempre a dignidade das pessoas.
Paulo Rocha
Um jornal e uma escola
3. Dizer Sim a Jesus
Remexendo no baú das lem-
branças e das experiências vivi-
das, encontrei algo que marcou
e muito a minha vida! No meio
das folhas de um caderno preen-
chido com mensagens, anota-
ções, citações, pensamentos,
sentimentos,… estados de espí-
rito… aí está…
O Pedido que um dia JC me fez:
“Eu Preciso de ti! Eu conto con-
tigo! Com o teu esforço, o teu
entusiasmo, a tua sabedoria, o
teu dinamismo,… o teu tem-
po… Eu conto com a tua vida!
Eu escolhi-te a ti mesma!
És tu que eu quero para traba-
lhar comigo na minha seara. És
tu que eu quero para meu discí-
pulo. Não tenhas medo, nada te-
mas, tudo estará bem. Eu estou
contigo!
Coragem! Sê firme nesta cami-
nhada. Não desanimes, nem te
apoquentes, dá um passo de
cada vez. Pensa em todas as gra-
ças alcançadas… muitas mais
terás. Sê fiel à minha palavra. Eu
velarei por ti.
Tem confiança em mim, na mi-
nha bondade e no meu amor. Da
tua vida eu cuidarei.
Evangeliza! Leva a todos os po-
vos a minha mensagem de amor,
de harmonia… de paz.
Não temas! Eu estou contigo em
todos os momentos, para todo o
sempre.”
Seguido da minha resposta:
“Senhor, não é fácil dizer sim
ao teu pedido… mas é o que eu
mais quero… claro que podes
contar comigo, com o meu tem-
po, com a minha disponibilida-
de. Estou aqui, neste momento,
a assumir este desafio… estou
disposta a deixar-te comandar a
minha vida.
Vai ser uma tarefa difícil. Preci-
sarás de ter muita paciência co-
migo.
Hoje aqui, tudo parece ser tão
fácil, mas eu sei que uma vez lá
fora, no combate, as complica-
ções surgem. E nesta sociedade
em que vivemos, sabes muito
bem, que não é fácil permanecer
fiel à tua palavra. No entanto,
vou esforçar-me por isso. Tenho
que orar e ser perseverante, eu
sei… já mo disseste outras ve-
zes… pois é a oração que nos
fortalece.
Eu aceito o desafio e com a Tua
ajuda, eu conseguirei. Juntos fa-
remos maravilhas!
Confio em Ti, no Teu amor e es-
tou disposta a trabalhar na tua
seara.”
Hoje o Senhor continua a cha-
mar-me a mim e cada um de
nós… e espera a nossa respos-
ta… Que ela seja sempre este
SIM: “Confio em Ti e quero tra-
balhar contigo!”
Manuela Pires CF 860
Bragança-Miranda
“Eu quero estar disposto a tudo!”
Foi nos dias 28,29 e 30 de Dezembro
que o gelado Seminário de Vila Viçosa
acolheu o Convívio Fraterno 1262, que
juntou 57 jovens da Arquidiocese de
Évora.
Trazíamos o coração cheio das coisas
da nossa vida, das nossas tristezas, ale-
grias, projectos, histórias, pessoas, dú-
vidas e certezas, mas havia sobretudo
vontade de estar pronto para viver
aqueles três dias. Foram três dias espe-
ciais, onde o tempo parou para que nos
pudéssemos encontrar connosco, com
Deus e com os outros.
Vivemos este Convívio com a vontade
de ouvir, sentir e viver cada momento.
Descobrimos que Deus nos amou pri-
meiro, que conhece as nossas fragilida-
des e as nossas faltas, mas que com a
Sua graça continua a querer transfor-
mar as nossas vidas e fazer maravilhas
em nós. Foram três dias em que fomos
descobrindo este projecto de Felicidade
que Ele tem para cada um e que este
projecto se constrói todos os dias no
concreto e quotidiano das nossas vidas.
Descobrimos um Deus que se faz pre-
sente até no silêncio e que espera o nos-
so sim. Percebermos que nos deixa pis-
tas e indicações, que nos deixa meios
que nos ajudam a perseverar e a desco-
brir por onde caminhar.
Fizemos este Convívio juntos e perce-
bemos que continuamos no nosso
quarto dia a caminhar juntos em Cris-
to, com a vontade de continuar a dizer
“Eu quero estar disposto a tudo!”
Pela equipa coordenadora,
Margarida Duarte
CONVÍVIOS RUMO AO FUTURO
Nos dias 20, 21 e 22 de fevereiro de 2015:
1273 – Em Paris, para filhos de emigrantes portugueses.
Nos dias 27, 28 de fevereiro e 1 de março de 2015:
1274 – Em Eirol, Aveiro, para jovens desta diocese.
Nos dias 22, 23 e 24 de março de 2015:
1275 – No Seminário de Santarém, para jovens desta diocese.
Nos dias 30, 31 de março e 1 de abril de 2015:
1276 – No Seminário de S. José, Vila Viçosa, para a diocese de Évora.
Nos dias 24, 25 e 26 de abril de 2015:
1277 – Em Coimbra, para jovens desta diocese.
Nos dias 1, 2 e 3 de maio de 2015:
1278 – No Seminário de Alcains, para jovens da diocese da Guarda e Castelo Branco.
CONVÍVIO PARA CASAIS
NOS DIAS 1, 2 e 3 DE MAIO DE 2015
35 – Em Eirol, Aveiro, para casais da diocese de Porto.
4. JOVENS EM ALERTA Janeiro/Fevereiro 20154
Realizou-se, nos passados dias 27,
28 e 29 de Dezembro, em Eirol, o
Convívio Fraterno n.º 1264, para
jovens da zona Sul da Diocese do
Porto.
