3. Os livros proféticos consistem em número de dezessete, sendo que, cinco são
considerados maiores e doze menores.
Profetas Maiores:
1. Isaias
2. Jeremias
3. Lamentações De Jeremias
4. Ezequiel
5. Daniel
Profetas Menores:
1. Oséias
2. Joél
3. Amós
4. Obadias
5. Jonas
6. Miquéias
7. Naum
8. Habacuque
9. Sofonias
10. Ageu
11. Zacarias
12. Malaquias
4. Os nomes maiores e menores não se referem à importância pessoal do
profeta, mas ao tamanho do livro e à extensão do ministério exercido. Cada
um dos três livros, Isaías, Jeremias, ou Ezequiel, é em si mesmo maior do
que todos os doze livros dos profetas menores, tomados em conjunto.
A destruição da nação foi consumada em dois períodos.
O Reino do Norte caiu (732-722 a.C.). Antes desse período e durante ele
houve:
Isaías;
O Reino do Sul caiu (605-587 a.C.). Neste houve:
Isaías,
Jeremias,
Ezequiel e
Daniel.
5. CINCO LIVROS MAIORES
ISAÍAS
O grande profeta da redenção. É um livro rico em profecias messiânicas,
mesclado com maldições sobre as nações pecadoras.
Mensagem: Deus tem um remanescente, para o qual existe em futuro glorioso.
JEREMIAS
O profeta chorão. Viveu desde os tempos de Josias até o cativeiro.
Tema principal: a reincidência, o cativeiro e a restauração dos judeus.
LAMENTAÇÕES
É uma série de clamores de Jeremias, lamentando as aflições de Israel.
EZEQUIEL
É um livro de impressionantes metáforas (emprego de uma palavra em sentido
diferente do próprio por analogia ou semelhança) que descrevem claramente a triste
condição do povo de Deus e o caminho, a exaltação e a glória futura.
DANIEL
É um livro de biografia pessoal e visões apocalípticas acerca dos acontecimentos
da história secular e sagrada.
6. O fato histórico que deu ocasião à obra dos profetas foi a
apostasia das dez tribos no fim do reinado de Salomão (ver sobre
l Rs 12). Como medida política, para conservar separados os dois
reinos, o Reino do Norte (Israel) adotou como religião oficial. O culto
do Bezerro, um aspecto da religião do Egito. Logo depois adicionou o
culto de Baal, que também teve grande influência no Reino do Sul
(Judá).
Nessa crise, quando o povo estava abandonando Deus e se
entregando à idolatria das nações vizinhas, e quando o nome de Deus
estava desaparecendo do espírito do povo e o plano divino, que visavam
à redenção final do mundo, reduzia-se a zero, nesse tempo surgiram os
profetas.
8. OS PROFETAS
MAIORES
1. OSÉIAS
2. JEREMIAS
3. LAMENTAÇÕES
4. EZEQUIEL
5. DANIEL
DIVISÃO HISTÓRICA
DABÍBLIA
OS PROFETAS
MAIORES
1. ISAÍAS
2. JEREMIAS
3. LAMENTAÇÕES
4. EZEQUIEL
5. DANIEL
OS PROFETAS
MAIORES
1. ISAÍAS
2. JEREMIAS
3. LAMENTAÇÕES
4. EZEQUIEL
5. DANIEL
10. DIVISÃO DO LIVRO DE ISAÍAS
Em certos aspectos, Isaías é uma Bíblia em miniatura.
Sua dupla divisão ressalta o julgamento e salvação, correspondendo
aos temas principais do Antigo Testamento e Novo Testamento.
Nas divisões de Isaías e da Bíblia, o fio que as ata é a obra redentora
de Cristo.
Os sessenta e seis capítulos de Isaías podem ser divididos
naturalmente em duas seções: Seção I - 1-39 e Seção II - 40- 66.
11. Contém Quatro Grandes Blocos De Profecias:
1. Nos capítulos 1-12, Isaías adverte e denuncia Judá:
a) Pela sua idolatria, imoralidade e injustiças sociais durante um período
de prosperidade enganadora.
b) Mensagem da condenação vindoura há importantes profecias
messiânicas (Is. 2.4; 7.14; 9.6,7; 11.1-9),
c) O testemunho do profeta a respeito da própria purificação e de seu
encargo para o ministério profético (Is. 6).
2. Nos capítulos 13-23, Isaías condena as nações contemporâneas por causa de
seus pecados.
3. Os capítulos 24-35 contêm um amplo leque de promessas proféticas de
salvação e juízo futuros.
4. Os capítulos 36-39 registram a história seletiva do rei Ezequias, que forma
um paralelo com 2 Reis 18.13-20.21.
