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D2 As Crises
do Século XIV
História | 8.º Ano de Escolaridade
Aníbal Barreira | Mendes Moreira
Com colaboração de Eva Baptista
Páginas da História
Edição do Professor
No contexto de implementação das Metas Curriculares, esta pu-
blicação visa cumprir o subdomínio “As Crises do Século XIV” que,
embora previsto no 7.º ano, poderá, neste período de transição, não
ter sido lecionado. No ano letivo 2014/15, fará por isso parte do
Manual Páginas da História, 8.º ano.
D2
AS CRISES DO SÉCULO XIV
Capítulo
Vítimas da Peste Negra
(1347-1350).
A Europa em dificuldades
na 2ª metade do século XIV.
Roteiro
das Aprendizagens
• Fichas de Trabalho .nº 1 (pág. 18)
e nº 2 (pág. 19)
• Aconteceu... A Peste Negra. (pág. 20)
• Quem foi... Nuno Álvares Pereira? (pág. 21)
• À Conversa com… D. João I,
“O da Boa Memória”. (pág. 22)
Batalha de
Aljubarrota (1385).
… o medo da morte era tão gran-
de no século XIV que toda a gente
clamava “Da fome, da peste e da
guerra, livrai-nos Senhor”?
Era o pedido que todos, ricos e
pobres, faziam a Deus, apavora-
dos com as desgraças da época.
Sabias que...
DOC. 1
Em resumo
• No século XIV, a Europa viveu
uma grave crise provocada por
maus anos agrícolas (fomes),
epidemias e guerras.
• Um pouco por todo o Ocidente,
a população diminuiu,
a produção baixou e os preços
subiram.
• Para solucionar os problemas
da quebra de rendimentos,
os senhores exigiram maiores
rendas aos camponeses.
Também nas cidades,
os assalariados foram sujeitos
a exigências da burguesia.
As causas da crise do século XIV
Entre os séculos XI e XIII, a economia europeia conheceu, como
sabes, uma fase de expansão. Contudo, no século XIV, a Europa foi
afetada por uma grave crise económica e social, em resultado de:
• guerras – no século XIV, houve muitos conflitos entre as nações
europeias. Entre todos, destacou-se a Guerra dos Cem Anos
(1337-1453), travada entre a França e a Inglaterra, que provocou
numerosas vítimas e destruições (doc. 2);
• fomes – ao longo do século XIV, as populações europeias foram
afetadas por muitos períodos de fome. Na verdade, a paragem
dos arroteamentos, as destruições causadas pelas guerras e as
más condições climatéricas provocaram grandes quebras nas
produções agrícolas, originando falta de alimentos;
• epidemias – os períodos de fome foram agravados pela propa-
gação de doenças. A falta de alimentos, as deficientes condições
higiénicas e as destruições causadas pelas guerras favoreceram a
expansão das doenças epidémicas. Entre todas, destacou-se a
Peste Negra, proveniente do Oriente que, de 1347 a 1350, atin-
giu quase toda a Europa. Calcula-se que tenha morrido cerca de
1/3 da população europeia. Os centros urbanos foram muito
afetados e, em algumas aldeias, a população desapareceu total-
mente(docs. 3 e 4).
Com a aprendizagem deste assunto, vais ser capaz de:
• Identificar as causas da crise do século XIV.
• Explicar as suas consequências demográficas e económicas.
• Indicar as medidas tomadas pelos senhores e pelo poder régio
para fazer face à crise.
4 |
As consequências demográficas e económicas
As guerras, as fomes e as epidemias provocaram um clima de
insegurança e de medo (doc. 1). A população da Europa, em geral,
diminuiu de forma drástica. Muita gente abandonou os campos e
estabeleceu-se nas cidades, em busca de melhores condições de vida.
Nos campos, por falta de mão de obra, muitas terras ficaram ao
abandono, o que levou à quebra da produção agrícola e à subida dos
salários dos trabalhadores. Os senhores (proprietários de terras),
para compensar a perda de rendimentos, exigiram maiores rendas
aos camponeses. Perante as dificuldades do mundo rural, vários
monarcas europeus publicaram leis para obrigar os camponeses a
trabalhar as terras, fixando-lhes também os salários.
Nas cidades, o comércio foi, também, muito afetado. Por isso, os
grandes mercadores e os mestres de ofícios, para fazerem face à dimi-
nuição dos seus negócios, fixaram os salários dos trabalhadores.
Em resultado destas imposições, surgiram por toda a Europa
levantamentos nos campos e nas cidades. Vamos ver.
D2 1. A crise do século XIV na Europa – causas
e consequências demográficas e económicas
SUGESTÕES
METODOLÓGICAS
• Diálogo com
os alunos sobre
“Peste Negra”
(conceito
adquirido
no 5º ano de
escolaridade) a fim
de despoletar as
suas ideias tácitas
e assim motivá-los
para o estudo
do tema.
• Redação de um
texto (cerca de 5
linhas) com base
nas legendas
internas do
documento nº 4
“Enterramento das
vítimas da Peste
Negra”.
• Trabalho para
casa: realização da
ficha “Aconteceu…
A Peste Negra”
(pág. 20).
METAS
CURRICULARES
• Descritores de
desempenho
no.s 1.1. a 1.7.
DOC. 2 | A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) – Provocada, em grande
parte, por um velho conflito entre os reis ingleses e franceses por causa
de certos territórios em França, esta guerra prolongou-se por mais
de um século ainda que tivesse muitos períodos de tréguas.
1. As guerras
(destaque para
a Guerra dos Cem
Anos), as fomes
e as pestes
(sobretudo
a Peste Negra).
2. A Peste Negra
provocou elevada
mortalidade na
Europa, calculada
em cerca de 1/3
da população. Esta
epidemia afetou
a população rural
mas, sobretudo,
a dos centros
urbanos, o que se
refletiu na redução
de mão de obra.
3. Nos campos,
diminuição da
produção agrícola,
subida de preços
e das rendas. Nas
cidades, fixação
dos salários dos
trabalhadores
pelos grandes
mercadores e
mestres de ofícios.
| 5
No ano do Senhor de 1347, na véspera
do mês de janeiro, três galeras carrega-
das de especiarias chegaram ao porto de
Génova,vindasàpressadoOriente.
Como estavam contaminados sem
remédio, estes navios foram retirados do
porto com ajuda de flechas inflamadas e
outros engenhos. Empurrados de porto
em porto, um dos três navios chegou a
Marselha, onde morreram quatro quin-
tosdapopulação.
Não servia de nada fugir porque,
procurando-se um ar que se julgava
sadio,morria-semaisdepressa.
Carta de Luís de Boeringen
(cónego de Bruges), 1348
Doc. 3 | A Peste Negra
DOC. 4 | Enterramento de vítimas da Peste
Negra na cidade de Tounai (Bélgica),
em 1349 – Esta grande epidemia, transmitida
ao ser humano pelas picadas das pulgas dos
ratos infetados, atingiu cerca de 2/3 da
população europeia, da qual 1/3 faleceu
(cerca de 25 milhões de pessoas).
Em alguns locais, os
sacerdotes fugiram,
abandonando os fiéis
que, ao morrer, ficavam
sem a extrema-unção.
A mortandade nas cidades
era tão grande que os
habituais locais de
enterramento não chegavam
para enterrar toda a gente.
O enterro das
vítimas da peste
era um suplício
para os
acompanhantes
devido aos
cheiros
insuportáveis
dos corpos.
Em algumas cidades, os
cadáveres eram lançados
em valas comuns.
D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV
1. Enumera fatores da crise do século XIV (docs. 1 e 2).
2. Refere os efeitos da Peste Negra na demografia europeia (docs. 3 e 4).
3. Que consequências económicas resultaram da crise do século XIV?
AGORA, RESOLVE...
FICHA DE TRABALHO Nº 1 (pág. 18)
Em resumo
• Os problemas económicos
provocaram grande agitação
social nos campos e nas cidades
da Europa.
• As revoltas rurais e urbanas
opuseram, respetivamente,
senhores feudais a camponeses
e a burguesia das cidades aos
seus assalariados.
• Os motins populares, por vezes
de grande violência, foram
reprimidos duramente pelos
senhores rurais e pela burguesia
urbana.
• Nesta época, a ideia da morte
atormentava as populações.
Com a aprendizagem deste assunto, vais ser capaz de:
• Relacionar as revoltas rurais com as medidas senhoriais e régias.
• Caracterizar os movimentos populares rurais e os conflitos sociais
urbanos.
• Explicar o aparecimento de movimentos milenaristas.
6 |
A crise moral
Perante um mundo de violência e de insegurança, as popula-
ções viveram tempos de grande perturbação e angústia (doc. 1). Na
verdade, como se pode ver nas manifestações artísticas da época, a
representação das danças macabras (doc. 1) e as figuras de Cristo e da
Virgem, em sofrimento, conheceram então uma grande divulgação.
Os fiéis, perturbados, procuraram formas de religião popular.
Uns, como a seita dos flagelantes*, incitaram à penitência para
expiar os seus pecados, outros desenvolveram heresias, isto é, doutri-
nas não aceites pela Igreja e outros ainda defenderam ideias de fim
do mundo próximo e da realização do Juízo Final (movimentos
milenaristas). Mas houve, ainda, grupos que, perante um futuro
imprevisível, adotaram uma atitude de indiferença e procuraram
viver da melhor forma o seu dia a dia.
D2 2. A crise do século XIV – os conflitos sociais
e os movimentos milenaristas
SUGESTÕES
METODOLÓGICAS
• Registo no
quadro, ao longo
da aula, das
palavras-chave
para posterior
redação de um
texto (4 a 5 linhas).
• Realização
ao longo da aula,
de um esquema
a fim de os alunos
sistematizarem
os conteúdos mais
significativos.
• Formulação de
uma/duas
questões (trabalho
de pares) nos
últimos 7 minutos
da aula.
Em seguida,
outro grupo de
alunos responde
às perguntas
dos colegas.
METAS
CURRICULARES
• Descritores de
desempenho
no.s 2.1. a 2.3.
As revoltas nos campos e nas cidades
As graves alterações na economia europeia provocaram, como
sabes, mal-estar nas populações e geraram descontentamento:
• nos campos, os rurais viram a sua situação agravada, em virtude
de os senhores exigirem maiores rendas e tributos;
• nas cidades, os assalariados enfrentaram o congelamento dos
salários e as más condições de trabalho, impostas pelos grandes
mercadores e pelos mestres das oficinas em defesa dos seus inte-
resses.
Assim, a crise económica provocou conflitos entre camponeses e
senhores feudais e entre assalariados e mercadores e mestres das ofici-
nas. Então, ocorreram por toda a Europa revoltas populares que, por
vezes, assumiram grande violência.
Entre as revoltas rurais(docs. 2 e 4), destacaram-se as “jacqueries”
em França (1358), isto é, motins de camponeses que foram provoca-
dos pela queda dos preços dos cereais e aumento dos impostos lança-
dos pelos nobres.
Quanto às revoltas urbanas (docs. 2 e 3), salientaram-se os confli-
tos dos “Ciompi”, em Florença (entre 1343 e 1378), em que os traba-
lhadores da indústria têxtil se revoltaram contra a exploração salarial
e disputaram violentamente o governo da cidade à alta burguesia.
Estas revoltas populares, em particular as rurais, terminaram com
ações de forte repressão por parte dos senhores(docs. 4 e 5).
… nesta época de tantas calami-
dades e de grande insegurança, a
arte representava danças maca-
bras, em sinal de medo do futuro
(doc. 1)?
Face aos vários perigos e dificul-
dades em que viviam, muitos até
esperavam a vinda do Filho de
Deus para realizar o Juízo Final.
Sabias que...
DOC. 1
* Flagelantes – os que se castigavam a
si próprios, com vista à purificação dos
pecados.
DOC. 2 | Revoltas na Europa do século XIV. 1. No século XIV,
ocorreram
conflitos sociais
um pouco por
toda a Europa, em
particular na
Inglaterra e França
(revoltas rurais) e
nas repúblicas
italianas (revoltas
urbanas).
2. Devido à quebra
de rendimentos,
os senhores
agravaram as
rendas e tributos
sobre os
camponeses.
Então, estes
revoltaram-se
(assaltos,
incêndios,
assassinatos),
o que levou a uma
forte repressão
pelos senhores
medievais.
3. O clima
de violência
e de insegurança
provocou
perturbação
e angústia, que se
refletiu na arte –
representação de
danças macabras
e de figuras de
Cristo e da Virgem
em sofrimento;
por outro lado,
surgiram seitas
religiosas e
movimentos
milenaristas que
pregavam ideias
de fim do mundo
próximo e da
realização do
Juízo Final.
| 7
Na cidade de Ruão (em 1382),
duzentos homens de ofícios foram à
loja de um negociante de tecidos, a
quem chamavam o Gordo e fize-
ram-no seu chefe. (…) Levaram-no
ao Mercado Velho e fizeram-no dar
ordens para que não houvesse mais
impostos. (…) A multidão pôs-se a
matar os oficiais do rei por causa
dos impostos. Depois, dirigiu-se
com fúria à abadia e (…) em segui-
da ao castelo, pensando em o atacar.