Foram 51 os jovens que, pela pri-
meira vez nele participaram acei-
tando o desafio de trocar uns dias
de férias, bem merecidas, passa-
dos das mais diversas formas de
diversão ou com a família, para as
passarem numa “família” e am-
biente diferentes, mas maravilho-
so, junto de amigos e daquele au-
têntico e verdadeiro Amigo, Jesus,
que dá pleno sentido à vida. Certa-
mente interrogar-se-iam: será que
vale a pena o sacrifício?
Uns estudam, outros trabalham,
mas consigo todos traziam muita
alegria, boa disposição, como
deve ser próprio de um jovem,
como também os seus problemas,
as suas angústias, os seus medos,
as suas dúvidas, o seu sofrimento,
tudo aquilo que atormenta o dia a
dia de um jovem e o pode levar a
fazer as seguintes perguntas: qual
a razão de ser do meu viver? O que
me falta para eu ser feliz, onde não
falta nada? A estas perguntas e a
muitas outras dúvidas, lenta e si-
lenciosamente estes jovens foram
encontrando respostas.
Os seus rostos revelavam a alegria
do feedback do encontro íntimo,
com a razão de ser das suas vidas,
Jesus Cristo: o perdão, a liberdade,
a alegria, o Amor. Jesus está vivo,
porque continua a actuar, a querer
relacionar-se connosco, marcando
definitivamente a vida e a história
de quem se encontra com Ele, sen-
do impossível ser-se a mesma pes-
soa; descobriram que Deus é Pai, e
o melhor dos pais e com a Sua mi-
sericórdia e infinito Amor acolhe
os Seus filhos de braços abertos,
fazendo festa por isso; e descobri-
ram que a vida só tem sentido se
for útil a Deus e ao próximo, com
Jesus.
Neste nosso tempo, onde é difícil
ser-se querente e onde se busca
apenas o prazer imediato, o poder,
onde cada um é considerado ape-
nas um objecto de produção e, es-
sencialmente, de consumo, e se
esquecem alguns Valores funda-
mentais, é esta festa que estes con-
vivas irão fazer doravante, desta
descoberta íntima de Jesus, do Seu
infinito Amor e perdão, da Sua in-
finita bondade e da Sua plena li-
berdade. Na sociedade de hoje,
materialista e efémera, Ele é o úni-
co sentido da vida.
Foi o sentimento de alegria pela
descoberta do encontro pessoal e
íntimo com Jesus, do Seu Amor,
que ficou bem expresso no encer-
ramento em Avanca. Falaram mais
alto os seus corações mostrando a
vontade e a abertura para se recon-
ciliarem consigo, com a sua famí-
lia e seguirem pelo verdadeiro Ca-
minho que conduz à felicidade.
Todos os convivas, familiares e
amigos participaram, terminando
com chave de ouro, a Eucaristia,
sinal visível da presença espiritual
e especial de Jesus a cada um de
nós.
Termino convidando os novos
convivas, os coordenadores, todos
continuemos empenhados em tes-
temunhar a mensagem de Alegria
e Liberdade de Jesus a quantos nos
rodeiam, quaisquer que sejam as
situações e ambientes.
Pela equipa coordenadora
Carlos Matos (C.F.492)
Pós Convívio
O Nosso Caminho
Porto
“Deus não desiste de mim”
No passado dia 31 de Janeiro tivemos mais um pos-convivios em Loureiro.
Aliás eram dois, o segundo do convívio n.º 1251 e o último do CF n.º 1238.
A caminhada que tem inicio no convívio, tem como paragem quase obrigatória
os quatro pos convívios onde os jovens têm a oportunidade de rever todos
aqueles com quem partilharam uma experiência marcante de encontro com
CRISTO e de sentir a sua presença no testemunho de todos os que os rodeiam.
Nesse sábado sentimos com alegria que muitos jovens fizeram o esforço de se
juntar para viver e partilhar as suas experiências nesta nova forma de ver o
mundo, em conformidade com a mensagem de Cristo: o amor fraterno, a con-
córdia, a partilha e a paz de quem vive para o próximo e para Deus, e, não se
fechou em si mesmo, alheio do mundo!
Muitos não puderam estar connosco, quer por questões profissionais, quer por
estarem longe e não conseguirem juntar-se a nós pois os seus estudos levam-
nos para longe das famílias e dos amigos. Contudo não foram esquecidos! Nas
nossas orações e pensamentos incluímos e lembramos a todos. Mesmo aqueles
que não vieram não por estarem longe fisicamente, mas sim por o seu coração
se ter afastado de nós e de CRISTO. A verdade é que somos todos parte desta
Igreja e onde quer que o nosso caminho nos leve … e como nos leve … os nos-
sos braços estão sempre abertos para os receber confortar e apoiar.
O nosso caminho não se faz apenas caminhando o trilho que nos parece mais
seguro e tranquilo. Por vezes temos que nos desviar do nosso caminho e trilhar
o de outros que se perderam para os ajudar.
Tal como CRISTO não tinha pejo em se juntar aos menos afortunados e por
vezes aos mais perdidos da sociedade para os salvar, ou pelo menos levar-lhes a
palavra da Salvação, também nós devemos perder o medo e ir atrás de todos os
que se perdem nos caminhos da vida. Quantas vezes a trilhar o nosso próprio
caminho nos cruzamos com um irmão que está perdido e passamos ao lado
sem sequer lhe lançar um olhar? É certo que muitos nem se apercebem que es-
tão a ir no caminho errado, outros tem vergonha e pensam que já não tem Sal-
vação (apesar da sua juventude e toda uma vida pela frente). Mas como eles nos
podem ver como uma possível ajuda se a única coisa que vêem no nosso olhar
é indiferença?