I SEÇÃO (1-39)
12. 1. Traz profecias profundas a respeito da grandeza de Deus e da vastidão de seu
plano de redenção.
2. Estes capítulos trazem esperança e consolo ao povo de Deus durante os anos
finais do reinado de Ezequias (Is. 38.5) e nos séculos seguintes.
3. São repletos de revelações da glória e poder de Deus, da sua promessa em
restaurar um remanescente justo e frutífero em Israel e entre as nações, como
plena demonstração de seu amor redentor.
4. Tais promessas, e seu respectivo cumprimento têm conexão especial com o
sofrimento e contêm os “cânticos do servo” (ver Is. 42.1-4; 49.1-6; 50.4-9;
52.13; 53.12). Elas avançam além da experiência dos exilados, e prevêem a
vinda futura de Jesus Cristo e a sua morte expiatória (Is 53).
5. O profeta prediz que o Messias vindouro fará com que a justiça brilhe com
fulgor, e que a salvação chegue às nações como uma tocha ardente (Is 60-66).
6. Condena a cegueira espiritual (Is 42.18-25)
7. Recomenda a oração intercessória e a labuta espiritual pelo povo de Deus,
para as promessas sejam cumpridas (cf. Is 56.6-8; 62.1,2 6,7; 66.7-18).
II SEÇÃO (40-66)
13. Fica Patente O Tríplice Propósito De Isaías.
1. Confrontar a própria nação, e outras nações contemporâneas,
com a Palavra do Senhor, mostrando-lhes seus pecados e o
consequente castigo divino;
2. Profetizar esperança à geração futura de exilados judaicos, que
seria restaurada do cativeiro, e à qual Deus redimiria como luz
aos gentios;
3. Mostrar que Deus enviaria o Messias davídico, cuja salvação
abrangeria todas as nações da terra, suscitando esperança no
povo de Deus, tanto do antigo como do novo concerto.
PROPÓSITO
14. O livro leva o nome do próprio autor e profeta.
Isaías era um aristocrata de nascimento, bem formado, erudito;
Estadista se envolve e condena os problemas da nação;
Escolhido por Deus em Jerusalém;
Profeta por excelência.
Chamado o “Evangelista doAntigo Testamento” – o 5º Evangelho
AUTOR
15. Era casado com uma profetiza, com quem teve dois filhos com nomes
simbólicos:
Sear-Jasube = Um-Resto-Volverá
Maer-Salal-Hás-Bas = Rápido-Despojo-Presa-Segura
Era contemporâneo de Oséias e Miquéias
Profetizou durante o reinado de Uzias, Jotão,Acaz, Ezequias, Manassés...
Seu ministério durou 40 anos
Foi martirizado pelo Rei Manassés, serrado ao meio; (tradição judaica)
AUTOR
16. Profetizou a queda de Samaria
Viu a queda do reino do Norte e a triste desobediência do povo;
Foi um período de agitação política
Iria falar a um povo surdo e apático às coisas de Deus
Deus lhe conformou com as profecias do Messias...
AUTOR
17. Alguns estudiosos questionam a autoria de Isaías quanto à totalidade
do livro que lhe leva o nome.
Eles lhe atribuem somente os capítulos 1-39.
Os capítulos 40-66 são atribuídos a outro autor, ou autores, que
teriam vindo um século e meio mais tarde.
Não existe, porém, nenhum fato bíblico que nos leve a rejeitar a
autoria de Isaías para todo o livro.
As mensagens de Isaías, nos capítulos 40-66, destinados aos exilados
judaicos em Babilônia, muito tempo depois de sua morte, enfatizam o
poder de Deus em revelar eventos futuros específicos através dos seus
profetas (Is. 42.8,9; 44.6-8; 45.1; 47.1-11; 53.1-12).
AUTOR
18. As evidências que sustentam esta posição são classificadas em duas categorias:
1. As evidências internas, no próprio livro, que incluem:
O título em 1.1, e os numerosos paralelos e pensamentos marcantes entre
ambas as seções do livro.
A expressão “o Santo de Israel”, que ocorre doze vezes nos capítulos
1-39, e catorze nos capítulos 40 a 66, mas somente seis vezes no restante
do AT.
Há vinte e cinco formas verbais hebraicas nas duas divisões de Isaías.
Expressões estas não encontradas nos outros livros proféticos do AT.
2. As evidências externas incluem o testemunho do Talmude e do próprio NT,
que atribui todo o livro ao profeta Isaías, confira:
AUTOR
Mt. 12.17-21 Is. 42.1-4
Mt. 3.3 e Lc. 3.4 Is. 40.3
Jo. 12.37-41 Is. 6.9,10 e 53.1
At. 8.28-33 Is. 53.7-9
Rm. 9.27 e 10.16-21 Is. 10, 53 e 65.
