O que é o espírito?
Quais são suas faculdades?
Ele pertence ao mundo material?
Caso contrário, a qual dimensão ele pertence?
Qual é a sua relação com o corpo físico e a alma?
Como é possível ter certeza de que ele permanece existindo mesmo depois da morte física?
O espírito ocupa espaço e está sujeito a envelhecer com o passar do tempo?
Se o espírito não deixa de existir, qual é então o significado da expressão “espírito morto”?
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Oque é o espírito?
Quais são suas faculdades?
Ele pertence ao mundo material?
Caso contrário, a qual dimensão ele pertence?
Qual é a sua relação com o corpo físico e a alma?
Como é possível ter certeza de que ele permanece
existindo mesmo depois da morte física?
O espírito ocupa espaço e está sujeito a envelhecer
com o passar do tempo?
Se o espírito não deixa de existir, qual é então o
significado da expressão “espírito morto”?
Estas e muitas outras perguntas nos ocorrem
quando pensamos acerca do espírito.
Sendo dito acerca dele que é a principal parte
constituinte do ser humano, torna-se adequado
investigarmos acuradamente, tanto quanto for
possível, esta vida do espírito, na certeza de que o
seu Criador não nos deixaria sem algumas
respostas importantes, já que ele ocupa o centro
do seu interesse em relação a nós.
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Antes de tudo, devemos ser honestos e incisivos
quanto ao fato de que não é possível discernir-se
adequadamente acerca do espírito quando não
somos habilitados a fazê-lo espiritualmente, ou
seja, sendo instruídos e dirigidos pelo Espírito
Santo, uma vez que coisas espirituais só podem
ser discernidas espiritualmente.
Sem isto, toda a nossa investigação será
infrutífera, quanto ao propósito de nos conduzir a
acertar o alvo da vontade divina em relação à vida
que devemos ter no espírito.
Jesus, sendo Deus, e portanto o criador dos
espíritos, nos diz que a carne para nada aproveita,
e que somente o espírito é capaz de vivificar, e que
tudo o que é nascido da carne é carne, e o que é
nascido do espírito é espírito.
Estas afirmações são muito importantes, mas sem
avançarmos sobre outros pontos esclarecedores
ainda continuamos às apalpadelas nas trevas da
ignorância buscando entender o que seja o
espírito.
Se o espirito possui vida e existência próprias,
independentemente das faculdades naturais do
corpo e da alma (atividades do cérebro), como
seria possível detectar as faculdades do espirito,
se toda a nossa percepção do mundo depende
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principalmente das faculdades oriundas do
cérebro?
Todavia, se tentarmos fazê-lo por meio do mero
uso de nossos poderes naturais, ainda que pela
razão e intelecto, não poderemos ser bem
sucedidos porque o espírito não pertence à
dimensão natural com a qual tais faculdades estão
familiarizadas e habilitadas a discerni-las.
O espírito pertence de fato a outra dimensão que
não ocupa espaço, porque, de outra forma, como
poderia ser explicado que havia no
endemoninhado gadareno a habitação simultânea
de uma legião de demônios? (Uma legião era
dividida em centúrias (divisões com 80 a 100
legionários), comandada pelos centuriões.
Também essas eram, eventualmente, divididas em
grupamentos de dez. Cinco a oito centúrias
formavam a coorte, geralmente comandada por
um tribuno; seis a oito coortes em média
formavam uma legião).
Observe que milhares de espíritos habitavam
simultaneamente um único corpo humano, pois
demônios são espíritos, tanto como os anjos
eleitos.
Dos santos é dito que serão como os anjos quando
desencarnados no céu, ou seja, quando
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desprovidos de suas faculdades naturais
corporais, pois serão apenas espírito, enquanto
aguardam o dia do arrebatamento, no qual
receberão um corpo glorificado.
Esta noção verdadeira de que o espírito não está
sujeito a tempo e a espaço é muito importante para
que sejamos desencorajados definitivamente da
tentativa de explicar o reino espiritual através da
simples investigação científica natural, pois seria
como tentar ver o que é invisível ao olho natural,
e que sabemos de antemão, ser completamente
impossível, ainda que com o uso do mais potente
microscópio eletrônico, pois se tratam de
dimensões completamente distintas.
De Deus é dito ser puro e perfeito espírito, que
além de não possuir forma, pode estar
onipresentemente em todas as partes do universo
por ele criado, sem estar no entanto, sujeito a ser
circunscrito por qualquer uma de suas criaturas.
Nele reside toda a sabedoria, todo o poder, todas
as virtudes em perfeição absoluta, em uma
vontade soberana e imutável, pois não pode piorar
e nem melhorar em qualquer aspecto que seja
considerado, em razão da sua perfeição eterna e
invariável.
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Ele dotou os anjos e os homens de um espírito
para participarem da sua mesma natureza
espiritual e moral, e para refletirem a sua glória,
pela exata imagem e semelhança com a sua
santidade. Pois, como isto poderia ser
concretizado em uma natureza que está sujeita a
desparecer e que consiste na vida do corpo físico
e das faculdades cerebrais, que cessam na morte?
O selo da eternidade não poderia portanto ser
colocado naquilo que é natural e passageiro.
Considere-se, entretanto, que ainda que tenha sido
designado ao espírito que seja eterno, este deve
estar em plena sintonia com o Seu próprio espírito
divino, que é a fonte de toda a santidade, de
maneira que haja o que se chama de um espírito
vivificado pelo Espírito Santo, na comunhão com
Jesus Cristo.
