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RESUMÃO DE SEMIOLOGIA
SEMIOLOGIA DO ABDOME
Anamnese
 ID
o Sexo: doença de Whipple (proporção de 9/1 entre homens e mulheres) e doenças biliares
(mais em mulheres).
o Idade: sangramento anal (crianças – pólipo; adultos jovens – doença hemorroidária; > 60
anos – câncer).
o Procedência: doenças infecto-parasitárias (ex.: Chagas).
o Profissão: doença hemorroidária.
 HDA e interrogatório sintomatológico
o Disfagia: dificuldade na deglutição, mais relacionada com doenças do esôfago.
o Odinofagia: dor no ato da deglutição.
o Soluço: contrações espasmódicas do diafragma, concomitantes com o fechamento da
glote, acompanhadas de um ruído rouco. Pode ser isolado ou em crises.
o Hematêmese: vomito de sangue que, diferentemente da epistaxe e da hemoptise, é
derivado das vias digestivas.
o Dor: pesquisar localização e demais características semiológicas.
o Dispepsia: conjunto de sintomas constituído de desconforto epigástrico,
empanzinamento, sensação de distensão por gases, náuseas, intolerância a certos
alimentos.
o Pirose (azia): sensação de queimação retroesternal.
o Náuseas: sensação de mal-estar que precede o vômito, ou vontade de vomitar. Pesquisar
o horário em que aparece e relações com a ingestão de alimentos.
o Vômito: ato de expelir conteúdo digestivo pela boca.
o Diarréia: aumento no teor líquido das fezes, frequentemente associado ao aumento no
número de evacuações e do volume fecal das 24 h.
o Esteatorréia: aumento da quantidade de gorduras nas fezes.
o Disenteria: tipo de diarréia.
o Distensão abdominal: sensação de gases no abdome.
o Flatulência: eliminação de gases pelo ânus.
o Eructações: eliminação de gases pela boca.
o Melena: presença de sangue nas fezes perceptível através da eliminação de fezes negras,
semelhante a borra de café, resultantes da decomposição bacteriana sofrida pela
hemoglobina na luz intestinal.
o Hematoquezia: eliminação de sangue vivo pelo ânus, indicando, comumente,
sangramentos maciços normalmente superiores a 1000 ml, acompanhados de transito
intestinal rápido.
o Enterorragia: eliminação de sangue por meio do ânus, também decorrente do sistema
digestivo.
o Constipação: alteração no transito digestivo em que o paciente apresenta uma
dificuldade para evacuar.
o Tenesmo: sensação falsa de querer evacuar ou manutenção do desejo de evacuar,
mesmo depois de defecar.
o Sangramento anal: sangue oriundo da própria região anal, e não de estruturas profundas.
o Prurido: coceira que se apresenta como sintoma inespecífico, mas que se manifesta,
principalmente, em doenças de obstrução das vias biliares.
o Icterícia: coloração amarelada da pele, secundária a um aumento de bilirrubina no
sangue.
o Perda ponderal: sinal inespecífico muito importante para o exame físico do aparelho
digestivo, uma vez que a função deste aparelho é promover a nutrição do indivíduo.
o Anemia: perda de sangue que pode ser causada por uma má absorção de alimentos.
o Febre: relacionada não só a processos infecciosos, mas que pode estar presente em
afecções neoplásicas ou hemorragias digestivas.
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o Desorientação: sinal inespecífico que pode ocorrer por afecções no aparelho digestivo
(como por exemplo, nas doenças hepáticas crônicas descompensadas).
o Crescimento abdominal: pode se dar por ascite, distensão abdominal ou aumento de
qualquer órgão do abdome.
 Antecedentes
o Pessoais: cirurgias prévias (aderências, fístulas) e radioterapia (má absorção).
o Familiares: doença celíaca, poliposes intestinais.
Exame físico
 Divisão do abdome
o Quadrantes: divididos a partir de planos como o plano mediano (vertical), seguindo o
trajeto da linha alba; e o plano transumbilical (horizontal), ao nível do disco IV entre L3
e L4. São os quadrantes superior direito, superior esquerdo, inferior direito e inferior
esquerdo. Formam:
 Andar superior: QSD e QSE.
 Andar inferior: QID e QIE.
 Hemiabdome direito: QSD e QID.
 Hemiabdome esquerdo: QSE e QIE.
o Regiões: hipocondríaca direita, hipocondríaca esquerda, flanco direito, flanco esquerdo,
fossa ilíaca direita (região inguinal direita), fossa ilíaca esquerda (região inguinal
esquerda), região epigástrica, umbilical e hipogástrica.
Inspeção
Observação da forma, simetria (pode mudar na presença megacólon, fecaloma), abaulamento, retração e
cicatriz umbilical (plana, intrusa e protrusa). Ver alterações da cor da pele, lesões, manchas, estrias,
circulação colateral. Pulsações e movimentos peristálticos visíveis. Avaliar a presença de tumorações.
Diferenciar a tumoração ou nodulação intra abdominal da extra abdominal ou de parede (manobra de
Smith-Bates). Observar o movimento respiratório rítmico do abdome, abaulando com a inspiração e
retraindo com a expiração. A tosse ou o esforço para sentar-se pode evidenciar hérnias da parede
abdominal ou localizar uma área dolorosa.
 Forma e volume do abdome
o Abdome normal/plano (atípico): característica morfológica - simetria.
o Abdome globoso: predomínio nítido do diâmetro anteroposterior sobre o transversal.
Comum em ascite, obesidade, pneumoperitônio, obstrução intestinal e
hepatoesplenomegalia.
o Abdome em ventre de batráquio: paciente em decúbito dorsal há predomínio do
diâmetro do diâmetro transversal sobre o anteroposterior. Ocorre em casos de ascite em
regressão.
o Abdome pendular: vísceras pressionam parte inferior da parede abdominal produzindo
nesta local protrusão. Ocorre quando há flacidez da parede abdominal.
o Abdome em avental: acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal. A parede
abdominal “cai” como avental sobre as coxas do paciente. Comum em pacientes obesos.
o Abdome escavado: pessoas muito emagrecidas.
 Manobra de Smith-Bates
o Paciente em decúbito dorsal pede-se para elevar a cabeça e o tórax como se tentasse
levantar. Quando a massa é na parede abdominal, esta massa fica mais evidente e
continua palpável. Enquanto a massa intra-abdominal é ofuscada pela contração
muscular e “esconde-se”.
 Sinais comuns:
o Sinal de irmã Mary Joseph: metástase na região umbilical, não dolorosa. Sinal de alerta
para malignidade intra-abdominal.
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o Sinal de Cullen: manchas equimóticas na região periumbilical. Podem refletir
hemoperitônio, pancreatite aguda hemorrágica e gravidez ectópica.
o Sinal de Grey-Turner: manchas equimóticas nos flancos. Ocorre apenas na pancreatite
aguda hemorrágica.
 Circulação colateral: circulação colateral venosa na parede abdominal pode refletir a existência
de hipertensão portal ou obstrução da veia cava. A diferenciação entre esses dois tipos de
circulação deve ser feita pela pesquisa da direção do fluxo venoso em relação à cicatriz umbilical.
O examinador deve traçar uma linha transversal imaginária passando sobre a cicatriz umbilical,
dividindo o abdome em duas metades:
o No padrão de circulação venosa do tipo portal (comum nos casos de hipertensão portal),
o fluxo é de baixo para cima nas veias acima da cicatriz umbilical, e de cima para baixo
nas veias abaixo da cicatriz umbilical.
o No padrão de circulação venosa colateral do tipo cava, o é de baixo para cima nas duas
metades do abdome. Neste último padrão, é frequente o surgimento de circulação
colateral nos flancos e na região dorsal do paciente.
o É interessante caracterizar, também, a presença de circulação venosa exuberante ao
redor da cicatriz umbilical, assumindo aspecto de “cabeça de medusa". Essa formação
sinaliza que houve recanalização da veia umbilical, esplenomegalia nos casos de
hipertensão portal, pelo escape do sangue portal por esse novo caminho.
Ausculta
A ausculta do abdome deve ser feita logo após a inspeção, antes das etapas de percussão e palpação. Essa
recomendação se justifica porque, quando percutimos e/ou palpamos o abdome, podemos aumentar os
sons intestinais existentes, devido à excitação do peristaltismo das alças, de um modo geral. A ausculta
do abdome tem dois objetivos básicos: avaliar o estado da motilidade intestinal e pesquisar a presença
de sopros vasculares na aorta e em seus ramos principais (artérias renais e ilíacas).
 Ruídos hidroaéreos: sons intestinais normais, também chamados de ruídos hidroaéreos, são
constituídos por estalidos e gorgolejos (sons de água) e podem ter frequência 5 a 34 por minuto.
A pesquisa é feita auscultando ambos os hemiabdomes, observando se os ruídos hidroaéreos
estão presentes, aumentados (diarréia e obstrução intestinal), diminuídos ou ausentes (íleo
paralítico). Nas peritonites, há ausência de ruídos hidroaéreos.
 Sopros: A pesquisa de sopros abdominais deve ser feita pelo examinador seguindo o trajeto da
aorta e de seus ramos principais, começando pela linha média do epigástrio, de cima para baixo.
Auscultar aorta, artérias renais e artérias ilíacas. Sopros podem indicar estreitamento da luz (mais
comum) ou presença de fístula arteriovenosa (mais rara).
 Atritos: sons mais incomuns, podem indicar processos inflamatórios hepáticos e do peritônio
adjacente ao baço.
Percussão
Delimitar o limite superior e a borda inferior do fígado (área de macicez hepática). Realizar a hepatimetria.
Percutir o espaço de Traube e a região hipogástrica. Se indicado, pesquisar a macicez móvel, sinal de
piparote e semicírculo de Skoda. Pesquisar sinal de Giordano.
 Hepatimetria: percutir o tórax anterior, de cima para baixo, na linha hemiclavicular direita,
determinar limites (macicez) superior (geralmente encontra-se no 5º ou 6º espaço intercostal
direito) e inferior (geralmente melhor definido pela palpação. A borda inferior não ultrapassa 1
cm da reborda costal) do fígado e medir a distância entre esses limites. No adulto o tamanho
normal varia de 6-12 cm.
