5. Agendadeleitura
SEGUNDA — Tg 4.11
A natureza soberba dos legalistas
TERÇA — Am 5.21
Festas solenes sem pureza de coração são rituais vazios
QUARTA — Is 58.5
Fórmulas religiosas que para nada servem
QUINTA — Jr 7.4
O legalismo faz o lugar sagrado virar um amuleto
SEXTA — Mt 23.4
Os legalistas do período de Jesus
SÁBADO — Cl 2.21
As regras dos legalistas no tempo de Paulo
6. Objetivos
DISCUTIR as origens e
manifestações do
legalismo no Antigo
Testamento;
DEMONSTRAR que o
legalismo era um
desafio constante para
a Igreja Primitiva;
REFLETIR a respeito
das atitudes a serem
tomadas para evitar o
legalismo.
7. TextoBíblico
Atos 5.1-6,8-10.
1 — Mas um certo varão chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade
2 — e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos
pés dos apóstolos.
3 — Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?
4 — Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este
desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.
5 — E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que
isto ouviram.
6 — E, levantando-se os jovens, cobriram o morto e, transportando-o para fora, o sepultaram.
8 — E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto.
9 — Então, Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do
Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti.
10 — E logo caiu aos seus pés e expirou. E, entrando os jovens, acharam-na morta e a sepultaram
junto de seu marido.
8.
9. Introdução
O que é legalismo? Pode-se definir legalismo como sendo a postura
religiosa que privilegia o cumprimento de regras e normas como
caminho para a obtenção de bênçãos divina, inclusive a salvação.
Dentre os perigos de uma religiosidade legalista está a ilusão de
tornar-se uma pessoa melhor, isto é, alguém superior aos outros pelo
simples fato de
obedecer rigidamente um determinado conjunto de ordenamentos
religiosos. É a respeito dos riscos e consequências de uma fé genuína
tornar-se legalista
que discutiremos na aula de hoje, partindo de alguns
exemplos bíblicos.
12. Da institucionalização ao legalismo.
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Como estudamos na última aula, com o enorme crescimento do
povo de Israel e com o início de sua jornada de retorno à Canaã, a
adoração e o louvor dos judeus tiveram que passar por um processo
de organização para melhor desenvolvimento (Êx 19.3-6). Todavia,
rapidamente propagou-se a prática legalista, ou seja, ao invés do
povo cumprir as ordenanças divinas por amor e obediência ao
Senhor, parte do povo passou a executar os mandamentos de
maneira mecânica e vazia de intencionalidade ou, pior ainda, por
puro interesse (Nm 14.1-37). Nem toda institucionalização causa
legalismo, mas todo legalismo é destruidor em qualquer tipo de
relacionamento, especialmente entre os adoradores e Deus.
15. O legalismo como causa da tragédia na família de Eli.
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Um dos primeiros exemplos bíblicos de como o legalismo pode destruir uma família
inteira é o caso da família de Eli (1Sm 2-4). Os filhos de Eli não respeitavam as
ofertas e espaços sagrados em Israel (1Sm 2.12-17,22-25), eram homens de Belial
(1Sm 2.12). Diante desta situação Deus usa tanto um profeta anônimo (1Sm 2.27-
36), como o adolescente Samuel (1Sm 3.15-18) para declarar aos ouvidos do próprio
Eli a indignação de Deus com a situação, todavia, nada mudou. O momento mais
patente do legalismo da casa de Eli foi quando seus filhos transportaram a arca da
aliança do Senhor para o meio do campo de batalhas com a intenção de vencerem
uma guerra contra os filisteus (4.3-5). Houve uma comoção geral entre os
guerreiros, isto, entretanto era pura ilusão. Deus não era a arca, muito menos
estava preso dentro dela! Acreditar que venceriam a guerra simplesmente por
terem trazido o objeto sagrado era puro legalismo; o resultado não podia ser outro:
derrota, extermínio do povo, morte da família sacerdotal e rapto da arca (4.11-22).
