O documento discute a importância da santificação através de Jesus Cristo. A santificação resulta da comunhão com Cristo, que é o único fundamento necessário. Para ser santificado, deve-se aprender sobre Cristo, renunciar ao ego, disciplinar-se e manter a fé e o testemunho cristão.
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A paz do Senhor aos amados irmãos em
Cristo.
Mais uma vez voltamos a transmitir via Internet
a palavra de nosso culto de adoração ao Senhor,
em razão da situação excepcional que estamos
vivendo em decorrência da pandemia do
coronavírus que se abateu sobre todo o mundo.
Cremos, que assim como todas as coisas
cooperam juntamente para o bem dos que
amam a Deus, que esta situação presente
também está cooperando para o interesse do
Reino de Deus, de modo que muitos não
somente poderão estar sendo trazidos à
conversão, como também tantos outros estarão
refletindo sobre a instabilidade, fraqueza e
incerteza das coisas desta vida, e assim
procurem o único fundamento no qual há
segurança eterna para nós, a saber, em nosso
Senhor Jesus Cristo.
Os sinais estão se cumprindo e apontam para o
breve retorno de Jesus, e sou levado a recordar
que há cerca de 20 anos o Senhor me falou
claramente que ensinasse a santificação ao seu
povo.
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Não muito tempo depois, ordenou-me, em uma
visão noturna, a ir aos puritanos.
Desde então, tenho buscado ser obediente à
visão celestial, e o Senhor tem me instruído e
fortalecido para ser fiel no cumprimento do que
me havia ordenado.
Devo confessar, que em meio a muitas lutas
tenho procurado entender com a ajuda do
Espírito Santo, como atender a este grande
desafio de ensinar santificação ao povo de Deus.
O que ensinar? Como ensinar? Quando ensinar?
Seria por simples exposição das doutrinas
relativas à santificação?
Bastaria traduzir e publicar os tratados e
sermões dos pastores e teólogos puritanos?
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Certamente, isto seria uma parte importante do
trabalho, mas não responderia completamente
ao propósito em vista, uma vez que as
publicações dos puritanos são longas e não é
próprio desta época o interesse por leitura de
textos longos.
Mais tarde, pude compreender que esta
exposição deveria estar centrada na pessoa de
nosso Senhor Jesus Cristo.
Afinal, a nossa santificação não se resume a
coisas a serem evitadas e a outras a serem
cumpridas. Ele, o próprio Jesus é a nossa
santificação. É da comunhão com Ele que ela
resulta. A Videira verdadeira e os ramos. A
cabeça e o corpo. O esposo e a esposa. O
fundamento e o edifício espiritual formado por
pedras vivas.
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Quanto a este último, a saber, o fundamento,
não há outro que deva ser colocado, senão
apenas nosso Senhor Jesus Cristo.
Apesar de o apóstolo Paulo falar em Efésios 2.20,
sobre o fundamento dos apóstolos e profetas
que também é o único que pode ser usado na
edificação da Igreja, deve ser entendido que isto
não significa que eles, em separado,
constituíam um outro fundamento.
Vou explicar isto em detalhes:
Há um fundamento real e um fundamento
doutrinário.
O real é a própria pessoa de Jesus. A operação do
Seu poder. A virtude de sua pessoa como
espírito vivificante.
O fundamento doutrinário é também
decorrente de Jesus, pois consiste em tudo o que
se refere ao ensino relativo à Sua pessoa e obra.
Ora, sabemos que foi dado como encargo aos
profetas e aos apóstolos, colocarem por escrito
todas as coisas relativas à verdade, e isto foi feito
por inspiração do Espírito Santo, revelando-lhes
o mistério relativo à pessoa e obra de Jesus.
Assim, não temos mais do que um fundamento
sobre o qual a nossa vida espiritual deve ser
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edificada, quer quanto à justificação,
regeneração e santificação.
É contemplando a glória de Deus na face de
Jesus Cristo que somos transformados de glória
em glória.
Jesus é a única coisa necessária, conforme ele
disse a Marta, irmã de Lázaro, enquanto Maria
se deleitava em ouvi-lo estando a Seus pés.
Sem Jesus nada podemos fazer, especialmente
nas coisas relativas à nossa salvação, e nesta,
quanto à nossa santificação.
Se não tivermos comunhão com Ele em espírito,
para pouco ou nada servirão todos os nossos
exercícios espirituais para buscar agradar a
Deus.
É ao crescimento na graça e ao conhecimento
de Jesus que somos exortados para que
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possamos ser de fato santificados, conforme nos
ensina o apóstolo Pedro em II Pe 3.18.
Bem, então é preciso aprender adequadamente
tudo o que a Palavra de Deus nos ensina acerca
da pessoa e obra de Jesus em nosso favor.
Sobretudo, devemos ser bem esclarecidos
quanto ao significado da aliança de graça, ou
nova aliança, que foi feita entre Deus Pai e Jesus,
antes mesmo que houvesse mundo.
É importante saber que Ele se aliançou com o
Pai no sentido de responder por nós em todas as
coisas. Não somente em nos redimir do pecado
pela Sua morte. Mas em interceder por nós. Em
responder como nosso Fiador no Pacto, para
que sejamos aceitos por Deus a par de nossas
fraquezas, imperfeições e pecados
remanescentes, os quais ele se comprometeu a
destruir progressivamente para que sejamos
revestidos por suas virtudes até estarmos com
Ele na glória.
Lembremos que Ele intercedeu por nós em sua
oração sacerdotal em João 17, pedindo ao Pai que
nos guardasse e nos livrasse do mal, porque
apesar de não sermos mais do mundo,
permaneceríamos nele até que fôssemos
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convocados por Deus para estar com Ele na
glória.
Nesta mesma oração, ele pediu que fôssemos
santificados na verdade, e que esta verdade é a
Palavra de Deus. Lembremos que Jesus tanto é a
verdade, quanto a Palavra, o Verbo, o Logos, o
caminho e a vida.
Esta santificação deve ser realizada pelo poder
do Espírito Santo, à medida que permanecemos
em Jesus e em unidade com Ele, participando do
Seu amor.
Renúncias devem ser impostas ao ego, para que
possamos manter um procedimento santo,
caminhando na fé, na virtude, no
conhecimento, no amor, na alegria, na paz, na
esperança, na paciência, na longanimidade e
em tudo o mais que forma o caráter de Jesus, o
qual somos chamados a imitar.
Disciplinas e repreensões também são
necessárias para a formação do hábito de
santificação.
Más companhias e más conversações devem ser
abandonadas.
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Vigilância e oração constante também são
requeridas de quem deseja estar realmente
santificado.
Não abandonar a congregação dos santos, para
o partir do pão, e pregação da Palavra, com vistas
a permanecer na doutrina de Jesus e dos
apóstolos, conforme a temos na Bíblia.
Sobretudo, devemos cuidar de nosso
testemunho pessoal de vida santificada. Sem
isto, é impossível que sejamos usados por Deus
para ensinar a santificação a outros. Somos
colocados como exemplos dos fiéis. Devemos
zelar para sermos achados irrepreensíveis em
todas as coisas, de modo que outros se inspirem
a ser tal como nós somos, vivendo na piedade e
na graça de Deus.
Agindo assim amados, conheceremos o real
significado de um viver abençoado e em paz. Por
maiores que sejam as nossas tribulações e
aflições neste mundo, teremos motivo para nos
gloriar nelas, porque estarão contribuindo para
sermos aperfeiçoados em santificação e para o
aumento da nossa fé.
Que Deus os guarde a todos pelo Seu amor.