DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
REVOLTA DE VILA RICA
1. HISTÓRIA
8º ANO
Rebeliões na América Portuguesa:
Revolta de Beckman; Guerra dos Emboabas; Guerra dos
Mascates; Revolta de Vila Rica
2. OBJETIVOS
• Explicar os movimentos e as rebeliões da América
portuguesa, articulando as temáticas locais e suas
interfaces com processos ocorridos na Europa e nas
Américas.
• Identificar os motivos, ações e consequências na Revolta
de Beckman e da Guerra dos Emboabas.
• Compreender os motivos e o desfecho da Guerra dos
Mascates e da Revolta de Vila Rica.
3. • A produção de açúcar foi fundamental para que o domínio de
Portugal se efetivasse no Brasil;
• O açúcar era produzido em uma grande propriedade rural
(latifúndio monocultor) e com mão de obra escravizada;
• Além da produção açucareira eram realizadas a produção de
algodão e tabaco, também para exportação;
• A criação de gado era realizada para atender o mercado interno;
• Na região Norte, a exploração das drogas do sertão eram
fundamentais.
Retomada
4. Retomada
Cena de um engenho
de açúcar no Brasil,
com o senhor de
engenho (à direita) e
os escravos
trabalhando no
trapiche.
Engenho de açúcar. 1 fot., color. In Britannica Escola. Web, 2020. Disponível em:
<https://escola.britannica.com.br/artigo/cana-de-açúcar/483152/recursos/179268>. Acesso em: 21 de junho
de 2020.
5. O QUE VAMOS VER NESSA AULA?
• Características do Brasil no século XVII.
• Revolta de Beckman.
• Guerra dos Emboabas.
• Guerra dos Mascates.
• Revolta de Vila Rica.
6. Você sabe a diferença
entre revolta e
revolução?
Sabe o que diferencia
tudo isso de uma
guerra?
DIALOGANDO...
7. • O açúcar produzido no Brasil perdia mercado para o
açúcar produzido no Caribe pelos holandeses.
• A concorrência fez também o preço do produto cair.
• A coroa aumentou a pressão sobre suas colônias criando
mais órgãos de controle sobre as atividades econômicas.
Situação de Portugal no século XVII
8. As principais características
do Brasil durante o século XVII
• Catequização dos povos indígenas sob o
protagonismo jesuítico (Companhia de Jesus).
• Recente expulsão dos holandeses do Nordeste
brasileiro.
• Escravização (indígenas e africanos).
9. No final do século XVII, o Maranhão sofria com a falta de escravos
africanos para suas lavouras. A metrópole comprometeu-se a
resolver o problema da mão de obra com a criação da Companhia
do Estado do Maranhão, em 1682. Porém, essa companhia não
cumpriu a função de abastecer a região com escravizados
africanos e elevou o preço de produtos que monopolizava.
Descontentes, proprietários e comerciantes, liderados pelos
senhores de engenho Manuel e Thomas Beckman, ocuparam o
armazém da companhia, depuseram o governador do Maranhão e
expulsaram os jesuítas do local. Porém, a metrópole reprimiu o
movimento e a revolta fracassou.
REVOLTA DE BECKMAN (1684)
10. A GUERRA DOS EMBOABAS (1707-1709)
Nos primeiros anos de mineração, ocorreram vários conflitos na
região das minas. O maior deles teve origem na disputa pelo ouro
entre os paulistas, que o descobriram, e os forasteiros
(portugueses e pessoas de outras regiões do Brasil), que queriam
explorá-lo. Os portugueses foram apelidados, pelos paulistas, de
emboabas.
Os emboabas venceram a guerra e continuaram a explorar ouro. A
Metrópole portuguesa enviou um novo governador ao Rio de
Janeiro e criou a Capitania de São Paulo e a de Minas Gerais, até
então pertencentes ao Rio de Janeiro.
11. • Os senhores de engenho de Olinda (PE), durante o século XVII
ficaram endividados com o baixo preço do açúcar brasileiro.