18. A denúncia do legalismo nos discursos dos profetas.
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O Antigo Testamento está repleto de discursos denunciando esta prática de
uma religiosidade de fachada. Logo no primeiro capítulo de sua profecia,
Isaías denuncia a hipocrisia religiosa daquele povo (Is 1.11-23) e apesar deles
cumprirem várias ações cerimoniais, nenhuma delas era agradável ao
Senhor. Já em Ezequiel 8.1-18, Deus revela ao profeta, através de uma visão
cheia de símbolos, a espiritualidade decadente travestida de piedade
daquela geração. Em Amós 5.21-23, o profeta, que há pouco denominou
ironicamente a classe opressora de “vacas de Basã”, declara que o simples
cumprimento de cerimônias religiosas não isentava o povo de Deus de sua
responsabilidade social com os pobres e oprimidos. Religião que declara
servir a Deus, mas é incapaz de servir ao próximo, é puro legalismo.
19.
20. O excesso de cuidado no
conhecimento e cumprimento de
determinadas normas e regras
religiosas pode nos levar a
esquecer qual deve ser a
finalidade maior destas: auxiliar-
nos a diariamente tornarmo-nos
a imagem e semelhança do Pai.
21. Se sua fé tem se reduzido
a mera observância de
regras, de tal forma que
sua relação com Deus já
abandonou um caráter
filial, por meio de seu
amor integral e
desinteressado ao Pai, e
tem se tornado algo legal
— onde você exige dEle as
recompensas de sua
suposta obediência —
você tornou-se legalista.
22. II. A LUTA CONTRA O LEGALISMO NA IGREJA PRIMITIVA
23. O legalismo como herança do farisaísmo na Igreja Primitiva.
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O cristianismo, apesar de ter rapidamente atingido o mundo gentio,
especialmente através de Paulo, teve em seu surgimento forte adesão de
judeus. Uma das mais tradicionais seitas judaicas daquele momento
histórico eram os fariseus (literalmente, “separados”). A característica
marcante deste grupo era a rigidez com que eles cumpriam a Lei (Mt 23.23),
chegavam até a exceder-se no cumprimento de alguns pontos dela (Lc
18.12). Quando esse conjunto de pessoas ingressou no cristianismo, trouxe
junto suas tradições legalistas, dentre as quais estava a circuncisão para os
cristãos não-judeus, assim como o cumprimento de todo o restante da Lei. É
claro que o conjunto de exigências deste grupo de novos convertidos colidia
diretamente com o discurso da graça, do amor e da misericórdia, proposto e
vivenciado por Jesus e os seus discípulos (Mt 9.13).
24. A rejeição do legalismo entre os primeiros cristãos.
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Não houve negociação entre os líderes da Igreja Primitiva. O legalismo
deveria ser radicalmente rejeitado. Os apóstolos ratificaram que a salvação é
obra exclusiva da morte vicária de Jesus e que por isso nenhum fardo deveria
ser posto sobre os irmãos gentios. O Cristianismo já nasceu com a pretensão
de acolher toda a humanidade; deste modo não era simplesmente mais uma
seita judaica e por isso não necessitava submeter-se às tradições culturais
daquele povo. Paulo, em vários momentos de seu ministério, denunciou a
inutilidade do legalismo dos judaizantes — judeus convertidos ao
cristianismo que exigiam dos gentios o cumprimento de práticas culturais e
cerimoniais do judaísmo para garantir-lhes a salvação (Gl 2.14-17; Fp 3.1-3; Cl
2.16-23;Tt 1.10-16).
25. As distorções teológicas do legalismo.
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O legalismo, no intuito de desenvolver uma piedade comprometida, cria
sérios problemas doutrinários. Por exemplo, se alguém condiciona a
salvação a algo além do sacrifício de Jesus — rituais (Mt 15.1-9), obediência a
normas humanas (Gl 5.1-6), boas obras (Ef 2.8-10) — essa pessoa está
usurpando a centralidade de Cristo na obra salvífica. O legalista,
arrogantemente, entende-se como alguém apto para julgar a espiritualidade
dos outros (Tg 4.12). Não devemos ser juízes de ninguém (Lc 6.37), só há um
Juiz (Is 33.22; Jr 11.20), nossa missão é ser suporte para os mais fracos (Rm
14.1-23). O legalismo transforma a ética cristã, encarnação histórica do amor
(Mt 7.12), em um conjunto vazio de cumprimento de regras que para nada
serve (Mc 7.7-9).
26.
27. Você é um legalista? O legalista,
arrogantemente, entende-se como
alguém apto para julgar a
espiritualidade dos outros.