Michel Mollat, Génese Medieval
da França Moderna
Doc. 3 | Revoltas urbanas
Mar do Norte
Mar Negro
Roma
Veneza
Zagrebe
Mar Mediterrâneo
Milão
Zurique Munique
Génova
Paris
Estrasburgo
Antuérpia
Essen
Frankfurt
Amesterdão
Sevilha
Valência
Lisboa
Porto
Brest
Varsóvia
Cracóvia
Budapeste
Belgrado
Sofia
Tirana
Bucareste
Viena
Praga
Berlim
Hamburgo
Madrid
Bilbau
Lião
Londres
Manchester
Oslo
Estocolmo
Glasgow
Dublin
Belfast
Copenhaga
Gotemburgo
Nápoles
Palermo
OceanoAtlântico
500 km0
1250-1300
1300-1350
1350-1400
1400-1450
Saques das judiarias
na Península Ibérica
Principais centros
de revoltas urbanas
1300-1350
1350-1400
1400-1450
Principais zonas de
revoltas camponesas
DOC. 4 | Violência nos campos da Europa – Grupos
de camponeses, revoltados com o agravamento de rendas
e taxas, desencadearam assaltos e incêndios a castelos,
mosteiros e chacinaram nobres e clérigos.
DOC. 5 | Repressão das revoltas – Os levantamentos populares
foram duramente reprimidos pelos senhores medievais.
D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV
1. Que áreas da Europa foram mais afetadas por revoltas rurais e urbanas (doc. 2)?
2. A que se devem as revoltas nos campos da Europa do século XIV?
3. Mostra como a crise do século XIV afetou moralmente a sociedade (doc. 1).
AGORA, RESOLVE...
FICHA DE TRABALHO
Nº 1 (pág. 18)
… em Portugal, em meados do
século XIV, no reinado de
D. Afonso IV, decretou-se, pela
primeira vez, obrigatório o traba-
lho na agricultura?
Aos que não obedecessem, o rei
ameaçava com “penas de prisão,
multa, desterro ou açoites”.
Sabias que...
DOC. 1
Em resumo
• A crise do século XIV
manifestou-se, também,
em Portugal.
• Para resolver os problemas
da crise de cereais e da subida
dos preços e dos salários, os reis
tomaram medidas, como a Lei
das Sesmarias de D. Fernando.
• Apesar destas medidas,
a situação agravou-se
com as guerras travadas
por D. Fernando com Castela
(1369-1382).
Os reflexos da situação europeia em Portugal
Portugal, à semelhança de outros reinos da Europa, foi aba-
lado pela crise do século XIV. No reinado de D. Afonso IV
(1325-1357), ocorreram maus anos agrícolas, de que resultaram
períodos de fome e epidemias, entre as quais se destacou a Peste
Negra, em 1348. Esta epidemia provocou, em poucos meses, gran-
de mortandade nas cidades (Lisboa, Coimbra, Santarém), nos
mosteiros (Lorvão) e nas vilas (o caso de Almodôvar, no Alentejo).
Com a diminuição da população portuguesa, muitas terras fica-
ram por cultivar, o que fez diminuir a produção agrícola e, por
conseguinte, as receitas dos senhores; por outro lado, muitos dos
camponeses abandonaram os campos e rumaram às cidades.
Ora, para tentar resolver os problemas do mundo rural
(abandono das terras e quebra da produção), D. Afonso IV
publicou, em 1349, as “Leis do Trabalho”, obrigando os campo-
neses a trabalhar nas terras e fixando os salários (doc. 1). Mas estas
iniciativas não tiveram sucesso.
Com a aprendizagem deste assunto, vais ser capaz de:
• Caracterizar os problemas ocorridos em Portugal, em particular no
reinado de D. Fernando.
8 |
O agravamento da crise no reinado
de D. Fernando
No reinado de D. Fernando (1367-1383), a situação do reino
agravou-se (doc. 2). Na verdade, a contínua falta de mão de obra nos
campos (doc. 3) e o crescente aumento dos preços levaram
D. Fernando a publicar a Lei das Sesmarias (1375), que determi-
nava (doc. 4):
• a obrigação de os proprietários rurais cultivarem as suas ter-
ras, sob pena de as perderem;
• a fixação dos salários e das rendas, de modo a evitar abusos;
• a proibição da mendicidade, para fazer regressar mão de obra
à agricultura.
Entretanto, o reino confrontava-se com outro grave problema:
as Guerras Fernandinas, travadas por D. Fernando com Castela,
entre 1369 e 1382, por se julgar com direito ao trono castelhano.
Derrotado sucessivamente nas três guerras, Portugal saiu forte-
mente abalado desse conflito (doc. 5). Com efeito, agravou-se a crise
financeira, devido aos elevados gastos militares, a que se seguiu a
desvalorização da moeda e a subida dos preços. Por isso, os confli-
tos sociais aumentaram e ocorreram motins populares(doc. 6).
Mas, a crise portuguesa do século XIV piorou, ainda mais, em
1383-1385. O que aconteceu? Vamos ver.
D2 3. As especificidades da crise do século XIV
em Portugal
SUGESTÕES
METODOLÓGICAS
• Levantamento
das ideias tácitas
dos alunos sobre
os conceitos “Lei
das Sesmarias”
e “Guerras
Fernandinas”
(programa
do 5.º ano de
escolaridade).
Registo no quadro
das informações
mais relevantes
para apoio à aula.
• Redação
de duas/três frases
essenciais do
assunto abordado
na aula (registo
e leitura das
mesmas
nos últimos
7 minutos da aula).
METAS
CURRICULARES
• Descritor de
desempenho
no. 3.1.
1. Portugal,
à semelhança da
Europa, foi afetado
por fomes, guerras
e epidemias,
com destaque
para a Peste Negra.
2. D. Afonso IV
publicou as “Leis
do Trabalho”,
obrigando
os camponeses
a trabalhar nas
terras e fixando
os salários.
D. Fernando
publicou a “Lei
das Sesmarias”,
que obrigou
os proprietários
a cultivar as terras,
sob pena de
as perderem,
fixou salários
e rendas
e proibiu a
mendicidade
para fazer
regressar a mão de
obra à agricultura.
3. Guerras travadas
por D. Fernando
com Castela entre
1369 e 1382, por
se julgar com
direito ao trono
castelhano.
As derrotas
sofridas por
Portugal
provocaram
uma grave crise
financeira,
conflitos sociais e
motins populares.
| 9
El-Rei nosso senhor (D. Fernando)
considerando que por todas as partes
de seu reino há grande falta de trigo e
cevada, e outros mantimentos (…)
mandou que todos os que tivessem her-
dades suas fossem constrangidos para
as lavrar e semear. E quando os donos
das herdades as não aproveitassem,
nem dessem a aproveitar, a justiça as
entregasse a quem as lavrasse.
E todos os que eram ou costumavam
ser lavradores, que usassem de um ofí-
cio que não fosse tão proveitoso ao bem
comum como era o ofício de lavrador,
que fossem constrangidos a lavrar (…).
Fernão Lopes,
Crónica de D. Fernando (adaptado)
Doc. 4 | Lei das Sesmarias (1375)
DOC. 2 | Principais
acontecimentos
no reinado de D. Fernando.
1367 1383Reinado
de D. Fernando
Primeira
guerra fernandina
contra Castela
1369
Escassez
de cereais
1371
Segunda guerra
fernandina
1373
Levantamentos populares
contra o casamento
do rei com D. Leonor
1372
Secas
1374
Lei das Sesmarias
1375
Epidemias e secas
1376
Terceira guerra
fernandina
1381 1382
Morte de
D. Fernando
1383
Dois grandes males recebeu o reino
com esta guerra que el-rei D. Fernando
começou com el-rei D. Henrique (de
Castela). O primeiro foi o grande gasto
de ouro e prata para pagar coisas neces-
sárias à guerra. Por causa disto as coisas
subiram a tão altos preços que el-rei foi
depois obrigado a tabelá-los.
Fernão Lopes,
Crónica de D. Fernando (adaptado)
Doc. 5 | Males provocados pelas
Guerras Fernandinas
DOC. 3 | Dificuldades nos campos – Com a falta de mão de obra,
a produção agrícola diminuiu.
DOC. 6 | Assaltos e saques – Os motins populares levaram a assaltos
a castelos, casas senhoriais e mosteiros, sobretudo, no sul do país,
como em Beja, Estremoz, Évora e Portalegre.
D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV
1. Que problemas enfrentou Portugal
no século XIV (docs. 2, 3 e 6)?
2. Refere medidas tomadas
por D. Afonso IV e D. Fernando para
combater a crise da agricultura (doc. 4).
3. O que foram as Guerras Fernandinas
(doc. 5)?
AGORA, RESOLVE...
FICHA DE TRABALHO
> Nº 2 (pág. 19)
D2
… a aclamação do Mestre de Avis
nas Cortes de Coimbra (1385) teve
a oposição de muitos nobres?
Mas a pressão dos representantes
dos concelhos e os argumentos
do jurista João das Regras leva-
ram à eleição de D. João como rei
de Portugal.
Sabias que...
DOC. 1
Em resumo
• Na 2ª metade do século XIV,
Portugal envolveu-se
em guerras com Castela –
as Guerras Fernandinas.
• Mal sucedido, D. Fernando
acordou com o rei de Castela o
Tratado de Salvaterra de Magos
(1383), que pôs em perigo
a independência de Portugal.
• Em 1385, após as Cortes de
Coimbra terem aclamado
D. João, Mestre de Avis, como
rei de Portugal, travou uma
batalha decisiva para o reino –
a Batalha de Aljubarrota.
• A revolução de 1383-1385 deu
início a uma nova dinastia (Avis)
e a uma nova sociedade.
D2
10 |
A Revolução de 1383-1385
Com a aprendizagem deste assunto, vais ser capaz de:
• Identificar o problema da sucessão ao trono.
• Descrever os momentos decisivos da afirmação da independência
do reino.
• Relacionar a chegada ao poder da dinastia de Avis com as altera-
ções na sociedade portuguesa.
O Contrato de Salvaterra de Magos e o problema
da sucessão (crise dinástica)
As Guerras Fernandinas terminaram com a assinatura do
Contrato de Salvaterra de Magos (abril de 1383), acordo de casa-
mento celebrado entre D. Beatriz (filha única de D. Fernando) e o rei
D. João de Castela. Segundo este contrato, D. Leonor Teles (viúva de D.
Fernando) governaria o país como regente, até que D. Beatriz
(a herdeira legítima) tivesse um filho que, ao atingir 14 anos, se torna-
ria rei de Portugal. No caso de não haver descendência, o rei D. João
de Castela (marido de D. Beatriz) teria direito à Coroa de Portugal.
Pouco depois, morreu D. Fernando e levantou-se o problema
da sucessão. A população portuguesa estava dividida. A grande
nobreza e o alto clero, fiéis ao juramento de fidelidade a D. Beatriz,
eram favoráveis a Castela; em contrapartida, o povo miúdo, a bur-
guesia e os estratos secundários da nobreza e do clero apoiavam
D. João, mestre da Ordem de Avis e filho bastardo de D. Pedro I.
1383-1385, a afirmação da independência
nacional
Em dezembro de 1383, o povo revoltou-se em Lisboa e aclamou
D. João “Regedor e Defensor do Reino”. Em inícios de 1384, as tro-
pas castelhanas invadiram o Alentejo e foram derrotadas em
Atoleiros (docs. 3 e 4). De seguida, o rei de Castela, em defesa dos seus
direitos, invadiu Portugal e cercou Lisboa (doc. 5). Mas a peste alastrou
às suas tropas e teve de se retirar para Castela.
Nos inícios de 1385, o Mestre de Avis foi aclamado rei de
Portugal nas Cortes de Coimbra (docs. 1 e 2). De novo, o rei de Castela
invadiu o nosso país, sendo derrotado nas batalhas de Trancoso,
Aljubarrota e Valverde (docs. 3 e 6). Desta forma, Portugal conseguiu
garantir a independência. Mas a paz só veio a ser assinada em 1411.
No decorrer da revolução de 1383-1385, distinguiram-se
D. João, Mestre de Avis, Álvaro Pais (destacado burguês de Lisboa e
apoiante de D. João), João das Regras (legista e defensor do Mestre de
Avis nas Cortes de Coimbra), D. Nuno Álvares Pereira (comandante
do exército português) e, naturalmente, as massas populares.
A revolução de 1383-1385 abriu caminho a uma nova dinastia
– a de Avis e a uma nova sociedade – os membros da nobreza que se
tinham posto ao lado de D. João (ex-Mestre de Avis) receberam títu-
los, cargos e terras; certos estratos da burguesia que apoiaram a causa
foram promovidos, recebendo cargos políticos e administrativos.
ZON@ WEB
Queres saber mais
sobre D. João I?
Consulta o sítio
http://www.paginasdahistoria7.asa.pt
SUGESTÕES
METODOLÓGICAS
• Registo
no quadro, ao
longo da aula,
das palavras-
chave para
posterior
redação de um
texto (4 a 5
linhas).
• Exploração
pedagógico-
-didática da
rubrica “Grande
Plano Sobre...
A Batalha de
Aljubarrota,
1385” (Manual).
• Trabalho para
casa: realização
da ficha “Quem
foi… D. Nuno
Álvares Pereira”
(pág. 21).
• Exploração
pedagógico-
-didática da
secção
“À Conversa
com... D. João I,
O da Boa
Memória”
(pág. 22).
METAS
CURRICULARES
• Descritores de
desempenho
no.s 3.2. a 3.4.
