1. 2º Trimestre de 2017 lição 4 Data: 23 de Abril de 2017
Título: O Sermão do
Monte — A justiça sob a
ótica de Jesus
Comentarista:
César Moisés Carvalho
4. AGENDA DE LEITURA
SEXTA — Lc 6.40
Igualdade entre mestre e discípulo
QUARTA — Lc 6.31
A regra áurea
SEGUNDA — Gl 2.16; 5.3
Lei ou Evangelho. Você decide
TERÇA — Lc 6.27-36
Amar o inimigo
QUINTA — Lc 6.37,38
“Não julgueis” e a lei da reciprocidade
SÁBADO — Jo 8.11
A flexibilização da Lei
5. Objetivos
REAFIRMAR a verdade
de que a justiça dos
escribas estava aquém
da do Reino;
REVISAR os valores da
Lei à luz da justiça do
Reino;
ANALISAR o conceito
de perfeição, na
perspectiva do Reino,
apresentado por
Jesus.
Objetivos
6. TextoBíblico
Mateus 5.21-32.
21 — Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.
22 — Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer
que chamar a seu irmão de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno.
23 — Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 — deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua
oferta.
25 — Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o
adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.
26 — Em verdade te digo que, de maneira nenhuma, sairás dali, enquanto não pagares o último ceitil.
27 — Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
28 — Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério
com ela.
29 — Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca
um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
30 — E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus
membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
31 — Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite.
32 — Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa
adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
7. TextoBíblico
Mateus 5.33-48.
33 — Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor.
34 — Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono de Deus,
35 — nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei,
36 — nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
37 — Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna.
38 — Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente.
39 — Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a
outra;
40 — e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa;
41 — e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.
42 — Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
43 — Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo.
44 — Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai
pelos que vos maltratam e vos perseguem,
45 — para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva
desça sobre justos e injustos.
46 — Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?
47 — E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?
48 — Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.
8. INTRODUÇÃO
O Evangelho é superior a qualquer código de regras, pois o seu fundamento é a
Boa Notícia de que, além de nos salvar, Deus, em Jesus, tornou-se modelo de
ser humano para toda a humanidade (Mt 5.48). Esta é, basicamente, a próxima
mensagem e lição do Sermão do Monte. Através de seis antíteses (teses
contrárias, cf. vv.22,28,32,34,39,44), o Mestre demonstra que a observância
mecânica dos mandamentos nada significa se o intento maior não for
alcançado, ou seja, a transformação do caráter e da natureza, extirpando todo
ódio, cobiça, desprezo, falsidade, vingança e egoísmo. Jesus mostra que a
“justiça” dos escribas, doutores da Lei, estava muito aquém do real propósito
da Lei, e também muito longe do que era esperado das pessoas que diziam crer
em Deus como seu Pai (Mt 5.48).
10. MAIS QUE NÃO MATAR, É PRECISO NÃO ODIAR.
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De acordo com a Lei, além de pecado, matar é crime passível
de severa punição (Êx 20.13; 21.23-25; Lv 24.21; Dt 5.17). O
Mestre, porém, toca no âmago do problema ao dizer que a
raiva gratuita ou mesmo depreciações verbais, frutos do
ódio, são condenáveis (v.22). Como o Templo ainda estava
em atividade, Jesus diz que alguém que sabe que existe uma
pessoa aborrecida por sua causa deve, antes de apresentar
sua oferta ao sacerdote, procurar a pessoa em questão e
reconciliar-se com ela, antes que seja tarde demais (vv.23.26
cf. Pv 18.19).
11. NÃO BASTA FUGIR DO ADULTÉRIO, É PRECISO EXTIRPAR A COBIÇA.
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Segundo a Lei, o adultério merecia uma punição
exemplar e, por isso, os adúlteros recebiam a pena capital
(Lv 20.10 cf. Êx 20.14; Dt 5.18). Jesus, contudo, ensina que
não basta simplesmente não consumar o ato, antes, é
preciso eliminá-lo em seu nascedouro, isto é, no
“coração” ou na mente, onde tudo tem início (v.28). Uma
vez mais, o Mestre lança mão de uma figura de
linguagem para falar o quanto pode custar para nós
libertar-se de desejos impuros. Todavia, é melhor livrar-se
do prazer momentâneo, que experimentar a condenação
eterna (vv.29,30).
12. NÃO É SUFICIENTE CUMPRIR A LEGISLAÇÃO, ANTES É PRECISO NÃO DESPREZAR.
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Apesar de Jesus aludir a uma lei de Deuteronômio (24.1-
4), que tinha como finalidade auxiliar a mulher para que
ela não ficasse desassistida, sua reinterpretação é
objetiva (v.32). O Mestre tem em conta a
indissolubilidade do casamento, instituída pelo Criador
no início de tudo, ponto que Ele tratou mais
explicitamente por causa da insistência dos fariseus (Mt
19.1-9). Agindo dessa forma, não se preservava apenas o
auxílio e o amparo necessários à mulher, mas
resguardava igualmente o homem, posto que a
separação deixa marcas dolorosas para ambas as partes.
14. Antes que qualquer ato
se materialize, ou venha
se concretizar,
invariavelmente, é
precedido de
elaboração mental, por
isso Jesus trata do
pecado nessa esfera e
área.
Ponto importante!