30. Retornando a centralidade de Cristo em nossa fé.
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Não existem amuletos mágicos (sal, copo com água, arca da aliança) ou
rituais de invocação da divindade (sete vigílias, sete salmos, sete hinos de
sangue) no Cristianismo. O centro de nossa fé é Cristo Jesus (Cl 1.27). O
legalismo somente será superado quando, sem medo algum, voltarmos a
pregar e viver a mais simples verdade do Evangelho: a morte e ressurreição
de Cristo é a garantia da nossa salvação (Rm 8.31-39). Se for salvo, vivo para
Ele (Fp 1.21); se congrego numa Igreja é para aperfeiçoamento do “corpo”
dEle (do qual eu faço parte — Ef 4.12,13); se pratico boas ações é para que o
nome dEle seja glorificado (1Pe 2.11,12). Não devemos ter medo de supostas
maldições ou “retaliações divinas”, Cristo não é Baal — um deus melindroso
— Ele nos ama e tudo que Ele faz é para abençoar-nos (Ef 1.3-10).
31. Amando mais as pessoas que a religião.
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Cristianismo não é religião — cheia de protocolos e cerimônias —
antes é relacionamento puro, direto e genuíno com Deus. Se em
alguma circunstância da vida você estiver diante de um suposto
dilema entre salvar a vida de alguém ou cumprir uma regra
religiosa, não pense duas vezes, salve a vida desta pessoa. Porque
alguém deve fazer isso? 1) Por que em seu lugar Cristo faria o
mesmo, na verdade Ele já fez (Jo 5.1-15; 8.1-11); 2) Porque o cerne
do cristianismo não é cumprir regras, mas amar a Deus, amando a
si mesmo e as pessoas ao nosso redor; 3) Algumas religiões fazem
guerra e matam pessoas, Jesus veio para dar a sua vida e ninguém
foi capaz de convencê-lo do contrário (Jo 10.17,18).
32. Vivenciando a liberdade proporcionada pelo Espírito de Deus.
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A Bíblia é clara: onde está o Espírito do Senhor, aí há
liberdade (2 Co 3.17). Somos livres do pecado, livres para
adorar a Deus e para ter uma vida santa, e servir de
exemplo ao mundo daquilo que Deus pode fazer na vida
de um ser humano.
33. Adoração não é reprodução
mecânica de palavras ou ações.
34. Adoração não produz
ódio. Alguém por
ignorância pode não
gostar de nossa fé ou até
mesmo de nós, todavia,
nosso louvor a Deus
nunca pode ser fonte de
discriminação ou
maldade.
35. O legalismo é uma antiga doença que tenta atacar o povo de Deus. Desde o
Antigo Testamento até nossos dias a sedução de fazer da fé um aglomerado de
proibições, prescrições e juízos é algo tanto real quanto perigoso. Por isso,
devemos cada vez mais nos empenharmos para desenvolver um
relacionamento vivo, íntimo e pessoal com Deus, livre o suficiente para
expressarmos a sinceridade de nossos corações.
CONCLUSÃO
36. Horadarevisão
1. A partir dos seus conhecimentos e das discussões em sala de aula defina o que é legalismo.
Pode-se definir legalismo como sendo a postura religiosa que privilegia o cumprimento de regras e normas como
caminho para a obtenção de bênçãos da divindade, inclusive a salvação.
2. Apresente episódios bíblicos onde fica bastante claro a manifestação de uma religiosidade legalista (No mínimo
dois no AT e outros dois no NT).
AT — Precipitação dos Filhos de Eli (1Sm 2-4); Contemporâneos de Amós (Am 5); NT — Discussões no Concílio de
Jerusalém (At 15); Judaizantes nas igrejas da Galácia (Gl 2).
3. Que tipos de problemas ou contradições de natureza teológica o legalismo pode trazer?
Defesa da salvação a partir da obediência a regras humanas; distorção dos princípios éticos; divisão das pessoas
entre puros e impuros segundo as normas da religião.
4. Como podemos superar o legalismo?
Resposta Pessoal. (Sugestão: criação de regras quanto a tipos específicos de ritmos ou canções na igreja).
5. Que ações podem ser tomadas para combater a espiritualidade legalista?
Retornando a centralidade de Cristo em nossa fé; Amando mais as pessoas que a religião; Vivenciando a liberdade
proporcionada pelo Espírito de Deus.