2. I. QUESTÕES INTRODUTÓRIAS
A. Os livros proféticos foram escritos entre 760 e 460 a. C.,
mas não há profecias apenas nos livros proféticos.
1. Abraão é chamado de profeta (Gn 20:7)
2. 2. Isaque, Jacó e José profetizaram acerca de seus filhos (Gn 27, 49, 50)
3. 3. Moisés era reconhecido como profeta (Dt 18:18; 34:10)
4. 4. Arão era o profeta de Moisés por ser seu porta-voz (Êx 7:1)
5. 5. Miriã é chamada de profetisa por causa do seu cântico (Êx 15:20)
6. 6. Eldade e Meldade (Nm 11:26-30)
7. 7. Débora (Jz 4:4)
8. 8. Samuel (1 Sm 8:7, 10). Natã (2 Sm 5:9)
9. 9. Elias e Eliseu (1 Rs 17 – 2 Rs 13)
3. B. Há profecias em diversos Salmos, principalmente
profecias messiânicas.
1. Salmo 22
2. Salmo 72
C. Quem eram os profetas?
1. Eram chamados de:
2. Homens de Deus (1 Rs 17:18)
3. Servo do Senhor (II Sm 7)
4. Mensageiro do Senhor (Is 42:19)
5. Intérprete (Is 43:27)
6. Vigia (Atalaia) (Hc 2:1-2; Ez 33:2)
7. Homem de Espírito (homem espiritual) (Os 9:7; Mq 3:8)
8. Vidente (I Sm 9:9-19; Is 30:10; Am 7:12)
9. Profeta (Êx 7:1; Gn 20:7)
4. D. O significado do termo “profeta”.
1. ro’eh e hôzeh: “vidente”. Parece enfatizar as visões e sonhos.
2. nâbi: profeta. Alguém que era chamado para falar por outra pessoa.
3. Profetas eram porta-vozes que falavam em nome de Deus.
4. Profetas não apenas viam o futuro. Viam “além”.
E. A vocação profética
1. Revelação sobrenatural, como Isaías (6:1-13) e Jeremias (1:2-10)
2. Substituição, como Elias e Eliseu (1 Rs 19:19-21)
3. Sempre como resultado da vontade divina
5. F. A base da autoridade profética.
1. Inspiração: É a base da autoridade profética (2 Pe 1:20).
“Assim diz o Senhor”.
Garante sua INERRÊNCIA.
Garante sua INFALIBILIDADE.
Garante sua CONFIABILIDADE.
2. Revelação: Deus mostra o que Ele quer aos Seus
profetas (Dn 2:19; Am 3:7).
Não é intuição humana.
Os fatos revelados a Isaías sobre os fatos vindouros são tão corretos
que fazem alguns teólogos defenderem não um, mas três autores para
o livro de Isaías.
A sucessão de reinos em Daniel é tão correta que alguns críticos
dizem que o livro foi escrito bem depois dos acontecimentos.
Não há explicação racional para a profecia bíblia.
6. G. O OFÍCIO DO PROFETA.
O ofício profético se centrava na ALIANÇA.
Sempre se remetiam à aliança entre Deus e Seu
povo (Is 24:5; Jr 11; Dn 9:10).
1. Receber e comunicar a revelação de Deus.
2. Reformar a nação quando distante de Deus.
3. Preservar a verdadeira adoração.
4. Retornar ao compromisso com a Aliança.
7. H. O que é uma profecia?
Normalmente entendemos profecia como “prever o futuro”.
Este sentido é sempre secundário.
O futuro previsto tem como base a situação presente do povo.
Normalmente, as profecias tratavam acerca da situação espiritual do
povo e o chamado de Deus ao arrependimento.
1. Poderiam vir como revelações diretas. Era a maneira
mais comum. Deus falava de forma audível aos seus profetas. “Veio a
ele a palavra do Senhor” (Jr 1:2). “Ouve a palavra do Senhor” (Jr 24)
“Assim diz o Senhor” (Is 22:15)
2. Poderiam vir como visões e sonhos. Visões: (Is 29:7;
Dn 7:2) O profeta estava consciente. Sonhos: (Dn 7:1-14) O profeta não
estava consciente.
3. Poderiam ser “ações simbólicas”.
Também chamadas e “profecias de representação” ou “parábolas
produzidas”.
Eram “dramatizações” ordenadas por Deus que chamavam a
atenção das pessoas. Exemplos: Jr 18; 19; 32 e Ez 5:1-4.
Eram seguidas de uma profecia oral ou escrita.
8. I. O profeta e o transe.
1. Alguns sustentam que os profetas experimentavam “alucinações extáticas” ou o
chamado “transe de possessão”, comuns no paganismo da época.
2. Não há nenhuma evidência de que este tenha sido o método de Deus revelar Sua
mensagem ao povo.