Não devemos ter medo de ir ter com o irmão que se perdeu! Temos a luz de
CRISTO que nos ilumina o caminho seja ele qual seja! Temos a Cruz de CRIS-
TO que é um lembrete do amor de DEUS para connosco e que, seja qual seja o
nosso pecado, com o nosso arrependimento sempre nos acolhe sem demoras!
O Papa Francisco com frequência lembra-nos estes temas. A muitos surpreende
com as suas palavras ao despertar uma sociedade que tão depressa liberta tudo
… como estigmatiza tudo, consoante aquilo que der mais jeito e mais vendas
nos media! Não tem dito nada de muito novo, pelo menos nada que Jesus não
tenha dito já! Apenas está a aliar ás suas palavras as suas ações, o que confere ao
seu discurso uma força que palavras bonitas mas vazias nunca terão. Por que
não seguimos o exemplo e aliamos ao nosso discurso, as nossas ações para ten-
tarmos chegar a mais gente?
Porque não tentamos no próximo pós convívio, ou na nossa vida, procurar cha-
mar os que se distanciaram do caminho de DEUS e da felicidade?
Somos todos jovens, e como jovens somos hoje, privilegiados evangelizadores.
Vamos MOSTRAR ao mundo quem é CRISTO, e não o que dizem d`Ele!
Ficamos á vossa espera no próximo encontro!
Pela equipa coordenadora,
Hélder PinhoConvívio Fraterno nº1264 para jovens da Diocese do Porto
5. JOVENS EM ALERTAJaneiro/Fevereiro 2015 5
Ainda entre o calor do Natal e a an-
siedade pela surpresa do Ano Novo,
realizou-se no Seminário do Precio-
síssimo Sangue de Proença-a-Nova
nos dias 27, 28 e 29 de Dezembro, o
sexagésimo segundo Convívio Fra-
terno da Diocese de Portalegre – Cas-
telo Branco.
Durante estes três dias de encontro
connosco próprios, de estender a mão
a Deus e de fazer sorrir os outros, dei-
xámos no porto os nossos medos e
inseguranças e embarcámos perante
toda a nossa fragilidade para muito
mais longe. Arregalámos os olhos
quando nos falaram do sentido para a
vida, aprendemos a interpretar me-
lhor o valor dos mandamentos numa
dinâmica aula de direito, contaram-
nos pequenas histórias que nos indi-
caram o caminho para a felicidade e
depois de algumas experiências de
laboratório, tivemos a oportunidade
de compreender as consequências do
pecado. Contudo, percebemos que
Cristo liberta-nos sempre desta escu-
ridão quando estendemos a mão ao
Seu Pai.
Após um encontro sereno com Deus
envolto em momentos de oração e de
testemunhos mais arrojados, devol-
veram-nos a capacidade de sonhar, de
voar de querer ir sempre muito mais
longe unidos a um só corpo, com
uma missão de confiança em Deus e
seduzidos por um olhar expresso
numa gravura a carvão.
Mas o desafio começou hoje, pois o
mundo cá fora não acompanhou a
mudança que ocorreu no nosso cora-
ção durante estes três dias e ser perse-
verante neste quarto dia, implica dar
um passo de cada vez com firmeza,
coragem e humildade.
Este foi um convívio muito especial
como há muito não tínhamos, pois
Bragança
Somos eco da Palavra
O Natal de 2014 foi vivido de forma
muito especial pelos 24 jovens da
Diocese de Bragança-Miranda que
realizaram o Convívio Fraternos
1257, bem como por todos os convi-
vas que tiveram a graça de nele parti-
cipar. Reunidos nos dias 19, 20 e 21
de dezembro no Centro Social e Pa-
roquial de S. Bento e S. Francisco,
em Bragança, pudemos viver, em es-
pírito de comunhão e de fraternida-
de, um verdadeiro (re)encontro com
Jesus Cristo, Palavra de Deus encar-
nada, que nos desafia permanente-
mente a ser suas testemunhas vivas e
atuantes no mundo de hoje.
“Somos eco da Palavra” foi o mote
escolhido para o CF 1257, uma ex-
pressão que vai ao encontro do desa-
fio lançado pela Diocese Bragança-
Miranda para este o ano pastoral, o
Ano da Bíblia, iluminado pela exor-
tação de S. Paulo «Entrego-vos a
Deus e à Palavra» – o desafio de es-
cutar, viver e proclamar a Palavra.
Estes foram três dias de uma forte
experiência de redescoberta da pes-
soa de Jesus Cristo e da Sua Igreja, de
tomada de consciência da nossa con-
dição de jovens discípulos que são o
Seu eco. Com Ele e por Ele, somos
hoje voz da Esperança num mundo
mergulhado em palavras vãs que
aprisionam, escravizam e silenciam,
palavras que nos afastam da Palavra
(da verdadeira Palavra) que liberta e
dá vida.
Neste Natal, sentimos que Jesus Me-
nino nasceu verdadeiramente no
nosso coração. A Ele nos confiamos
para que a Sua Palavra não mais se
silencie em nós e dela possamos dar
testemunho aos jovens e ao mundo.
Pela equipa coordenadora
Sandra do Vale CF 1225
Jesus Cristo precisa de ti!
“... Coragem! O mundo, a Igreja precisam de vós., da primavera que
sois vós. E Jesus Cristo quis também precisar de vós...”
D. António Monteiro
Fazendo eco destas palavras proferidas pelo Sr. D. António Monteiro
no Encontro Nacional dos Convívios Fraternos 9 e 10 de Setembro de
2001, podemos refletir sobre um tema interessante “Conviva, Jesus
Cristo, quis também Precisar de ti!... “, salienta-se a necessidade de nós
convivas sermos modelos no meio dos outros jovens . O verdadeiro
convíva é aquele que não usa máscaras e luta pela amizade, fraternida-
de, solidariedade, tolerância, paz.... tendo sempre a Bíblia como su-
porte de toda a vida, pois, ela é o alimento que sacia a nossa fome.
