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Curso: Técnico de enfermagem
Profª Angela Rosa Moritz
 A hemorragia digestiva é mais um sintoma do que uma
doença por si mesma. Várias condições médicas podem
ocasionar hemorragia. A grande maioria das causas de
hemorragia digestiva está associada a condições que
podem ser curadas ou controladas, como úlcera ou
hemorroidas. Contudo, algumas causas de hemorragia
digestiva podem ser ameaça à vida.
 A hemorragia digestiva é caracterizada por um
sangramento em algum local do sistema digestório. Ela
pode ser classificada em hemorragia digestiva alta
quando os locais de sangramento são acima do ângulo de
Treitz (Esôfago, o estômago e o duodeno) ou
hemorragia digestiva baixa, quando o sangramento
ocorre abaixo do ângulo de Treitz (Intestino delgado,
grosso ou reto).
 Estabilidade clínica: nas primeiras 24 horas
 Descobrir fonte e tratar: alta ou baixa → ligamento
de Treitz (anatômico).
 Algumas possíveis causas da hemorragia digestiva
são:
Hemorragia Digestiva Alta
 Úlcera gástrica (AINEs, H. pilory, estresse);
 Úlcera duodenal;
 Varizes esofágicas;
 Câncer no esôfago, estômago ou duodeno;
 Perfuração do esôfago, estômago ou duodeno.
Hemorragia Digestiva Baixa
 Hemorroida;
 Fissura anal;
 Pólipo intestinal;
 Doença de Crohn;
 Diverticulose;
 Câncer no intestino;
 Perfuração no intestino;
 Endometriose intestinal.
Muitas vezes, para descobrir a causa da hemorragia, o médico
poderá solicitar uma laparoscopia exploratória.
 Corresponde a 80% dos casos;
 Mais grave;
 Clínica: hematêmese/melena (90%);
 10 a 20% das hematoquezias (sangramento retal) são de
origem alta;
 Sonda nasogástrica: sangue
 Exame: Endoscopia digestiva alta em 24 horas após
estabilidade hemodinâmica. É um exame com alta
sensibilidade e especificidade na identificação do
sangramento.
Endoscopia
digestiva alta
Estabilidade
hemodinâmica
negativa
positiva
Tratar causa
base
Colonoscopia
Positiva
Negativa
Avaliar Intestino
Delgado
 Corresponde a 20%;
 Menos grave;
 Clínica: hematoquezia / enterorragia (sangue vivo);
 Sonda nasogástrica: líquido bilioso sem sangue;
 Exame: colonoscopia.
Obs.: Os sintomas da hemorragia digestiva podem variar
ligeiramente dependendo da região onde há o sangramento.
Quando se trata de uma hemorragia grave pode ainda haver os
seguintes sintomas: tontura, suor frio e desmaio.
 Exame físico
 História clínica
 Exames laboratoriais (Ex.: hemograma, coagulograma, função
renal e hepática etc.);
 Avaliar sinais de choque hipovolêmico.
 Dois acessos calibrosos;
 Ressuscitação volêmica imediata;
 Oxigênio suplementar;
 Sonda vesical para quantificar a diurese;
 Transfusão sanguinea
 Dieta zero
 Monitorar o estado de consciência;
 SSVV com monitorização cardíaca;
 Obter acessos venosos de grande calibre;
 Providenciar amostras sanguíneas: estudo e determinação de grupo, coagulação, hemograma e
bioquímica;
 Observar/vigiar episódios de hematemeses, melenas ou hematoquezias;
 Notificar banco de sangue quanto à necessidade de concentrado de eritrócitos, plasma fresco
congelado e/ou concentrado de plaquetas;
 Identificar rapidamente sinais clínicos de choque hemorrágico: taquicardia, taquipneia,
depleção mínima 40%, pulsos finos, volume sanguíneo circulante, hipotensão, pele fria e
pegajosa, obnubilação mental (alteração da consciência).
 Administrar terapêutica, sob prescrição médica;
 Preparar o usuário para endoscopia e colaborar na realização desta ou para eventual cirurgia
 Manter bem fixado na narina do
paciente;
 Controlar volume e aspecto do débito;
 Monitorar a pressão dos balões com
manômetro, não deixando baixar pressão;
 Trocar fixação s/n;
 Avaliação neurológica;
 Jejum absoluto.
 1- Qual a localização da HDA e da HDB?
 2- O que pode causar Hemorragia digestiva
alta?