 Espaço de Traube: limite superior é o diafragma; limite inferior é o rebordo costal esquerda; limite
direito é o lobo esquerdo do fígado; limite esquerdo é a linha axilar anterior. Geralmente é livre
(timpanismo). Se for maciço, o baço pode ser ou não palpável.
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 Sons comumente obtidos na percussão do abdome:
o Macicez: esplenomegalia, hipocôndrio direito, útero gravídico, ascite, tumores e cistos
contento líquido.
o Submacicez: na fossa ilíaca direita se houver fezes.
o Timpanismo: meteorismo (gases no interior das alças intestinais), espaço de Traube,
paciente com diarréia e quase todo abdome.
 Sinais comuns:
o Sinal de Jobert: timpanismo na percussão do hipocôndrio direito. Pode indicar
pneumoperitônio ou sobreposição de alça intestinal.
o Sinal de Torres-Homem: dor aguda devido à percussão leve de qualquer ponto de área
de projeção do fígado. Indica abscesso hepático.
o Sinal de Giordano: punho-percussão na região lombar, no ângulo renal. Indicação de
pielonefrite.
 Pesquisa de ascite
o Sinal de Piparote: para ascites volumosas. A face palmar de uma das mãos é posicionada
em um dos flancos; a seguir, um peteleco é disparado contra o outro flanco. O abalo
produzido pelo piparote produz pequenas ondas de choque no líquido ascítico,
perceptíveis pela palma da mão, colocada no flanco oposto. Pode-se pedir para o
paciente, coloca a borda cubital de sua mão sobre a linha mediana, no abdômen central,
exercendo um pouco de pressão, a fim de interceptar ondas transmitidas pela parede,
mas não impedindo a passagem da onda de choque do líquido ascítico.
o Semicírculos de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal ou em pé, o líquido ascítico
está nos flancos e andar inferior do abdômen. Sendo assim, a percussão, feita desde o
andar superior, delimitará uma linha semicircular na transição entre o timpanismo e a
macicez ou submacicez das áreas correspondentes às porções mais declives; a
concavidade da linha semicircular estará voltada para a região epigástrica.
o Macicez móvel: para ascites de médio volume. Pede-se ao paciente que fique mudando
de decúbito (lateral esquerdo, lateral direito, dorsal) e realiza-se a percussão.
Percebendo-se uma área de macicez/submacicez que se desloca conforme os líquidos.
Palpação
Entre os objetivos da palpação destacamos: 1. Avaliar o grau de resistência da parede abdominal; 2.
Estabelecer as condições físicas das vísceras reconhecidas pela palpação; 3. Explorar a sensibilidade
dolorosa do abdome.
 Palpação superficial: pesquisar e suplementar os achados da inspeção, determinando o
desenvolvimento muscular e o tônus dos músculos da parede abdominal.
 Palpação profunda: determinar hiperestesias profundas, tumores ou órgãos palpáveis.
o Examinar o fígado: consistência (parenquimatosa, mole, dura e pétrea), estado da borda
inferior (fina ou romba), superfície (lisa, irregular e com nodosidades) e sensibilidade (dor
difusa/localizada).
 Técnica de Mathieu: examinador junto ao hipocôndrio direito com seu dorso
voltado para a face do paciente. Aplica-se suas duas mãos, curvadas em garra
sobre a zona a palpar. Durante a inspiração espera-se que a borda hepática
resvale na superfície palmar dos 4 últimos dedos dispostos em garra. Essa
manobra também pode ser realizada com uma só mão em garra.
 Técnica de Lemos-Torres: mão esquerda do examinador na região costo-lombar
fazendo certa compressão no sentido póstero-anterior, com o objetivo de
melhor expor o fígado à palpação. A mão direita espalmada será colocada na
face anterior, em local abaixo onde se presume palpar o rebordo hepático. Os
dedos ficam paralelos apontando para o rebordo costal direito em 90º. Mão
direita pressionada contra o abdome no final da inspiração, aguardando o
paciente inspirar.
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 Rechaço hepático: aplicável quando o fígado aumentado ou um volume líquido
se interpõe, dificultando a palpação do fígado por outro método. Aplicam-se
pequenos golpes na parede anterior do abdome a fim de tocar a superfície do
fígado e repeli-lo para regiões mais profundas, mantendo-se a mão no local a
fim de perceber o contragolpe do órgão ao retornar à posição inicial.
o Vesícula biliar: só é palpável em condições patológicas. Ponto cístico, Sinal de Murphy,
Sinal de Courvoisier-Terrier.
 Ponto cístico: situa-se no ângulo formado pela reborda costal direita e a borda
externa do músculo reto-abdominal.
 Sinal de Murphy: ao fazer compressão do ponto cístico e pedir para o paciente
inspirar, o paciente interrompe a inspiração por causa de uma dor aguda.
Ocorre em alguns casos de colecistite aguda e colelitíase.
 Sinal de Courvoisier-Terrier: vesícula biliar palpável em paciente ictérico.
Indicação de neoplasia na cabeça do pâncreas.
o Baço: quando de tamanho e localização normal, não é palpável. Quando o baço está
aumentado pouco ou moderadamente, a sua palpação é facilidade pela posição de
Schuster. Se palpável verificar tamanho, distância em relação ao rebordo costal
esquerdo, característica da borda, superfície e presença de dor.
 Posição de Schuester: paciente em decúbito lateral direito com a perna direita
estendida e a coxa esquerda fletida em 90º, o ombro esquerdo é elevado
colocando o braço correspondente sobre a cabeça. O examinador vai para
esquerdo do paciente e faz mão em garra. Essa manobra só é realizada quando
o espaço de Traube é maciço e o baço não é palpável em decúbito dorsal (com
mão estendida ou mão em garra).
o Rins: localização do pólo inferior, sensibilidade, mobilidade, pontos reno-ureterais.
Métodos de Guto e Israel.
 Pontos reno-ureterais: situam-se na borda lateral dos mm. reto-abdominais em
dois pontos na interseção com uma linha horizontal que passa pelo umbigo e
no cruzamento da linha que passa pela espinha ilíaca anterossuperior.
 Método de Israel: paciente em decúbito lateral, contralateral ao lado
examinado; perna homolateral ao lado apoiado fletida e a outra estendida;
força-se com as duas mãos dorso e abdome até sentir o rim.
 Método de Guyon: paciente em decúbito dorsal; o examinador eleva a região
dorsal e palpa com os dedos o rim; na expiração aprofunda os dedos e na
inspiração os mantém.
o Bexiga: se palpável anotar grau de distensão em relação à sínfise pubiana.
 Dores comuns referidas:
o Colecistite: irradiação para ombro direito.
o Dor pleurítica: irradiação para os flancos.
o Cólica renal e apendicite: irradiação para região escrotal.
o Dor no infarto do miocárido: região epigástrica.
 Sinais de irritação peritoneal:
o Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca. Peritonite.
o No ponto de McBurney: apendicite.
 Ponto de McBurney: corresponde a 2/3 da linha que une o umbigo e a espinha
ilíaca anterossuperior.
o Sinal de Rovsing: dor no quadrante inferior direito quando é exercida pressão à palpação
no quadrante inferior esquerdo. Isso ocorre por fazer deslocamento do ar. Indica
apendicite.
o Plastrão: tumoração de limites imprecisos, macia e inespecífica. Processos inflamatórios
no abdome.
o Sinal do Psoas: dor à compressão do ceco contra a parede posterior do abdome,
enquanto o doente eleva o membro inferior direito estendido. Apendicite.
o Rigidez de parede: palpação bimanual para avaliar defesa localizada na parede
abdominal.
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SEMIOLOGIA DO SISTEMA NEUROLÓGICO
Anamnese
 HDA
o Ver data do início da queixa: estabelece a duração da doença; recente (horas ou dias) ou
de longa duração (meses ou anos). Exemplos: hemorragia cerebral (recente) e esclerose
lateral amiotrófica (longa duração).
o Modo de instalação da doença: rápido (traumatismo, distúrbio vascular) ou lento
(processo degenerativo ou neoplásico).
o Evolução cronológica:
 Tumor cerebral: sintomas gradativos, rápidos ou não.
 Doença degenerativa do sistema nervoso: evolução progressiva, mas lenta.
 Doenças vasculares encefálicas: manifestações súbitas, podendo haver
recuperação completa ou incompleta.
 Esclerose múltipla: surto agudo seguido de regressão parcial ou total dos
sintomas.
 Epilepsia e enxaqueca: manifestações aparecem de modo paroxístico.
 Interrogatório sintomatológico
o Episódios de perda de consciência: epilepsia, síncope, lipotimia, síndrome de Adams-
Stokes.
o Cefaléia: enxaqueca, aneurisma intracraniano, tumor cerebral, hipertensão
intracraniana.
o Convulsões: epilepsia, intoxicações exógenas e hipoglicemia.
o Ambliopia/amaurose: tumor cerebral, esclerose, neurite óptica.
o Diplopia: lesão de nervos oculomotores com paralisia ou paresia de músculos extrínsecos
do olho.
o Hipoacusia/anacusia, zumbido: doenças do ouvido, tumor do ângulo ponto-cerebelar.
o Vertigem: labirintopatia, insuficiência vascular cerebral do sistema vertebrobasilar,
hipertensão intracraniana.
o Náuseas/vômito: enxaqueca, labirintopatia, tumor cerebral, hipertensão craniana.
o Disfagia/disfonia: lesões bulbares ou dos nervos responsáveis pela deglutição e fonação.
o Disfasia: lesões do hemisfério cerebral dominante por distúrbios vasculares e
neoplásicos.
o Dor/parestesia: lesões do sistema nervoso periférico.
o Paralisia/paresia: lesões das vias motoras, centrais ou periféricas.
o Distúrbio esfincteriano: lesões medulares.