19. O profeta coloca que ele profetizou durante os reinados de “Uzias,
Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (Is. 1.1).
Alguns aceitam que o seu chamado para o ofício profético tenha sido
feito no ano em que o rei Uzias morreu, cerca de 740 a.C. (Is. 6.1,8).
Entretanto, é provável que ele tenha começado durante a última
década do reinado de Uzias.
DATA
20. Por mencionar a morte do rei da Assíria, Senaqueribe, que morreu em cerca
de 680 a.C. (Is 37.37-38), ele deve ter sobrevivido a Ezequias por alguns
anos.
A tradição diz que Isaías foi martirizado durante o reinado de Manassés,
filho de Ezequias.
Muitos acreditam que a forma “serrados” em Hebreus 11.37 é uma
referência à morte de Isaías.
A primeira parte do livro pode ter sido escrita nos primeiros anos de Isaías,
e os capítulos posteriores, após a sua retirada da vida pública.
Se Isaías começa profetizando em cerca de 750 a.C., o seu ministério pode
ter se sobreposto aos de Amós e Oséias em Israel, e de Miquéias em Judá.
DATA
21. Oito Aspectos Básicos Caracterizam O Livro De Isaías.
1. Em grande parte, estão escritas em forma poéticas, é insuperável como
joia literária na beleza, poder e versatilidade;
2. É chamado “o profeta evangélico”, porque, dentre todos os livros do AT,
suas profecias contêm as declarações mais plenas e claras sobre Jesus;
3. Sua visão da cruz (Is 53) é a profecia mais detalhada sobre a morte
expiatória de Jesus;
4. É o mais teológico e extenso de todos os livros proféticos do AT.
O período de tempo ali tratado remonta à criação dos céus e da terra
(Is 42.5),
Olhar para o futuro, aos novos céus e nova terra (Is 65.17; 66.22).
CARACTERISTICAS ESPECIAIS
22. CARACTERISTICAS ESPECIAIS
5. Tem mais revelação da natureza, majestade e santidade de Deus do que os
outros livros proféticos do AT. O Deus de Isaías é:
Santo e Todo-Poderoso,
Aquele que julgará o pecado e a iniquidade dos seres humanos e nações.
Sua expressão predileta para Deus é “o Santo de Israel”;
6. Isaías, significa “o Senhor salva”, é o profeta da salvação. A palavra
“salvação” aparece quase três vezes mais do que outros livros proféticos do
AT. Isaías revela que o propósito divino da salvação será somente realizado
em conexão com o Messias;
7. Isaías faz frequentes referências aos eventos redentores da história de Israel:
Ex., o Êxodo (Is 4.5,6; 11.15; 31.5; 43.16,17), a destruição de Sodoma e
Gomorra (Is 1.9) e a vitória de Gideão contra os midianitas (Is 9.4; 10.26;
28.21). Além disso, faz alusões ao cântico profético de Moisés em
Deuteronômio 32 (Is 1.2; 30.17; 43.11,13);
8. Isaías é juntamente com Deuteronômio e os Salmos, um dos livros do Antigo
Testamento mais citados e aludidos no Novo Testamento.
23. O LIVRO DE ISAÍAS ANTE O NOVO TESTAMENTO
Isaías profetiza a respeito de João Batista como o precursor do Messias
(Is 40.3-5; cf. Mt 3.1-3). Seguem-se profecias da vida e ministério de Jesus:
Encarnação e divindade (Is 7.14; Mt 1.22,23 e Lc 1.34,35; Is 9.6,7;
Lc 1.32,33; 2.11);
Juventude (Is 7.15,16 e 11.1; Lc 3.23,32 e At 13.22,23);
Missão (Is 11.2-5; 42.1-4; 60.1-3 e 61.1; Lc 4.17- 19,21);
Obediência (Is 50.5; Hb 5.8);
Mensagem e unção pelo Espírito (Is 11.2; 42.1; e 61.1; Mt 12.15-21);
Milagres (Is 35.5,6; Mt 11.2-5);
Sofrimentos (Is 50.6; Mt 26.67 e 27.26,30; Is 53.4,5,11; At 8.28-33);
Rejeição (Is 53.1-3; Lc 23.18; Jo 1.11 e 7.5);
Humilhação (Is 52.14; Fp 2.7,8);
Morte expiatória (Is 53.4-12; Rm 5.6);
Ascensão (Is 52.13; ver Fp 2.9-11);
Segunda vinda (Is 26.20,21; Jd v. 14; Is 61.2,3; 2 Ts 1.5-12; Is 65.17-25).