1. Este acordo
de casamento
estabeleceu que,
após o falecimento
do rei D. Fernando,
D. Leonor Teles
ficaria como
regente até que
D. Beatriz, a
herdeira legítima,
tivesse um filho
que, ao atingir 14
anos, se tornaria
rei de Portugal.
No caso de não
haver
descendência,
o rei D. João
de Castela (marido
de D. Beatriz) teria
direito à Coroa
de Portugal.
2. Porque, após
a morte de
D. Fernando, parte
da população
do país (estratos
secundários
da nobreza e
do clero, povo
miúdo e
burguesia) não
concordou com
o estabelecido
no Contrato
de Salvaterra
de Magos e apoiou
D. João, mestre da
Ordem de Avis, ao
trono de Portugal.
3. A vitória alcançada
em Aljubarrota
pelo exército
português,
(comandado
por D. João I
e D. Nuno Álvares
Pereira e apoiado
por arqueiros
ingleses) sobre as
tropas castelhanas,
(chefiadas por
D. João I de
Castela) foi uma
decisiva prova
de afirmação
de Portugal
como nação
independente.
| 11
Doc. 2 | Aclamação do Mestre de Avis como rei de Portugal
REINODEPORTUGAL
Valença
Santiago de
Compostela
Salamanca
Tui
Porto
Guarda
Zamora
Cidade
Rodrigo
Celorico
VALVERDE
(1385)
Coimbra
Sevilha
Badajoz
Alegrete
Tomar
Santarém
Leiria
Évora
CO
RO
A
DE
CASTELA
50 km0
OceanoAtlântico
ALJUBARROTA
(1385)
ATOLEIROS
(1384)
TRANCOSO
(1385)
Lisboa
Primeira invasão (1384)
Segunda invasão (1385)
Fuga do rei de Castela para Sevilha (1385)
Batalha
Juntos em Coimbra, os prelados e os fidalgos que
entendiam defender Portugal e alguns procuradores
de certas vilas e cidades do Reino começaram a falar
de quem devia governar.
Nisto, chegou-se o dia em que haviam de abrir as
Cortes.
– Ora, senhores, – disse aquele doutor (João das
Regras) –, este Reino está de todo vago e posto à nossa
disposição para elegermos quem o defenda e governe.
De forma que, pelas coisas que até agora vimos, este
D. João, Mestre de Avis, que tanto trabalhou e trabalha
para honra deste Reino, é apto e idóneo e merece esta
honra e estado de rei.
E por acordo unânime de todos, os grandes e
comum povo responderam que promovesse o Mestre
(de Avis) à alta dignidade e estado de Rei.
Fernão Lopes, Crónica de D. João I
No lugar de Atoleiros, perto da vila
de Fronteira, o jovem fidalgo Nuno
Álvares Pereira, à frente de um
exército de cerca de mil homens,
derrotou as tropas castelhanas que
se dirigiam para Lisboa.
DOC. 4 | Batalha de Atoleiros (1384).
No dia 14 agosto de 1385, deu-se a decisiva
batalha entre Portugal e Castela – a batalha
de Aljubarrota (ver Grande Plano Sobre…
nas páginas 12 e 13).
DOC. 6 | Estandarte de D. João I
na batalha de Aljubarrota.
DOC. 3 | A guerra com Castela (1384-1385).
Enquanto o exército de Castela
se dirigia para Lisboa a fim de
cercar a cidade, uma armada
castelhana entrou no rio Tejo
para bloquear a capital
portuguesa.
DOC. 5 | Cerco de Lisboa (1384).
D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV
1. O que estabeleceu o Contrato de Salvaterra de Magos?
2. Por que razão não foi respeitado o Contrato de
Salvaterra de Magos (doc. 2)?
3. Mostra a importância da batalha de Aljubarrota (doc. 6).
AGORA, RESOLVE...
FICHA DE TRABALHO Nº 2 (pág. 19)
Após a aclamação de D. João,
Mestre de Avis, como rei de
Portugal nas Cortes de Coimbra
(abril de 1385), o rei de Castela
reuniu um grande exército e in-
vadiu de novo Portugal.
Ao seu encontro partiu uma
força militar de cerca de 10 mil
homens, comandada por D. João I
e Nuno Álvares Pereira. A maior
parte dos combatentes era for-
mada por gente do povo armada
com ferros pontiagudos (os chu-
ços), apoiada por cavaleiros, bes-
teiros e um destacamento de al-
gumas centenas de arqueiros in-
gleses.
A Batalha de
Aljubarrota (1385)
Batalha de
Aljubarrota.
D2
Grande
Plano
sobre...
Ao final da tarde do dia 14 de agosto
de 1385, deu-se a grande batalha.
No terreno, frente a frente, estavam
quase 30 mil combatentes de Castela
e pouco mais de 10 mil apoiantes
de D. João I, rei de Portugal.
Besteiro
português.
Arqueiro
inglês.
12 |
| 13
D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV
A vanguarda, chefiada por Nuno Álvares
Pereira, posicionou-se numa colina.
Era um local rodeado de pequenas
ribeiras e com um único acesso,
protegido por trincheiras e armadilhas.
A retaguarda, comandada por D. João I,
era formada por peões e besteiros; logo
atrás, situava-se o material de guerra
de apoio ao exército português (a carriagem).
As armadilhas no terreno
(fossos , “covas de lobo”)
cobriam uma área do terreno,
que foi decisiva para a vitória
portuguesa. Ocupavam
um corredor de 80 metros
de comprimento e 40 filas
paralelas.
Quando a batalha começou, a cavalaria
castelhana atacou com grande ímpeto.
Os que conseguiram romper as linhas da frente
foram cercados em tenaz. Então, cavalos
e cavaleiros foram atingidos por sucessivas
vagas de setas e dardos lançados pelos
arqueiros ingleses e besteiros portugueses.
As vítimas foram em grande número.
Ao fim de uma hora, as tropas castelhanas
puseram-se em fuga.
Disposição das tropas
portuguesas e
castelhanas no terreno.
As investidas das
tropas castelhanas
e o fecho, em tenaz,
das alas portuguesas
Tropas
castelhanas
Tropas
portuguesas
Quadro-síntese
D2
Em Poucas Palavras
14 |
1. A CRISE DO SÉCULO
XIV NA EUROPA –
CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS
DEMOGRÁFICAS
E ECONÓMICAS
• As causas da crise – guerras (destaque para a Guerra dos Cem Anos), fomes
(causadas por destruições das guerras e mudanças climáticas) e epidemias
(realce para a Peste Negra).
• Os problemas económicos e sociais da crise – sérias dificuldades económicas
(decadência da agricultura e do comércio) e sociais (diminuição da população,
revoltas nos campos e nas cidades).
2. A CRISE DO SÉCULO
XIV – OS CONFLITOS
SOCIAIS E OS
MOVIMENTOS
MILENARISTAS
• Levantamentos rurais – devido às exigências de maiores rendas e tributos
(as “jacqueries” em França, entre outros).
• Conflitos urbanos – em resultado do congelamento dos salários e das más
condições de trabalho (movimentos dos “Ciompi” em Florença, entre outros).
• Crise moral – reações da população perante um mundo de incerteza e insegurança
(danças macabras, culto de Cristo e da Virgem); movimentos milenaristas (ideias
de fim do mundo próximo e do Juízo Final).
3. AS ESPECIFICIDADES DA
CRISE DO SÉCULO XIV
EM PORTUGAL
• Reflexos da situação europeia em Portugal – várias calamidades (fomes, epidemias,
conflitos militares) que provocaram diminuição da população, abandono de terras
e conflitos sociais nos campos e nas cidades.
• A Revolução de 1383-1385:
- as origens da crise nacional: o desastre militar das Guerras Fernandinas e a assinatura
do Contrato de Salvaterra de Magos (o trono de Portugal à mercê do rei de Castela);
- os momentos decisivos da afirmação da independência do reino: a aclamação
de D. João, Mestre de Avis, como “Regedor e Defensor do Reino”; as Cortes de
Coimbra e o reconhecimento do Mestre de Avis como Rei de Portugal (D. João I);
os confrontos militares, com destaque para a vitória decisiva na batalha
de Aljubarrota (1385).
- o estabelecimento de uma nova dinastia e de uma nova sociedade: a dinastia
de Avis; a criação de uma nova nobreza e a afirmação de certos estratos
da burguesia (os apoiantes da causa do Mestre de Avis).
de um lado,
D. Beatriz (e Castela)
do outro lado,
D. João, Mestre de Avis
CRISES
E REVOLUÇÃO
NO SÉCULO XIV
a fome,
a peste e a guerra provocaram
à crise económica
e social vivida na Europa
juntou-se uma crise política
Na Europa Em Portugal
destruição
e doenças
insegurança
e medo
diminuição
da população
Consequências económicas,
sociais e morais
profunda crise moral
(ideia da morte e do Juízo Final)
Revoltas sociais
nos campos e nas cidades
O problema da sucessão
ao trono em 1383
provocou graves
conflitos sociais
e político-militares
em 1384 e 1385
(1385)
D. João I, rei de Portugal
(início de uma nova dinastia – a de Avis)
Esquema-resumo
D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV
| 15
Prova o Que SabesA1D2
1. B-A-C-D.
2. Guerras, fomes
e epidemias.
3. A Peste Negra
provocou grande
mortandade
nos campos
e nas cidades,
ocasionando falta
de mão de obra,
o que se refletiu
na produção
e nos preços.
4. Devido à crise
demográfica do
século XIV, muitos
campos ficaram
ao abandono
e a atividade
económica
regrediu. Assim,
os senhores,
para compensar
a perda
de rendimento,
exigiram mais
rendas aos
camponeses;
de igual modo,
os mercadores
e os mestres
de ofícios, para
enfrentar a queda
do comércio,
fixaram os
salários. Por isso,
nos campos
e nas cidades,
os camponeses
e os artesãos
revoltaram-se
contra as medidas
impostas.
5.1. b).
5.2. b).
(realiza as atividades no teu caderno diário)
16 |
A. Situar no tempo.
A. Morte de D. Fernando.
B. Peste Negra.
A
1. Ordena cronologicamente, do mais antigo para o mais recente, os acontecimentos A a D.
C. Subida ao trono de D. João I.
D. Batalha de Aljubarrota.
B. Analisar diferentes tipos de documentos.
C. Utilizar conhecimentos em novas situações.
2. Refere, a partir dos docs. A e B, as calamidades que atingiram a Europa no século XIV.
3. Comenta a afirmação: “A Peste Negra teve forte impacto na Europa”.
4. Explica, com base no doc. C, as revoltas sociais do século XIV.
Guerra dos Cem Anos.
1000 1100 1200 1300 1400 1500
Anos
Milhões de habitantes
40
50
60
70
80
Vítimas da Peste Negra.
Evolução da população da Europa
(1000-1500).
B
C
5. Assinala com um X a opção correta para cada uma das afirmações.
5.1. No século XIV, vários reis europeus tomaram medidas para resolver a crise. Em Portugal,
a) D. Dinis enviou aos concelhos as “Leis do Trabalho”.
b) Fernando publicou a “Lei das Sesmarias”.
5.2. Em Portugal, tal como na restante Europa, houve períodos de grande tensão social.
a) Nos campos, os senhores da terra revoltaram-se devido à quebra dos seus rendimentos.
b) Em Lisboa e noutras cidades, o povo revoltou-se contra os apoiantes de D. Beatriz.
6. Tio e sobrinha.
7. Com a morte
de D. Fernando,
levantou-se
o problema
da sucessão.
De acordo com
o Contrato
de Salvaterra de
Magos, D. Leonor
Teles governaria o
país como regente
até que D. Beatriz
tivesse um filho
que, ao atingir 14
anos, se tornaria
rei de Portugal.
Mas certos
estratos da
população não
concordaram
e nomearam
D. João, Mestre
de Avis, “regedor
e defensor do
Reino”, e que veio
a ser aclamado
rei nas Cortes
de Coimbra,
em 1385.
8. Em dezembro de
de 1383, o povo
revoltou-se em
Lisboa e aclamou
o Mestre de Avis
como “regedor
e defensor
do reino”.
Em reação,
as tropas
castelhanas
invadiram
o Alentejo, sendo
derrotados
em Atoleiros;
de seguida, o rei
de Castela invadiu
Portugal e cercou
Lisboa.
9. Resposta livre.
(itens principais
de resposta:
aclamação do
Mestre de Avis
nas Cortes de
Coimbra; batalhas
de Trancoso,
Aljubarrota
e Valverde, com
destaque para
a batalha
de Aljubarrota
na afirmação
da independência
nacional).
| 17
D. Interpretar documentos/fontes históricas.
E. Relacionar documentos diversos.
D. Leonor
Teles
Infante
D. João
Infante
D. Dinis
D. João,
Mestre de Avis
D. Fernando
Casamento
Pretendente ao trono
D. Pedro I
D. Inês de CastroD. Constança D. Teresa Lourenço
D. João,
rei de Castela
D. Beatriz
Moura
Setúbal
ÉvoraLisboa
Abrantes
Leiria
Coimbra
Porto
Braga
Castelo
Rodrigo
Guarda
Viseu
BragançaCaminha
Valença
Silves
Faro
OceanoAtlântico
Localidades que tomaram partido por D. Beatriz (por Castela)
Localidades que tomaram partido pelo Mestre de Avis
Principais centros de rebelião popular
50 km0
Estando a cidade assim cercada (…), não havia trigo
para vender, e se o havia era muito pouco e tão caro que
as pobres gentes não podiam chegar a ele. (…) Muitos
comiam ervas (…) e outros, devido à falta de carne,
comiam as carnes das bestas (…).
