O documento discute o modelo de sala de aula invertida, como uma abordagem de ensino híbrido onde os alunos recebem instrução inicial fora da sala de aula, geralmente através de vídeos ou leituras, e completam atividades em sala de aula. O documento também fornece exemplos de como implementar este modelo em uma sala de aula de física aplicada e discute os benefícios e desafios percebidos por um professor ao adotar esta abordagem.
10. SALA DE AULA INVERTIDA
A reter…
não há uma única maneira de inverter a sala de aula - não há essa coisa da sala de
aula invertida. (...) Inverter a sala de aula tem mais a ver com certa mentalidade: a de
deslocar a atenção do professor para o aprendiz e para a aprendizagem.
(Bergmann e Sams, 2018 )
Segundo Bergmann e Sams todos os professores que invertem a sua sala de aula
devem perguntar-se:
quais as atividades que não exigem a minha presença física e que podem ser retiradas
da sala de aula para dar mais tempo em sala de aula às atividades que são reforçadas
pela minha presença física?
(Bergmann e Sams, 2018)
11.
12. Layout de uma sala de aula tradicional de Física Aplicada na Escola de Engenharia e
Ciências Aplicadas, na Universidade de Harvard, lecionada pelo professor Eric Mazur,
versus
Layout da mesma aula, na mesma escola, com o mesmo professor em regime de SAI
O professor é identificado pela seta em cada uma das fotos.
13. AVALIAÇÃO
A avaliação formativa é a predominante ao longo do processo.
Compete ao professor avaliar constantemente a trajetória do aluno e
oferecer feedback imediato que o mantenha no rumo seguro das
rodovias da aprendizagem. (...) Um dos componentes do bom ensino é o
de acompanhar o aluno ao longo da jornada da aprendizagem, em vez
de apenas verificar se chegou ao destino com segurança.
(Bergmann e Sams, 2018)
14. UMA PARTILHA
Ano letivo 2021/2022 Turma 11º ano de FQA, 28 alunos
Rotina SAI
- 4ªF : disponibilização de vídeo + formulário online + ficha de orientação para visualização do
vídeo;
- Domingo: Data para conclusão da atividade em casa;
- 2ªF (45’) esclarecimento de dúvidas + resumo matéria.
- 3ªF (135', com a turma dividida em turnos), trabalho laboratorial em grupo;
- 4ªF (90’), Atividades de nível cognitivo mais elevado;
- 6ªF (90’) Avaliação individual ou aula mais tradicional.
19. 0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4
Número
de
alunos
Semana
Realização/não realização TPC
(Turma 11º ano, 20-04-22 a 15-08-2022)
Realizaram
Não realizaram
20. UMA
REFLEXÃO
Vantagens
• Respeito pelo ritmo dos alunos:
• Os bons alunos vêm o vídeo rapidamente (podendo poupar tempo);
Os alunos com dificuldades podem beneficiar por andar ao seu ritmo
(não precisam de pedir ao professor para esperar enquanto passam, se
se distraírem podem voltar a ouvir o que perderam…);
Poupança de tempo em sala de aula (uma exposição de 20 minutos em
sala de aula pode ser condensado num vídeo de 5 minutos – cada aluno
levará o seu tempo a explorá-lo);
Aulas menos cansativas para o professor;
Aposta em metodologias de ensino mais ativas.
Inconvenientes
• É difícil garantir que todos os alunos fazem o TPC;
• Implica mais trabalho de preparação (pelo menos inicial) por parte do
professor.
21. ANOTAÇÕES
EM
DIÁRIO
DE
BORDO
A manter
• Ensinar os alunos a ver os vídeos;
• Criar uma rotina para a inversão de algumas aulas;
• Não dar a aula de novo;
• Registar falta de TPC no GIAE quando aluno não cumpre o trabalho de casa;
• A ficha de acompanhamento do vídeo.
A melhorar
• Verificar que a ficha de acompanhamento do vídeo está preenchida e colada
no caderno (inserir uma questão extra para envio da foto da ficha
preenchida?);
• Enviar email inicial aos EE explicando a vantagem do método e a necessidade
dos alunos cumprirem a atividade de TPC;
• Ponderar o recurso ao EdPuzzle para garantir que os alunos vêm o vídeo
todo;
• Tentar apostar em vídeos mais dinâmicos.
22. CONCLUSÕES
Sala de aula invertida
• Não é um método rígido, podendo ser adaptado a várias
disciplinas e a vários contextos;
• Trata-se de uma meta-estratégia, que suporta outros métodos
pedagógicos;
• Apela a métodos de aprendizagem ativos, onde o aluno é
incentivado a responsabilizar-se pelo seu estudo;
• Envolve o uso das novas tecnologias enquanto mais uma
ferramenta pedagógica, enriquecendo o ecossistema de
aprendizagem.
24. REFERÊNCIAS
• Bergmann, J. e Sams, A. (2018). Sala de aula invertida: Uma metodologia ativa de
aprendizagem. Rio de Janeiro: LTC.
• Christensen, C. M., Horn, M. B., & Staker, H. (2013). Ensino Híbrido: uma Inovação
Disruptiva? Uma introdução à teoria dos híbridos. Clayton Christensen Institute for
Disruptive Innovation. Traduzido para o Português por Fundação Lemann e Instituto
Península
• Gomes, L. & Paul, A. (2018). Scaffolding learning and maximising engagement.
Nativas. Consultado a 13/04/2022. https://learningandteaching-
navitas.com/scaffolding-learning-maximising-engagement/
• https://blog.jovensgenios.com/aula-invertida-melhor-momento-para-usar/
• https://cft.vanderbilt.edu/guides-sub-pages/blooms-taxonomy/
• https://encurtardistancias.blogspot.com/
• https://peerinstruction.wordpress.com/