 Antecendentes:
o Pessoais: condições pré-natais (traumatismos, torexemia gravídica, infecções, uso de
medicamentos e tentativas de abortamento); condições de nascimento (se foi normal e
a termo, se fez cesárea, se demorou, se foi usado fórceps, se existiu circular de cordão,
se houve necessidade de manobra de reanimação); condições de desenvolvimento
psicomotor (em que época firmou a cabeça, sentou, andou, falou); vacinações
(antipoliomielite e anti-sarampo); doenças anteriores (traumatismo cranioencefálico,
alcoolismo, carência alimentar, intoxicações, doenças iatrogênicas, cirurgias, convulsões,
diabetes mellitus, HAS)
o Familiares: doenças musculares e heredodegenerativos do sistema nervoso.
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Exame físico
 Exame do pescoço e coluna cervical
o Carótidas: palpação e ausculta, comparando-se a amplitude e averiguando se existem
frêmito e/ou sopro. Procura por estenose ou oclusão da artéria, condições que
determinam distúrbios isquêmicos encefálicos.
o Limitação dos movimentos: limitação da extensão, flexão, rotação e laterização da
cabeça, que pode indicar meningites e hemorragias subaracnóideas.
o Rigidez da nuca: paciente em decúbito dorsal, o examinador coloca a mão na região
occipital e suavemente tenta fletir a cabeça do paciente (o queixo em direção ao
esterno). O normal é que o movimento seja fácil e amplo. Se houver rigidez de nuca,
pode ser devido a meningite ou hemorragia subaracnóidea.
 Prova de Brudzinski: paciente em decúbito dorsal e membros estendidos faz
uma flexão forçada do pescoço e mantém essa flexão por alguns segundos, na
posição máxima. A prova será positiva se houver flexão dos membros inferiores.
 Exame da coluna lombossacral
o Movimentos: deve ser investigada por meio da flexão, extensão, movimentos de
lateralização e rotação.
o Provas de estiramento da raiz nervosa:
 Prova de Kernig: fletindo-se os MMII nas articulações coxo-femurais e nos
joelhos mantendo-se ângulo de 90º entre os segmentos, a prova é positiva se
houver resistência na extensão passiva (sente dor ao longo do trajeto do nervo
ciático), feita pelo examinador.
 Prova de Lasègue: paciente em decúbito dorsal e MMII estendidos, examinado
faz elevação do membro examinado. É positiva quando o paciente sente dor na
face posterior do membro. É um sinal de compressão radicular.
 Marcha ou equilíbrio dinâmico
o Atípica, helicópode, anserina, parkinsoniana, cerebelar, tabética, de pequenos passos,
vestibular, escarvante, claudicante e espástica.
 Equilíbrio estático
o Prova de Romberg: paciente na posição vertical e com os pés juntos, olhando para frente,
deve permanecer assim por alguns segundos, em seguida pede-se para o paciente fechar
os olhos.
 Negativa: nada se observa ou apenas pequenas ligeiras oscilações - indivíduo
normal.
 Positiva: oscilações do corpo, com desequilíbrio com tendência a queda. Se
oscila para qualquer lado - lesão da via de sensibilidade proprioceptiva. Se oscila
sempre para o mesmo lado - lesão do aparelho vestibular.
 Motricidade
o Motricidade ativa
 Paresias: diminuição dos movimentos.
 Plagia: ausência de movimentos.
 Monoplegia ou monoparesia: ausência ou diminuição dos movimentos de um
membro.
 Paraplegia ou paraparesia: ausência ou diminuição dos movimentos dos MMII.
 Diplegia ou diparesia: ausência ou diminuição dos movimentos dos MMSS ou
face.
 Hemiplegia ou hemiparesia: ausência ou diminuição dos movimentos da face,
membro superior, membro inferior de um lado.
 Tetraplegia ou tetraparesia: ausência ou diminuição dos movimentos dos
quatro membros.
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o Provas contra resistência: manobras de oposição. O examinador coloca sua força contra
todos os movimentos articulares do paciente e mede, subjetivamente, a força do
paciente e compara com os segmentos contralaterais homólogos.
o Provas contra força da gravidade: chamadas de manobras deficitárias.
 Manobra dos braços estendidos (ou de Mingazzini para mmss): pede-se ao
paciente para estender os mmss para frente em ângulo de 90º com o tronco,
com as mãos supinas e os dedos abduzidos e estendidos. O paciente deve
manter essa posição por 1 minuto.
 Manobra de Raimiste: paciente em decúbito dorsal deve estender os
antebraços de ambos os membros formando um ângulo de 90º com o plano
horizontal.
 Manobra de Mingazzini: pede-se ao paciente em decúbito dorsal para colocar
os mmii elevados com flexão da coxa sobre a bacia e da perna sobre a coxa em
ângulo de 90º. O paciente deve manter essa posição por 1 minuto.
 Prova de Barré: paciente em decúbito ventral flete a perna sobre a coxa em
ângulo de 90º, entre os segmentos. A incapacidade manter essa posição por
mais de 1 minuto reflete déficits dos mm flexores da coxa.
Classificação da força muscular
0 - nenhum movimento.
1 - discreta contração muscular.
2- movimento completo sem a força da gravidade.
3- movimento contra a força da gravidade.
4- movimento contra a resistência, mas incompleto.
5- força normal.
 Trofismo muscular: reflete o estado de nutrição do músculo. Avalia se há simetria/assimetria,
atrofia. Se houver sinais de atrofia, deve-se medir com a circunferência e comparar com a região
homóloga. Principais áreas pesquisadas: cintura escapular, mãos, cintura pélvica, coxas,
panturrilhas e pés.
 Tônus muscular: estado de tensão constante a que estão submetidos os músculos.
o Inspeção: flacidez ou enrijecimento anormal de cada músculo.
o Palpação das massas musculares
o Movimentos passivos: imprimem-se movimentos normais de extensão e flexão.
 Passividade (diminuição do tônus) e extensibilidade (se há exagero ou não
do grau de extensibilidade da fibra muscular).
o Balanço passivo: o examinador com as duas mãos segura e balança o antebraço do
paciente, observando se a mão movimenta de forma normal, aumentada (hipotonia) ou
diminuída (hipertonia).
 Hipotonia: observa-se achatamento das massas musculares, consistência
muscular diminuída, passividade e extensibilidade aumentadas. Pode ocorrer
em lesões do cerebelo, coma profundo, estado de choque do SNC, coréia
aguda, algumas encefalopatias, mongolismo.
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 Hipertonia: encontram-se consistência muscular aumentada, passividade
diminuída e extensibilidade aumentada.
 Hipertonia piramidal (espasticidade): observada comumente na
hemiplegia, diplegia cerebral infantil.
► Sinal do canivete: estando o segmento fletido, na tentativa
de fazer a extensão (solicitando ao paciente que esteja
relaxado) há uma resistência inicial e vencida esta
resistência inicial o movimento fica fácil, quase espontâneo
até a extensão total do mesmo. É elástica.
 Hipertonia extrapiramidal (rigidez): comumente encontrada no
parkinsonismo e na degeneração hepatolenticular. Sinal da roda
denteada: caracteriza-se por interrupções sucessivas ao movimento,
lembrando os dentes de uma cremalheira. É plástica.
 Coordenação: traduz o funcionamento de pelo menos dois setores do sistema nervoso: o
cerebelo e a sensibilidade proprioceptiva. Provas cerebelares.
o Prova dedo-nariz: com o membro superior estendido lateralmente, o paciente é
solicitado tocar a ponta do nariz com o indicador. Repete-se a prova algumas vezes,
primeiro com os olhos abertos e depois com os olhos fechados.
o Prova calcanhar-joelho: em decúbito dorsal o paciente deve tocar o joelho com o
calcanhar do membro a ser examinado. A prova deve ser avaliada várias vezes, de
início com os olhos abertos e depois com os olhos fechados.
 Dismetria: paciente não consegue alcançar o alvo com precisão.
o Prova dos movimentos alternados (diadococinesia): pede-se ao paciente para realizar
movimentos rápidos e alternados (abrir e fechar a mão; pronação e supinação).
 Eudiadococinesia: capacidade de realizar diadococinesia.
 Disdiadococinesia: dificuldade em realizar os movimentos de diadococinesia.
 Adiadococinesia: incapacidade de realizar os movimentos de diadococinesia.
o Ataxia: falha na coordenação muscular que se traduz na incapacidade ou na
irregularidade na realização concreta e sincrônica de um movimento.
 Ataxia cerebelar: dismetria, disdiadococinesia, tremor, disartria, decomposição
dos movimentos, dança dos tendões e marcha cerebelar (ebriosa). Nistagmo
pode estar presente. Os transtornos não se agravam quando os olhos estão
fechados. Causas: trauma, hemorragia cerebral, infecções e anormalidades
congênitas.
 Ataxia senstiva: dismetria, comprometimento da sensibilidade profunda,
nistagmo ausente. Sinal de Romberg positivo. Coordenação piora com olhos
fechados. Marcha tanolante (ou tabética).
 Ataxia vestibular: comprometimento equilíbrio (piora com os olhos
fechados). Nistagmo presente, marcha de Babinski-Weil (em estrela) e marcha
de Fukuda (de olhos fechados, marcha no mesmo lugar), tendência para
lateralização e queda.
 Reflexos
o Reflexos profundos (miotáticos): percussão do tendão ou aponeurose do músculo. Fazer
estímulo mecânico breve e firme.
 Classificação dos reflexos miotáticos
 Ausente (arreflexia): lesões que interrompem o arco-reflexo.
Poliomielite, polineuropatia periférica, miopatia.
 Diminuído (hiporreflexia): lesões que interrompem o arco-reflexo.
Poliomielite, polineuropatia periférica, miopatia.
 Normorreflexia.
 Reflexo vivo: amplo e brusco.
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 Exaltado (hiper-reflexia): lesões da via piramidal. AVC, tumor,
traumatismo.
Reflexo Nervo responsável Resposta
Aquileu Nervo tibial Flexão do pé
Patelar Nervo femoral Extensão da perna
Flexor dos dedos Nervo mediano Flexão dos dedos da mão
Supinador Nervo ulnar Flexão do antebraço, às vezes
pronação e flexão dos dedos
Pronador Nervo radial Pronação da mão e antebraço
Bicipital Nervo músculo-cutâneo Flexão do antebraço
Tricipital Nervo radial Extensão do antebraço
o Reflexos superficiais (esteroceptivos): o estímulo é feito na pele ou na mucosa externa,
através de um estilete rombo.