• Para manterem a produção emprestavam dinheiro, sobretudo
dos comerciantes de Recife, chamados pejorativamente de
mascates (vendedores ambulantes).
• Os comerciantes de Recife, embora enriquecidos não possuíam
poder político, pois somente Olinda era uma vila, e portanto tinha a
Câmara Municipal (poder político autorizado).
• Em 1710 a Coroa portuguesa elevou o povoado de Recife a vila,
podendo desse modo os recifenses estabelecer sua própria Câmara
Municipal.
Guerra dos Mascates (1710-1711)
12. • Os senhores de engenho de Olinda não aceitaram e
armados atacaram Recife destruindo o pelourinho, um dos
símbolos de poder.
• A Coroa portuguesa intercedeu no conflito a favor dos
comerciantes (mascates), reprimindo os olindenses,
confirmando Recife como vila independente e ainda
tornando-se capital de Pernambuco.
Guerra dos Mascates (1710-1711)
13. • Com o objetivo de controlar a exploração de ouro na
Colônia e cobrar impostos a Coroa portuguesa criou em
1702 a Intendência das Minas.
• Na fase inicial da exploração do ouro, utilizavam-se a
bateia e o almocafre. Depois, passou-se a investir em novas
técnicas de extração.
A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
15. • A exploração do ouro aumentou bastante e a cobrança de
impostos também! Eram cobrados impostos sobre
escravizados, tecidos, ferramentas, entre outros.
• O imposto chamado quinto, tornou-se o mais importante
criado e significava que 20% de todo o ouro extraído deveria ser
entregue a Coroa Portuguesa.
• A cobrança de impostos levou parte da população
contrabandear produtos, isto é, comercializá-los não pagando
os devidos impostos a Coroa Portuguesa.
A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
16. • Surgiam os “santinhos do pau oco”.
A imagem é de Nossa Senhora
do Rosário e foi feita em
madeira talhada no século XVIII.
Encontra-se no Museu da
Inconfidência, em Minas Gerais.
BOULOS
JÚNIOR,
Alfredo.
História
sociedade
&
cidadania:
8º
ano:
ensino
fundamental:
anos
finais.
4.
ed.
São
Paulo
:
FTD,
2018,
p.
73. A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
17. • Para resolver o problema do contrabando a Coroa portuguesa
criou em 1719 as Casas de Fundição, locais nos quais o ouro
era derretido e transformado em barras com o devido
imposto já retirado. As barras eram devidamente seladas com
o símbolo real português.
A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
Disponível em: https://museudoouro.museus.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/Barra-de-Ouro-1.jpg Acesso em: 20 jun. 2020.
Barra de ouro
fundida em Sabará
em 1794.
18. • As Casas de Fundição aumentou a insatisfação de muitos
mineradores e comerciantes, que já existia devido o
aumento nos preços de produtos alimentícios, e com isso
levou a revolta de Vila Rica em 1720.
• Os rebeldes exigiram basicamente duas coisas:
- a diminuição dos preços dos alimentos;
- a extinção da criação das Casas de Fundição.
A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
19. • Em um primeiro momento o Conde de Assumar,
representante da Coroa levou os rebeldes a acreditarem
numa possível negociação.
• Todavia, dias depois, os principais líderes foram presos, e o
líder Filipe dos Santos, tropeiro, foi morto e teve seu corpo
cortado em pedaços e expostos nas margens das estradas.
• Um resultado político, foi a separação da capitania de Minas
Gerais e São Paulo, uma vez que em 1720 foi criada a
capitania de Minas Gerais.
A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
20. A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/7/76/Antonio_Parreiras_Julgamento_de_Filipe_dos_Santos.jpg>. Aesso em: 20 jun. 2020.
Julgamento
de Filipe dos
Santos,
Antônio
Parreiras,
1923.
21. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa aula estudamos que parte da população
de Vila Rica (Minas Gerais) não aceitou os
impostos e condições tributárias impostas pela
Coroa portuguesa e rebelou-se contra a
Metrópole.
O governo português respondeu reprimindo o
movimento e controlando ainda mais
politicamente a região aurífera.