 3- Quais são os principais sintomas?
 4- Quais exames são realizados para
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Causas, sintomas e exames da hemorragia digestiva

  • 1. Curso: Técnico de enfermagem Profª Angela Rosa Moritz
  • 2.  A hemorragia digestiva é mais um sintoma do que uma doença por si mesma. Várias condições médicas podem ocasionar hemorragia. A grande maioria das causas de hemorragia digestiva está associada a condições que podem ser curadas ou controladas, como úlcera ou hemorroidas. Contudo, algumas causas de hemorragia digestiva podem ser ameaça à vida.
  • 3.  A hemorragia digestiva é caracterizada por um sangramento em algum local do sistema digestório. Ela pode ser classificada em hemorragia digestiva alta quando os locais de sangramento são acima do ângulo de Treitz (Esôfago, o estômago e o duodeno) ou hemorragia digestiva baixa, quando o sangramento ocorre abaixo do ângulo de Treitz (Intestino delgado, grosso ou reto).
  • 4.  Estabilidade clínica: nas primeiras 24 horas  Descobrir fonte e tratar: alta ou baixa → ligamento de Treitz (anatômico).
  • 5.
  • 6.  Algumas possíveis causas da hemorragia digestiva são: Hemorragia Digestiva Alta  Úlcera gástrica (AINEs, H. pilory, estresse);  Úlcera duodenal;  Varizes esofágicas;  Câncer no esôfago, estômago ou duodeno;  Perfuração do esôfago, estômago ou duodeno.
  • 7. Hemorragia Digestiva Baixa  Hemorroida;  Fissura anal;  Pólipo intestinal;  Doença de Crohn;  Diverticulose;  Câncer no intestino;  Perfuração no intestino;  Endometriose intestinal. Muitas vezes, para descobrir a causa da hemorragia, o médico poderá solicitar uma laparoscopia exploratória.
  • 8.  Corresponde a 80% dos casos;  Mais grave;  Clínica: hematêmese/melena (90%);  10 a 20% das hematoquezias (sangramento retal) são de origem alta;  Sonda nasogástrica: sangue  Exame: Endoscopia digestiva alta em 24 horas após estabilidade hemodinâmica. É um exame com alta sensibilidade e especificidade na identificação do sangramento.
  • 10.  Corresponde a 20%;  Menos grave;  Clínica: hematoquezia / enterorragia (sangue vivo);  Sonda nasogástrica: líquido bilioso sem sangue;  Exame: colonoscopia. Obs.: Os sintomas da hemorragia digestiva podem variar ligeiramente dependendo da região onde há o sangramento. Quando se trata de uma hemorragia grave pode ainda haver os seguintes sintomas: tontura, suor frio e desmaio.
  • 11.  Exame físico  História clínica  Exames laboratoriais (Ex.: hemograma, coagulograma, função renal e hepática etc.);  Avaliar sinais de choque hipovolêmico.
  • 12.  Dois acessos calibrosos;  Ressuscitação volêmica imediata;  Oxigênio suplementar;  Sonda vesical para quantificar a diurese;  Transfusão sanguinea  Dieta zero
  • 13.  Monitorar o estado de consciência;  SSVV com monitorização cardíaca;  Obter acessos venosos de grande calibre;  Providenciar amostras sanguíneas: estudo e determinação de grupo, coagulação, hemograma e bioquímica;  Observar/vigiar episódios de hematemeses, melenas ou hematoquezias;  Notificar banco de sangue quanto à necessidade de concentrado de eritrócitos, plasma fresco congelado e/ou concentrado de plaquetas;  Identificar rapidamente sinais clínicos de choque hemorrágico: taquicardia, taquipneia, depleção mínima 40%, pulsos finos, volume sanguíneo circulante, hipotensão, pele fria e pegajosa, obnubilação mental (alteração da consciência).  Administrar terapêutica, sob prescrição médica;  Preparar o usuário para endoscopia e colaborar na realização desta ou para eventual cirurgia
  • 14.  Manter bem fixado na narina do paciente;  Controlar volume e aspecto do débito;  Monitorar a pressão dos balões com manômetro, não deixando baixar pressão;  Trocar fixação s/n;  Avaliação neurológica;  Jejum absoluto.
  • 15.
  • 16.  1- Qual a localização da HDA e da HDB?  2- O que pode causar Hemorragia digestiva alta?  3- Quais são os principais sintomas?  4- Quais exames são realizados para identificar a patologia?