Ao fim de algum tempo, cercados e cercadores
sofriam grandes males – os da cidade esperavam que el-
-rei de Castela levantasse o cerco por causa da peste (…)
e os castelhanos esperavam que os de dentro, forçados
pela fome, lhes entregassem a cidade.
Fernão Lopes, Crónica de D. João I (adaptado)
Os candidatos à sucessão a D. Fernando.
O Cerco de Lisboa (1384)
Levantamentos populares em 1383.
6. Identifica a relação de parentesco entre o Mestre de Avis e D. Beatriz.
7. Explica o problema da sucessão a D. Fernando, em finais de 1383.
8. Descreve a evolução dos acontecimentos até ao cerco de Lisboa, em 1384.
João das Regras nas Cortes de Coimbra de 1385.
Nuno Álvares
Pereira,
Condestável
do Reino.
A
B
9. Redige um texto (c. 8 linhas), a partir das figuras A e B,
sobre o título “1385, um ano muito difícil para Portugal”.
Ficha de trabalho1
As crises do século XIV
(consulta as páginas 4 a 9 do manual)
A Peste em Itália
No ano de Nosso Senhor de 1348, ocorreu
em Florença, a mais bela cidade de toda a Itália,
uma peste terrível, vinda alguns anos antes do
Levante e sempre a provocar grandes danos por
onde passava. Poucos escaparam, e quase todos
morriam no terceiro dia após o aparecimento
dos sintomas. O que deu a essa peste maior viru-
lência foi o facto de passar do doente para o são,
aumentando diariamente.
Boccacio, Decameron, 1348-1353
1. Indica, a partir dos documentos, os fatores da crise do século XIV.
___________________________________________________________________________________________________
2. Refere as manifestações dessa crise em:
2.1 população europeia. ____________________________________________________________________________
2.2 produção agrícola. _____________________________________________________________________________
2.3 agitação social. ________________________________________________________________________________
3. Como se refletiu a crise do século XIV em Portugal?
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
4. Que medidas tomaram os reis portugueses para solucionar os problemas económicos e sociais da
época?
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
1349 1375
Crise económica
e social em Portugal
1348 1356 1361 1365 13941383 13841371 1373
1372
Epidemias Guerras e inundações
Peste Negra
em Portugal
Revoltas populares
Revoltas
populares
FomeSurto de peste
"Leis do Trabalho", de D. Afonso IV "Lei das Sesmarias", de D. Fernando
Falta de cereais Levantamentos
populares
Revolta social.
18 |
Crise económica e social em Portugal.
| 19
Ficha de trabalho (consulta as páginas 10 a 13 do manual)
2
A Revolução de 1383-1385
1. Refere, a partir do esquema genealógico, os graus de parentesco entre:
1.1 D. Fernando e D. Beatriz. ________________________________________________________________________
1.2 D. Pedro e o Mestre de Avis. _____________________________________________________________________
1.3 D. Beatriz e o Mestre de Avis. ____________________________________________________________________
2. Explica o problema dinástico, em 1383, levantado pela morte de D. Fernando.
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
3. Como foi resolvido o problema de sucessão nas Cortes de Coimbra (abril de 1385)?
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
4. Comenta a informação: “A batalha de Aljubarrota foi decisiva para a afirmação do reino de Portugal”.
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
Candidatos à sucessão de D. Fernando. Batalha de Aljubarrota (agosto de 1385).
D. Pedro I
(1357-1367)
D. Constança
D. Fernando
(1367-1383)
D. Leonor Teles
D. Beatriz
(casada com o rei de
Castela, D. João I)
D. João,
Mestre de Avis
Infante
D. Dinis
Infante
D. João
D. Teresa
Lourenço
D. Inês
de Castro
D. Teresa
D. Constança
(1357-1367)
D. Pedro I
D. Inês
Mestre de Avis
D. João,
Lourenço
Pretendentes ao trono
Linha de sucessão ilegítima
Linha de sucessão legítima
D. Leonor Teles
(1367-1383)
D. Fernando
Castela, D. João I)
(casada com o rei de
D. Beatriz
D. Dinis
Infante
D. João
Infante
de Castro
Pretendentes ao trono
Linha de sucessão ilegítima
Linha de sucessão legítima
D. Dinis
Infante
de Castro
Cortes de Coimbra (abril de 1385)
Falou então nas Cortes o Dr. João das Regras, homem muito letrado em leis: (…) Senhores fidalgos e ilus-
tres pessoas, bem sabeis como nestas Cortes foram por mim expostas algumas razões a mostrar que estes rei-
nos estão de todo vagos e ninguém há que possa herdá-los por linhagem, nem a quem pertençam de direito
(…) Mas como sempre estes reinos foram defendidos e mantidos por rei (…) convem-nos eleger rei que faça
tudo o que cumpre para não cairmos na sujeição de nossos inimigos (…) E pois é de considerar a pessoa
que deve ser eleita (…) vejamos que condições se requerem nela (…) deve ser de boa linhagem e de grande
coragem para defender a terra; depois ter amor aos súbditos, e com isto perfeição e devoção. Ora que todas
estas condições se acham no Mestre (…) que tanto trabalhou e trabalha por honra e defesa destes reinos (…
) e merece esta honra e estado de rei.
Fernão Lopes, Crónica de D. João I (adaptado)
20 |
DONDE VEIO?
PARA ONDE SE EXPANDIU?
QUE CONSEQUÊNCIAS TEVE?
QUE MEDIDAS FORAM
TOMADAS PARA
A COMBATER?
Lê o texto e, em seguida, res-
ponde às questões abaixo.
Aconteceu...
A Peste Negra
Esta epidemia foi trazida da Crimeia (Mar Negro) por barcos italianos que
aí negociavam. Entre 1347 e 1350, percorreu toda a Europa, sendo poucas as
regiões que escaparam. A doença era transmitida por pulgas infetadas que
provocavam nas pessoas picadas, inchaços ou bubões negros (daí o nome de
Peste Negra) acompanhados de vómitos e febres. A difusão da epidemia foi
favorecida pelas precárias condições higiénicas e sanitárias e pela subalimen-
tação das populações.
A Peste Negra provocou na Europa elevada mortandade, variável de região
para região. As cidades e os mosteiros foram muito afetados. Também desa-
pareceram milhares de aldeias. Calcula-se ter morrido um terço da popula-
ção, ou seja, cerca de 30 milhões de pessoas. Para não provocar pânico, em
muitas regiões, os sinos deixaram de tocar a finados.
A epidemia provocou reações emocionais incontroláveis entre as popula-
ções. Em muitas regiões, perseguiram-se os judeus acusados de serem os cau-
sadores da doença. Na Alemanha e na Flandres, organizaram-se procissões
onde os participantes se autoflagelavam, com chicotes, para espiar os pecados.
Para combater a epidemia, foram tomadas várias medidas como o encerra-
mento dos portos, o isolamento dos viajantes, a queima de grandes quantida-
des de plantas aromáticas para desinfetar o ar.
| 21
Quem foi?
D. Nuno Álvares Pereira, 1360-1431
D. Nuno Álvares Pereira foi ___________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
Graças ao apoio militar que deu ao mestre de Avis, conse-
guiu ser nomeado fronteiro do Alentejo e em 1384, aos 24
anos, condestável do reino, à época, a suprema chefia do exér-
cito régio. Recebeu importantes mercês e grandes doações: foi
feito conde de Ourém, de Barcelos, de Arraiolos e de Neiva.
Aos títulos juntava-se o respetivo património, originando a
maior concentração de riqueza fundiária reunida então no
reino, fora da Casa Real. O seu impressionante e crescente
poderio, a par dos interesses de grande senhor, com vassalos e
exército próprios, fizeram de Nuno Álvares Pereira um poten-
cial adversário do rei.
Bernardo Vasconcelos e Sousa, História de Portugal,
Rui Ramos (dir.) (adaptado)
A batalha de Atoleiros traduziu-se numa notável vitória
dos portugueses, graças à tática da cavalaria apeada, posta em
prática por Nuno Álvares Pereira, reforçada por besteiros e
disposta em vanguarda, retaguarda e alas.
A batalha de Aljubarrota foi ganha graças à estratégia e à
tática impostas pelo Condestável e ao seu excelente comando.
A escolha do terreno e as armadilhas que o reforçaram fizeram
por certo equilibrar o número de combatentes em presença.
Manuela Mendonça (coord.), História dos reis de Portugal. Da fundação à
perda da independência, vol. I (adaptado)
Nuno Álvares Pereira no fim da sua carreira
militar (1423).
1360: Nascimento de
Nuno Álvares Pereira.
1384: Batalha de Atoleiros (nomeado
“Condestável de Portugal”).
1385: Batalha de Aljubarrota (vitória
militar sobre Castela).
1431:
Morre no dia 1 de
abril, com fama de
santo.
2009: Canonização
pelo Papa Bento XVI.
1415: Participação na
conquista de Ceuta.
1423: Ingresso na Ordem
dos Carmelitas, tomando
o nome de Frei Nuno de
Santa Maria.
1373: Entrada na corte
de D. Fernando, como
escudeiro de Leonor
Teles.
Filho ilegítimo de D. Pedro I, tornou-se
Mestre de Avis aos 6 anos. Em 1383, à morte de
D. Fernando, seu meio-irmão, D. João encabeçou
a revolta popular em Lisboa, recebendo o título
de “defensor e regedor do reino”. Em 1385, nas
Cortes de Coimbra, foi aclamado rei de Portugal,
e, na batalha de Aljubarrota, alcançou uma vitó-
ria decisiva sobre as tropas de Castela. Em 1415,
comandou a expedição a Ceuta, dando início à
expansão ultramarina portuguesa.
Entrevistador – Hoje, connosco, Sua Alteza
D. João I, “O da Boa Memória”.
D. João I – Como disse?!
Entrev. – Então, não sabe que o seu cognome é
“O da Boa Memória”?! Foi muito bem posto,
pois o seu reinado deixou muito boas recorda-
ções. Para além de tudo, salvou a independên-
cia de Portugal após a morte de _________
__________.
D. João I – Ah! Compreendo, agora. Estou total-
mente de acordo, pois nessa altura o reino cor-
reu grande perigo.
Entrev. – Como é que tudo começou?
D. João I – Olhe, a rainha-viúva D. Leonor tinha
grande simpatia por Castela e a sua filha,
_____________________ estava prometida em
casamento ao rei de ____________________.
Entrev. – Sim, e ainda havia um tal Conde de
____________________.
D. João I – Era um forte partidário de Castela e,
ainda por cima, diz-se que era amante de
D. Leonor.
Entrev. – Enfim, só problemas!
D. João I – Bem, quanto ao Conde de Andeiro, o
problema resolveu-se num instante. Um dia,
acompanhado por gente boa de Lisboa, subi
aos Paços da Rainha e, rapidamente, demos
cabo dele.
Entrev. – Então, isso foi uma conspiração! E
depois?
D. João I – Depois, tudo se complica. A rainha-
-viúva foi para Santarém e chamou o rei de
Castela para vir a Portugal tomar posse do
trono.
Entrev. – Um problema grave.
D. João I – Sim, tivemos logo de nos preparar
para a invasão castelhana. Os burgueses de
Lisboa deram dinheiro para as despesas da
guerra e nomeei ______________, um dos pou-
cos nobres que me apoiavam, como coman-
dante-geral das tropas.
Entrev. – E, quando se deram os combates?
O que aconteceu a Lisboa?
D. João I – Bem, D. Nuno levou um pequeno
exército para Atoleiros, perto da vila de
Fronteira, no Alentejo. Aí tudo correu bem. O
pior foi em Lisboa, onde durante sete meses
sofremos um grande _______________________.
Conseguimos resistir aos ataques castelhanos,
mas foi a peste que nos salvou. Eles, assusta-
dos, levantaram o cerco à cidade.
Entrev. – Então, os castelhanos não mais volta-
ram.
D. João I, “O da Boa Memória”
(1357-1433)
22 |
À Conversa
com...
D. João I – Voltaram, pois. Quando eu fui acla-
mado rei nas Cortes de _________, em abril de
1385, o rei de Castela lançou um grande ata-
que a Portugal. Eles eram mais de 30 mil sol-
dados e, até, vinham apoiados por tropas
francesas.
Entrev. – E nós, como nos defendemos?
D. João I – Tudo se decidiu em __________, ali
bem perto da Batalha. D. Nuno Álvares Pereira
organizou um grande plano para enfrentar o
inimigo. Em primeiro lugar, minou o terreno
com as chamadas “__________”, uns buracos no
chão com paus afiados voltados para cima.
Depois, preparou as nossas tropas para ataca-
rem “em tenaz” os cavaleiros castelhanos; por
fim, colocou os arqueiros ingleses, sabiamente,
no terreno.
Entrev. – Então, tiveram a ajuda da Inglaterra!…
D. João I – Sim, se a França apoiava Castela, nós
pedimos que a Inglaterra nos apoiasse.
Entrev. – Bem feito. Quem ganhou, afinal, a
batalha de Aljubarrota?