 Reflexo cutaneoabdominal: estimulação com espátula região abdominal
(sentido látero-medial). Desvio da cicatriz umbilical e linha alba para o lado
estimulado.
 Reflexo cutaneoplantar (n.tibial): estimulação da região lateral planta pé
(sentido póstero-anterior). Flexão hálux e artelhos.
 Sinais comuns:
 Sinal Babinski: extensão hálux e abertura em leque dos artelhos
(lesões piramidais) ao estímulo cutâneo-plantar. Representam lesão
piramidal. Nas crianças é normal esse sinal ser presente.
 Sinal de Gordon: com a mesma finalidade para obter o “sinal de
babinski” porém fazendo compressão da panturrilha.
 Sinal de Chaddock: quando a área cutânea do maléolo lateral é irritada
ocorre extensão do hálux em caos de disfunção piramidal. Manobra
alternativa ao sinal de babinski.
 Sinal de Openhein: estimulação da crista tibial, em direção
descendente para obter o sinal de Babinski.
 Sensibilidade:
 Superficial ou exteroceptiva: pesquisar principalmente nos braços, antebraços, mãos,
coxas, pernas e pés. Comparar áreas homólogas.
 Sensibilidade tátil: usar algodão ou pincel cerdas finas.
 Sensibilidade dolorosa superficial: usar alfinete ou agulha.
 Sensibilidade térmica: usar tubos (água quente ou fria).
 Profunda ou proprioceptiva
 Sensibilidade cinético-postural: movimentação passiva das articulações.
Realizar flexão e extensão dos polegares e dos hálux e pedir ao paciente que,
com os olhos fechados, indique o que você fez.
 Sensibilidade vibratória ou palestesia: diapasão-proeminências ósseas. Percutir
o diapasão e colocá-lo sobre projeções ósseas do paciente: clavículas,
olecrânios, apófise estilóide radial, cristas ilíacas, patelas e maléolos mediais.
Pedir ao paciente, com olhos fechados, para informar se sente a vibração
do diapasão e informar quando a vibração cessar. Comparar áreas homólogas,
pedindo para que o paciente informe se a vibração é menos intensa em algum
lado.
 Sensibilidade dolorosa profunda: compressão vigorosa tendões e músculos.
11
 Nervos cranianos
o 1º PAR – OLFATIVO: a pesquisa deve ser feita com os olhos vendados e em cada narina,
separadamente, verificar se há anosmia, hiposmia, cacosmia. Usar café, canela, cravo.
 Hiposmia e anosmia: alterações deficitárias.
 Parosmia: consiste na perversão do olfato (só muda o cheiro).
 Cacosmia: sensação olfativa desagradável na ausência de qualquer
substância capaz de gerar odor.
o 2º PAR - ÓPTICO (sensitivo): acuidade visual (paciente deve descrever o que vê na sala
de exame), campos visuais (espaço dentro do qual um objeto pode ser visto estando o
olho imóvel e a visão fixada em um ponto distante. Examinar separadamente cada
olho), discriminação de cores (amarelo, azul, vermelho e verde) e fundoscopia (retina,
papila e vasos).
 Ambliopatia: acuidade visual subnormal, sem alteração anatômica aparente,
que não melhora com correção óptica. É funcional.
 Amaurose: cegueira total.
 Hemianopsias: perda de metade do campo visual.
 Homônima: quando as duas metades são do mesmo lado do campo
visual (camponasal de um olho e temporal de outro olho). Lesão
retroquiasmática.
 Heterônima: quando há comprometimendo dos campos bitemporais
ou binasais. Lesão no quiasma óptico.
o 3º, 4º e 6º PARES – OCULOMOTOR (musculatura elevadora da pálpebra, contrações
da pupila, mm. reto medial, reto superior, reto inferior e oblíquio inferior), TROCLEAR
(músculo oblíquo superior) E ABDUCENTE (m. reto lateral): são examinados juntos
porque todos controlam o movimento do globo ocular.
 Motilidade extrínseca: paciente com a cabeça imóvel deve acompanhar o dedo
do examinador em diversas direções (horizontal, vertical e oblíqua), testar
também capacidade de convergência. Faz-se em cada olho separadamente
e depois simultaneamente. Presença ou ausência de ptose palpebral,
estrabismo.
 Motilidade intrínseca: pupilas examinadas pela inspeção observando-se
simetria e regularidade das bordas pupilares.
 Pupilas: reações pupilares devem ser testadas solicitando-se ao paciente olhar
distante e fazendo um feixe de luz penetrar na pupila examinada, obliquamente,
colocando-se a lanterna lateralmente ao eixo do olho.
 Ocorrerá miose no olho examinado (reflexo fotomotor) e no olho
oposto (reflexo consensual).
 Aproxima-se dos olhos um objeto e as pupilas se contrairão
normalmente (reflexo de acomodação).
 Estrabismo: desvio do olho do seu eixo normal. Há predomínio de um dos
músculos dos movimentos extrínsecos do olho (por paresia ou paralisia do
seu antagonista). O estrabismo pode ser horizontal (convergente ou
divergente) ou vertical (superior ou inferior).
o 5º PAR – TRIGÊMEO (oftálmico, maxilar e mandibular): é um nervo misto. Para testar a
raiz motora, pedir ao paciente que feche a boca com força e morda um objeto de
madeira (abaixador de língua) – força/trismo da mandíbula. Testar o ramo sensitivo
verificando as sensibilidades tátil, dolorosa e térmica (face, fronte, couro cabeludo e da
mucosa oral, nasal e lingual). Pesquisar sensibilidade superficial (com o pincel),
reflexo córneo-palpebral e reflexo masseterino.
12
 Reflexo córneo-palpebral: toca-se com um algodão suavemente entre a
esclerótica e a córnea. O paciente deve estar com os olhos virados para o lado
oposto. A resposta normal é a contração do músculo orbicular das pálpebras.
 Reflexo masseterino: peça ao paciente para abrir um pouco a boca.
Coloque o dedo indicador no ápice da mandíbula e percuta-o com o
martelo. A resposta, contração dos mm.pterigóides, varia amplamente.
o 7º PAR – FACIAL (misto): responsável pela motricidade mímica da face, sensibilidade
gustativa dos 2/3 anteriores da língua. Testar a motricidade dos músculos da mímica
facial (pede-se ao paciente para fazer caretas, assobiar, sorrir e mostrar os dentes).
Diferenciar a paralisia facial periférica da paralisia facial central. Testar sentido do
gosto (doce, salgado, amargo e azedo). Avaliar sinais de Bell, Negro e Souqués.
 Hipogeusia: diminuição do sentido do gosto.
 Ageusia: ausência do sentido do gosto.
 Parageusia: perversão do sentido do gosto.
o 8º PAR - VESTIBULOCOCLEAR: Exame da raiz coclear (audição) verificar se há anacusia ou
hipoacusia através do tic-tac do relógio, prova de Rinne, prova de Weber. Testa raiz
vestibular (equilíbrio) teste de Romberg (equilíbrio estátio) e equilíbrio dinâmico
(marcha sobre os próprios pés), pesquisa de nistagmo (tipo, direção, relação com
fixação visual), e perguntar se o paciente tem tontura e vertigem.
 Nistagmo: são movimentos tipicamente involuntários, rítmicos e rápidos do
globo ocular (horizontal, vertical, rotatório, todos).
 Tontura: prevalecem a sensação de instabilidade do equilíbrio e a
insegurança durante a marcha.
 Vertigem: paciente tem a sensação de que tudo está rodando ao redor dele ou
que ele próprio está rodando. É sempre de natureza labiríntica.
 Prova de Rinne: consiste em colocar o diapasão na região do mastóide.
Quando o paciente deixar de ouvir a vibração, coloca-se o aparelho
próximo ao conduto auditivo.
► Rinne positivo: paciente acusa percepção do som. É o normal.
► Rinne negativo: transmissão óssea mais prolongada do
que a área. Deficiência auditiva de condução.
 Prova de Webber: coloca-se o diapasão vibrando no alto da cabeça
(vértice) e pergunta-se ao paciente se o som aparece igualmente alto
em cada orelha ou mais em uma do que outra. Em geral, o som é
percebido igualmente pelas duas orelhas. Se houver alteração, o som
será mais ouvido pela orelha intacta na surdez perceptiva ou pela
orelha comprometida na surdez de condução.
 Hipoacusia de condução (perda da condução aérea): Webber lateraliza para o
lado da lesão (ouve melhor do lado lesado). Rinne negativo.
 Hipoacusia de neurossensorial: Webber lateraliza para o lado sadio (ouve
melhor do lado sadio). Rinne positivo, porém dimnuído.
o 9º e 10º PARES - GLOSSOFARÍNGEO E VAGO: são explorados juntos porque com
freqüência inervam os mesmos órgãos. Explorar: análise dinâmica da deglutição,
rouquidão e disfonia, pesquisa de reflexo do vômito, mobilidade do palato mole e
úvula, sensibilidade tátil do terço posterior da língua, regurgitação nasal,
sensibilidades tátil e dolorosa do tragus. Pacientes com lesões nesses nervos queixam-
se de disfagia e disartria.
 Sinal da cortina: lesão no X par craniano. Quando há lesão unilateral observa-se
na fonação, desvio do véu palatino para o lado são e o lado lesado ficará
hipotônico e abaixado.
13
 Reflexo do vômito: testa-se a sensibilidade da faringe com um abaixador
de língua tocando os pilares amigdalianos.
o 11º PAR – ACESSÓRIO (motor): inerva o esternocleidomastoideo e o trapézio.
Verificar contornos musculares do trapézio e esternocleidomastoideo e da força
muscular do conjunto, solicitando que o paciente eleve os ombros, gire a cabeça.
o 12º PAR - HIPOGLOSSO (motor): inerva os músculos da língua. Avaliar os movimentos da
língua dentro e fora da cavidade oral. Avaliar aspecto, trofia e fasciculações. Se a paralisia
é unilateral à exteriorização, a língua se desvia para o lado do nervo paralítico e quando
dentro da boca desvia para o lado são.
