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O Século XIV: um século de
dificuldades
Ao contrário dos séculos anteriores, o século XIV foi uma
época de dificuldades, em que as populações europeias
sofreram os efeitos da fome, da peste e da guerra.
SÉCULO XIV
CRISE
FOME EPIDEMIAS GUERRA
A fome
No século XIII a população aumentou no Ocidente, no
século XIV tornou-se impossível alimentá-la:
- Esgotamento dos solos;
- Mudanças climáticas (a temperatura média baixou e as
chuvas aumentaram);
- As chuvas e o frio faziam apodrecer as sementes e as
colheitas perdiam-se.
As fomes e as doenças que se lhes seguiam deixavam
um rasto de miséria e de morte…
As epidemias
Mal alimentadas e sem condições de higiene, as
populações resistiam menos às doenças e toda esta
situação agravou-se devido à propagação de epidemias
como a Peste Negra.
Propagação da Peste Negra pela Europa
As epidemias A peste horrorizou os seus
contemporâneos, não só pelo aspecto
visual (os doentes apresentavam
bubões - tumores - negros ou
azulados nas virilhas, axilas e
pescoço) mas também pela facilidade
de contágio. Transmitida ao homem
pela picada da pulga do mus rattus
(rato negro), a Peste Negra era
pulmonar, propagando-se pelo ar
respirável, o que a tornava altamente
contagiosa e fatal, levando à morte
em 2 ou 3 dias.
As epidemias
Traje do médico, na altura da Peste
Negra.
Os médicos protegiam-se usando luvas,
uma túnica e uma máscara em forma de
bico de pássaro, onde acumulavam ervas
aromáticas com o objectivo de filtrar o ar,
sem sucesso, pois desconheciam que a
transmissão da doença se fazia pela picada
da pulga e pelo ar respirável. O mal estava
na ausência de higiene individual e
colectiva, nos homens, infestados de
pulgas; nos dejectos acumulados nas ruas;
no vestuário de lã raramente mudado...
As guerras
Um terceiro flagelo contribuiu para a quebra demográfica: a
guerra.
O século XIV foi pródigo em guerras (entre as quais se
destacam a Guerra dos Cem Anos - de 1337-1453, entre a
França e a Inglaterra - e as Guerras Fernandinas - 1369 a 1382,
entre Portugal e Espanha) e em revoltas sociais (por exemplo,
a revolta de 1383-85, em Portugal).
Não era nos campos de batalha que se produzia o maior
número de mortos: a violência que acompanhava a passagem
de tropas pelas cidades e campos, bem como a
desorganização económica que resultava dos conflitos
(searas espezinhadas, celeiros roubados, gado confiscado,
violações e assassínios) produziam efeitos mais
devastadores.
Consequências da crise
- Quebra demográfica, devida à mortalidade provocada
pela escassez de alimentos e pela Peste Negra (que
matou 1/3 da população europeia).
- Crise económica generalizada: a produção diminuiu
(pela diminuição de mão-de-obra e pelo abandono dos
campos agrícolas), subida dos preços, dos salários e
dos impostos e desvalorização da moeda.
Consequências da crise - Revoltas populares
A miséria e o desespero geraram a revolta.
Um pouco por toda a Europa explodiram revoltas de
camponeses contra os senhores feudais (pelos baixos
salários e pelo aumento dos impostos).
Estas revoltas alastraram-se às cidades, opondo os
artífices e os pequenos comerciantes aos grandes
mercadores.
Consequências da crise
- Intervenção régia
Para minorar os efeitos da crise, os reis intervieram,
estabelecendo leis que tentavam não só fazer aumentar
a produção, mas também satisfazer os grandes
senhores proprietários de terras.
Em Portugal, onde também se fizeram sentir os efeitos
da crise:
- D. Afonso IV, 1349 – Leis do Trabalho, que proibiam a
mendicidade;
- D. Fernando, 1375 – Lei das Sesmarias, que obrigava a
que todas as terras fossem cultivadas pelos seus
proprietários ou arrendadas a quem as cultivasse.