É necessário cativar os jovens com coisas novas, apresentar Jesus aos
jovens como grande e único modelo, mostrar-lhes os seus olhares, as
suas respostas, as suas reacções e sobretudo a forma como aceitou a
sua cruz.
Hellen Kellei defendia que: “muitas vezes, ficamos a olhar tanto tempo
para a porta que se fechou e não vemos aquela que se nos abriu“. Com
toda a certeza ele tinha razão, pois, o mundo é ainda maravilhoso. Nós
podemos mudar algo à nossa volta !... O que é preciso é começar. Nós
somos a contra corrente!... Somos a nova esperança!... E já que Cristo
quis precisar de nós, deixemos que Ele se manifeste em nós...
Conta connosco Senhor!
Grupo de Convivas da Diocese de Bragança-Miranda
Portalegre - Castelo Branco
“Embarcar” / Convívio Fraterno nº1261
contámos com trinta e quatro jo-
vens maduros e audazes, e com
uma equipa extraordinária, na
qual se revelou uma enorme sen-
sibilidade, amizade e compreen-
são. E apesar de muitos medos e
inseguranças, esta equipa com
um coração tão grande, embar-
cou e percebeu que por vezes não
arriscar pode ser um risco muito
grande… e é tão bom quando te-
mos pessoas ao nosso lado que
arriscam tudo com Deus e nos
ajudam a chegar muito mais per-
to deste amor que Ele nos deixou.
Convívio Fraterno nº1261
6. Foram muitas as vezes que os 27 novos
convivas cantaram este cântico ao longo
dos três maravilhosos dias do seu Conví-
vio Fraterno n.º 1259, o 50º da Diocese
de Beja, realizado nos dias 20, 21 e 22 de
Dezembro de 2014, no Seminário N.ª Sr.ª
de Fátima, em Beja.
Apesar das baixas temperaturas que se fi-
zeram sentir, nos nossos corações houve
espaço para acolher o Deus Menino, que
nos aqueceu e reacendeu a chama da Fé e
do Amor de Deus Pai.
Assim como Maria aceitou o desafio do
Senhor para ser a mãe de Jesus, também
este grupo de 27 jovens e demais mem-
bros das equipas, se lançaram num cami-
nho de amor, partilha, convívio e oração.
Este encontro culminou com o salão do
Seminário totalmente preenchido por
familiares, amigos, jovens, antigos convi-
vas, párocos e os nossos Bispos D. Antó-
nio Vitalino Dantas e seu Coadjutor D.
João Marcos, no encerramento e eucaris-
tia.
Para nos guiar no 4º dia, pedimos a inter-
cessão da nossa Mãe do Céu.
Votos de um ano 2015 repleto de paz e
bem!
Pela Coordenação
Daniela Duarte - CF 843
JOVENS EM ALERTA Janeiro/Fevereiro 20156
Beja
“Há anjos voando neste lugar, no meio do povo e em cima
do altar, subindo e descendo em todas as direções…”.
Porque a vida é feita de capí-
tulos, este é só mais um que
JC decidiu acrescentar. Nada
melhor para contar uma ex-
periência do que começar
com a celebre frase:
... Era uma vez uma quinta
feira fria de dezembro, em que
tudo começou. Foram se jun-
tando corações frios e olhares
desconfiados, numa pequena
sala que, só pelo facto de se
entrar, já se sentia um sorriso
de alguém, que nos queria
transmitir um pouco de sos-
sego e calor humano. Nem o
filme com ar tropical nos fazia
destronar o pensamento “mas
afinal o que nos vai aconte-
cer?”
Como num instante, subimos
para uma sala onde nos foi
dito 1258, este é o vosso capí-
tulo, porque TU INTERES-
SAS-ME e vamos fazer que
seja único. Nada melhor do
que cantar, pois alegra a alma
e aquece o coração! Troca de
olhares e de sorrisos e o ice-
berg foi quebrado, gracas ao
nosso Helder.
Hora de recolher e as surpre-
sas começam. Que bom é
chegar a um quarto frio, mas
saber que alguém se preocu-
pou para que nós sorríssemos
no final de cada dia.
1ºDia ... Um sol radiante... lá
fora, mas esse Sol também
abriu dentro da “nossa casa”...
testemunhos, vivências que,
de uma maneira ou de outra,
se encaixavam na perfeição e
ainda na “nossa pequena
vida”. Tudo neste dia por “ma-
gia” começou a acontecer:
A partilha dos sorrisos, a in-
ter ajuda, as vozes que aque-
ceram com tanta música, até
que, de repente, começámos a
pensar em Grandes Pormeno-
res como a comunhão parti-
lhada, como os estados de es-
pírito e os olhos começam-se
a encher de lágrimas!
2ºDia ... O dia que nos faz re-
fletir e sentir porque estamos
aqui. Eis que o nosso encon-
tro mais esperado está a che-
gar, o coração enche-se de
tantos sentimentos que só
uma direcção espiritual, con-
fissão para começar a deixar
correr o rio de lágrimas que
estava preso.
Aquele Abraço... Meu DEUS
aquele Abraço quente, senti-
do, aqueles sorrisos inigualá-
veis. Estava a transbordar o
coração de JC sobre nós.
3ºDia ... pensei eu, bem, não
vou chorar mais ... tolinha que
eu sou ... Todos os momentos
foram intensos, mas aquele
envelope ... “não é próprio
para cardíacos”. Por tudo isto,
e por muito mais, só quem
vive um convívio sente este
“rio de emoções”!