16. RECUPERANDO A CREDIBILIDADE.
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Conquanto jurar fosse prática comum (Lv 19.12; Nm
30.2), Jesus veda toda forma de juramento, quer
apelando para Deus, quer utilizando qualquer outro
recurso (o céu, a Terra, Jerusalém ou mesmo a própria
pessoa; cf. vv.34-36). O Mestre ensina que a palavra deve
ser sincera a ponto de corresponder à intenção. Somente
assim, recuperando a credibilidade, é que quando alguém
disser “sim” ou “não”, será aceito sem necessidade
alguma de qualquer juramento. Para o Senhor Jesus,
tudo o que passar disso é de “procedência maligna”
(v.37).
17. NÃO SOMENTE REJEITAR A “LEI DO TALIÃO”, MAS NÃO REVIDAR E AINDA FAZER O BEM.
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No mundo antigo era conhecida a “lei de talião” que, surgida na Caldeia,
servia para inibir os crimes, pois aplicava pena proporcional à violência. A Lei
de Moisés continha regra similar (Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21), a qual Jesus
faz menção (v.38). O Mestre, contudo, contrapõe a lógica da retribuição, pois
a justiça na perspectiva do Reino nada tem com a justiça no aspecto das
relações sociais, tal como convencionado pelos homens. É assim que,
conforme Ele ensina, ao prejuízo e perseguição perpetrados por alguém, a
resposta deve ser o amor que constrange (vv.39-41). De maneira semelhante
deve-se agir com quem quer algo emprestado ou solicita mesmo um simples
favor (v.42). Tal postura realmente transcendia qualquer significado que
pudesse ter o conceito de justiça na legislação, tanto do mundo antigo,
quanto no mundo de então e até nos dias atuais (Mt 5.20).
18. NÃO APENAS OS DE “CASA”, MAS AMAR IGUALMENTE OS DE FORA E ATÉ MESMO OS “INIMIGOS”.
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De acordo com Levítico 19.18, havia a obrigatoriedade de se amar o
“próximo”. Entretanto, “próximo” ali referia-se exclusivamente aos
judeus. Nesse sentido, a antítese de Jesus é profunda e sem
precedentes, pois como o “amor” de Levítico poderia não ser mais que
bairrismo ou corporativismo, o Mestre afirma que somente amando os
inimigos, bendizendo quem maldiz, fazendo o bem aos que odeiam e
orando por quem maltrata e persegue, é que alguém pode considerar-
se filho de Deus (vv.44,45). Isso porque, em uma cultura que
considerava até mesmo o nome como algo que deveria seguir a
linhagem paterna, não combinava com alguém que se dizia filho,
comportar-se de forma tão diversa do pai (Lc 1.59-63). Assim, Jesus
coloca quatro questões reflexivas que os leva a não ter outra conclusão
(vv.46,47).
20. A interpretação do
Mestre transcende a
mera observação
compulsória da regra,
pois atinge o ponto
central e a fonte dos
pecados humanos — o
nosso “eu”.
Ponto importante!
22. A PERFEIÇÃO.
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A maior dificuldade com o versículo final desse
capítulo é o significado mais popular da palavra
“perfeição” em nosso idioma: sem defeito algum.
Tal ideia faz com que as pessoas, diante da
inevitável realidade de que todos temos defeitos,
sintam-se perplexas e desanimadas.
23. PERFEIÇÃO NA LEI.
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É interessante notar que o Mestre propõe, na
perspectiva do Reino, o mesmo que a Lei também
visava (Dt 18.13). Isso significa que a intenção do
Filho de Deus não apenas convergia com o grande
objetivo da Lei, mas que era a mesma do Pai (cf. Jo
10.30).
24. PERFEITOS COMO O PAI.
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A perfeição pronunciada pelo Senhor refere-se a ser íntegro,
inteiro e coerente, tal como Deus, o Pai, o é (2Tm 2.13; 2Pe 3.9).
Não está em pauta uma exigência de que as criaturas
assemelhem-se ao Criador de uma forma absoluta, o que seria,
obviamente, impossível (Is 55.9). A questão gira em torno da
mudança de perspectiva que, só pode ocorrer de verdade, com
uma profunda transformação da natureza e personalidade de cada
um (v.48). Tal processo, é bom lembrar, dura a vida toda (Ef
4.12,13).
26. A perfeição
apresentada por Jesus
não significa igualar-
nos a Deus, antes,
refere-se à identificação
natural que cada filho
deve procurar ter com o
Pai.
Ponto importante!
27. A perfeição mencionada por Jesus demonstra
claramente o que é mais importante na Lei, e na
perspectiva do Reino, qual seja: as intenções. Tal
justiça excede a dos escribas, doutores da Lei (Mt
5.20). Isso porque ser íntegro não apenas nas ações,
mas também nas intenções, faz com que nos
pareçamos com o Pai celestial.
CONCLUSÃO
28. Horadarevisão
1. Qual é o fundamento do Evangelho?
A Boa Notícia de que, além de nos salvar, Deus tornou-se modelo de ser humano para toda a humanidade (Mt 5.48).
2. Onde o pecado tem início?
No “coração” ou na mente.
3. Acerca do divórcio, Jesus diverge do que prescrevia a Lei. Isso representa um prejuízo ou um benefício para as
mulheres? Explique.
Um benefício, pois não se preservava apenas o auxílio e o amparo necessários a mulher, mas resguardava igualmente
o homem, posto que a separação deixa marcas dolorosas para ambas as partes.
4. O que é perfeição na perspectiva de Jesus?
Refere-se a ser íntegro, inteiro e coerente, tal como Deus, o Pai, o é.
5. Como é possível ser “perfeito” como o Pai?
Com mudança de perspectiva que, só pode ocorrer de verdade, com uma profunda transformação da natureza e
personalidade de cada um (v.48). Tal processo, é bom lembrar, dura a vida toda (Ef 4.12,13).