24. As profecias têm três aspectos diferentes, e refere-se a Israel, às Nações e ao
Messias. O primeiro e terceiro, achamos em todo o livro, mas o primeiro é mais
evidente nos capítulos 1-12, 14-35, e o terceiro nos capítulos 40-66.
1. No que concerne a Israel, somos ensinados que:
Por motivos dos seus pecados, a nação havia de ser levada ao cativeiro;
Havia de passar por um período de desolação e angústia;
Que um restante do povo seria afinal salvo e teria parte no gozo e liberdade
do reino do Messias, havia de ser estabelecido sobre a terra, com seu centro
em Jerusalém;
Que esse reino seria universal;
E, finalmente, que a glória e grandeza dele ultrapassariam qualquer coisa
conhecida anteriormente.
As passagens são numerosas demais para especificar, e o período referido é o
futuro período Messiânico.
AS PROFECIAS DE ISAÍAS
25. 2. As predições contra Babilônia, Assíria, Filístia, Moabe, Síria, Egito,
Dumá, Arábia e Tiro têm sido, maiormente cumpridas, mas há
aspectos destas profecias que ainda esperam seu cumprimento
durante o período que virá depois desta presente dispensação
cristã.
Todas as nações são consideradas por Deus como “a gota de um
balde” (Is 40.15), mas Deus dispõe dessa gota.
AS PROFECIAS DE ISAÍAS
26. 3. Nas profecias messiânicas, encontramo-nos em águas profundas e ricas, e
nenhuma parte da Sagrada Escritura é mais abundante nisto do que Isaías.
O messias é repetidamente prometido e predito: em 4 .2 como o Renovo, e
Fruto da Terra;
Em 7.14 como o Emanuel, nascido da virgem; em 9.6 como Maravilhoso
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, e Príncipe da Paz;
Em 11.1 como “um Rebento do tronco de Jessé”;
Em 28.16 como a Pedra preciosa da esquina; em 32.1-2 como o Rei que
reinará em justiça e como o homem que será escudo e abrigo da tempestade;
Em 42.1 como o Eleito Servo de Deus;
Em 42.6,7 como o Redentor de Israel e como uma Luz para iluminar os
gentios;
Em 61.1 vemos o ungido Mensageiro de Deus, enviado a pregar, sarar e
libertar.
AS PROFECIAS DE ISAÍAS
27. AS PROFECIAS DE ISAÍAS
Neste livro, os sofrimentos do Messias são mais claramente preditos do
que em qualquer outra parte do Antigo Testamento, especialmente nos
capítulos 50, 52 e 53.
“Os sofrimentos e exaltação de Cristo são claramente declarados como se
o profeta tivesse estado ao pé da cruz, e visto Cristo em Ressurreição”.
Tudo isto é, de fato, uma revelação, e podia ser conhecido somente com o
Espírito de Deus comunicando ao seu servo escolhido.
28. A pregação de Isaías referiu-se ao presente. Achando ocasião e
objetivos na necessidade e circunstâncias dos seus dias.
Porém, ela constantemente ia além do atual e do imediato, até o futuro
do propósito divino.
O estabelecimento do reino futuro é ligado com a vinda de um
Libertador, um Rei que será da casa de Davi.
Sua metrópole será Sião, purificada e regenerada pelo juízo.
Junto aos seus primeiros discursos, Isaías põe uma breve profecia
(Is 2.2-4) tirada de Miquéias (ou de outro profeta mais antigo), em que
o destino futuro de Sião é descrito.
Isto serve como base de uma chamada ao arrependimento.
AS PROFECIAS MESSIANICAS
29. AS PROFECIAS MESSIANICAS
A grandeza desta profecia vê-se quando é relacionada com as
circunstâncias do momento.
Quando a religião e a moralidade estavam decadentes;
Quando Israel, em vez de converter as nações ao culto a Jeová, era
pervertido pelas suas superstições;
Quando as nações, em vez de vir render homenagem ao Deus de Jacó,
ameaçavam esmagar totalmente seu povo.
30. Isaías repete com autoridade a profecia que prediz a supremacia
espiritual de Sião, e o estabelecimento da paz universal.
É possível haver uma alusão messiânica no Capítulo 4.2:
“Naquele dia o renovo de Jeová se tornará em beleza e glória, e o fruto da
terra em orgulho e adorno para os de Israel que tiverem escapado”.
O Targum dos judeus tem as palavras parafraseadas assim:
“Naquele dia será o Messias de Jeová formoso e glorioso”
A PROMESSA DO EMANUEL
31. A PROMESSA DO EMANUEL
“Portanto o Senhor mesmo vos dará (a vós, casa de Davi, e rei Acaz) um
sinal: eis que uma donzela conceberá e dará à luz um filho, e pôr-lhe-á o
nome de Emanuel. Ele comerá manteiga e mel, quando Souber rejeitar o
mal e escolher o bem. Pois antes, Será desolada a terra, ante cujos dois reis
tu (Acaz), tremes de medo” (Is 7.14-16).
