A Revolta dos Beckman de 1684 foi liderada pelos irmãos Manuel e Tomás Beckman em resposta ao descumprimento do acordo com a população local pela Companhia de Comércio do Maranhão e à crise econômica na região. Os revoltosos tomaram brevemente o controle do governo antes de serem violentamente reprimidos pela Coroa Portuguesa.
2. O QUE FOI...
A Revolta dos Beckman foi uma segunda rebelião nativista ocorrida na
cidade de São Luís (estado do Maranhão) em 1684.
3. POR QUE "REVOLTA DOS BECKMAN"?
MAPA DE 1629, SÃO
LUÍS DO MARANHÃO
A revolta que ocorreu em 1684, na cidade de São Luís do
Maranhão, recebeu esse nome pois os principais líderes do
levante foram os irmãos Manuel Beckman e Tomás
Beckman.
4. O QUE ACONTECEU?
• No final do séc. XVII, o Estado
do Maranhão, que pertencia a
Coroa Portuguesa
(economicamente), começou a
sofrer crise na economia
açucareira e logo a miséria
tomou conta da região.
• Na época, os nativos
mantinham os índios
escravizados, e os jesuítas
não gostavam nada disso, o
que foi gerando conflitos
entre eles e a população
local.
ÍNDIO NÃO GOSTA
DE NATIVOS !!
5. O QUE ACONTECEU?
• Os fazendeiros, comerciantes e habitantes
das cidades de Belém do Pará e de São
Luís do Maranhão começaram a ficar
revoltados com toda a situação, sendo
que a administração portuguesa não
estava dando conta de sustentar a
economia da região, pois faltava produtos
manufaturados e também escravos,
intensificando os conflitos entre a
metrópole, os jesuítas e os nativos
maranhenses.
• Esses conflitos foram transformados em
confrontos reais duas vezes. O segundo
confronto foi liderado por principalmente
dois irmãos, e ficou conhecido como A
Revolta dos Beckman.
6. A PRIMEIRA REVOLTA
• Aconteceu em 1661, na cidade de São Luís, se espalhando depois para Belém do Pará.
• Com a carência de escravos na região, a população local começou a escravizar os índios.
• Como os jesuítas eram contra a isso, um grupo de moradores invadiu o colégio jesuíta de Nossa
Senhora da Luz e expulsou os religiosos de lá. Eles prenderam o padre Antônio Vieira, líder dos
jesuítas, aprisionaram ainda outros religiosos que ainda estavam escondidos e mandaram todos
eles em três barcos para Portugal, mas somente dois dos barcos chegaram lá.
MAPA ANTIGO
DE PORTUGAL
7. • Só que em março de 1662,
um novo governador foi para
São Luís, Rui Vaz de Siqueira,
que resgatou os religiosos e
concedeu "perdão" aos
moradores.
• Vendo que o cerco se
apertara, os portugueses
prometeram dar melhores
condições de vida aos
revoltosos, mas não foi bem
assim...
A PRIMEIRA REVOLTA
PADRE ANTÔNIO VIEIRA
JESUÍTA E ÍNDIOS
9. Monumento a Manuel
Beckman em São Luís do
Maranhão, inaugurado em
1910. A base, por
debaixo da pirâmide, fez
parte do antigo Pelourinho
que se pensava
completamente destruído
em 1889.
10. A COMPANHIA DO COMÉRCIO DO MARANHÃO
• Muitos anos depois, em 1680, o
governo português decretou uma
lei que proibiu os índios de
serem escravizados. Para não
prejudicar o comércio daquela
região e nem a mão de obra para
a lavoura, foi criada a
Companhia Geral do Comércio
do Estado do Maranhão.
• A função da companhia era
enviar 500 escravos africanos por
ano para conter os conflitos dos
jesuítas e nativos, vender
produtos manufaturados e
comprar gêneros agrícolas da
região.
EBA!!
ÍNDIO NÃO É MAIS
ESCRAVO!!
11. A COMPANHIA DO COMÉRCIO
DO MARANHÃO
• Mas com o tempo os portugueses
não cumpriram com o acordo.
• A demanda de escravos e de
alimentos não era na quantidade
certa, os serviços cobrados eram
caros e a qualidade dos alimentos
precária, o que despertou mais
revolta entre os nativos da região
pois a miséria foi só aumentando.
• Então, a população, comerciantes,
e proprietários rurais, se
mobilizaram mais uma vez dando
início ao segundo confronto.
AGORA O BICHO
VAI PEGAR,
PORTUGUESES!
Abastecimento: uma questão delicada
entre Portugal e os colonos
maranhenses
12. A SEGUNDA REVOLTA
• Na noite de 24 de fevereiro de 1684,
durante a ausência do Governador Francisco
de Sá de Menezes, em visita a Belém do
Pará, o segundo confronto começou em São
Luís.