Consequências da crise
- Intervenção régia
Lei de D. Afonso IV (1349) Sabei que fui informado que nessa vila há
homens e mulheres que, antes da peste,
ganhavam dinheiro pelo seu trabalho (...) e
serviam esse concelho como era
necessário. E que agora, por terem
recebido alguns bens por morte de
algumas pessoas, consideram-se tão
importantes que não querem trabalhar nos
seus ofícios e serviços que antes faziam.
(...)
Mando-vos, por isso, (...) que obrigueis
que cada um trabalhe no ofício e nos
serviços que antes fazia (...) e tabeleis os
salários como vos parecer conveniente.
(Livro das Leis e Posturas)
Consequências da crise
- Intervenção régia
Lei de D. D. Fernando ou
Lei das Sesmarias (1375)
Considerando como todas as partes do
seu reino há grande falta de trigo e de
cevada e outros mantimentos de que
costumava ser abastado (...) e vendo que,
entre as razões, a mais especial é a
diminuição das lavras, que os homens
deixam ao abandono lançando-se em
outros ofícios, (D. Fernando mandou):
Que todos os que tivessem herdades (...)
fossem obrigados a lavrá-las e semeá-las
(...) e, quando as mãos não aproveitassem
, a justiça as entregasse a quem as
lavrasse. (...)
E que quaisquer homens ou mulheres que
andassem pedindo, não querendo fazer
serviço mas viver ociosos e sem trabalho
(...), fossem obrigados a servir na lavoura.
(Fernão Lopes , Crónica de D. Fernando)
Consequências da crise
- Intervenção régia
Estas leis pretendiam que os lavradores voltassem a
ocupar e a cultivar os campos que haviam ficado
abandonados com a migração dos camponeses para as
cidades, aumentar a produção agrícola, fixar rendas e
salários e acabar com a mendicidade.
Mas a produção agrícola não aumentou e a crise em
Portugal agravou-se com a questão dinástica e com a
revolução de 1383-1385.

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O século XIV: fome, epidemias e guerra assolam a Europa

  • 1. O Século XIV: um século de dificuldades
  • 2. Ao contrário dos séculos anteriores, o século XIV foi uma época de dificuldades, em que as populações europeias sofreram os efeitos da fome, da peste e da guerra. SÉCULO XIV CRISE FOME EPIDEMIAS GUERRA
  • 3. A fome No século XIII a população aumentou no Ocidente, no século XIV tornou-se impossível alimentá-la: - Esgotamento dos solos; - Mudanças climáticas (a temperatura média baixou e as chuvas aumentaram); - As chuvas e o frio faziam apodrecer as sementes e as colheitas perdiam-se. As fomes e as doenças que se lhes seguiam deixavam um rasto de miséria e de morte…
  • 4. As epidemias Mal alimentadas e sem condições de higiene, as populações resistiam menos às doenças e toda esta situação agravou-se devido à propagação de epidemias como a Peste Negra. Propagação da Peste Negra pela Europa
  • 5. As epidemias A peste horrorizou os seus contemporâneos, não só pelo aspecto visual (os doentes apresentavam bubões - tumores - negros ou azulados nas virilhas, axilas e pescoço) mas também pela facilidade de contágio. Transmitida ao homem pela picada da pulga do mus rattus (rato negro), a Peste Negra era pulmonar, propagando-se pelo ar respirável, o que a tornava altamente contagiosa e fatal, levando à morte em 2 ou 3 dias.
  • 6. As epidemias Traje do médico, na altura da Peste Negra. Os médicos protegiam-se usando luvas, uma túnica e uma máscara em forma de bico de pássaro, onde acumulavam ervas aromáticas com o objectivo de filtrar o ar, sem sucesso, pois desconheciam que a transmissão da doença se fazia pela picada da pulga e pelo ar respirável. O mal estava na ausência de higiene individual e colectiva, nos homens, infestados de pulgas; nos dejectos acumulados nas ruas; no vestuário de lã raramente mudado...