Sabemos de Mateus 1.21-25 que o completo e final cumprimento desta
estranha profecia deu-se com o nascimento de Cristo.
Contudo, havemos de entender que, em algum sentido, houve
cumprimento parcial e suficiente nos dias de Acaz para servir-lhe de
“sinal” e provar a veracidade do profeta.
32. NASCIMENTO E REINADO DO PRINCIPE DA PAZ
A casa de Davi era representada por um príncipe infiel e apóstata na pessoa
de Acaz. Seus inimigos tramaram a destruição dela.
Teria parecido debalde esperar a libertação da parte de Acaz, mas, com a
indomável coragem da inspiração, Isaías proclama que é ainda o propósito
de Deus restabelecer seu reino de Paz e justiça por meio de um descendente
de Davi.
O nome quádruplo deste Príncipe declara a sua natureza maravilhosa, e
proclama ser Ele, de maneira extraordinária e misteriosa, o representante de
Jeová. Seu advento é ainda futuro, mas é certo: “O zelo do Senhor dos
exércitos cumprirá isto” (Is 9.7).
Em outra profecia (Is 11.1, etc.), descreve-se o caráter deste Rei e seu
governo. O Espírito de Jeová em toda a sua plenitude descansará sobre Ele.
A paz do Paraíso será restaurada à natureza (Is 11.1-9).
(Is 9.1-7)
33. Outra série de profecias se refere a Sião que era ameaçada de
destruição. Isaías assevera a sua permanência.
Políticos mundanos tramaram uma aliança com o Egito: uma política
sem fé, e fatal.
Em contraste com essa política está a pedra provada, a pedra de
esquina que Jeová pôs em Sião.
A linguagem é figurativa dos sólidos e custosos alicerces do templo.
Qual é essa pedra de fundamento seguro?
Não a cidade, nem o templo, nem a casa de Davi, mas o plano divino do
qual o templo é o símbolo.
SIÃO INVIOLÁVEL
34. SIÃO INVIOLÁVEL
Jeová pôs os alicerces do seu reino em Sião,
mas o edifício precisa ser levantado com a
linha do julgamento e da justiça.
A fé é a condição para uma segurança
tranquila no meio do perigo (Is 28.16, etc.).
Esta profecia é repetida em Salmos 118.22:
“A pedra que os edificadores rejeitaram
tem-se tornado a principal da esquina”.
Tem seu cumprimento em Cristo, como a
incorporação pessoal do propósito divino, o
fundamento do reino de Deus na Igreja
(Mt 21.42; At 4.11; Rm 9.33; l Pe 2.6).
35. Segue-se uma série de profecias acerca das nações, mormente ameaçadas
de juízo.
Contudo, o propósito afirmado em (Is 2.2 e 11.10) transparece em vários
trechos.
Mas, a profecia atinge o seu auge quando Isaías antecipa a reconciliação
desses inimigos inveterados, o Egito e a Assíria, com Israel e um com o
outro, sendo Israel a vítima de ambos - o vínculo que os une.
“Será conhecido Jeová pelo Egito, e os egípcios conhecerão a Jeová
naquele dia. Eles servirão com sacrifícios e ofertas, farão votos a Jeová e
os cumprirão... Naquele dia haverá estrada do Egito para a Assíria.
Entrará o assírio no Egito e o egípcio na Assíria; e os egípcios servirão
com os assírios. Naquele dia será Israel o terceiro com o Egito e com a
Assíria, uma benção no meio da terra” (Is 19.21-24).
AS NAÇÕES
36. AS NAÇÕES
Estas nações representam as nações do mundo;
A sua reconciliação representa a incorporação dos seus mais ferrenhos
inimigos do reino de Deus.
Esta predição nunca poderá ser cumprida literalmente nela, porque
deixaram de existir, mas será realizada naquela grande paz mundial
(no Milênio) que é a esperança de todos os povos.
37. As profecias de Isaías receberam um notável, embora incompleto,
cumprimento durante a própria vida dele.
O juízo caiu sobre Judá.
A aliança entre a Síria (Arã - Filho de Sem (Gn 10.22), antepassado dos
sírios).
A Síria, que se estendia desde o nordeste da Palestina até os vales dos
rios Tigre e Eufrates (Nm 23.7) e Israel fracassou.
A Assíria provou ser o maior perigo, mas não podia tomar um passo
além do que Deus permitia.