• Donos de terras, comerciantes, religiosos
insatisfeitos com os jesuítas, e nativos
(cerca de setenta a oitenta homens),
participaram do levante.
• Liderados pelos irmãos Manuel e Tomás
Beckman, dois proprietários rurais, os
revoltosos aproveitaram as festividades de
Nosso Senhor dos Passos para causar um
alvoroço total.
13. A SEGUNDA REVOLTA
• Nas primeiras horas do dia seguinte, eles
tomaram facilmente o Corpo da Guarda, que
tinha apenas um oficial e cinco soldados.
• Invadiram a casa do Capitão-mor Baltasar
Fernandes, o suspenderam do cargo pois
Manuel Beckman o obrigou a fazê-lo e o
deixaram à guarda da própria mulher, uma
fiel carcereira.
• Depois invadiram os colégios jesuítas
novamente, prenderam os religiosos e ainda
saquearam os galpões da Companhia de
Comércio.
• Manuel Beckman, logo depois do confronto, se
apossou do governo, mas não conseguiu
acabar com todos os problemas da região.
Cara!! Agora
me lasquei...
14. “Não resta outra coisa
senão cada um
defender-se por si
mesmo; duas coisas são
necessárias: revogação
dos monopólios e a
expulsão dos jesuítas, a
fimde se recuperar a
mão livre no que diz
respeito ao comércio e
aos índios”.
15. ENQUANTO ISSO...
• Nesse meio tempo, Tomás Beckman foi a
Portugal para reafirmar lealdade às autoridades
portuguesas e denunciar tudo o que a
Companhia causou aos maranhenses.
• Impassível a uma possível negociação, Portugal
respondeu o levante com a nomeação de um
novo governador para o Maranhão e o envio de
tropas que deveriam aniquilar o movimento.
• Ao chegar ao Maranhão, as tropas deram fim ao
levante e os irmãos Beckman foram condenados
ao enforcamento. Jorge Sampaio, outro líder da
revolta, foi executado. O resto dos revoltosos
foram degredados ou mortos.
• Em 1685, com a confirmação das denúncias, a
Companhia foi extinta pela Coroa e os jesuítas
voltaram para o Maranhão, sendo que a partir
dessa data, foi terminantemente proibido a
escravização dos índios.
16. CONSEQUÊNCIAS DA REVOLTA
• A crise econômica no Maranhão continuou no séc.
XVIII
• Na segunda metade deste século, Marquês de
Pombal (1750-1777) que estava administrando a
região, tentou diversas atitudes para melhorar a
situação e uma delas foi a criação da Companhia
Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão.
• Com a revolução Industrial na Inglaterra e a Guerra
da independência das treze Colônias inglesas na
América, a Companhia estimulou a exportação de
algodão no Maranhão. Mas, depois que a Inglaterra
reatou suas relações com a antiga colônia, a
produção maranhense caiu rapidamente.
• Essas e outras situações levaram à extinção do
Estado do Maranhão em 9 de julho de 1774. As suas
antigas capitanias ficaram subordinadas ao Vice-rei
do Brasil, com sede no Rio de Janeiro.
MARQUÊS DE
POMBAL
Eu sei... Eu
sou lindo!!
17. CONCLUSÃO
• A Revolta de Beckman foi mais um
movimento nativista que mostra os
conflitos de interesses entre os
colonos e a metrópole. Foi uma
revolta que mostrou os problemas de
mão-de-obra e abastecimento na
região do Maranhão.
• As ações da coroa portuguesa, que
claramente favoreciam Portugal e
prejudicava os interesses dos
brasileiros, foram, muitas vezes,
motivos de reações violentas dos
colonos. Geralmente eram
reprimidas com violência, pois a
coroa não abria mão da ordem e
obediência em sua principal colônia.
20. FICHAMENTO
1. Tema: A Revolta dos Beckman.
2. Quando: Aconteceu em 24 de fevereiro de 1864.
3. Onde: Na cidade de São Luís do Maranhão, no
estado do Maranhão.
4. Grupo envolvido: Manuel Beckman, Tomás
Beckman, Jorge Sampaio, maranhenses,
proprietários rurais, comerciantes e a Coroa
Portuguesa.
5. Motivos: Descumprimento do acordo com os
maranhenses por parte da Companhia de
Comércio do Maranhão, falta de mão-de-obra
escrava, e o monopólio da Companhia.
6. Desfecho: Os revoltosos ficaram no governo por
um mês, houve repressão violenta da Coroa
Portuguesa, os líderes foram enforcados, houve
o fim do monopólio da Cia. de comércio, o
retorno dos jesuítas ao Maranhão e a
permanência da crise econômica na região.