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Histórico da EJA em Bom Jardim-MA com índices de analfabetismo e evasão escolar
1. CONTEXTO HISTÓRICO DA EJAI (EDUCAÇÃO DE JOVENS,
ADULTOS E IDOSOS EM BOM JARDIM – MA
Adilson Motta, 2015
A Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) em Bom Jardim foi implantada
em 1993, no 6º prefeito eleito, Dr. Carlos Celso Ribeiro. Em seu momento inicial
funcionou apenas na sede municipal – ou melhor, Zona Urbana – deixando a zona rural
como sempre, nas condições de excluídos e relegados. A primeira escola do município
onde funcionou o EJA foi a Escola Frei Antonio Sinibalde. No momento, o município
apresentava um índice de analfabetismo alarmante, cerca de 50%, e em 2000 esse índice
caiu para 42%, segundo Nações Unidas. O índice de analfabetos funcionais era outro
indicador perverso e assustador, que dentro de um universo ou região Nordeste, colocava
o município num elevado índice de pobreza e desigualdade social. Tal realidade ou
situação comprimia, ou melhor, levava o grande número de jovens a abandonarem seus
estudos, muitos destes, por razões socioeconômicas.
De acordo com relatos de professores da época e alunos evadidos, a falta de
emprego e renda foi um dos principais elementos que contribuiu para a evasão, e outra
causa é a busca de trabalho em outras localidades para garantir o sustento da família. Para
VIEIRA (2005), esses problemas devem ser vistos como efeito da má distribuição de
renda e a falta de acesso à escola na idade própria.
Frente a esse grande contingentes de alunos evadidos daqui e outros que
chegavam de outros lugares com situações semelhantes, a gestão que sucedeu aquela que
implantou (no ano de 1997 a 2004 – Gestor Manoel Gralhada) abriu largas portas
ampliando as demandas educacionais nessa modalidade a esse contingente de
desassistidos, entregues a revelia do governo anterior, e algo semelhante em muitos outros
municípios, onde não se via na educação um instrumento de fazer política pública para
fins de desenvolvimento e inclusão social.
Além de funcionar na Escola Frei Antonio Sinibalde, funcionou também na
EMEB. Fernanda Sarney (Hoje Dinare Feitosa), no Ney Braga e escola Nova Brasília
(hoje conhecida Rosilda Martins de Oliveira).
Em levantamentos realizados verificou-se que de 2002 a 2010, muitas
escolas da Modalidade EJA na zona urbana e rural foram fechadas por mero
descaso e “desvalor” a esse segmento de excluídos na visão de gestores que
não viam na educação um dos eixos centrais para a promoção humana, inclusão
social e desenvolvimento local. Em 2011, o município contava com um total de
2. 1080 alunos do EJA matriculados na Rede Municipal. No ano de 2013 caiu para
707 alunos. No entanto, no ano de 2014, devido campanhas ou Mutirão de
Matrículas promovidos pela Secretária de Educação Nazaré, esse número de
alunos matriculados subiu para 1.534 alunos.
A maioria das escolas, especificamente da Zona Rural não possui o PPP
(Projeto Político Pedagógico). Percebe-se então, que a gestão da direção de
muitas escolas da Zona Rural em relação à qualidade, bem como sua
preocupação é mais discurso, enquanto que na prática a educação se arrasta. E
sua não-abrangência a zona rural reduz a perspectiva de futuro às famílias de
seus jovens – condenados a um ciclo de pobreza, o que ultimamente está
promovendo uma grande migração do campo para a sede municipal, ou outras
cidades.
Evolução do Número de Matrículas no EJAI 2011-2014
Etapas Ano 2011 Ano2013 Ano 2014
EJA 1080 707 1534
Fonte: Secretaria Municipal de Educação/SEMED – 2014.
Não sendo diferente do que acontece nas outras regiões brasileiras, a
modalidade EJA/EJAI apresenta um alto índice de abandono, conforme mostra
a tabela abaixo.
Taxa de Rendimento Rede Municipal. EJAI -
Fase/Nível Taxa Aprovação Taxa de Reprovação Taxa Abandono
3º ANO
Fundamen
tal
200
7
Urban
a
Rur
al
Tot
al
Urba
na
Rur
al
Tot
al
Urba
na
Rur
al
Ger
al
34,7 61,
2
58,
1%
3,3% 3,6
%
3,6 6,2 35,
2
38,
3
Fonte: Secretaria Municipal da Escola. 2015.
Em 2014, segundo MEC/INEP, o município apresentava um total de 1.543
alunos matriculados distribuídos num total de 40 escolas e 77 professores. Três
destas funcionam na zona urbana e as demais na zona rural. Do total de alunos
matriculados, 35% são da zona urbana e 65% da zona rural.
Podemos constatar o descaso no investimento econômico e social, pois o
problema tem maior gravidade dando menos oportunidade educacional, apesar
de discursos oficiais das políticas educacionais procurando-se incluir a
população jovem e adultos excluídos da escola ou dela expulsa precocemente.