 Fala e linguagem
o Linguagem: expressão (palavra escrita e falada), compreensão (palavra escrita e
falada), nomeação (mostrar objetos simples), repetição (frases simples) e articulação
da fala. Alterações da fala (disfonia, dislalia, disartria e disfasia).
 Estado mental
o Estado Mental: nível de consciência (vigil, sonolento, obnubilado, torporoso e
comatoso), orientação (no espaço e no tempo), atenção (atento ou desatento), memória
e afetividade.

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Resumo semio abdominal e neuro

  • 1. 1 RESUMÃO DE SEMIOLOGIA SEMIOLOGIA DO ABDOME Anamnese  ID o Sexo: doença de Whipple (proporção de 9/1 entre homens e mulheres) e doenças biliares (mais em mulheres). o Idade: sangramento anal (crianças – pólipo; adultos jovens – doença hemorroidária; > 60 anos – câncer). o Procedência: doenças infecto-parasitárias (ex.: Chagas). o Profissão: doença hemorroidária.  HDA e interrogatório sintomatológico o Disfagia: dificuldade na deglutição, mais relacionada com doenças do esôfago. o Odinofagia: dor no ato da deglutição. o Soluço: contrações espasmódicas do diafragma, concomitantes com o fechamento da glote, acompanhadas de um ruído rouco. Pode ser isolado ou em crises. o Hematêmese: vomito de sangue que, diferentemente da epistaxe e da hemoptise, é derivado das vias digestivas. o Dor: pesquisar localização e demais características semiológicas. o Dispepsia: conjunto de sintomas constituído de desconforto epigástrico, empanzinamento, sensação de distensão por gases, náuseas, intolerância a certos alimentos. o Pirose (azia): sensação de queimação retroesternal. o Náuseas: sensação de mal-estar que precede o vômito, ou vontade de vomitar. Pesquisar o horário em que aparece e relações com a ingestão de alimentos. o Vômito: ato de expelir conteúdo digestivo pela boca. o Diarréia: aumento no teor líquido das fezes, frequentemente associado ao aumento no número de evacuações e do volume fecal das 24 h. o Esteatorréia: aumento da quantidade de gorduras nas fezes. o Disenteria: tipo de diarréia. o Distensão abdominal: sensação de gases no abdome. o Flatulência: eliminação de gases pelo ânus. o Eructações: eliminação de gases pela boca. o Melena: presença de sangue nas fezes perceptível através da eliminação de fezes negras, semelhante a borra de café, resultantes da decomposição bacteriana sofrida pela hemoglobina na luz intestinal. o Hematoquezia: eliminação de sangue vivo pelo ânus, indicando, comumente, sangramentos maciços normalmente superiores a 1000 ml, acompanhados de transito intestinal rápido. o Enterorragia: eliminação de sangue por meio do ânus, também decorrente do sistema digestivo. o Constipação: alteração no transito digestivo em que o paciente apresenta uma dificuldade para evacuar. o Tenesmo: sensação falsa de querer evacuar ou manutenção do desejo de evacuar, mesmo depois de defecar. o Sangramento anal: sangue oriundo da própria região anal, e não de estruturas profundas. o Prurido: coceira que se apresenta como sintoma inespecífico, mas que se manifesta, principalmente, em doenças de obstrução das vias biliares. o Icterícia: coloração amarelada da pele, secundária a um aumento de bilirrubina no sangue. o Perda ponderal: sinal inespecífico muito importante para o exame físico do aparelho digestivo, uma vez que a função deste aparelho é promover a nutrição do indivíduo. o Anemia: perda de sangue que pode ser causada por uma má absorção de alimentos. o Febre: relacionada não só a processos infecciosos, mas que pode estar presente em afecções neoplásicas ou hemorragias digestivas.
  • 2. 2 o Desorientação: sinal inespecífico que pode ocorrer por afecções no aparelho digestivo (como por exemplo, nas doenças hepáticas crônicas descompensadas). o Crescimento abdominal: pode se dar por ascite, distensão abdominal ou aumento de qualquer órgão do abdome.  Antecedentes o Pessoais: cirurgias prévias (aderências, fístulas) e radioterapia (má absorção). o Familiares: doença celíaca, poliposes intestinais. Exame físico  Divisão do abdome o Quadrantes: divididos a partir de planos como o plano mediano (vertical), seguindo o trajeto da linha alba; e o plano transumbilical (horizontal), ao nível do disco IV entre L3 e L4. São os quadrantes superior direito, superior esquerdo, inferior direito e inferior esquerdo. Formam:  Andar superior: QSD e QSE.  Andar inferior: QID e QIE.  Hemiabdome direito: QSD e QID.  Hemiabdome esquerdo: QSE e QIE. o Regiões: hipocondríaca direita, hipocondríaca esquerda, flanco direito, flanco esquerdo, fossa ilíaca direita (região inguinal direita), fossa ilíaca esquerda (região inguinal esquerda), região epigástrica, umbilical e hipogástrica. Inspeção Observação da forma, simetria (pode mudar na presença megacólon, fecaloma), abaulamento, retração e cicatriz umbilical (plana, intrusa e protrusa). Ver alterações da cor da pele, lesões, manchas, estrias, circulação colateral. Pulsações e movimentos peristálticos visíveis. Avaliar a presença de tumorações. Diferenciar a tumoração ou nodulação intra abdominal da extra abdominal ou de parede (manobra de Smith-Bates). Observar o movimento respiratório rítmico do abdome, abaulando com a inspiração e retraindo com a expiração. A tosse ou o esforço para sentar-se pode evidenciar hérnias da parede abdominal ou localizar uma área dolorosa.  Forma e volume do abdome o Abdome normal/plano (atípico): característica morfológica - simetria. o Abdome globoso: predomínio nítido do diâmetro anteroposterior sobre o transversal. Comum em ascite, obesidade, pneumoperitônio, obstrução intestinal e hepatoesplenomegalia. o Abdome em ventre de batráquio: paciente em decúbito dorsal há predomínio do diâmetro do diâmetro transversal sobre o anteroposterior. Ocorre em casos de ascite em regressão. o Abdome pendular: vísceras pressionam parte inferior da parede abdominal produzindo nesta local protrusão. Ocorre quando há flacidez da parede abdominal. o Abdome em avental: acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal. A parede abdominal “cai” como avental sobre as coxas do paciente. Comum em pacientes obesos. o Abdome escavado: pessoas muito emagrecidas.  Manobra de Smith-Bates o Paciente em decúbito dorsal pede-se para elevar a cabeça e o tórax como se tentasse levantar. Quando a massa é na parede abdominal, esta massa fica mais evidente e continua palpável. Enquanto a massa intra-abdominal é ofuscada pela contração muscular e “esconde-se”.  Sinais comuns: o Sinal de irmã Mary Joseph: metástase na região umbilical, não dolorosa. Sinal de alerta para malignidade intra-abdominal.
  • 3. 3 o Sinal de Cullen: manchas equimóticas na região periumbilical. Podem refletir hemoperitônio, pancreatite aguda hemorrágica e gravidez ectópica. o Sinal de Grey-Turner: manchas equimóticas nos flancos. Ocorre apenas na pancreatite aguda hemorrágica.  Circulação colateral: circulação colateral venosa na parede abdominal pode refletir a existência de hipertensão portal ou obstrução da veia cava. A diferenciação entre esses dois tipos de circulação deve ser feita pela pesquisa da direção do fluxo venoso em relação à cicatriz umbilical. O examinador deve traçar uma linha transversal imaginária passando sobre a cicatriz umbilical, dividindo o abdome em duas metades: o No padrão de circulação venosa do tipo portal (comum nos casos de hipertensão portal), o fluxo é de baixo para cima nas veias acima da cicatriz umbilical, e de cima para baixo nas veias abaixo da cicatriz umbilical. o No padrão de circulação venosa colateral do tipo cava, o é de baixo para cima nas duas metades do abdome. Neste último padrão, é frequente o surgimento de circulação colateral nos flancos e na região dorsal do paciente. o É interessante caracterizar, também, a presença de circulação venosa exuberante ao redor da cicatriz umbilical, assumindo aspecto de “cabeça de medusa". Essa formação sinaliza que houve recanalização da veia umbilical, esplenomegalia nos casos de hipertensão portal, pelo escape do sangue portal por esse novo caminho. Ausculta A ausculta do abdome deve ser feita logo após a inspeção, antes das etapas de percussão e palpação. Essa recomendação se justifica porque, quando percutimos e/ou palpamos o abdome, podemos aumentar os sons intestinais existentes, devido à excitação do peristaltismo das alças, de um modo geral. A ausculta do abdome tem dois objetivos básicos: avaliar o estado da motilidade intestinal e pesquisar a presença de sopros vasculares na aorta e em seus ramos principais (artérias renais e ilíacas).  Ruídos hidroaéreos: sons intestinais normais, também chamados de ruídos hidroaéreos, são constituídos por estalidos e gorgolejos (sons de água) e podem ter frequência 5 a 34 por minuto. A pesquisa é feita auscultando ambos os hemiabdomes, observando se os ruídos hidroaéreos estão presentes, aumentados (diarréia e obstrução intestinal), diminuídos ou ausentes (íleo paralítico). Nas peritonites, há ausência de ruídos hidroaéreos.  Sopros: A pesquisa de sopros abdominais deve ser feita pelo examinador seguindo o trajeto da aorta e de seus ramos principais, começando pela linha média do epigástrio, de cima para baixo. Auscultar aorta, artérias renais e artérias ilíacas. Sopros podem indicar estreitamento da luz (mais comum) ou presença de fístula arteriovenosa (mais rara).  Atritos: sons mais incomuns, podem indicar processos inflamatórios hepáticos e do peritônio adjacente ao baço. Percussão Delimitar o limite superior e a borda inferior do fígado (área de macicez hepática). Realizar a hepatimetria. Percutir o espaço de Traube e a região hipogástrica. Se indicado, pesquisar a macicez móvel, sinal de piparote e semicírculo de Skoda. Pesquisar sinal de Giordano.  Hepatimetria: percutir o tórax anterior, de cima para baixo, na linha hemiclavicular direita, determinar limites (macicez) superior (geralmente encontra-se no 5º ou 6º espaço intercostal direito) e inferior (geralmente melhor definido pela palpação. A borda inferior não ultrapassa 1 cm da reborda costal) do fígado e medir a distância entre esses limites. No adulto o tamanho normal varia de 6-12 cm.  Espaço de Traube: limite superior é o diafragma; limite inferior é o rebordo costal esquerda; limite direito é o lobo esquerdo do fígado; limite esquerdo é a linha axilar anterior. Geralmente é livre (timpanismo). Se for maciço, o baço pode ser ou não palpável.