O 1258 foi o creme para soli-
dificar o meu bolo de cama-
das... foi e será sempre doce,
muito doce e sim... foi tam-
bém a cereja no topo do bolo.
Agradeço a JC por não desis-
tir de ninguém.
Conviva na Paz e no Amor
A Teresa que é só Margarida
Viseu
Tu interessas-me
Pós Convívio do CF 1259
CF 1259 da Diocese de Beja
Foi no dia 25 de janeiro, um mês após a realização do CF 1259, que os jovens convi-
vas voltaram a encontrar-se no Seminário de Beja, no Pós-Convívio.
Notava-se a ansiedade no reencontro. No entanto, os sorrisos iluminavam os rostos
de cada um e a troca de abraços aquecia os corações! Rapidamente o amor de Jesus
tomou conta dos jovens, tornando notória a união fraterna.
O encontro iniciou com a oração da manhã. Entre cânticos de louvor, leitura e refle-
xão da palavra de Deus, a presença do Senhor foi-se tornando mais forte e intensa.
Houve lugar a momentos de partilha da vivência do 4º dia, de formas diversificadas,
como músicas, vídeos e testemunhos pessoais.
E como não poderia deixar de ser o encontro terminou com a celebração da eucaris-
tia, onde todos comungaram o mesmo Cristo, que tanto nos ama.
A despedida deixou no ar a saudade e a certeza da oração uns pelos outros, até a um
novo reencontro.
Obrigada Senhor Jesus pelas maravilhas que operas nas nossas vidas!
Votos de paz e bem!
Pel’ A Equipa
Daniela Duarte
CF 1258 da Diocese de Viseu
7. Balada da UniãoJaneiro/Fevereiro 2015 7
Convívio da Contestação
Laicado
Uma Vocação
Realizou-se, no Porto, o II
Encontro Nacional de Lei-
gos apresentado como tem-
po de “reflexão e de festa”.
Gosto, particularmente,
que a festa seja assim publi-
camente afirmada; porque
acho coerente e obrigatório
que os que partilham a
mesma fé e o mesmo entu-
siasmo (con)celebrem a
“alegria do Evangelho” que,
na feliz afirmação do papa
Francisco, “enche o coração
e a vida daqueles que se en-
contram com Jesus”. Trata-
se, por isso, de uma alegria
profunda, de um “feixe de
luz” que se projecta e não se
esconde – sendo que tam-
bém não se aprisiona em
qualquer instante folclóri-
co. Sim; que a festa não é
foguete passageiro mas – e
cito D. Manuel Linda –
“transformação do tempo
prosaico em tempo salvífi-
co, poético, cheio de senti-
do existencial”.
Mas se a festa deve ser pu-
blicamente afirmada, a re-
flexão é igualmente urgen-
te; e, muitas vezes, é mais
difícil de cumprir -- porque
obriga a ir ao fundo, anali-
sar, reforçar e/ou corrigir.
Obriga a razões que sejam
raízes.
No que aos leigos diz res-
peito, a reflexão teve de fo-
car-se na sua vocação secu-
lar, que devem viver com
fidelidade e entusiasmo,
considerando-a tão digna
como a dos sacerdotes e re-
ligiosos.
Os leigos não são, de facto,
cristãos de terceira divisão;
não são meros colaborado-
res de ninguém, mas bapti-
zados chamados a uma
missão específica a cumprir
no lugar que ocupam no
mundo. Não são delegados
do clero, numa espécie de
partilha condescendente; e
nunca deveriam ser defini-
dos por exclusão (fiéis que
não são clérigos)…
Aceitar tudo isto é, da parte
dos leigos, assumir a sua
obrigação de tratar das rea-
lidades temporais e ordená
-las segundo Deus. É, com a
mesma intensidade, recu-
sar a tentação de se clerica-
lizar ou deixar clericalizar,
nas palavras e nas atitudes
– e, assim, pecarem ora por
omissão, ora por usurpa-
ções de funções…
Quando este 2º Encontro
Nacional de Leigos se pro-
pôs “recolocar o homem no
centro da sociedade”, apon-
tando a cada participante
um dever de protagonismo
que o remete para uma in-
serção profunda na socie-
dade e nos seus problemas;
nas suas alegrias e nas suas
lágrimas.
A este propósito, vale para
todos a advertência do
n.270 da Evangelli gau-
dium: “Às vezes sentimos a
tentação de ser cristãos,
mantendo uma prudente
distância das chagas do Se-
nhor. Mas Jesus Cristo quer
que toquemos a miséria hu-
mana, que toquemos a car-
ne sofredora dos outros.
Espera que renunciemos a
procurar aqueles abrigos
pessoais ou comunitários
que nos permitem manter à
distância do nó do drama
humano, a fim de aceitar-
mos verdadeiramente en-
trar em contacto com a vida
concreta dos outros e co-
nhecermos a força da ter-
nura”.
O estatuto de observador
não é um estatuto missio-
nário!...
João Aguiar Campos
Em meados de 1972, a directora
do Colégio feminino da Imacula-
da Conceição, de Lamego, pediu-
me para realizar, no fim de sema-
na de Fevereiro, um retiro para as
alunas do 12º ano.
Depois de partilharmos algumas
preocupações e dificuldades dos
jovens em acolherem a mensa-
gem de Jesus Cristo e por Ele se
entusiasmarem, propus-lhe subs-
tituir esse trabalho de formação
pela experiência dum convívio
fraterno em regime de coeduca-
ção, já que a experiência de Deus,
entusiasmou e transformou a
vida dos jovens que participaram
nos últimos dois convívios mis-
tos.