D. João I – Quem havia de ser? Claro que fomos
nós. Mas, como eu estava um pouco receoso,
prometi a Nossa Senhora em plena batalha,
construir ali um grande mosteiro, o Mosteiro
de Santa Maria da Vitória.
Entrev. – Hoje chamado Mosteiro da ________.
Enfim, as lutas terminaram para Sua Alteza!
D. João I – Não, ainda houve alguns combates
com Castela. Mas, depois, voltei-me para o
Norte de África para combater os muçulma-
nos e tomar-lhes algumas cidades.
Entrev. – Bem, essa já é outra história.
D. João I – É verdade. São histórias de grandes
aventuras em terras e no mar, de valentes
cavaleiros e audazes marinheiros que levaram
o bom nome de Portugal a correr todo o
mundo.
Preenche os espaços em branco no texto.
TAREFA
Estátua equestre de D. João I, em Lisboa.
| 23
Título
D2 – As Crises do Século XIV
Páginas da História
3.º Ciclo do Ensino Básico
8.º Ano de Escolaridade
Autores
Aníbal Barreira
Mendes Moreira
Com a colaboração de
Eva Baptista
Imagens
© Shutterstock
Ilustração
Nuno Duarte
I+G
Execução Gráfica
CEM
Depósito Legal
N.º 369 688/14
ISBN
9788888901367
Ano / Edição
2014 / 1.a
Edição / 1.a
Tir. / 5800 Ex.
© 2014, ASA, uma editora do Grupo Leya
E-mail: apoio@asa.pt
Internet: www.asa.pt
Linha do Professor
707 258 258
Esta publicação é parte integrante do Manual
Páginas da História, 8.º ano e não poderá ser
vendida separadamente.

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A crise do século XIV na Europa

  • 1. D2 As Crises do Século XIV História | 8.º Ano de Escolaridade Aníbal Barreira | Mendes Moreira Com colaboração de Eva Baptista Páginas da História Edição do Professor No contexto de implementação das Metas Curriculares, esta pu- blicação visa cumprir o subdomínio “As Crises do Século XIV” que, embora previsto no 7.º ano, poderá, neste período de transição, não ter sido lecionado. No ano letivo 2014/15, fará por isso parte do Manual Páginas da História, 8.º ano.
  • 2. D2 AS CRISES DO SÉCULO XIV Capítulo Vítimas da Peste Negra (1347-1350). A Europa em dificuldades na 2ª metade do século XIV.
  • 3. Roteiro das Aprendizagens • Fichas de Trabalho .nº 1 (pág. 18) e nº 2 (pág. 19) • Aconteceu... A Peste Negra. (pág. 20) • Quem foi... Nuno Álvares Pereira? (pág. 21) • À Conversa com… D. João I, “O da Boa Memória”. (pág. 22) Batalha de Aljubarrota (1385).
  • 4. … o medo da morte era tão gran- de no século XIV que toda a gente clamava “Da fome, da peste e da guerra, livrai-nos Senhor”? Era o pedido que todos, ricos e pobres, faziam a Deus, apavora- dos com as desgraças da época. Sabias que... DOC. 1 Em resumo • No século XIV, a Europa viveu uma grave crise provocada por maus anos agrícolas (fomes), epidemias e guerras. • Um pouco por todo o Ocidente, a população diminuiu, a produção baixou e os preços subiram. • Para solucionar os problemas da quebra de rendimentos, os senhores exigiram maiores rendas aos camponeses. Também nas cidades, os assalariados foram sujeitos a exigências da burguesia. As causas da crise do século XIV Entre os séculos XI e XIII, a economia europeia conheceu, como sabes, uma fase de expansão. Contudo, no século XIV, a Europa foi afetada por uma grave crise económica e social, em resultado de: • guerras – no século XIV, houve muitos conflitos entre as nações europeias. Entre todos, destacou-se a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), travada entre a França e a Inglaterra, que provocou numerosas vítimas e destruições (doc. 2); • fomes – ao longo do século XIV, as populações europeias foram afetadas por muitos períodos de fome. Na verdade, a paragem dos arroteamentos, as destruições causadas pelas guerras e as más condições climatéricas provocaram grandes quebras nas produções agrícolas, originando falta de alimentos; • epidemias – os períodos de fome foram agravados pela propa- gação de doenças. A falta de alimentos, as deficientes condições higiénicas e as destruições causadas pelas guerras favoreceram a expansão das doenças epidémicas. Entre todas, destacou-se a Peste Negra, proveniente do Oriente que, de 1347 a 1350, atin- giu quase toda a Europa. Calcula-se que tenha morrido cerca de 1/3 da população europeia. Os centros urbanos foram muito afetados e, em algumas aldeias, a população desapareceu total- mente(docs. 3 e 4). Com a aprendizagem deste assunto, vais ser capaz de: • Identificar as causas da crise do século XIV. • Explicar as suas consequências demográficas e económicas. • Indicar as medidas tomadas pelos senhores e pelo poder régio para fazer face à crise. 4 | As consequências demográficas e económicas As guerras, as fomes e as epidemias provocaram um clima de insegurança e de medo (doc. 1). A população da Europa, em geral, diminuiu de forma drástica. Muita gente abandonou os campos e estabeleceu-se nas cidades, em busca de melhores condições de vida. Nos campos, por falta de mão de obra, muitas terras ficaram ao abandono, o que levou à quebra da produção agrícola e à subida dos salários dos trabalhadores. Os senhores (proprietários de terras), para compensar a perda de rendimentos, exigiram maiores rendas aos camponeses. Perante as dificuldades do mundo rural, vários monarcas europeus publicaram leis para obrigar os camponeses a trabalhar as terras, fixando-lhes também os salários. Nas cidades, o comércio foi, também, muito afetado. Por isso, os grandes mercadores e os mestres de ofícios, para fazerem face à dimi- nuição dos seus negócios, fixaram os salários dos trabalhadores. Em resultado destas imposições, surgiram por toda a Europa levantamentos nos campos e nas cidades. Vamos ver. D2 1. A crise do século XIV na Europa – causas e consequências demográficas e económicas SUGESTÕES METODOLÓGICAS • Diálogo com os alunos sobre “Peste Negra” (conceito adquirido no 5º ano de escolaridade) a fim de despoletar as suas ideias tácitas e assim motivá-los para o estudo do tema. • Redação de um texto (cerca de 5 linhas) com base nas legendas internas do documento nº 4 “Enterramento das vítimas da Peste Negra”. • Trabalho para casa: realização da ficha “Aconteceu… A Peste Negra” (pág. 20). METAS CURRICULARES • Descritores de desempenho no.s 1.1. a 1.7.
  • 5. DOC. 2 | A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) – Provocada, em grande parte, por um velho conflito entre os reis ingleses e franceses por causa de certos territórios em França, esta guerra prolongou-se por mais de um século ainda que tivesse muitos períodos de tréguas. 1. As guerras (destaque para a Guerra dos Cem Anos), as fomes e as pestes (sobretudo a Peste Negra). 2. A Peste Negra provocou elevada mortalidade na Europa, calculada em cerca de 1/3 da população. Esta epidemia afetou a população rural mas, sobretudo, a dos centros urbanos, o que se refletiu na redução de mão de obra. 3. Nos campos, diminuição da produção agrícola, subida de preços e das rendas. Nas cidades, fixação dos salários dos trabalhadores pelos grandes mercadores e mestres de ofícios. | 5 No ano do Senhor de 1347, na véspera do mês de janeiro, três galeras carrega- das de especiarias chegaram ao porto de Génova,vindasàpressadoOriente. Como estavam contaminados sem remédio, estes navios foram retirados do porto com ajuda de flechas inflamadas e outros engenhos. Empurrados de porto em porto, um dos três navios chegou a Marselha, onde morreram quatro quin- tosdapopulação. Não servia de nada fugir porque, procurando-se um ar que se julgava sadio,morria-semaisdepressa. Carta de Luís de Boeringen (cónego de Bruges), 1348 Doc. 3 | A Peste Negra DOC. 4 | Enterramento de vítimas da Peste Negra na cidade de Tounai (Bélgica), em 1349 – Esta grande epidemia, transmitida ao ser humano pelas picadas das pulgas dos ratos infetados, atingiu cerca de 2/3 da população europeia, da qual 1/3 faleceu (cerca de 25 milhões de pessoas). Em alguns locais, os sacerdotes fugiram, abandonando os fiéis que, ao morrer, ficavam sem a extrema-unção. A mortandade nas cidades era tão grande que os habituais locais de enterramento não chegavam para enterrar toda a gente. O enterro das vítimas da peste era um suplício para os acompanhantes devido aos cheiros insuportáveis dos corpos. Em algumas cidades, os cadáveres eram lançados em valas comuns. D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV 1. Enumera fatores da crise do século XIV (docs. 1 e 2). 2. Refere os efeitos da Peste Negra na demografia europeia (docs. 3 e 4). 3. Que consequências económicas resultaram da crise do século XIV? AGORA, RESOLVE... FICHA DE TRABALHO Nº 1 (pág. 18)
  • 6. Em resumo • Os problemas económicos provocaram grande agitação social nos campos e nas cidades da Europa. • As revoltas rurais e urbanas opuseram, respetivamente, senhores feudais a camponeses e a burguesia das cidades aos seus assalariados. • Os motins populares, por vezes de grande violência, foram reprimidos duramente pelos senhores rurais e pela burguesia urbana. • Nesta época, a ideia da morte atormentava as populações. Com a aprendizagem deste assunto, vais ser capaz de: • Relacionar as revoltas rurais com as medidas senhoriais e régias. • Caracterizar os movimentos populares rurais e os conflitos sociais urbanos. • Explicar o aparecimento de movimentos milenaristas. 6 | A crise moral Perante um mundo de violência e de insegurança, as popula- ções viveram tempos de grande perturbação e angústia (doc. 1). Na verdade, como se pode ver nas manifestações artísticas da época, a representação das danças macabras (doc. 1) e as figuras de Cristo e da Virgem, em sofrimento, conheceram então uma grande divulgação. Os fiéis, perturbados, procuraram formas de religião popular. Uns, como a seita dos flagelantes*, incitaram à penitência para expiar os seus pecados, outros desenvolveram heresias, isto é, doutri- nas não aceites pela Igreja e outros ainda defenderam ideias de fim do mundo próximo e da realização do Juízo Final (movimentos milenaristas). Mas houve, ainda, grupos que, perante um futuro imprevisível, adotaram uma atitude de indiferença e procuraram viver da melhor forma o seu dia a dia. D2 2. A crise do século XIV – os conflitos sociais e os movimentos milenaristas SUGESTÕES METODOLÓGICAS • Registo no quadro, ao longo da aula, das palavras-chave para posterior redação de um texto (4 a 5 linhas). • Realização ao longo da aula, de um esquema a fim de os alunos sistematizarem os conteúdos mais significativos. • Formulação de uma/duas questões (trabalho de pares) nos últimos 7 minutos da aula. Em seguida, outro grupo de alunos responde às perguntas dos colegas. METAS CURRICULARES • Descritores de desempenho no.s 2.1. a 2.3. As revoltas nos campos e nas cidades As graves alterações na economia europeia provocaram, como sabes, mal-estar nas populações e geraram descontentamento: • nos campos, os rurais viram a sua situação agravada, em virtude de os senhores exigirem maiores rendas e tributos; • nas cidades, os assalariados enfrentaram o congelamento dos salários e as más condições de trabalho, impostas pelos grandes mercadores e pelos mestres das oficinas em defesa dos seus inte- resses. Assim, a crise económica provocou conflitos entre camponeses e senhores feudais e entre assalariados e mercadores e mestres das ofici- nas. Então, ocorreram por toda a Europa revoltas populares que, por vezes, assumiram grande violência. Entre as revoltas rurais(docs. 2 e 4), destacaram-se as “jacqueries” em França (1358), isto é, motins de camponeses que foram provoca- dos pela queda dos preços dos cereais e aumento dos impostos lança- dos pelos nobres. Quanto às revoltas urbanas (docs. 2 e 3), salientaram-se os confli- tos dos “Ciompi”, em Florença (entre 1343 e 1378), em que os traba- lhadores da indústria têxtil se revoltaram contra a exploração salarial e disputaram violentamente o governo da cidade à alta burguesia. Estas revoltas populares, em particular as rurais, terminaram com ações de forte repressão por parte dos senhores(docs. 4 e 5). … nesta época de tantas calami- dades e de grande insegurança, a arte representava danças maca- bras, em sinal de medo do futuro (doc. 1)? Face aos vários perigos e dificul- dades em que viviam, muitos até esperavam a vinda do Filho de Deus para realizar o Juízo Final. Sabias que... DOC. 1 * Flagelantes – os que se castigavam a si próprios, com vista à purificação dos pecados.