Quando ela ameaçou a existência do seu povo, o Senhor desse povo
interveio, como Isaías tinha predito.
CUMPRIMENTO DAS PROFECIAS
38. A libertação de Jerusalém do poder de Senaqueribe foi a mais evidente
atestação da sua comissão divina.
Isso demonstrou que o Santo de Israel estava no meio de seu povo. Não
tinha de introduzir o porvir que ele esperava.
Parece ter antecipado brevemente o advento do Rei perfeito e a
regeneração do povo, talvez durante a sua própria vida.
O propósito divino lhe foi revelado, mas o tempo e a maneira do
cumprimento desse propósito não lhe foram revelados.
Ele os avistou de longe, tão claramente que lhes pareciam próximos. E
isso não deve surpreender-nos.
CUMPRIMENTO DAS PROFECIAS
39. CUMPRIMENTO DAS PROFECIAS
Se os discípulos de Cristo, no momento crítico, quando Ele ia deixá-los,
foram advertidos de que não lhes competia saber os tempos ou as
épocas “E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações
que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7), não é de
estranhar que esse conhecimento fosse vedado aos profetas do AT.
Eles “inquiriram e indagaram... que tempo ou que ocasião de tempo o
Espírito de Cristo, que estava neles indicava”, e foi-lhes revelado,
algumas vezes pelo curso dos acontecimentos interpretados por esse
Espírito.
Outras vezes, sem dúvida, pelo ensino desse mesmo Espírito, que as
suas profecias não foram para eles, mas uma futura geração “da qual
salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que
profetizaram da graça que vos foi dada” (l Pe 1.10 etc.).
40. O SERVO DO SENHOR
A descrição do Servo do Senhor apresentada no “Livro da Consolação”
(capítulos 40-66) é especialmente interessante.
Á luz do Novo Testamento fica bem claro que, através de Jesus Cristo,
as profecias acerca do Servo do Senhor tiveram o seu cumprimento.
Jesus reúne duas grandes figuras dele próprio apresentado no AT ao
falar em Marcos 10.45 que “O Filho do homem (mencionado no livro
de Daniel) não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida
em resgate de muitos”.
Também os apóstolos fazem frequentes alusões a esse Servo do Senhor,
que sofreu por nós.
41. Isaías residia na capital. Ali, no entro da vida nacional, exerceu o seu
ministério.
Quase todos os seus discursos são dirigidos o povo de Jerusalém, ou a
indivíduos nela residentes.
Sua própria família fazia parte da sua mensagem.
Sua mulher era profetisa (Is 8.3).
Dois de Seus filhos, como os de Oséias, tinham nomes significativos.
Sear-Jasube: “um restante voltará” (Is .3). Não voltar do cativeiro, mas
voltar a Jeová, como lemos em Isaías 10.20-22.
O outro Maer-lSala-Hás- Baz: “Apressando-se ao despojo, apressurou-
se à presa'' (Is 8.1), significa a próxima queda de Samaria e Damasco.
O MÉTODO
42. O MÉTODO
Assim, Isaías podia dizer, nos dias mais Tenebrosos,
“Eis que eu e os filhos que Jeová me tem dado, somos para sinais e
portentos em Israel da parte arte do Senhor dos exércitos, que habita no
monte de Sião” (Is 8.18).
Podemos entender que Isaías reuniu em redor e si um bando de fiéis
discípulos que entesouraram as suas palavras na memória, e
guardaram as profecias tinham escrito um livro selado para a multidão
descrente (Is 8.16; 29.11).
43. O MÉTODO
Uma vez vemo-lo tomando uma tábua e escrevendo nela algum aviso
enigmático, para chamar a atenção dos transeuntes18 (Is 8.1; 30.8).
Em outra ocasião vemo-lo atravessando as ruas de Jerusalém, descalço
e nu, um quadro vivo dos cativos do Egito e Etiópia que seriam levados
pelo vitorioso rei Sargão (Is 20.2).
Ele evidentemente ocupou uma posição de autoridade singular em
Jerusalém.
Era o destemido crítico do covarde Acaz; o conselheiro do bem-
intencionado, mas vacilante Ezequias.
Quando precisava de uma testemunha durante seu serviço profético,
podia ele chamar a principal autoridade eclesiástica da cidade (Is 8.2).
44. O MÉTODO
A variedade das suas atividades é notável.
Não somente era um reformador social e religioso, um pregador de
justiça e piedade, mas um estadista precavido.
Ele observava os movimentos políticos do dia, nacionais e estrangeiros.
Apreciou-os do ponto de vista divino.
Mas, embora assim vivesse entre seu povo, intensamente interessado
em tudo que dizia respeito ao bem estar deles, olhava também sobre os
povos em redor, marcava seus movimentos e predisse o seu destino.