A Directora do colégio acabou
por concordar e aceitar a propos-
ta, mas interpelou-me sobre os
rapazes que participariam no
Convívio com as meninas. Afir-
mei-lhe que iria auscultar o Di-
rector do Colégio Beneditino de
rapazes, uma vez que já alguns
haviam participado no 7º conví-
vio, tembém misto. Dadas as
transformações a vários níveis
produzidos nos alunos que já ha-
viam participado em convívios,
disponibilizou alunos do 12º ano
que desejassem participar.
Nessa altura a convivência de ra-
pazes e raparigas era considerada
pela sociedade de muito risco e
perigosa para a sua integridade
moral e, por isso, não aconselha-
do. Este facto também foi analisa-
do no diálogo tido com a Irmã
Directora do colégio. Mas os dois
eramos da opinião que a grande
preocupação dos responsáveis
pela formação moral, religiosa e
sexual dos jovens devia ser antes
ensiná-los a conviver respeitan-
do-se mutuamente e aceitando-se
cada um na sua condição e dife-
renciação de homem e mulher,
criados à imagem e semelhança
de Deus para se realizarem de
acordo com o projecto de Deus, e
não sistematicamente a proibição
de convivência.
E foi assim marcada a realização
do 8º Convívio-Fraterno para os
dias 18, 19 e 20, de Fevereiro, com
a participação de alunos interna-
dos nos colégios da Imaculada
Conceição das Irmãs Francisca-
nas Hospitaleiras e no colégio Be-
neditino.
Entretanto, na Folha Informativa
de Janeiro de 1972, era dado co-
nhecimento a todos os jovens da
sua realização.
“Nos dias 18, 19 e 20 de Fevereiro
realizar-se-à o 8º Convívio-Fra-
terno para 55 estudantes dos dois
colégios de Lamego: 40 meninas
e 15 rapazes. Mais uma vez Jesus
Cristo e o ideal Cristão vão sedu-
zir e entusiasmar 55 jovens,
atraindo—os para uma vida feita
de amor e de caridade fraterna.
Todavia os bons frutos e a proje-
ção deste convívio dependem das
orações, sacrifícios e palavras de
exortação de todos os convivas
existentes e que neste momento
são 151”
Entretanto a equipa que ia orien-
tar o convívio, formada por 8 ra-
pazes e 4 meninas, preparavam-
se espiritual e psicologicamente
para coordenar o convívio, até
porque todos tinhamos consciên-
cia de que este trabalho realizado
apenas com jovens estudantes e
internados em colégios, seria
mais exigente nas comunicações,
de difícil controlo. Exigia redo-
brada atenção e muita presença
para evitar situações imprevisí-
veis.
A realização deste convívio só se
tornou pública na cidade no iní-
cio da semana em que se realiza-
va. Nessa altura alguns sacerdotes
mais zelosos, ficaram alarmados
pelos graves perigos que se corria
ao juntarem na Casa de Retiros
da diocese, durente 3 dias, alunos
dos dois colégios e das conse-
quências que daí podiam advir.
No intuito de impedirem a sua
realização, foram ter com o Sr. D.
Américo Henriques, bispo de La-
mego, alertando-o para a impru-
dência de se fazer um convívio
com estudantes de dois colégios
durante 3 dias e para o escândalo
que isso podia provocar na cida-
de.
Na manhã do dia 17 de Fevereiro,
dia em que à noite se iniciava o
convívio, D. Américo, bastante
alarmado pelas reações de alguns
sacerdotes com responsabilida-
des pastorais na cidade, chamou-
me ao Paço Episcopal para me
interpelar sobre a realização deste
convívio para alunos dos colé-
gios. Depois de apresentar ao Sr.
Bispo os bons resultados dos 2
convívios mistos, das vantagens e
desvantagens da apresentação da
Boa Nova de Jesus Cristo na for-
mação moral, religiosa e afectiva
de rapazes e raparigas em con-
junto, com o cuidado e a delica-
dez que tal trabalho apostólico
exigia, D. Américo aprovou a rea-
lização do convívio. Todavia, para
evitar problemas, pediu-me que
convidasse para participar todos
os sacerdotes que trabalhavam na
pastoral juvenil na cidade, que
pedisse a 2 sacerdotes do colégio
Beneditino para estarem presen-
tes bem como 3 religiosas do co-
légio da Imaculada Conceição.
No fim faria uma avaliação dos
resultados deste convívio, deci-
dindo se este trabalho apostólico
continuaria a ser realizado em re-
gime de coeducação ou para ra-
pazes e meninas separadamente.
Feitas as diligências possíveis
junto de alguns sacerdotes, ape-
nas o assistente religioso da Le-
gião de Maria aceitou o convite, 3
religiosas do colégio feminino e o
P. Joaquim Silvestre que comigo
sempre colaborou activamente.
Preocupada a Equipa Cooorde-
nadora com tantos problemas e
dúvidas surgidas à última hora,
assumiu a responsabilidade pela
realização do convívio, estabele-
ceu estratégias de controlo e vigi-
lância e confiou os bons resulta-
dos à Mãe de Deus e nossa Mãe e
colocou toda a confiança no Se-
nhor já que fora Ele que os esco-
lhera e chamara para realizar este
trabalho apostólico.
No dia 17 à noite, dia do acolhi-
mento, tudo estava pormenoriza-
damente preparado na casa de
retiros para receber os partici-
pantes no convívio.
O convívio foi decorrendo com
toda a normalidade, como os an-
teriores, sem sobressaltos ou pro-
blemas. A total responsabilidade
e controlo dos participantes por
parte da equipa coordenadora
sentiu-se nas orações da manhã
do 2º dia quando um elemento da
equipa deu pela falta na capela de
uma aluna do colégio. Tendo esse
elemento da equipa questionado
a Directora do Colégio por faltar
uma menina, ela garantiu que es-
tavam todas presentes. Perante a
insistência, uma religiosa acabou
por subir aos quartos e encontrou
uma das meninas na cama, afir-
mando estar com dores de cabe-
ça.