  • 4. 4  Sons comumente obtidos na percussão do abdome: o Macicez: esplenomegalia, hipocôndrio direito, útero gravídico, ascite, tumores e cistos contento líquido. o Submacicez: na fossa ilíaca direita se houver fezes. o Timpanismo: meteorismo (gases no interior das alças intestinais), espaço de Traube, paciente com diarréia e quase todo abdome.  Sinais comuns: o Sinal de Jobert: timpanismo na percussão do hipocôndrio direito. Pode indicar pneumoperitônio ou sobreposição de alça intestinal. o Sinal de Torres-Homem: dor aguda devido à percussão leve de qualquer ponto de área de projeção do fígado. Indica abscesso hepático. o Sinal de Giordano: punho-percussão na região lombar, no ângulo renal. Indicação de pielonefrite.  Pesquisa de ascite o Sinal de Piparote: para ascites volumosas. A face palmar de uma das mãos é posicionada em um dos flancos; a seguir, um peteleco é disparado contra o outro flanco. O abalo produzido pelo piparote produz pequenas ondas de choque no líquido ascítico, perceptíveis pela palma da mão, colocada no flanco oposto. Pode-se pedir para o paciente, coloca a borda cubital de sua mão sobre a linha mediana, no abdômen central, exercendo um pouco de pressão, a fim de interceptar ondas transmitidas pela parede, mas não impedindo a passagem da onda de choque do líquido ascítico. o Semicírculos de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal ou em pé, o líquido ascítico está nos flancos e andar inferior do abdômen. Sendo assim, a percussão, feita desde o andar superior, delimitará uma linha semicircular na transição entre o timpanismo e a macicez ou submacicez das áreas correspondentes às porções mais declives; a concavidade da linha semicircular estará voltada para a região epigástrica. o Macicez móvel: para ascites de médio volume. Pede-se ao paciente que fique mudando de decúbito (lateral esquerdo, lateral direito, dorsal) e realiza-se a percussão. Percebendo-se uma área de macicez/submacicez que se desloca conforme os líquidos. Palpação Entre os objetivos da palpação destacamos: 1. Avaliar o grau de resistência da parede abdominal; 2. Estabelecer as condições físicas das vísceras reconhecidas pela palpação; 3. Explorar a sensibilidade dolorosa do abdome.  Palpação superficial: pesquisar e suplementar os achados da inspeção, determinando o desenvolvimento muscular e o tônus dos músculos da parede abdominal.  Palpação profunda: determinar hiperestesias profundas, tumores ou órgãos palpáveis. o Examinar o fígado: consistência (parenquimatosa, mole, dura e pétrea), estado da borda inferior (fina ou romba), superfície (lisa, irregular e com nodosidades) e sensibilidade (dor difusa/localizada).  Técnica de Mathieu: examinador junto ao hipocôndrio direito com seu dorso voltado para a face do paciente. Aplica-se suas duas mãos, curvadas em garra sobre a zona a palpar. Durante a inspiração espera-se que a borda hepática resvale na superfície palmar dos 4 últimos dedos dispostos em garra. Essa manobra também pode ser realizada com uma só mão em garra.  Técnica de Lemos-Torres: mão esquerda do examinador na região costo-lombar fazendo certa compressão no sentido póstero-anterior, com o objetivo de melhor expor o fígado à palpação. A mão direita espalmada será colocada na face anterior, em local abaixo onde se presume palpar o rebordo hepático. Os dedos ficam paralelos apontando para o rebordo costal direito em 90º. Mão direita pressionada contra o abdome no final da inspiração, aguardando o paciente inspirar.
  • 5. 5  Rechaço hepático: aplicável quando o fígado aumentado ou um volume líquido se interpõe, dificultando a palpação do fígado por outro método. Aplicam-se pequenos golpes na parede anterior do abdome a fim de tocar a superfície do fígado e repeli-lo para regiões mais profundas, mantendo-se a mão no local a fim de perceber o contragolpe do órgão ao retornar à posição inicial. o Vesícula biliar: só é palpável em condições patológicas. Ponto cístico, Sinal de Murphy, Sinal de Courvoisier-Terrier.  Ponto cístico: situa-se no ângulo formado pela reborda costal direita e a borda externa do músculo reto-abdominal.  Sinal de Murphy: ao fazer compressão do ponto cístico e pedir para o paciente inspirar, o paciente interrompe a inspiração por causa de uma dor aguda. Ocorre em alguns casos de colecistite aguda e colelitíase.  Sinal de Courvoisier-Terrier: vesícula biliar palpável em paciente ictérico. Indicação de neoplasia na cabeça do pâncreas. o Baço: quando de tamanho e localização normal, não é palpável. Quando o baço está aumentado pouco ou moderadamente, a sua palpação é facilidade pela posição de Schuster. Se palpável verificar tamanho, distância em relação ao rebordo costal esquerdo, característica da borda, superfície e presença de dor.  Posição de Schuester: paciente em decúbito lateral direito com a perna direita estendida e a coxa esquerda fletida em 90º, o ombro esquerdo é elevado colocando o braço correspondente sobre a cabeça. O examinador vai para esquerdo do paciente e faz mão em garra. Essa manobra só é realizada quando o espaço de Traube é maciço e o baço não é palpável em decúbito dorsal (com mão estendida ou mão em garra). o Rins: localização do pólo inferior, sensibilidade, mobilidade, pontos reno-ureterais. Métodos de Guto e Israel.  Pontos reno-ureterais: situam-se na borda lateral dos mm. reto-abdominais em dois pontos na interseção com uma linha horizontal que passa pelo umbigo e no cruzamento da linha que passa pela espinha ilíaca anterossuperior.  Método de Israel: paciente em decúbito lateral, contralateral ao lado examinado; perna homolateral ao lado apoiado fletida e a outra estendida; força-se com as duas mãos dorso e abdome até sentir o rim.  Método de Guyon: paciente em decúbito dorsal; o examinador eleva a região dorsal e palpa com os dedos o rim; na expiração aprofunda os dedos e na inspiração os mantém. o Bexiga: se palpável anotar grau de distensão em relação à sínfise pubiana.  Dores comuns referidas: o Colecistite: irradiação para ombro direito. o Dor pleurítica: irradiação para os flancos. o Cólica renal e apendicite: irradiação para região escrotal. o Dor no infarto do miocárido: região epigástrica.  Sinais de irritação peritoneal: o Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca. Peritonite. o No ponto de McBurney: apendicite.  Ponto de McBurney: corresponde a 2/3 da linha que une o umbigo e a espinha ilíaca anterossuperior. o Sinal de Rovsing: dor no quadrante inferior direito quando é exercida pressão à palpação no quadrante inferior esquerdo. Isso ocorre por fazer deslocamento do ar. Indica apendicite. o Plastrão: tumoração de limites imprecisos, macia e inespecífica. Processos inflamatórios no abdome. o Sinal do Psoas: dor à compressão do ceco contra a parede posterior do abdome, enquanto o doente eleva o membro inferior direito estendido. Apendicite. o Rigidez de parede: palpação bimanual para avaliar defesa localizada na parede abdominal.
  • 6. 6 SEMIOLOGIA DO SISTEMA NEUROLÓGICO Anamnese  HDA o Ver data do início da queixa: estabelece a duração da doença; recente (horas ou dias) ou de longa duração (meses ou anos). Exemplos: hemorragia cerebral (recente) e esclerose lateral amiotrófica (longa duração). o Modo de instalação da doença: rápido (traumatismo, distúrbio vascular) ou lento (processo degenerativo ou neoplásico). o Evolução cronológica:  Tumor cerebral: sintomas gradativos, rápidos ou não.  Doença degenerativa do sistema nervoso: evolução progressiva, mas lenta.  Doenças vasculares encefálicas: manifestações súbitas, podendo haver recuperação completa ou incompleta.  Esclerose múltipla: surto agudo seguido de regressão parcial ou total dos sintomas.  Epilepsia e enxaqueca: manifestações aparecem de modo paroxístico.  Interrogatório sintomatológico o Episódios de perda de consciência: epilepsia, síncope, lipotimia, síndrome de Adams- Stokes. o Cefaléia: enxaqueca, aneurisma intracraniano, tumor cerebral, hipertensão intracraniana. o Convulsões: epilepsia, intoxicações exógenas e hipoglicemia. o Ambliopia/amaurose: tumor cerebral, esclerose, neurite óptica. o Diplopia: lesão de nervos oculomotores com paralisia ou paresia de músculos extrínsecos do olho. o Hipoacusia/anacusia, zumbido: doenças do ouvido, tumor do ângulo ponto-cerebelar. o Vertigem: labirintopatia, insuficiência vascular cerebral do sistema vertebrobasilar, hipertensão intracraniana. o Náuseas/vômito: enxaqueca, labirintopatia, tumor cerebral, hipertensão craniana. o Disfagia/disfonia: lesões bulbares ou dos nervos responsáveis pela deglutição e fonação. o Disfasia: lesões do hemisfério cerebral dominante por distúrbios vasculares e neoplásicos. o Dor/parestesia: lesões do sistema nervoso periférico. o Paralisia/paresia: lesões das vias motoras, centrais ou periféricas. o Distúrbio esfincteriano: lesões medulares.  Antecendentes: o Pessoais: condições pré-natais (traumatismos, torexemia gravídica, infecções, uso de medicamentos e tentativas de abortamento); condições de nascimento (se foi normal e a termo, se fez cesárea, se demorou, se foi usado fórceps, se existiu circular de cordão, se houve necessidade de manobra de reanimação); condições de desenvolvimento psicomotor (em que época firmou a cabeça, sentou, andou, falou); vacinações (antipoliomielite e anti-sarampo); doenças anteriores (traumatismo cranioencefálico, alcoolismo, carência alimentar, intoxicações, doenças iatrogênicas, cirurgias, convulsões, diabetes mellitus, HAS) o Familiares: doenças musculares e heredodegenerativos do sistema nervoso.