  • 7. DOC. 2 | Revoltas na Europa do século XIV. 1. No século XIV, ocorreram conflitos sociais um pouco por toda a Europa, em particular na Inglaterra e França (revoltas rurais) e nas repúblicas italianas (revoltas urbanas). 2. Devido à quebra de rendimentos, os senhores agravaram as rendas e tributos sobre os camponeses. Então, estes revoltaram-se (assaltos, incêndios, assassinatos), o que levou a uma forte repressão pelos senhores medievais. 3. O clima de violência e de insegurança provocou perturbação e angústia, que se refletiu na arte – representação de danças macabras e de figuras de Cristo e da Virgem em sofrimento; por outro lado, surgiram seitas religiosas e movimentos milenaristas que pregavam ideias de fim do mundo próximo e da realização do Juízo Final. | 7 Na cidade de Ruão (em 1382), duzentos homens de ofícios foram à loja de um negociante de tecidos, a quem chamavam o Gordo e fize- ram-no seu chefe. (…) Levaram-no ao Mercado Velho e fizeram-no dar ordens para que não houvesse mais impostos. (…) A multidão pôs-se a matar os oficiais do rei por causa dos impostos. Depois, dirigiu-se com fúria à abadia e (…) em segui- da ao castelo, pensando em o atacar. Michel Mollat, Génese Medieval da França Moderna Doc. 3 | Revoltas urbanas Mar do Norte Mar Negro Roma Veneza Zagrebe Mar Mediterrâneo Milão Zurique Munique Génova Paris Estrasburgo Antuérpia Essen Frankfurt Amesterdão Sevilha Valência Lisboa Porto Brest Varsóvia Cracóvia Budapeste Belgrado Sofia Tirana Bucareste Viena Praga Berlim Hamburgo Madrid Bilbau Lião Londres Manchester Oslo Estocolmo Glasgow Dublin Belfast Copenhaga Gotemburgo Nápoles Palermo OceanoAtlântico 500 km0 1250-1300 1300-1350 1350-1400 1400-1450 Saques das judiarias na Península Ibérica Principais centros de revoltas urbanas 1300-1350 1350-1400 1400-1450 Principais zonas de revoltas camponesas DOC. 4 | Violência nos campos da Europa – Grupos de camponeses, revoltados com o agravamento de rendas e taxas, desencadearam assaltos e incêndios a castelos, mosteiros e chacinaram nobres e clérigos. DOC. 5 | Repressão das revoltas – Os levantamentos populares foram duramente reprimidos pelos senhores medievais. D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV 1. Que áreas da Europa foram mais afetadas por revoltas rurais e urbanas (doc. 2)? 2. A que se devem as revoltas nos campos da Europa do século XIV? 3. Mostra como a crise do século XIV afetou moralmente a sociedade (doc. 1). AGORA, RESOLVE... FICHA DE TRABALHO Nº 1 (pág. 18)
  • 8. … em Portugal, em meados do século XIV, no reinado de D. Afonso IV, decretou-se, pela primeira vez, obrigatório o traba- lho na agricultura? Aos que não obedecessem, o rei ameaçava com “penas de prisão, multa, desterro ou açoites”. Sabias que... DOC. 1 Em resumo • A crise do século XIV manifestou-se, também, em Portugal. • Para resolver os problemas da crise de cereais e da subida dos preços e dos salários, os reis tomaram medidas, como a Lei das Sesmarias de D. Fernando. • Apesar destas medidas, a situação agravou-se com as guerras travadas por D. Fernando com Castela (1369-1382). Os reflexos da situação europeia em Portugal Portugal, à semelhança de outros reinos da Europa, foi aba- lado pela crise do século XIV. No reinado de D. Afonso IV (1325-1357), ocorreram maus anos agrícolas, de que resultaram períodos de fome e epidemias, entre as quais se destacou a Peste Negra, em 1348. Esta epidemia provocou, em poucos meses, gran- de mortandade nas cidades (Lisboa, Coimbra, Santarém), nos mosteiros (Lorvão) e nas vilas (o caso de Almodôvar, no Alentejo). Com a diminuição da população portuguesa, muitas terras fica- ram por cultivar, o que fez diminuir a produção agrícola e, por conseguinte, as receitas dos senhores; por outro lado, muitos dos camponeses abandonaram os campos e rumaram às cidades. Ora, para tentar resolver os problemas do mundo rural (abandono das terras e quebra da produção), D. Afonso IV publicou, em 1349, as “Leis do Trabalho”, obrigando os campo- neses a trabalhar nas terras e fixando os salários (doc. 1). Mas estas iniciativas não tiveram sucesso. Com a aprendizagem deste assunto, vais ser capaz de: • Caracterizar os problemas ocorridos em Portugal, em particular no reinado de D. Fernando. 8 | O agravamento da crise no reinado de D. Fernando No reinado de D. Fernando (1367-1383), a situação do reino agravou-se (doc. 2). Na verdade, a contínua falta de mão de obra nos campos (doc. 3) e o crescente aumento dos preços levaram D. Fernando a publicar a Lei das Sesmarias (1375), que determi- nava (doc. 4): • a obrigação de os proprietários rurais cultivarem as suas ter- ras, sob pena de as perderem; • a fixação dos salários e das rendas, de modo a evitar abusos; • a proibição da mendicidade, para fazer regressar mão de obra à agricultura. Entretanto, o reino confrontava-se com outro grave problema: as Guerras Fernandinas, travadas por D. Fernando com Castela, entre 1369 e 1382, por se julgar com direito ao trono castelhano. Derrotado sucessivamente nas três guerras, Portugal saiu forte- mente abalado desse conflito (doc. 5). Com efeito, agravou-se a crise financeira, devido aos elevados gastos militares, a que se seguiu a desvalorização da moeda e a subida dos preços. Por isso, os confli- tos sociais aumentaram e ocorreram motins populares(doc. 6). Mas, a crise portuguesa do século XIV piorou, ainda mais, em 1383-1385. O que aconteceu? Vamos ver. D2 3. As especificidades da crise do século XIV em Portugal SUGESTÕES METODOLÓGICAS • Levantamento das ideias tácitas dos alunos sobre os conceitos “Lei das Sesmarias” e “Guerras Fernandinas” (programa do 5.º ano de escolaridade). Registo no quadro das informações mais relevantes para apoio à aula. • Redação de duas/três frases essenciais do assunto abordado na aula (registo e leitura das mesmas nos últimos 7 minutos da aula). METAS CURRICULARES • Descritor de desempenho no. 3.1.
  • 9. 1. Portugal, à semelhança da Europa, foi afetado por fomes, guerras e epidemias, com destaque para a Peste Negra. 2. D. Afonso IV publicou as “Leis do Trabalho”, obrigando os camponeses a trabalhar nas terras e fixando os salários. D. Fernando publicou a “Lei das Sesmarias”, que obrigou os proprietários a cultivar as terras, sob pena de as perderem, fixou salários e rendas e proibiu a mendicidade para fazer regressar a mão de obra à agricultura. 3. Guerras travadas por D. Fernando com Castela entre 1369 e 1382, por se julgar com direito ao trono castelhano. As derrotas sofridas por Portugal provocaram uma grave crise financeira, conflitos sociais e motins populares. | 9 El-Rei nosso senhor (D. Fernando) considerando que por todas as partes de seu reino há grande falta de trigo e cevada, e outros mantimentos (…) mandou que todos os que tivessem her- dades suas fossem constrangidos para as lavrar e semear. E quando os donos das herdades as não aproveitassem, nem dessem a aproveitar, a justiça as entregasse a quem as lavrasse. E todos os que eram ou costumavam ser lavradores, que usassem de um ofí- cio que não fosse tão proveitoso ao bem comum como era o ofício de lavrador, que fossem constrangidos a lavrar (…). Fernão Lopes, Crónica de D. Fernando (adaptado) Doc. 4 | Lei das Sesmarias (1375) DOC. 2 | Principais acontecimentos no reinado de D. Fernando. 1367 1383Reinado de D. Fernando Primeira guerra fernandina contra Castela 1369 Escassez de cereais 1371 Segunda guerra fernandina 1373 Levantamentos populares contra o casamento do rei com D. Leonor 1372 Secas 1374 Lei das Sesmarias 1375 Epidemias e secas 1376 Terceira guerra fernandina 1381 1382 Morte de D. Fernando 1383 Dois grandes males recebeu o reino com esta guerra que el-rei D. Fernando começou com el-rei D. Henrique (de Castela). O primeiro foi o grande gasto de ouro e prata para pagar coisas neces- sárias à guerra. Por causa disto as coisas subiram a tão altos preços que el-rei foi depois obrigado a tabelá-los. Fernão Lopes, Crónica de D. Fernando (adaptado) Doc. 5 | Males provocados pelas Guerras Fernandinas DOC. 3 | Dificuldades nos campos – Com a falta de mão de obra, a produção agrícola diminuiu. DOC. 6 | Assaltos e saques – Os motins populares levaram a assaltos a castelos, casas senhoriais e mosteiros, sobretudo, no sul do país, como em Beja, Estremoz, Évora e Portalegre. D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV 1. Que problemas enfrentou Portugal no século XIV (docs. 2, 3 e 6)? 2. Refere medidas tomadas por D. Afonso IV e D. Fernando para combater a crise da agricultura (doc. 4). 3. O que foram as Guerras Fernandinas (doc. 5)? AGORA, RESOLVE... FICHA DE TRABALHO > Nº 2 (pág. 19)
  • 10. D2 … a aclamação do Mestre de Avis nas Cortes de Coimbra (1385) teve a oposição de muitos nobres? Mas a pressão dos representantes dos concelhos e os argumentos do jurista João das Regras leva- ram à eleição de D. João como rei de Portugal. Sabias que... DOC. 1 Em resumo • Na 2ª metade do século XIV, Portugal envolveu-se em guerras com Castela – as Guerras Fernandinas. • Mal sucedido, D. Fernando acordou com o rei de Castela o Tratado de Salvaterra de Magos (1383), que pôs em perigo a independência de Portugal. • Em 1385, após as Cortes de Coimbra terem aclamado D. João, Mestre de Avis, como rei de Portugal, travou uma batalha decisiva para o reino – a Batalha de Aljubarrota. • A revolução de 1383-1385 deu início a uma nova dinastia (Avis) e a uma nova sociedade. D2 10 | A Revolução de 1383-1385 Com a aprendizagem deste assunto, vais ser capaz de: • Identificar o problema da sucessão ao trono. • Descrever os momentos decisivos da afirmação da independência do reino. • Relacionar a chegada ao poder da dinastia de Avis com as altera- ções na sociedade portuguesa. O Contrato de Salvaterra de Magos e o problema da sucessão (crise dinástica) As Guerras Fernandinas terminaram com a assinatura do Contrato de Salvaterra de Magos (abril de 1383), acordo de casa- mento celebrado entre D. Beatriz (filha única de D. Fernando) e o rei D. João de Castela. Segundo este contrato, D. Leonor Teles (viúva de D. Fernando) governaria o país como regente, até que D. Beatriz (a herdeira legítima) tivesse um filho que, ao atingir 14 anos, se torna- ria rei de Portugal. No caso de não haver descendência, o rei D. João de Castela (marido de D. Beatriz) teria direito à Coroa de Portugal. Pouco depois, morreu D. Fernando e levantou-se o problema da sucessão. A população portuguesa estava dividida. A grande nobreza e o alto clero, fiéis ao juramento de fidelidade a D. Beatriz, eram favoráveis a Castela; em contrapartida, o povo miúdo, a bur- guesia e os estratos secundários da nobreza e do clero apoiavam D. João, mestre da Ordem de Avis e filho bastardo de D. Pedro I. 1383-1385, a afirmação da independência nacional Em dezembro de 1383, o povo revoltou-se em Lisboa e aclamou D. João “Regedor e Defensor do Reino”. Em inícios de 1384, as tro- pas castelhanas invadiram o Alentejo e foram derrotadas em Atoleiros (docs. 3 e 4). De seguida, o rei de Castela, em defesa dos seus direitos, invadiu Portugal e cercou Lisboa (doc. 5). Mas a peste alastrou às suas tropas e teve de se retirar para Castela. Nos inícios de 1385, o Mestre de Avis foi aclamado rei de Portugal nas Cortes de Coimbra (docs. 1 e 2). De novo, o rei de Castela invadiu o nosso país, sendo derrotado nas batalhas de Trancoso, Aljubarrota e Valverde (docs. 3 e 6). Desta forma, Portugal conseguiu garantir a independência. Mas a paz só veio a ser assinada em 1411. No decorrer da revolução de 1383-1385, distinguiram-se D. João, Mestre de Avis, Álvaro Pais (destacado burguês de Lisboa e apoiante de D. João), João das Regras (legista e defensor do Mestre de Avis nas Cortes de Coimbra), D. Nuno Álvares Pereira (comandante do exército português) e, naturalmente, as massas populares. A revolução de 1383-1385 abriu caminho a uma nova dinastia – a de Avis e a uma nova sociedade – os membros da nobreza que se tinham posto ao lado de D. João (ex-Mestre de Avis) receberam títu- los, cargos e terras; certos estratos da burguesia que apoiaram a causa foram promovidos, recebendo cargos políticos e administrativos. ZON@ WEB Queres saber mais sobre D. João I? Consulta o sítio http://www.paginasdahistoria7.asa.pt SUGESTÕES METODOLÓGICAS • Registo no quadro, ao longo da aula, das palavras- chave para posterior redação de um texto (4 a 5 linhas). • Exploração pedagógico- -didática da rubrica “Grande Plano Sobre... A Batalha de Aljubarrota, 1385” (Manual). • Trabalho para casa: realização da ficha “Quem foi… D. Nuno Álvares Pereira” (pág. 21). • Exploração pedagógico- -didática da secção “À Conversa com... D. João I, O da Boa Memória” (pág. 22). METAS CURRICULARES • Descritores de desempenho no.s 3.2. a 3.4.