No encerramento do convívio,
realizado no salão de festas da
casa de S. José, repleto de jovens,
familiares do participantes, al-
guns sacerdotes e religiosas, to-
dos puderam constatar a alegria,
a felicidade e a paz que transpare-
ceu do rosto daqueles jovens
transformados pelo amor de
Deus e a riqueza dos testemu-
nhos, repletos de fé, de confiança
e de amor a Jesus Cristo, o Amigo
que encontraram e prometiam ja-
mais abandonar.
No fim do convívio não foi neces-
sário eu informar D. Américo
Henriques dos bons resultados
deste tão contestado convívio,
pois a Superiora da Casa de S.
José onde o convívio se realizara,
a Irmã Benedita, e a Diretora do
Colégio da Imaculada Conceição,
tomaram a iniciativa de ir ao
Paço Episcopal informar o Bispo
diocesano de que o 8º Convívio-
Fraterno se havia realizado com
toda a normalidade e ordem sem
quaisquer precalços, e dos bons
resultados testemunhados pelos
jovens no encerramento.
E foi assim, que os convívios fra-
ternos em regime de coeducação
passaram a realizar-se até aos
nossos dias.
8. Balada da União Janeiro/Fevereiro 20158
BALADA DA UNIÃO
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Rua Júlio Narciso Neves
nº65 3860-129
Avanca
Excertos da MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA A XXX JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
«Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8)
Queridos jovens!
Continuamos a nossa peregrinação espi-
ritual para Cracóvia, onde em Julho de
2016 se realizará a próxima edição inter-
nacional da Jornada Mundial da Juventu-
de. Como guia do nosso caminho esco-
lhemosasBem-aventurançasevangélicas.
No ano passado, reflectimos sobre a Bem
-aventurança dos pobres em espírito, in-
serida no contexto mais amplo do «Ser-
mão da Montanha». Juntos, descobrimos
o significado revolucionário das Bem-a-
venturanças e o forte apelo de Jesus para
nos lançarmos, com coragem, na aventu-
ra da busca da felicidade. Este ano reflec-
tiremos sobre a sexta Bem-aventurança:
«Felizes os puros de coração, porque ve-
rão a Deus» (Mt 5, 8).
1. O desejo da felicidade
A palavra «felizes», ou bem-aventurados,
aparece nove vezes na primeira grande
pregação de Jesus (cf. Mt 5, 1-12). É como
um refrão que nos recorda a chamada do
Senhor a percorrer, juntamente com Ele,
uma estrada que, apesar de todos os de-
safios, é a via da verdadeira felicidade.
Ora a busca da felicidade, queridos jo-
vens, é comum a todas as pessoas de to-
dos os tempos e de todas as idades. Deus
colocou no coração de cada homem e de
cada mulher um desejo irreprimível de
felicidade, de plenitude. Porventura não
sentis que o vosso coração está inquieto
buscando sem cessar um bem que possa
saciar a sua sede de infinito?
Os primeiros capítulos do livro do Géne-
sis apresentam-nos a felicidade maravi-
lhosa a que somos chamados, consistin-
do numa perfeita comunhão com Deus,
com os outros, com a natureza, com nós
mesmos. E assim, queridos jovens, em
Cristo encontra-se a plena realização dos
vossos sonhos de bondade e felicidade.
Só Ele pode satisfazer as vossas expectati-
vas tantas vezes desiludidas por falsas
promessas mundanas. Como disse São
João Paulo II, «Ele é a beleza que tanto
vos atrai; é Ele quem vos provoca com
aquela sede de radicalidade que não vos
deixa ceder a compromissos; é Ele quem
vos impele a depor as máscaras que tor-
nam a vida falsa; é Ele quem vos lê no co-
ração as decisões mais verdadeiras que
outros quereriam sufocar. É Jesus quem
suscita em vós o desejo de fazer da vossa
vida algo grande» (Vigília de Oração em
Tor Vergata, 19 de Agosto de 2000: L’Os-
servatore Romano, ed. portuguesa de 26/
VIII/2000, 383).
2. Felizes os puros de coração…
Procuremos agora aprofundar como esta
felicidade passa pela pureza de coração.
Antes de mais nada, devemos compreen-
der o significado bíblico da palavra «co-
ração». Na cultura hebraica, o coração é o
centro dos sentimentos, pensamentos e
intenções da pessoa humana. Se a Bíblia
nos ensina que Deus olha, não às aparên-
cias, mas ao coração (cf. 1 Sam 16,7), po-
demos igualmente afirmar que é a partir
do nosso coração que podemos ver a
Deus. Assim é, porque o coração com-
pendia o ser humano na sua totalidade e
unidade de corpo e alma, na sua capaci-
dade de amar e ser amado.
Passando agora à definição de «puro», a
palavra grega usada pelo evangelista Ma-
teus é katharos e significa, fundamental-
mente, limpo, claro, livre de substâncias
contaminadoras. No Evangelho, vemos
Jesus desarraigar uma certa concepção
da pureza ritual ligada a elementos exter-
nos, que proibia todo o contacto com
coisas e pessoas (incluindo os leprosos e
os forasteiros), consideradas impuras.
Aos fariseus – que, como muitos judeus
de então, não comiam sem antes ter feito
as devidas abluções e observavam nume-
rosas tradições relacionadas com a lava-
gem de objectos –, Jesus diz categorica-
mente: «Nada há fora do homem que,
entrando nele, o possa tornar impuro.
Mas o que sai do homem, isso é que o
torna impuro. (…) Porque é do interior
do coração dos homens que saem os
maus pensamentos, as prostituições, rou-
bos, assassínios, adultérios, ambições,
perversidade, má-fé, devassidão, inveja,
maledicência, orgulho, desvarios» (Mc 7,
15.21-22).