  • 7. 7 Exame físico  Exame do pescoço e coluna cervical o Carótidas: palpação e ausculta, comparando-se a amplitude e averiguando se existem frêmito e/ou sopro. Procura por estenose ou oclusão da artéria, condições que determinam distúrbios isquêmicos encefálicos. o Limitação dos movimentos: limitação da extensão, flexão, rotação e laterização da cabeça, que pode indicar meningites e hemorragias subaracnóideas. o Rigidez da nuca: paciente em decúbito dorsal, o examinador coloca a mão na região occipital e suavemente tenta fletir a cabeça do paciente (o queixo em direção ao esterno). O normal é que o movimento seja fácil e amplo. Se houver rigidez de nuca, pode ser devido a meningite ou hemorragia subaracnóidea.  Prova de Brudzinski: paciente em decúbito dorsal e membros estendidos faz uma flexão forçada do pescoço e mantém essa flexão por alguns segundos, na posição máxima. A prova será positiva se houver flexão dos membros inferiores.  Exame da coluna lombossacral o Movimentos: deve ser investigada por meio da flexão, extensão, movimentos de lateralização e rotação. o Provas de estiramento da raiz nervosa:  Prova de Kernig: fletindo-se os MMII nas articulações coxo-femurais e nos joelhos mantendo-se ângulo de 90º entre os segmentos, a prova é positiva se houver resistência na extensão passiva (sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático), feita pelo examinador.  Prova de Lasègue: paciente em decúbito dorsal e MMII estendidos, examinado faz elevação do membro examinado. É positiva quando o paciente sente dor na face posterior do membro. É um sinal de compressão radicular.  Marcha ou equilíbrio dinâmico o Atípica, helicópode, anserina, parkinsoniana, cerebelar, tabética, de pequenos passos, vestibular, escarvante, claudicante e espástica.  Equilíbrio estático o Prova de Romberg: paciente na posição vertical e com os pés juntos, olhando para frente, deve permanecer assim por alguns segundos, em seguida pede-se para o paciente fechar os olhos.  Negativa: nada se observa ou apenas pequenas ligeiras oscilações - indivíduo normal.  Positiva: oscilações do corpo, com desequilíbrio com tendência a queda. Se oscila para qualquer lado - lesão da via de sensibilidade proprioceptiva. Se oscila sempre para o mesmo lado - lesão do aparelho vestibular.  Motricidade o Motricidade ativa  Paresias: diminuição dos movimentos.  Plagia: ausência de movimentos.  Monoplegia ou monoparesia: ausência ou diminuição dos movimentos de um membro.  Paraplegia ou paraparesia: ausência ou diminuição dos movimentos dos MMII.  Diplegia ou diparesia: ausência ou diminuição dos movimentos dos MMSS ou face.  Hemiplegia ou hemiparesia: ausência ou diminuição dos movimentos da face, membro superior, membro inferior de um lado.  Tetraplegia ou tetraparesia: ausência ou diminuição dos movimentos dos quatro membros.
  • 8. 8 o Provas contra resistência: manobras de oposição. O examinador coloca sua força contra todos os movimentos articulares do paciente e mede, subjetivamente, a força do paciente e compara com os segmentos contralaterais homólogos. o Provas contra força da gravidade: chamadas de manobras deficitárias.  Manobra dos braços estendidos (ou de Mingazzini para mmss): pede-se ao paciente para estender os mmss para frente em ângulo de 90º com o tronco, com as mãos supinas e os dedos abduzidos e estendidos. O paciente deve manter essa posição por 1 minuto.  Manobra de Raimiste: paciente em decúbito dorsal deve estender os antebraços de ambos os membros formando um ângulo de 90º com o plano horizontal.  Manobra de Mingazzini: pede-se ao paciente em decúbito dorsal para colocar os mmii elevados com flexão da coxa sobre a bacia e da perna sobre a coxa em ângulo de 90º. O paciente deve manter essa posição por 1 minuto.  Prova de Barré: paciente em decúbito ventral flete a perna sobre a coxa em ângulo de 90º, entre os segmentos. A incapacidade manter essa posição por mais de 1 minuto reflete déficits dos mm flexores da coxa. Classificação da força muscular 0 - nenhum movimento. 1 - discreta contração muscular. 2- movimento completo sem a força da gravidade. 3- movimento contra a força da gravidade. 4- movimento contra a resistência, mas incompleto. 5- força normal.  Trofismo muscular: reflete o estado de nutrição do músculo. Avalia se há simetria/assimetria, atrofia. Se houver sinais de atrofia, deve-se medir com a circunferência e comparar com a região homóloga. Principais áreas pesquisadas: cintura escapular, mãos, cintura pélvica, coxas, panturrilhas e pés.  Tônus muscular: estado de tensão constante a que estão submetidos os músculos. o Inspeção: flacidez ou enrijecimento anormal de cada músculo. o Palpação das massas musculares o Movimentos passivos: imprimem-se movimentos normais de extensão e flexão.  Passividade (diminuição do tônus) e extensibilidade (se há exagero ou não do grau de extensibilidade da fibra muscular). o Balanço passivo: o examinador com as duas mãos segura e balança o antebraço do paciente, observando se a mão movimenta de forma normal, aumentada (hipotonia) ou diminuída (hipertonia).  Hipotonia: observa-se achatamento das massas musculares, consistência muscular diminuída, passividade e extensibilidade aumentadas. Pode ocorrer em lesões do cerebelo, coma profundo, estado de choque do SNC, coréia aguda, algumas encefalopatias, mongolismo.
  • 9. 9  Hipertonia: encontram-se consistência muscular aumentada, passividade diminuída e extensibilidade aumentada.  Hipertonia piramidal (espasticidade): observada comumente na hemiplegia, diplegia cerebral infantil. ► Sinal do canivete: estando o segmento fletido, na tentativa de fazer a extensão (solicitando ao paciente que esteja relaxado) há uma resistência inicial e vencida esta resistência inicial o movimento fica fácil, quase espontâneo até a extensão total do mesmo. É elástica.  Hipertonia extrapiramidal (rigidez): comumente encontrada no parkinsonismo e na degeneração hepatolenticular. Sinal da roda denteada: caracteriza-se por interrupções sucessivas ao movimento, lembrando os dentes de uma cremalheira. É plástica.  Coordenação: traduz o funcionamento de pelo menos dois setores do sistema nervoso: o cerebelo e a sensibilidade proprioceptiva. Provas cerebelares. o Prova dedo-nariz: com o membro superior estendido lateralmente, o paciente é solicitado tocar a ponta do nariz com o indicador. Repete-se a prova algumas vezes, primeiro com os olhos abertos e depois com os olhos fechados. o Prova calcanhar-joelho: em decúbito dorsal o paciente deve tocar o joelho com o calcanhar do membro a ser examinado. A prova deve ser avaliada várias vezes, de início com os olhos abertos e depois com os olhos fechados.  Dismetria: paciente não consegue alcançar o alvo com precisão. o Prova dos movimentos alternados (diadococinesia): pede-se ao paciente para realizar movimentos rápidos e alternados (abrir e fechar a mão; pronação e supinação).  Eudiadococinesia: capacidade de realizar diadococinesia.  Disdiadococinesia: dificuldade em realizar os movimentos de diadococinesia.  Adiadococinesia: incapacidade de realizar os movimentos de diadococinesia. o Ataxia: falha na coordenação muscular que se traduz na incapacidade ou na irregularidade na realização concreta e sincrônica de um movimento.  Ataxia cerebelar: dismetria, disdiadococinesia, tremor, disartria, decomposição dos movimentos, dança dos tendões e marcha cerebelar (ebriosa). Nistagmo pode estar presente. Os transtornos não se agravam quando os olhos estão fechados. Causas: trauma, hemorragia cerebral, infecções e anormalidades congênitas.  Ataxia senstiva: dismetria, comprometimento da sensibilidade profunda, nistagmo ausente. Sinal de Romberg positivo. Coordenação piora com olhos fechados. Marcha tanolante (ou tabética).  Ataxia vestibular: comprometimento equilíbrio (piora com os olhos fechados). Nistagmo presente, marcha de Babinski-Weil (em estrela) e marcha de Fukuda (de olhos fechados, marcha no mesmo lugar), tendência para lateralização e queda.  Reflexos o Reflexos profundos (miotáticos): percussão do tendão ou aponeurose do músculo. Fazer estímulo mecânico breve e firme.  Classificação dos reflexos miotáticos  Ausente (arreflexia): lesões que interrompem o arco-reflexo. Poliomielite, polineuropatia periférica, miopatia.  Diminuído (hiporreflexia): lesões que interrompem o arco-reflexo. Poliomielite, polineuropatia periférica, miopatia.  Normorreflexia.  Reflexo vivo: amplo e brusco.