Olhou para um porvir em que Israel, purificado pelo fogo do juízo,
havia de realizar a sua vocação, e ser o centro donde o reconhecimento
espiritual seria para iluminar as nações do mundo.
45. A VOCAÇÃO
A chave para a boa compreensão do ministério de Isaías encontra-se no
relatório da sua chamada ao serviço profético, contado no capítulo seis.
Ele teve uma visão de Deus revelado em glória, e o resultado foi o
reconhecimento da sua própria impureza e do seu povo.
Então, ele recebe uma purificação divina, e, ouvindo que Deus precisa
de um mensageiro, 'Sente-se encorajado a se oferecer para a tarefa.
Essa visão deu caráter a todo o futuro ministério de Isaías.
A majestade, a santidade, e a glória de Deus são os temas que enchem e
subjugam o Seu espírito.
46. Parece evidente que esta visão era a primeira chamada de Isaías ao seu
ministério profético, e não, como alguns têm pensado uma segunda
chamada.
Por que, então, encontra-se a narrativa onde está, e não, como era de
esperar, no começo do livro?
A resposta mais provável é que era originalmente prefixada a uma
Coleção de profecias pertencentes ao reinado de Acaz, publicada
separadamente, e retida nessa posição quando as várias coleções
subordinadas foram reunidas.
A VOCAÇÃO
47. Isaías é o mais notável de todos os profetas.
Parece quase uma presunção tentar escolher quaisquer elementos
especiais e distintivos do seu ensino.
Mas mesmo Isaías teve suas características distintivas.
Cada profeta é teólogo.
Seu ensino descansa sobre esse aspecto do caráter divino que tem sido
especialmente impresso sobre seu espírito.
Isaías era um teólogo proeminente.
A TEOLOGIA
48. A visão em que recebeu sua vocação foi uma revelação da glória de Jeová,
exigindo os supremos atributos de majestade e santidade.
Uma profunda impressão desses atributos dominava seu espírito, isto
formou a sua visão das relações de Jeová, dando a inspiração e a idéia
predominante do seu ensino.
Notamos, repetidas vezes em Isaías, a referência a Jeová como o “Santo
de Israel”.
Mais tarde no seu ministério, a doutrina de Deus como o Santo de Israel
veio a ser ainda mais saliente no seu ensino.
Naquela crise, quando a política dos estadistas mundanos em Jerusalém
ameaçou envolver Judá numa aliança com o Egito, levando-o, assim, à
ruína que veio sobre Samaria, Isaías sem hesitação aconselhou os seus
patrícios a confiarem no Santo de Israel.
A TEOLOGIA
49. Se ficassem quietos e obedecessem à mensagem e se conformassem com
a vontade divina, então, no seu tempo, Ele seria misericordioso e os
livraria da opressão do tirano assírio.
Mas o povo era descrente; o espírito mundano prevalecia. “Assim disse
o Senhor Jeová, o Santo de Israel: voltando (da vossa política
mundana) e descansando, sereis salvos; no sossego e na confiança
estará a vossa força, mas não a quisestes” (Is 30.15).
Zombaram do profeta e seus companheiros, repetindo a sua célebre
frase: “Fazei que o Santo de Israel desapareça diante de nós” (Is 30.11),
e, em vez de procurar o Santo de Israel, mandaram seus embaixadores
pedir auxílio ao Egito, e puseram sua confiança nos carros e nos
cavaleiros (Is 31.1).
A TEOLOGIA
50. A TEOLOGIA
Calmamente Isaías continua a proclamar a sua dupla mensagem de juízo e
libertação. “Assim diz o Santo de Israel. Porque rejeitais esta palavra (a
saber, a exortação profética de confiar em Jeová), e confiais na opressão
(que era preciso empregar para extorquir meios para comprar a ajuda do
Egito) e perversidade (a saber, a política de intrigas secretas) e sobre elas vos
estribais, portanto esta iniquidade vos será como uma brecha que, prestes a
cair, forma barriga num alto muro, cuja queda vem de repente, num
momento” (Is 30.12,13).
Contudo, Jeová protegerá Jerusalém, como o pássaro-mãe, adejando sobre
seu ninho para proteger seus filhotes. “Protegendo e livrando, passando e
pondo a salvo” como outrora adejou sobre as casas dos israelitas, ao mesmo
tempo em que destruiu os egípcios (Is 31.5).
51. Ainda que concordem que esta parte também fosse escrita (ou falada)
por Isaías, devemos tomar sentido nas suas características especiais.
Até o fim do capítulo 39 o nome de Isaías é mencionado 16 vezes. Do 40
ao 66, nem uma só vez.