  • 11. 1. Este acordo de casamento estabeleceu que, após o falecimento do rei D. Fernando, D. Leonor Teles ficaria como regente até que D. Beatriz, a herdeira legítima, tivesse um filho que, ao atingir 14 anos, se tornaria rei de Portugal. No caso de não haver descendência, o rei D. João de Castela (marido de D. Beatriz) teria direito à Coroa de Portugal. 2. Porque, após a morte de D. Fernando, parte da população do país (estratos secundários da nobreza e do clero, povo miúdo e burguesia) não concordou com o estabelecido no Contrato de Salvaterra de Magos e apoiou D. João, mestre da Ordem de Avis, ao trono de Portugal. 3. A vitória alcançada em Aljubarrota pelo exército português, (comandado por D. João I e D. Nuno Álvares Pereira e apoiado por arqueiros ingleses) sobre as tropas castelhanas, (chefiadas por D. João I de Castela) foi uma decisiva prova de afirmação de Portugal como nação independente. | 11 Doc. 2 | Aclamação do Mestre de Avis como rei de Portugal REINODEPORTUGAL Valença Santiago de Compostela Salamanca Tui Porto Guarda Zamora Cidade Rodrigo Celorico VALVERDE (1385) Coimbra Sevilha Badajoz Alegrete Tomar Santarém Leiria Évora CO RO A DE CASTELA 50 km0 OceanoAtlântico ALJUBARROTA (1385) ATOLEIROS (1384) TRANCOSO (1385) Lisboa Primeira invasão (1384) Segunda invasão (1385) Fuga do rei de Castela para Sevilha (1385) Batalha Juntos em Coimbra, os prelados e os fidalgos que entendiam defender Portugal e alguns procuradores de certas vilas e cidades do Reino começaram a falar de quem devia governar. Nisto, chegou-se o dia em que haviam de abrir as Cortes. – Ora, senhores, – disse aquele doutor (João das Regras) –, este Reino está de todo vago e posto à nossa disposição para elegermos quem o defenda e governe. De forma que, pelas coisas que até agora vimos, este D. João, Mestre de Avis, que tanto trabalhou e trabalha para honra deste Reino, é apto e idóneo e merece esta honra e estado de rei. E por acordo unânime de todos, os grandes e comum povo responderam que promovesse o Mestre (de Avis) à alta dignidade e estado de Rei. Fernão Lopes, Crónica de D. João I No lugar de Atoleiros, perto da vila de Fronteira, o jovem fidalgo Nuno Álvares Pereira, à frente de um exército de cerca de mil homens, derrotou as tropas castelhanas que se dirigiam para Lisboa. DOC. 4 | Batalha de Atoleiros (1384). No dia 14 agosto de 1385, deu-se a decisiva batalha entre Portugal e Castela – a batalha de Aljubarrota (ver Grande Plano Sobre… nas páginas 12 e 13). DOC. 6 | Estandarte de D. João I na batalha de Aljubarrota. DOC. 3 | A guerra com Castela (1384-1385). Enquanto o exército de Castela se dirigia para Lisboa a fim de cercar a cidade, uma armada castelhana entrou no rio Tejo para bloquear a capital portuguesa. DOC. 5 | Cerco de Lisboa (1384). D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV 1. O que estabeleceu o Contrato de Salvaterra de Magos? 2. Por que razão não foi respeitado o Contrato de Salvaterra de Magos (doc. 2)? 3. Mostra a importância da batalha de Aljubarrota (doc. 6). AGORA, RESOLVE... FICHA DE TRABALHO Nº 2 (pág. 19)
  • 12. Após a aclamação de D. João, Mestre de Avis, como rei de Portugal nas Cortes de Coimbra (abril de 1385), o rei de Castela reuniu um grande exército e in- vadiu de novo Portugal. Ao seu encontro partiu uma força militar de cerca de 10 mil homens, comandada por D. João I e Nuno Álvares Pereira. A maior parte dos combatentes era for- mada por gente do povo armada com ferros pontiagudos (os chu- ços), apoiada por cavaleiros, bes- teiros e um destacamento de al- gumas centenas de arqueiros in- gleses. A Batalha de Aljubarrota (1385) Batalha de Aljubarrota. D2 Grande Plano sobre... Ao final da tarde do dia 14 de agosto de 1385, deu-se a grande batalha. No terreno, frente a frente, estavam quase 30 mil combatentes de Castela e pouco mais de 10 mil apoiantes de D. João I, rei de Portugal. Besteiro português. Arqueiro inglês. 12 |
  • 13. | 13 D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV A vanguarda, chefiada por Nuno Álvares Pereira, posicionou-se numa colina. Era um local rodeado de pequenas ribeiras e com um único acesso, protegido por trincheiras e armadilhas. A retaguarda, comandada por D. João I, era formada por peões e besteiros; logo atrás, situava-se o material de guerra de apoio ao exército português (a carriagem). As armadilhas no terreno (fossos , “covas de lobo”) cobriam uma área do terreno, que foi decisiva para a vitória portuguesa. Ocupavam um corredor de 80 metros de comprimento e 40 filas paralelas. Quando a batalha começou, a cavalaria castelhana atacou com grande ímpeto. Os que conseguiram romper as linhas da frente foram cercados em tenaz. Então, cavalos e cavaleiros foram atingidos por sucessivas vagas de setas e dardos lançados pelos arqueiros ingleses e besteiros portugueses. As vítimas foram em grande número. Ao fim de uma hora, as tropas castelhanas puseram-se em fuga. Disposição das tropas portuguesas e castelhanas no terreno. As investidas das tropas castelhanas e o fecho, em tenaz, das alas portuguesas Tropas castelhanas Tropas portuguesas
  • 14. Quadro-síntese D2 Em Poucas Palavras 14 | 1. A CRISE DO SÉCULO XIV NA EUROPA – CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DEMOGRÁFICAS E ECONÓMICAS • As causas da crise – guerras (destaque para a Guerra dos Cem Anos), fomes (causadas por destruições das guerras e mudanças climáticas) e epidemias (realce para a Peste Negra). • Os problemas económicos e sociais da crise – sérias dificuldades económicas (decadência da agricultura e do comércio) e sociais (diminuição da população, revoltas nos campos e nas cidades). 2. A CRISE DO SÉCULO XIV – OS CONFLITOS SOCIAIS E OS MOVIMENTOS MILENARISTAS • Levantamentos rurais – devido às exigências de maiores rendas e tributos (as “jacqueries” em França, entre outros). • Conflitos urbanos – em resultado do congelamento dos salários e das más condições de trabalho (movimentos dos “Ciompi” em Florença, entre outros). • Crise moral – reações da população perante um mundo de incerteza e insegurança (danças macabras, culto de Cristo e da Virgem); movimentos milenaristas (ideias de fim do mundo próximo e do Juízo Final). 3. AS ESPECIFICIDADES DA CRISE DO SÉCULO XIV EM PORTUGAL • Reflexos da situação europeia em Portugal – várias calamidades (fomes, epidemias, conflitos militares) que provocaram diminuição da população, abandono de terras e conflitos sociais nos campos e nas cidades. • A Revolução de 1383-1385: - as origens da crise nacional: o desastre militar das Guerras Fernandinas e a assinatura do Contrato de Salvaterra de Magos (o trono de Portugal à mercê do rei de Castela); - os momentos decisivos da afirmação da independência do reino: a aclamação de D. João, Mestre de Avis, como “Regedor e Defensor do Reino”; as Cortes de Coimbra e o reconhecimento do Mestre de Avis como Rei de Portugal (D. João I); os confrontos militares, com destaque para a vitória decisiva na batalha de Aljubarrota (1385). - o estabelecimento de uma nova dinastia e de uma nova sociedade: a dinastia de Avis; a criação de uma nova nobreza e a afirmação de certos estratos da burguesia (os apoiantes da causa do Mestre de Avis).
  • 15. de um lado, D. Beatriz (e Castela) do outro lado, D. João, Mestre de Avis CRISES E REVOLUÇÃO NO SÉCULO XIV a fome, a peste e a guerra provocaram à crise económica e social vivida na Europa juntou-se uma crise política Na Europa Em Portugal destruição e doenças insegurança e medo diminuição da população Consequências económicas, sociais e morais profunda crise moral (ideia da morte e do Juízo Final) Revoltas sociais nos campos e nas cidades O problema da sucessão ao trono em 1383 provocou graves conflitos sociais e político-militares em 1384 e 1385 (1385) D. João I, rei de Portugal (início de uma nova dinastia – a de Avis) Esquema-resumo D2 – AS CRISES DO SÉCULO XIV | 15
  • 16. Prova o Que SabesA1D2 1. B-A-C-D. 2. Guerras, fomes e epidemias. 3. A Peste Negra provocou grande mortandade nos campos e nas cidades, ocasionando falta de mão de obra, o que se refletiu na produção e nos preços. 4. Devido à crise demográfica do século XIV, muitos campos ficaram ao abandono e a atividade económica regrediu. Assim, os senhores, para compensar a perda de rendimento, exigiram mais rendas aos camponeses; de igual modo, os mercadores e os mestres de ofícios, para enfrentar a queda do comércio, fixaram os salários. Por isso, nos campos e nas cidades, os camponeses e os artesãos revoltaram-se contra as medidas impostas. 5.1. b). 5.2. b). (realiza as atividades no teu caderno diário) 16 | A. Situar no tempo. A. Morte de D. Fernando. B. Peste Negra. A 1. Ordena cronologicamente, do mais antigo para o mais recente, os acontecimentos A a D. C. Subida ao trono de D. João I. D. Batalha de Aljubarrota. B. Analisar diferentes tipos de documentos. C. Utilizar conhecimentos em novas situações. 2. Refere, a partir dos docs. A e B, as calamidades que atingiram a Europa no século XIV. 3. Comenta a afirmação: “A Peste Negra teve forte impacto na Europa”. 4. Explica, com base no doc. C, as revoltas sociais do século XIV. Guerra dos Cem Anos. 1000 1100 1200 1300 1400 1500 Anos Milhões de habitantes 40 50 60 70 80 Vítimas da Peste Negra. Evolução da população da Europa (1000-1500). B C 5. Assinala com um X a opção correta para cada uma das afirmações. 5.1. No século XIV, vários reis europeus tomaram medidas para resolver a crise. Em Portugal, a) D. Dinis enviou aos concelhos as “Leis do Trabalho”. b) Fernando publicou a “Lei das Sesmarias”. 5.2. Em Portugal, tal como na restante Europa, houve períodos de grande tensão social. a) Nos campos, os senhores da terra revoltaram-se devido à quebra dos seus rendimentos. b) Em Lisboa e noutras cidades, o povo revoltou-se contra os apoiantes de D. Beatriz.
  • 17. 6. Tio e sobrinha. 7. Com a morte de D. Fernando, levantou-se o problema da sucessão. De acordo com o Contrato de Salvaterra de Magos, D. Leonor Teles governaria o país como regente até que D. Beatriz tivesse um filho que, ao atingir 14 anos, se tornaria rei de Portugal. Mas certos estratos da população não concordaram e nomearam D. João, Mestre de Avis, “regedor e defensor do Reino”, e que veio a ser aclamado rei nas Cortes de Coimbra, em 1385. 8. Em dezembro de de 1383, o povo revoltou-se em Lisboa e aclamou o Mestre de Avis como “regedor e defensor do reino”. Em reação, as tropas castelhanas invadiram o Alentejo, sendo derrotados em Atoleiros; de seguida, o rei de Castela invadiu Portugal e cercou Lisboa. 9. Resposta livre. (itens principais de resposta: aclamação do Mestre de Avis nas Cortes de Coimbra; batalhas de Trancoso, Aljubarrota e Valverde, com destaque para a batalha de Aljubarrota na afirmação da independência nacional). | 17 D. Interpretar documentos/fontes históricas. E. Relacionar documentos diversos. D. Leonor Teles Infante D. João Infante D. Dinis D. João, Mestre de Avis D. Fernando Casamento Pretendente ao trono D. Pedro I D. Inês de CastroD. Constança D. Teresa Lourenço D. João, rei de Castela D. Beatriz Moura Setúbal ÉvoraLisboa Abrantes Leiria Coimbra Porto Braga Castelo Rodrigo Guarda Viseu BragançaCaminha Valença Silves Faro OceanoAtlântico Localidades que tomaram partido por D. Beatriz (por Castela) Localidades que tomaram partido pelo Mestre de Avis Principais centros de rebelião popular 50 km0 Estando a cidade assim cercada (…), não havia trigo para vender, e se o havia era muito pouco e tão caro que as pobres gentes não podiam chegar a ele. (…) Muitos comiam ervas (…) e outros, devido à falta de carne, comiam as carnes das bestas (…). Ao fim de algum tempo, cercados e cercadores sofriam grandes males – os da cidade esperavam que el- -rei de Castela levantasse o cerco por causa da peste (…) e os castelhanos esperavam que os de dentro, forçados pela fome, lhes entregassem a cidade. Fernão Lopes, Crónica de D. João I (adaptado) Os candidatos à sucessão a D. Fernando. O Cerco de Lisboa (1384) Levantamentos populares em 1383. 6. Identifica a relação de parentesco entre o Mestre de Avis e D. Beatriz. 7. Explica o problema da sucessão a D. Fernando, em finais de 1383. 8. Descreve a evolução dos acontecimentos até ao cerco de Lisboa, em 1384. João das Regras nas Cortes de Coimbra de 1385. Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino. A B 9. Redige um texto (c. 8 linhas), a partir das figuras A e B, sobre o título “1385, um ano muito difícil para Portugal”.