  • 10. 10  Exaltado (hiper-reflexia): lesões da via piramidal. AVC, tumor, traumatismo. Reflexo Nervo responsável Resposta Aquileu Nervo tibial Flexão do pé Patelar Nervo femoral Extensão da perna Flexor dos dedos Nervo mediano Flexão dos dedos da mão Supinador Nervo ulnar Flexão do antebraço, às vezes pronação e flexão dos dedos Pronador Nervo radial Pronação da mão e antebraço Bicipital Nervo músculo-cutâneo Flexão do antebraço Tricipital Nervo radial Extensão do antebraço o Reflexos superficiais (esteroceptivos): o estímulo é feito na pele ou na mucosa externa, através de um estilete rombo.  Reflexo cutaneoabdominal: estimulação com espátula região abdominal (sentido látero-medial). Desvio da cicatriz umbilical e linha alba para o lado estimulado.  Reflexo cutaneoplantar (n.tibial): estimulação da região lateral planta pé (sentido póstero-anterior). Flexão hálux e artelhos.  Sinais comuns:  Sinal Babinski: extensão hálux e abertura em leque dos artelhos (lesões piramidais) ao estímulo cutâneo-plantar. Representam lesão piramidal. Nas crianças é normal esse sinal ser presente.  Sinal de Gordon: com a mesma finalidade para obter o “sinal de babinski” porém fazendo compressão da panturrilha.  Sinal de Chaddock: quando a área cutânea do maléolo lateral é irritada ocorre extensão do hálux em caos de disfunção piramidal. Manobra alternativa ao sinal de babinski.  Sinal de Openhein: estimulação da crista tibial, em direção descendente para obter o sinal de Babinski.  Sensibilidade:  Superficial ou exteroceptiva: pesquisar principalmente nos braços, antebraços, mãos, coxas, pernas e pés. Comparar áreas homólogas.  Sensibilidade tátil: usar algodão ou pincel cerdas finas.  Sensibilidade dolorosa superficial: usar alfinete ou agulha.  Sensibilidade térmica: usar tubos (água quente ou fria).  Profunda ou proprioceptiva  Sensibilidade cinético-postural: movimentação passiva das articulações. Realizar flexão e extensão dos polegares e dos hálux e pedir ao paciente que, com os olhos fechados, indique o que você fez.  Sensibilidade vibratória ou palestesia: diapasão-proeminências ósseas. Percutir o diapasão e colocá-lo sobre projeções ósseas do paciente: clavículas, olecrânios, apófise estilóide radial, cristas ilíacas, patelas e maléolos mediais. Pedir ao paciente, com olhos fechados, para informar se sente a vibração do diapasão e informar quando a vibração cessar. Comparar áreas homólogas, pedindo para que o paciente informe se a vibração é menos intensa em algum lado.  Sensibilidade dolorosa profunda: compressão vigorosa tendões e músculos.
  • 11. 11  Nervos cranianos o 1º PAR – OLFATIVO: a pesquisa deve ser feita com os olhos vendados e em cada narina, separadamente, verificar se há anosmia, hiposmia, cacosmia. Usar café, canela, cravo.  Hiposmia e anosmia: alterações deficitárias.  Parosmia: consiste na perversão do olfato (só muda o cheiro).  Cacosmia: sensação olfativa desagradável na ausência de qualquer substância capaz de gerar odor. o 2º PAR - ÓPTICO (sensitivo): acuidade visual (paciente deve descrever o que vê na sala de exame), campos visuais (espaço dentro do qual um objeto pode ser visto estando o olho imóvel e a visão fixada em um ponto distante. Examinar separadamente cada olho), discriminação de cores (amarelo, azul, vermelho e verde) e fundoscopia (retina, papila e vasos).  Ambliopatia: acuidade visual subnormal, sem alteração anatômica aparente, que não melhora com correção óptica. É funcional.  Amaurose: cegueira total.  Hemianopsias: perda de metade do campo visual.  Homônima: quando as duas metades são do mesmo lado do campo visual (camponasal de um olho e temporal de outro olho). Lesão retroquiasmática.  Heterônima: quando há comprometimendo dos campos bitemporais ou binasais. Lesão no quiasma óptico. o 3º, 4º e 6º PARES – OCULOMOTOR (musculatura elevadora da pálpebra, contrações da pupila, mm. reto medial, reto superior, reto inferior e oblíquio inferior), TROCLEAR (músculo oblíquo superior) E ABDUCENTE (m. reto lateral): são examinados juntos porque todos controlam o movimento do globo ocular.  Motilidade extrínseca: paciente com a cabeça imóvel deve acompanhar o dedo do examinador em diversas direções (horizontal, vertical e oblíqua), testar também capacidade de convergência. Faz-se em cada olho separadamente e depois simultaneamente. Presença ou ausência de ptose palpebral, estrabismo.  Motilidade intrínseca: pupilas examinadas pela inspeção observando-se simetria e regularidade das bordas pupilares.  Pupilas: reações pupilares devem ser testadas solicitando-se ao paciente olhar distante e fazendo um feixe de luz penetrar na pupila examinada, obliquamente, colocando-se a lanterna lateralmente ao eixo do olho.  Ocorrerá miose no olho examinado (reflexo fotomotor) e no olho oposto (reflexo consensual).  Aproxima-se dos olhos um objeto e as pupilas se contrairão normalmente (reflexo de acomodação).  Estrabismo: desvio do olho do seu eixo normal. Há predomínio de um dos músculos dos movimentos extrínsecos do olho (por paresia ou paralisia do seu antagonista). O estrabismo pode ser horizontal (convergente ou divergente) ou vertical (superior ou inferior). o 5º PAR – TRIGÊMEO (oftálmico, maxilar e mandibular): é um nervo misto. Para testar a raiz motora, pedir ao paciente que feche a boca com força e morda um objeto de madeira (abaixador de língua) – força/trismo da mandíbula. Testar o ramo sensitivo verificando as sensibilidades tátil, dolorosa e térmica (face, fronte, couro cabeludo e da mucosa oral, nasal e lingual). Pesquisar sensibilidade superficial (com o pincel), reflexo córneo-palpebral e reflexo masseterino.
  • 12. 12  Reflexo córneo-palpebral: toca-se com um algodão suavemente entre a esclerótica e a córnea. O paciente deve estar com os olhos virados para o lado oposto. A resposta normal é a contração do músculo orbicular das pálpebras.  Reflexo masseterino: peça ao paciente para abrir um pouco a boca. Coloque o dedo indicador no ápice da mandíbula e percuta-o com o martelo. A resposta, contração dos mm.pterigóides, varia amplamente. o 7º PAR – FACIAL (misto): responsável pela motricidade mímica da face, sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua. Testar a motricidade dos músculos da mímica facial (pede-se ao paciente para fazer caretas, assobiar, sorrir e mostrar os dentes). Diferenciar a paralisia facial periférica da paralisia facial central. Testar sentido do gosto (doce, salgado, amargo e azedo). Avaliar sinais de Bell, Negro e Souqués.  Hipogeusia: diminuição do sentido do gosto.  Ageusia: ausência do sentido do gosto.  Parageusia: perversão do sentido do gosto. o 8º PAR - VESTIBULOCOCLEAR: Exame da raiz coclear (audição) verificar se há anacusia ou hipoacusia através do tic-tac do relógio, prova de Rinne, prova de Weber. Testa raiz vestibular (equilíbrio) teste de Romberg (equilíbrio estátio) e equilíbrio dinâmico (marcha sobre os próprios pés), pesquisa de nistagmo (tipo, direção, relação com fixação visual), e perguntar se o paciente tem tontura e vertigem.  Nistagmo: são movimentos tipicamente involuntários, rítmicos e rápidos do globo ocular (horizontal, vertical, rotatório, todos).  Tontura: prevalecem a sensação de instabilidade do equilíbrio e a insegurança durante a marcha.  Vertigem: paciente tem a sensação de que tudo está rodando ao redor dele ou que ele próprio está rodando. É sempre de natureza labiríntica.  Prova de Rinne: consiste em colocar o diapasão na região do mastóide. Quando o paciente deixar de ouvir a vibração, coloca-se o aparelho próximo ao conduto auditivo. ► Rinne positivo: paciente acusa percepção do som. É o normal. ► Rinne negativo: transmissão óssea mais prolongada do que a área. Deficiência auditiva de condução.  Prova de Webber: coloca-se o diapasão vibrando no alto da cabeça (vértice) e pergunta-se ao paciente se o som aparece igualmente alto em cada orelha ou mais em uma do que outra. Em geral, o som é percebido igualmente pelas duas orelhas. Se houver alteração, o som será mais ouvido pela orelha intacta na surdez perceptiva ou pela orelha comprometida na surdez de condução.  Hipoacusia de condução (perda da condução aérea): Webber lateraliza para o lado da lesão (ouve melhor do lado lesado). Rinne negativo.  Hipoacusia de neurossensorial: Webber lateraliza para o lado sadio (ouve melhor do lado sadio). Rinne positivo, porém dimnuído. o 9º e 10º PARES - GLOSSOFARÍNGEO E VAGO: são explorados juntos porque com freqüência inervam os mesmos órgãos. Explorar: análise dinâmica da deglutição, rouquidão e disfonia, pesquisa de reflexo do vômito, mobilidade do palato mole e úvula, sensibilidade tátil do terço posterior da língua, regurgitação nasal, sensibilidades tátil e dolorosa do tragus. Pacientes com lesões nesses nervos queixam- se de disfagia e disartria.  Sinal da cortina: lesão no X par craniano. Quando há lesão unilateral observa-se na fonação, desvio do véu palatino para o lado são e o lado lesado ficará hipotônico e abaixado.
  • 13. 13  Reflexo do vômito: testa-se a sensibilidade da faringe com um abaixador de língua tocando os pilares amigdalianos. o 11º PAR – ACESSÓRIO (motor): inerva o esternocleidomastoideo e o trapézio. Verificar contornos musculares do trapézio e esternocleidomastoideo e da força muscular do conjunto, solicitando que o paciente eleve os ombros, gire a cabeça. o 12º PAR - HIPOGLOSSO (motor): inerva os músculos da língua. Avaliar os movimentos da língua dentro e fora da cavidade oral. Avaliar aspecto, trofia e fasciculações. Se a paralisia é unilateral à exteriorização, a língua se desvia para o lado do nervo paralítico e quando dentro da boca desvia para o lado são.  Fala e linguagem o Linguagem: expressão (palavra escrita e falada), compreensão (palavra escrita e falada), nomeação (mostrar objetos simples), repetição (frases simples) e articulação da fala. Alterações da fala (disfonia, dislalia, disartria e disfasia).  Estado mental o Estado Mental: nível de consciência (vigil, sonolento, obnubilado, torporoso e comatoso), orientação (no espaço e no tempo), atenção (atento ou desatento), memória e afetividade.