Sendo assim, em que consiste a felicidade
que brota dum coração puro? Partindo
do elenco dos males enumerados por Je-
sus, que tornam o homem impuro, ve-
mos que a questão tem a ver sobretudo
com o campo das nossas relações. Cada
um de nós deve aprender a discernir
aquilo que pode «contaminar» o seu co-
ração, formando em si mesmo uma cons-
ciência recta e sensível, capaz de «discer-
nir qual é a vontade de Deus: o que é
bom, o que Lhe é agradável, o que é per-
feito» (Rm 12, 2).
O período da juventude é aquele em que
desabrocha a grande riqueza afectiva
contida nos vossos corações, o desejo
profundo dum amor verdadeiro, belo e
grande. Quanta força há nesta capacida-
de de amar e ser amados! Não permitais
que este valor precioso seja falsificado,
destruído ou deturpado. Isto acontece
quando, nas nossas relações, comparece a
manipulação do próximo para os nossos
objectivos egoístas, por vezes como mero
objecto de prazer. O coração fica ferido e
triste depois destas experiências negati-
vas. Peço-vos que não tenhais medo dum
amor verdadeiro, aquele que nos ensina
Jesus e que São Paulo descreve assim: «O
amor é paciente, o amor é prestável, não é
invejoso, não é arrogante nem orgulhoso,
nada faz de inconveniente, não procura o
seu próprio interesse, não se irrita nem
guarda ressentimento. Não se alegra com
a injustiça, mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta. O amor jamais passará» (1
Cor 13, 4-8).
Ao mesmo tempo que vos convido a des-
cobrir a beleza da vocação humana para
o amor, exorto-vos a rebelar-vos contra a
tendência generalizada de banalizar o
amor, sobretudo quando se procura re-
duzi-lo apenas ao aspecto sexual, desvin-
culando-o assim das suas características
essenciais de beleza, comunhão, fidelida-
de e responsabilidade. Queridos jovens,
«na cultura do provisório, do relativo,
muitos pregam que o importante é “cur-
tir” o momento, que não vale a pena
comprometer-se por toda a vida, fazer
escolhas definitivas, “para sempre”, uma
vez que não se sabe o que reserva o ama-
nhã. Em vista disso eu peço que vocês
sejam revolucionários, eu peço que vocês
vão contra a corrente; sim, nisto peço que
se rebelem: que se rebelem contra esta
cultura do provisório que, no fundo, crê
que vocês não são capazes de assumir
responsabilidades, crê que vocês não são
capazes de amar de verdade. Eu tenho
confiança em vocês, jovens, e rezo por
vocês. Tenham a coragem de “ir contra a
corrente”. E tenham também a coragem
de ser felizes!» (Encontro com os volun-
tários da JMJ do Rio, 28 de Julho de
2013).
Vós, jovens, sois bons exploradores! Se
vos lançardes à descoberta do rico ensi-
namento da Igreja neste campo, desco-
brireis que o cristianismo não consiste
numa série de proibições que sufocam os
nossos desejos de felicidade, mas num
projecto de vida que pode fascinar os
nossos corações!
3. ...porque verão a Deus
Por isso, o convite do Senhor a encontrá-Lo
é dirigido a cada um de vós, independente-
mente do lugar e situação em que vos en-
contrardes. Basta «tomar a decisão de se
deixar encontrar por Ele, de O procurar dia
a dia sem cessar. Não há motivo para al-
guém poder pensar que este convite não lhe
diz respeito» (Exort. ap. Evangelii gaudium,
3). Todos somos pecadores, necessitados de
ser purificados pelo Senhor. Mas basta dar
um pequeno passo em direcção a Jesus para
descobrir que Ele está sempre à nossa espe-
ra de braços abertos, especialmente no sa-
cramento da Reconciliação, ocasião privile-
giada de encontro com a misericórdia
divina que purifica e recria os nossos cora-
ções.
Sim, queridos jovens, o Senhor quer encon-
trar-nos, deixar-Se «ver» por nós. «E
como?»: poder-me-íeis perguntar. Também
Santa Teresa de Ávila, nascida na Espanha
precisamente há quinhentos anos, já de pe-
quenina dizia aos seus pais: «Quero ver a
Deus». Depois descobriu o caminho da ora-
ção como «uma relação íntima de amizade
com Aquele por quem nos sentimos ama-
dos» (Livro da Vida 8, 5). Por isso, pergun-
to-vos: Vós rezais? Sabeis que tendes possi-
bilidade de falar com Jesus, com o Pai, com
o Espírito Santo, como se fala com um ami-
go? E não um amigo qualquer, mas o vosso
amigo melhor e de maior confiança! Tentai
fazê-lo, com simplicidade. Descobrireis
aquilo que um camponês d’Ars dizia ao san-
to cura do seu país: quando estou em ora-
ção diante do Sacrário, «eu olho para Ele e
Ele olha para mim» (Catecismo da Igreja
Católica, 2715).
Uma vez mais convido-vos a encontrar o
Senhor, lendo frequentemente a Sagrada
Escritura. E, se não tiverdes ainda o hábito
de o fazer, começai pelos Evangelhos. Lede
um pedaço cada dia. Deixai que a Palavra
de Deus fale aos vossos corações, ilumine os
vossos passos (cf. Sal 119/118, 105).
4. Em caminho para Cracóvia
«Felizes os puros de coração, porque verão a
Deus» (Mt 5, 8). Queridos jovens, como ve-
des, esta Bem-aventurança está intimamen-
te relacionada com a vossa vida e é uma ga-
rantia da vossa felicidade. Por isso,
repito-vos mais uma vez: tende a coragem
de ser felizes! (...)
Vaticano, 31 de Janeiro 2015
Franciscus