Crises, revolts & Black Death in 14th century Europe
1. - Crises e revolução na Europa do século XIV
O desenvolvimento económico que marcou os séculos XII e XIII foi interrompido, no século XIV,
por um período de crise que abalou a vida das pessoas das populações da Europa. Uma
sequência de fomes, pestes e guerras contribui para frequentar a economia da Europa:
- Uma sucessão de maus anos agrícolas entre os finais do século XIII e inícios do século XIV
provocou falta de alimentos e aumento dos preços, levantando a situação de fome por toda a
Europa;
- A propagação de pestes foi facilitada pelas mas condições de higiene, tendo sido a Peste
negra a mais grave, pois matou cerca de um terço da população europeia.
- A ocorrência de diversas guerras e revoltas populares provocou muitas mortes e
empobreceu os estados;
As fomes, as guerras e as pestes foram a grande contribuição pela taxa de mortalidade. A
economia foi também afectada pela falta de cereais. Os reis para poderem sustentar as
guerras foram obrigados a cunhar mais moeda com menos ouro e prata, dando lugar a uma
desvalorização monetária.
As dificuldades económicas levaram a população de vários países europeus a organizar
revoltas que frequentemente terminaram em repressão violenta.
- As revoltas populares
Em algumas regiões houve falta de colheita e de mão-de-obra. Este para manterem o seu nível
de vida alto, baixam o ordenado aos jornaleiros e sobem os impostos. Isto levou a que muitos
camponeses abandonassem os campos e fugissem para as cidades. Este clima de vida causou
descontentamento na população e populares tanto nos campos como nas cidades. As revoltas
urbanas eram organizadas por aprendizes e artificies contra as famílias ricos mercadores, que
dominavam o comércio e governamentais as cidades.
- Portugal no contexto europeu
Portugal como o resto da Europa viveu uma grande crise económica. Os reis D. Afonso IV e D.
Fernando tomaram algumas medidas para aumentar a produção e tentar solucionar a crise:
- D. Afonso IV publicou em 1349, as leis do trabalho, onde reprimia a mendicidade e a
ociosidade.
- D. Fernando, em 1375, publicou a Lei das sesmarias, que obrigava todos os donos de terras a
cultiva-las, sob pena de ficarem sem elas.
Mas estas medidas não tiveram os resultados pretendidos. Face a esta situação a população
mostrou-se descontente e manifestou esse desagrado em muitas revoltas populares, tanto
rurais como urbanas.
D. Fernando envolveu-se em 3 guerras com Castela, pela disputa pelo trono e das 3 saiu
derrotado, tendo sido obrigado a assinar o contrato de Salvaterra de Magos. Neste tratado
2. ficou decidido que D. Fernando casaria a sua filha, D. Beatriz com o rei de Castela. Em 1383, D.
Fernando morreu sem deixar filho varão e D. Leonor sucedeu-lhe no trono como regente e
mandou aclamar D. Beatriz como rainha. Uma parte de população portuguesa não aceitou esta
aclamação, sentindo que a independência reino estava em perigo. Foi então organizada uma
conspiração contra D. Leonor. A revolta foi chefiada por D. João, Mestre de Avis, que contou
com o apoio de alguns nobres e burgueses. Ela fugiu então para Castela, e o mestre de Avis foi
então eleito defensor e regedor da do Reino. Iniciou-se então a crise de 1383-85.
D. João não aceitou a eleição de mestre de Avis e então decidiu atacar Portugal, cercando
assim Lisboa e iniciou-se uma guerra de Portugal contra Castela. O exército português
conquistou assim a primeira vitória contra Castela, na batalha de atoleiros. Como nenhum dos
pretendentes ao trono reunia as condições necessárias para suceder a D. Fernando, foram
convocadas cortês em 1385.nessas cortes mestre de Avis foi aclamado rei de Portugal (D. João
I).
Em 1385 os exércitos castelhanos voltaram a invadir Portugal, mas perderam de novo na
batalha de Aljubarrota. Esta vitória deu-se com a ajuda das tropas inglesas a táctica usada por
Nuno Alves pereira. A paz só foi assinada em 1411.
Durante a revolução de 1383-85, D. João Mestre de Avis contou com o apoio da baixa nobreza
dos burgueses e habitantes de Lisboa. Assim esta revolução trouxe uma nova orientação na
sociedade portuguesa. A alta nobreza perdeu importância e nasceu uma nova “geração de
gentes” como lhe chamou Fernão Lopes, um comunista da época. Foi esta “nova sociedade”
que contribui para a mudança e económica e para um novo período da história de Portugal, a
expansão marítima.