Os próprios anjos eleitos, tiram a sua santidade e
eternidade em vida desta Fonte Divina.
Separado da Fonte da vida o espírito está morto.
Na medida em que avançamos com nossas
reflexões, tentemos evitar a todo o custo a
tentação comum de se imaginar o que seja o
espirito quanto a alguma possível constituição
física, pois erraríamos sempre, uma vez que é de
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outra dimensão, e não pode ser pensado como
sendo um plasma, uma energia invisível ou outra
coisa do gênero, pois até mesmo a luz é
constituída por fótons, que invisíveis ao olho
humano, todavia constituem material pertencente
ao mundo natural, o que não é, de nenhuma forma
o caso do espírito.
Lembremo-nos sempre que as próprias palavras,
pensamentos e imaginações que nos vêm à mente
são o fruto de atividades neurônicas cerebrais, e
não propriamente e necessariamente expressões
facultativas do espírito.
Tanto isto é verdadeiro, que os mesmos são
encontrados em qualquer pessoa que não tenha
sido vivificada pelo Espírito Santo,
permanecendo ainda no que a Bíblia chama de
homem natural, que está incapacitado de discernir
as coisas espirituais.
Em razão disso, Jesus afirma que toda adoração
verdadeira é aquela que é em espirito, pois Deus é
espírito, e não há outa fora de o adorarmos e ter
comunhão com ele, senão somente em espírito.
Toda adoração implica então um derrubar da
barreira natural para que sejamos introduzidos no
reino das coisas que são espirituais, celestiais e
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divinas, que não são pertencentes ao mundo
natural.
Por isso a fé, a oração, a meditação da Palavra são
demandadas dos adoradores para tal propósito.
A Bíblia é a fonte de habilitação para a adoração
por excelência, porque suas palavras são espírito
e vida, por terem sido inspiradas pelo Espírito
Santo.
A verdade relativa ao reino espiritual divino está
revelada na Bíblia, e dali é comunicada ao nosso
espírito quando a mesma é meditada com espírito
de sincera devoção e reverência.
Quando buscamos conhecer a verdade revelada
nas Escrituras para que o Espírito Santo a aplique
às nossas vidas, uma porta é aberta em nosso
entendimento, pela graça, mediante a fé, para que
possamos entender o significado espiritual de tudo
o que nos importa viver para que sejamos
agradáveis a Deus.
Esta conformação com a vontade de Deus, em
santa obediência e reverência, com santo temor e
tremor diante de Sua Majestade, é basicamente no
que consiste ter um espírito regenerado,
vivificado e renovado.
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É daí que decorre a paz, o amor, a alegria e
perseverança em todas as provações, a
longanimidade, a misericórdia, o domínio próprio
e o cultivo de todas as demais virtudes que
compõem o caráter do próprio Cristo.
Um espírito não regenerado não está habilitado a
produzir e a manifestar tal fruto do Espírito Santo,
e nisto é comprovado que a vida do espírito é real
pelo que se pode observar naqueles que são
regenerados (nascidos de novo do Espírito).
Quando uma pessoa é motivada e levada a
obedecer um preceito bíblico que contrarie a sua
própria vontade natural, e quando o faz com
prazer e movida pelo Espírito Santo, isto é um
sinal evidente de que seu espírito foi transportado
da região da morte para a da vida, das trevas para
a luz, da potestade de Satanás para o domínio de
Deus.
Outra grande evidência de que há de fato uma vida
do espírito, é o crescimento das graças pelo
desenvolvimento da salvação, até o pleno
amadurecimento em Cristo Jesus.
Isto não pode ser visto senão somente naqueles
que se consagram verdadeiramente a Deus. É
bebendo da fonte de água viva que salta para a
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vida eterna que tal crescimento pode ser
verificado.
Assim, são identificados espíritos recém-
nascidos, espíritos jovens, espíritos maduros,
comprovando que há de fato esta vida do reino
espiritual, que não pode ser achada no homem
natural.
Como dissemos antes, quando se está na posse
destas realidades, pouco nos importa cogitar
acerca de qual seja a substância do espírito, pois
suas faculdades são notórias e confirmadas em
nós segundo tudo o que está revelado na Bíblia.
A paciência e longanimidade cristãs, por exemplo,
em quem poderão ser achadas senão somente
naqueles cujos espíritos foram exercitados nas
provações?
Quem pode se regozijar no Senhor a par de todas
as suas fraquezas e imperfeições, senão somente
aqueles que foram aperfeiçoados na fé e que
sabem que são plenamente aceitáveis a Deus por
causa da redenção que há em Cristo Jesus?
Assim, prova-se a existência do espírito, por tudo
o que está revelado na Bíblia e que é comprovado
e experimentado de forma prática somente nas
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vidas daqueles que foram vivificados
espiritualmente por meio da fé em Jesus Cristo.
Uma grande prova da existência do espirito
vivificado nos regenerados é encontrada no fato
de que mesmo quando o corpo está em grande
fraqueza, enfermidades e sofrimentos físicos, e
quando a alma está abatida pela manifestação de
uma mente perplexa, conturbada, aflita, em face
de variadas provações, o espirito, no entanto pode
ser achado fortalecido, inabalável e regozijando-
se com graça na plena comunhão com Jesus
Cristo.
Graças a Deus por este dom inefável, isto é,
impossível de ser explicado por meras palavras ou
comprovações físicas, senão somente vivido e
experimentado por meio da fé em Cristo.