Este fato é suficiente em si para desfazer a idéia de que seja de algum
impostor, fingindo ser o grande profeta, pois em tal caso ele havia de
mencionar o nome de Isaías ao menos uma vez.
O livro parece ser dividido em três partes pela repetição das palavras:
“Para os ímpios não há paz, diz Jeová” no fim dos capítulos 48 e 57.
O Servo de Jeová é o tema desenvolvido neste livro.
Primeiro o servo é Israel (Is 41.8-16),
Porém, mais adiante o título Servo é aplicável ao Messias (Is 42.1-7).
O LIVRO DA CONSOLAÇÃO
(ISAÍAS 40 a 66)
52. Depois vemos a cegueira e a surdez do servo - Israel (Is 42.18, etc.), e a
sua reabilitação (Is 43.8; 44.1; 48.6).
Até aqui é claramente a nação de Israel que é o Servo de Jeová.
Israel é o povo escolhido para cumprir seus propósitos para o mundo, e
apesar do fracasso fica sendo o Servo de Jeová...
Mas, apesar desse fracasso e dessa humilhação de Israel, o verdadeiro
Servo de Jeová está oculto na nação.
No começo da segunda divisão da profecia Ele fala, dirigindo-se às
nações, e descrevendo a sua vocação e obra, sua aparente falha atual, e
seu final êxito:
“Ouvi-me, ilhas, e escutai povos de longe, Jeová chamou-me desde o ventre,
desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome, fez a minha boca
como espada aguda, na sombra da sua mão me escondeu” (Is 49.1-2).
O LIVRO DA CONSOLAÇÃO
(ISAÍAS 40 a 66)
53. A primeira vista, pode-se supor que o profeta mesmo é quem fala. Mas
não é assim.
O Servo de Jeová ainda está identificado com Israel (v.3). Mas em que
sentido? Pois o primeiro serviço do Servo é para com Israel mesmo:
“Para suscitar as tribos de Jacó e restaurar os que de Israel têm sido
preservados” (v. 6).
Assim, o Servo é ao mesmo tempo identificado com Israel e distinto
dele.
Mais uma vez no capítulo 50 o Servo fala, descrevendo a sua vocação
divina, sua experiência de oposição e perseguição, e sua certeza de
triunfo de força divina (Is 50.4-9).
O LIVRO DA CONSOLAÇÃO
(ISAÍAS 40 a 66)
54. Assim, passo a passo somos levados para esse trecho sagrado em que
culmina o ensino do profeta concernente ao Servo de Jeová.
Presume-se ter acontecido a volta da Babilônia (Is 52.7-12).
Então, mais uma vez o discurso profético volta para o Servo; mas
enquanto antes ele mesmo falava, agora é Jeová quem fala, e
descreve o resultado da sua obra.
Seu sucesso e exaltação estarão de acordo com a sua humilhação,
despertando a admiração de nações e reis, que ficam mudos de
atônitos que estão (Is 52.13-15).
Mas a surpresa não era somente para as nações.
Falando em nome dos seus compatriotas, o profeta lamenta a
incredulidade geral com que fora recebido...
O LIVRO DA CONSOLAÇÃO
(ISAÍAS 40 a 66)
55. O que tenha sido a idéia precisa que o retrato o Servo de Jeová,
sofredor e triunfante, apresentava ao profeta e aos seus
contemporâneos.
É impossível adivinharmos, mas não podemos duvidar de que foi
proposto pelo Espírito a apontar para Cristo.
Somente nele recebe a sua completa explicação.
Para nós é natural considerar esta grande profecia, e toda a série de
profecias, à luz do seu cumprimento em Cristo.
E fácil fazer isto, mas em fazê-lo perdemos alguma coisa dos métodos
pelos quais Deus ensinou seu povo em tempos passados, revivificou e
fortaleceu a sua fé.
Mais uma vez deve observar que esta exposição da chamada, obra e
vitória o servo do Senhor era uma verdade para seu próprio tempo.
O LIVRO DA CONSOLAÇÃO
(ISAÍAS 40 a 66)
56. O LIVRO DA CONSOLAÇÃO
Nessa crise da história de Israel os que tinham ouvidos para ouvir
precisavam ser ensinados obre qual era a vocação da sua nação, qual o
propósito por que tinha sido criada e conservada tão
maravilhosamente.
Precisavam saber que, apesar do fracasso de Israel, propósito divino
havia de ser rigorosamente consumado.
Mais do que eles podiam ter esperado, já se cumpriu, e nesse
cumprimento está a garantia para nós e que os propósitos de Deus
caminham para uma consumação maior e mais gloriosa do que
podemos imaginar.
(ISAÍAS 40 a 66)