  • 7. As guerras Um terceiro flagelo contribuiu para a quebra demográfica: a guerra. O século XIV foi pródigo em guerras (entre as quais se destacam a Guerra dos Cem Anos - de 1337-1453, entre a França e a Inglaterra - e as Guerras Fernandinas - 1369 a 1382, entre Portugal e Espanha) e em revoltas sociais (por exemplo, a revolta de 1383-85, em Portugal). Não era nos campos de batalha que se produzia o maior número de mortos: a violência que acompanhava a passagem de tropas pelas cidades e campos, bem como a desorganização económica que resultava dos conflitos (searas espezinhadas, celeiros roubados, gado confiscado, violações e assassínios) produziam efeitos mais devastadores.
  • 8. Consequências da crise - Quebra demográfica, devida à mortalidade provocada pela escassez de alimentos e pela Peste Negra (que matou 1/3 da população europeia). - Crise económica generalizada: a produção diminuiu (pela diminuição de mão-de-obra e pelo abandono dos campos agrícolas), subida dos preços, dos salários e dos impostos e desvalorização da moeda.
  • 9. Consequências da crise - Revoltas populares A miséria e o desespero geraram a revolta. Um pouco por toda a Europa explodiram revoltas de camponeses contra os senhores feudais (pelos baixos salários e pelo aumento dos impostos). Estas revoltas alastraram-se às cidades, opondo os artífices e os pequenos comerciantes aos grandes mercadores.
  • 10. Consequências da crise - Intervenção régia Para minorar os efeitos da crise, os reis intervieram, estabelecendo leis que tentavam não só fazer aumentar a produção, mas também satisfazer os grandes senhores proprietários de terras. Em Portugal, onde também se fizeram sentir os efeitos da crise: - D. Afonso IV, 1349 – Leis do Trabalho, que proibiam a mendicidade; - D. Fernando, 1375 – Lei das Sesmarias, que obrigava a que todas as terras fossem cultivadas pelos seus proprietários ou arrendadas a quem as cultivasse.
  • 11. Consequências da crise - Intervenção régia Lei de D. Afonso IV (1349) Sabei que fui informado que nessa vila há homens e mulheres que, antes da peste, ganhavam dinheiro pelo seu trabalho (...) e serviam esse concelho como era necessário. E que agora, por terem recebido alguns bens por morte de algumas pessoas, consideram-se tão importantes que não querem trabalhar nos seus ofícios e serviços que antes faziam. (...) Mando-vos, por isso, (...) que obrigueis que cada um trabalhe no ofício e nos serviços que antes fazia (...) e tabeleis os salários como vos parecer conveniente. (Livro das Leis e Posturas)
  • 12. Consequências da crise - Intervenção régia Lei de D. D. Fernando ou Lei das Sesmarias (1375) Considerando como todas as partes do seu reino há grande falta de trigo e de cevada e outros mantimentos de que costumava ser abastado (...) e vendo que, entre as razões, a mais especial é a diminuição das lavras, que os homens deixam ao abandono lançando-se em outros ofícios, (D. Fernando mandou): Que todos os que tivessem herdades (...) fossem obrigados a lavrá-las e semeá-las (...) e, quando as mãos não aproveitassem , a justiça as entregasse a quem as lavrasse. (...) E que quaisquer homens ou mulheres que andassem pedindo, não querendo fazer serviço mas viver ociosos e sem trabalho (...), fossem obrigados a servir na lavoura. (Fernão Lopes , Crónica de D. Fernando)
  • 13. Consequências da crise - Intervenção régia Estas leis pretendiam que os lavradores voltassem a ocupar e a cultivar os campos que haviam ficado abandonados com a migração dos camponeses para as cidades, aumentar a produção agrícola, fixar rendas e salários e acabar com a mendicidade. Mas a produção agrícola não aumentou e a crise em Portugal agravou-se com a questão dinástica e com a revolução de 1383-1385.