  • 18. Ficha de trabalho1 As crises do século XIV (consulta as páginas 4 a 9 do manual) A Peste em Itália No ano de Nosso Senhor de 1348, ocorreu em Florença, a mais bela cidade de toda a Itália, uma peste terrível, vinda alguns anos antes do Levante e sempre a provocar grandes danos por onde passava. Poucos escaparam, e quase todos morriam no terceiro dia após o aparecimento dos sintomas. O que deu a essa peste maior viru- lência foi o facto de passar do doente para o são, aumentando diariamente. Boccacio, Decameron, 1348-1353 1. Indica, a partir dos documentos, os fatores da crise do século XIV. ___________________________________________________________________________________________________ 2. Refere as manifestações dessa crise em: 2.1 população europeia. ____________________________________________________________________________ 2.2 produção agrícola. _____________________________________________________________________________ 2.3 agitação social. ________________________________________________________________________________ 3. Como se refletiu a crise do século XIV em Portugal? ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ 4. Que medidas tomaram os reis portugueses para solucionar os problemas económicos e sociais da época? ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ 1349 1375 Crise económica e social em Portugal 1348 1356 1361 1365 13941383 13841371 1373 1372 Epidemias Guerras e inundações Peste Negra em Portugal Revoltas populares Revoltas populares FomeSurto de peste "Leis do Trabalho", de D. Afonso IV "Lei das Sesmarias", de D. Fernando Falta de cereais Levantamentos populares Revolta social. 18 | Crise económica e social em Portugal.
  • 19. | 19 Ficha de trabalho (consulta as páginas 10 a 13 do manual) 2 A Revolução de 1383-1385 1. Refere, a partir do esquema genealógico, os graus de parentesco entre: 1.1 D. Fernando e D. Beatriz. ________________________________________________________________________ 1.2 D. Pedro e o Mestre de Avis. _____________________________________________________________________ 1.3 D. Beatriz e o Mestre de Avis. ____________________________________________________________________ 2. Explica o problema dinástico, em 1383, levantado pela morte de D. Fernando. ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ 3. Como foi resolvido o problema de sucessão nas Cortes de Coimbra (abril de 1385)? ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ 4. Comenta a informação: “A batalha de Aljubarrota foi decisiva para a afirmação do reino de Portugal”. ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ Candidatos à sucessão de D. Fernando. Batalha de Aljubarrota (agosto de 1385). D. Pedro I (1357-1367) D. Constança D. Fernando (1367-1383) D. Leonor Teles D. Beatriz (casada com o rei de Castela, D. João I) D. João, Mestre de Avis Infante D. Dinis Infante D. João D. Teresa Lourenço D. Inês de Castro D. Teresa D. Constança (1357-1367) D. Pedro I D. Inês Mestre de Avis D. João, Lourenço Pretendentes ao trono Linha de sucessão ilegítima Linha de sucessão legítima D. Leonor Teles (1367-1383) D. Fernando Castela, D. João I) (casada com o rei de D. Beatriz D. Dinis Infante D. João Infante de Castro Pretendentes ao trono Linha de sucessão ilegítima Linha de sucessão legítima D. Dinis Infante de Castro Cortes de Coimbra (abril de 1385) Falou então nas Cortes o Dr. João das Regras, homem muito letrado em leis: (…) Senhores fidalgos e ilus- tres pessoas, bem sabeis como nestas Cortes foram por mim expostas algumas razões a mostrar que estes rei- nos estão de todo vagos e ninguém há que possa herdá-los por linhagem, nem a quem pertençam de direito (…) Mas como sempre estes reinos foram defendidos e mantidos por rei (…) convem-nos eleger rei que faça tudo o que cumpre para não cairmos na sujeição de nossos inimigos (…) E pois é de considerar a pessoa que deve ser eleita (…) vejamos que condições se requerem nela (…) deve ser de boa linhagem e de grande coragem para defender a terra; depois ter amor aos súbditos, e com isto perfeição e devoção. Ora que todas estas condições se acham no Mestre (…) que tanto trabalhou e trabalha por honra e defesa destes reinos (… ) e merece esta honra e estado de rei. Fernão Lopes, Crónica de D. João I (adaptado)
  • 20. 20 | DONDE VEIO? PARA ONDE SE EXPANDIU? QUE CONSEQUÊNCIAS TEVE? QUE MEDIDAS FORAM TOMADAS PARA A COMBATER? Lê o texto e, em seguida, res- ponde às questões abaixo. Aconteceu... A Peste Negra Esta epidemia foi trazida da Crimeia (Mar Negro) por barcos italianos que aí negociavam. Entre 1347 e 1350, percorreu toda a Europa, sendo poucas as regiões que escaparam. A doença era transmitida por pulgas infetadas que provocavam nas pessoas picadas, inchaços ou bubões negros (daí o nome de Peste Negra) acompanhados de vómitos e febres. A difusão da epidemia foi favorecida pelas precárias condições higiénicas e sanitárias e pela subalimen- tação das populações. A Peste Negra provocou na Europa elevada mortandade, variável de região para região. As cidades e os mosteiros foram muito afetados. Também desa- pareceram milhares de aldeias. Calcula-se ter morrido um terço da popula- ção, ou seja, cerca de 30 milhões de pessoas. Para não provocar pânico, em muitas regiões, os sinos deixaram de tocar a finados. A epidemia provocou reações emocionais incontroláveis entre as popula- ções. Em muitas regiões, perseguiram-se os judeus acusados de serem os cau- sadores da doença. Na Alemanha e na Flandres, organizaram-se procissões onde os participantes se autoflagelavam, com chicotes, para espiar os pecados. Para combater a epidemia, foram tomadas várias medidas como o encerra- mento dos portos, o isolamento dos viajantes, a queima de grandes quantida- des de plantas aromáticas para desinfetar o ar.
  • 21. | 21 Quem foi? D. Nuno Álvares Pereira, 1360-1431 D. Nuno Álvares Pereira foi ___________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Graças ao apoio militar que deu ao mestre de Avis, conse- guiu ser nomeado fronteiro do Alentejo e em 1384, aos 24 anos, condestável do reino, à época, a suprema chefia do exér- cito régio. Recebeu importantes mercês e grandes doações: foi feito conde de Ourém, de Barcelos, de Arraiolos e de Neiva. Aos títulos juntava-se o respetivo património, originando a maior concentração de riqueza fundiária reunida então no reino, fora da Casa Real. O seu impressionante e crescente poderio, a par dos interesses de grande senhor, com vassalos e exército próprios, fizeram de Nuno Álvares Pereira um poten- cial adversário do rei. Bernardo Vasconcelos e Sousa, História de Portugal, Rui Ramos (dir.) (adaptado) A batalha de Atoleiros traduziu-se numa notável vitória dos portugueses, graças à tática da cavalaria apeada, posta em prática por Nuno Álvares Pereira, reforçada por besteiros e disposta em vanguarda, retaguarda e alas. A batalha de Aljubarrota foi ganha graças à estratégia e à tática impostas pelo Condestável e ao seu excelente comando. A escolha do terreno e as armadilhas que o reforçaram fizeram por certo equilibrar o número de combatentes em presença. Manuela Mendonça (coord.), História dos reis de Portugal. Da fundação à perda da independência, vol. I (adaptado) Nuno Álvares Pereira no fim da sua carreira militar (1423). 1360: Nascimento de Nuno Álvares Pereira. 1384: Batalha de Atoleiros (nomeado “Condestável de Portugal”). 1385: Batalha de Aljubarrota (vitória militar sobre Castela). 1431: Morre no dia 1 de abril, com fama de santo. 2009: Canonização pelo Papa Bento XVI. 1415: Participação na conquista de Ceuta. 1423: Ingresso na Ordem dos Carmelitas, tomando o nome de Frei Nuno de Santa Maria. 1373: Entrada na corte de D. Fernando, como escudeiro de Leonor Teles.
  • 22. Filho ilegítimo de D. Pedro I, tornou-se Mestre de Avis aos 6 anos. Em 1383, à morte de D. Fernando, seu meio-irmão, D. João encabeçou a revolta popular em Lisboa, recebendo o título de “defensor e regedor do reino”. Em 1385, nas Cortes de Coimbra, foi aclamado rei de Portugal, e, na batalha de Aljubarrota, alcançou uma vitó- ria decisiva sobre as tropas de Castela. Em 1415, comandou a expedição a Ceuta, dando início à expansão ultramarina portuguesa. Entrevistador – Hoje, connosco, Sua Alteza D. João I, “O da Boa Memória”. D. João I – Como disse?! Entrev. – Então, não sabe que o seu cognome é “O da Boa Memória”?! Foi muito bem posto, pois o seu reinado deixou muito boas recorda- ções. Para além de tudo, salvou a independên- cia de Portugal após a morte de _________ __________. D. João I – Ah! Compreendo, agora. Estou total- mente de acordo, pois nessa altura o reino cor- reu grande perigo. Entrev. – Como é que tudo começou? D. João I – Olhe, a rainha-viúva D. Leonor tinha grande simpatia por Castela e a sua filha, _____________________ estava prometida em casamento ao rei de ____________________. Entrev. – Sim, e ainda havia um tal Conde de ____________________. D. João I – Era um forte partidário de Castela e, ainda por cima, diz-se que era amante de D. Leonor. Entrev. – Enfim, só problemas! D. João I – Bem, quanto ao Conde de Andeiro, o problema resolveu-se num instante. Um dia, acompanhado por gente boa de Lisboa, subi aos Paços da Rainha e, rapidamente, demos cabo dele. Entrev. – Então, isso foi uma conspiração! E depois? D. João I – Depois, tudo se complica. A rainha- -viúva foi para Santarém e chamou o rei de Castela para vir a Portugal tomar posse do trono. Entrev. – Um problema grave. D. João I – Sim, tivemos logo de nos preparar para a invasão castelhana. Os burgueses de Lisboa deram dinheiro para as despesas da guerra e nomeei ______________, um dos pou- cos nobres que me apoiavam, como coman- dante-geral das tropas. Entrev. – E, quando se deram os combates? O que aconteceu a Lisboa? D. João I – Bem, D. Nuno levou um pequeno exército para Atoleiros, perto da vila de Fronteira, no Alentejo. Aí tudo correu bem. O pior foi em Lisboa, onde durante sete meses sofremos um grande _______________________. Conseguimos resistir aos ataques castelhanos, mas foi a peste que nos salvou. Eles, assusta- dos, levantaram o cerco à cidade. Entrev. – Então, os castelhanos não mais volta- ram. D. João I, “O da Boa Memória” (1357-1433) 22 | À Conversa com...
  • 23. D. João I – Voltaram, pois. Quando eu fui acla- mado rei nas Cortes de _________, em abril de 1385, o rei de Castela lançou um grande ata- que a Portugal. Eles eram mais de 30 mil sol- dados e, até, vinham apoiados por tropas francesas. Entrev. – E nós, como nos defendemos? D. João I – Tudo se decidiu em __________, ali bem perto da Batalha. D. Nuno Álvares Pereira organizou um grande plano para enfrentar o inimigo. Em primeiro lugar, minou o terreno com as chamadas “__________”, uns buracos no chão com paus afiados voltados para cima. Depois, preparou as nossas tropas para ataca- rem “em tenaz” os cavaleiros castelhanos; por fim, colocou os arqueiros ingleses, sabiamente, no terreno. Entrev. – Então, tiveram a ajuda da Inglaterra!… D. João I – Sim, se a França apoiava Castela, nós pedimos que a Inglaterra nos apoiasse. Entrev. – Bem feito. Quem ganhou, afinal, a batalha de Aljubarrota? D. João I – Quem havia de ser? Claro que fomos nós. Mas, como eu estava um pouco receoso, prometi a Nossa Senhora em plena batalha, construir ali um grande mosteiro, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Entrev. – Hoje chamado Mosteiro da ________. Enfim, as lutas terminaram para Sua Alteza! D. João I – Não, ainda houve alguns combates com Castela. Mas, depois, voltei-me para o Norte de África para combater os muçulma- nos e tomar-lhes algumas cidades. Entrev. – Bem, essa já é outra história. D. João I – É verdade. São histórias de grandes aventuras em terras e no mar, de valentes cavaleiros e audazes marinheiros que levaram o bom nome de Portugal a correr todo o mundo. Preenche os espaços em branco no texto. TAREFA Estátua equestre de D. João I, em Lisboa. | 23
  • 24. Título D2 – As Crises do Século XIV Páginas da História 3.º Ciclo do Ensino Básico 8.º Ano de Escolaridade Autores Aníbal Barreira Mendes Moreira Com a colaboração de Eva Baptista Imagens © Shutterstock Ilustração Nuno Duarte I+G Execução Gráfica CEM Depósito Legal N.º 369 688/14 ISBN 9788888901367 Ano / Edição 2014 / 1.a Edição / 1.a Tir. / 5800 Ex. © 2014, ASA, uma editora do Grupo Leya E-mail: apoio@asa.pt Internet: www.asa.pt Linha do Professor 707 258 258 Esta publicação é parte integrante do Manual Páginas da História, 8.º ano e não poderá ser vendida separadamente.