3. Pelo contrário, o conteúdo e a forma como foi recebida e transmitida a mensagem,
bem como a reação dos ouvintes, deixam claro que o profeta estava plenamente
consciente.
J. Dificuldades com a interpretação das profecias:
1. O problema histórico.
As profecias não seguem uma ordem cronológica rígida.
Para compreender a profecia é preciso encaixa-la em seu contexto.
Toda profecia foi motivada por um fator presente, mesmo que aponte para o futuro.
Precisamos saber: a. Para quem foi dada a profecia. b. Qual a situação da época
(histórica, política, cultural, econômica, etc).
9. 2. A questão do cumprimento.
Algumas profecias apontam para cumprimentos progressivos.
Outras apontam para eventos históricos distintos.
Nem sempre é claro o tempo do cumprimento das profecias.
Exemplo de Daniel 9:27, 11:31 e 12:11. Esta profecia se cumpriu em
167 a.C., por ocasião da destruição de Jerusalém em 70 d.C. e se
cumprirá novamente no final dos tempos.
3. As várias formas de proclamação profética.
O discurso de julgamento.
As profecias de salvação.
Os “ais”.
As profecias messiânicas.
Profecias escatológicas.
Entre outras
10. 4. Os ricos tipos literários
A literatura profética está entre as mais difíceis de serem interpretadas
porque são ricas na utilização de recursos literários como:
a)Poesia; b) Sabedoria; c) Simbologia ; d) Personificação ; e) Metáfora
L. A importância do estudo das profecias.
A maior parte das profecias já se cumpriram. Resta menos de 1% a
serem cumpridas.
Elas foram direcionadas à pessoas, povos e situações específicas.
Como “profecias preditivas” não se repetem.
Quais as razões para as estudarmos?
1. Apresentam Deus como Senhor dos senhores e Senhor da história.
2. Mostram o pecado do homem e a fidelidade de Deus.
3. Mostram um Deus gracioso e misericordioso.
4. Fundamentam a esperança do povo de Deus.
5. Nelas, Deus está se revelando em palavras e ações.
6. Representam a ligação entre a Lei e a Graça.
11. LIVRO DE ISAÍAS (DATA: 740-680 a.C.)
Isaías (“o Senhor é salvação”), filho de Amós, vivia em Jerusalém (Is
7:1-3). Alguns sustentam que seria de família real, mas, de qualquer forma, tinha
boa educação, o que pode ser visto nos seus escritos primorosos e ricos em
figuras de linguagem.
Conforme é evidente pelo título do livro (1:1), Isaías profetizou durante
os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias. Foi chamado como profeta “no
ano da morte do rei Uzias” (6:1), isto é, em 740 a. C.; sua última aparição,
conforme pode ser datado com certeza, foi no tempo da campanha de
Senaqueribe contra Jerusalém (entre 701 e 688 A.C.).
Isaías era casado; sua esposa é chamada de “a profetiza” (8:3), talvez
devido ao fato que ela igualmente profetizava ou simplesmente por ser esposa do
profeta. Dois filhos são mencionados, ambos os quais receberam nomes
simbólicos (8:18). Isaías e Miquéias foram contemporâneos (cf. 1:1 com Mq 1:1).
A atividade de Isaías foi precedida pela de Amós e Oséias (Am 1:1 e Os 1:1).
Amós e Miquéias profetizaram principalmente contra as tribos do norte; Isaías e
Miquéias concentraram suas profecias principalmente em Judá e Jerusalém (1:1).
Por causa das várias profecias messiânicas ele é chamado de “evangelista do
Antigo Testamento” ou “profeta evangélico”.
12. Contexto
O livro e suas profecias podem ser dividas em 2 grupos:
1. Contextualizam o presente e fala de acontecimentos futuros (1-39)
2. 2. Do cativeiro babilônico para ainda mais no futuro (40-66)
CONTEXTUALIZAÇÃO
Uzias morreu por volta de 740 a. C. Durante seu reinado a nação
experimentou um notável progresso econômico (2 Cr 26:6-15) e tentaram se
restabelecer como potência política.
Jotão reinou sobre Judá de 750 a 731 a. C. como corregente do seu pai Uzias
e depois com seu filho Acaz. Judá estava forte economicamente, mas
moralmente e espiritualmente pobre. O reino tinha apostatado da fé. A
primeiras profecias de Isaías tratam sobre o afastamento da nação dos
ditames da Aliança com o Senhor. Mas o cenário político mundial muda
quando a Assíria subjuga a Síria, tornando-se a maior potência mundial. Sob o
reinado de Tiglate-Pileser III (745-727 a. C.) toda a rota de Nínive até
Damasco fica dominada.
13. Acaz reinou sobre Judá entre 735 a 715 a. C. Foi um dos piores
reis de Judá, sendo insolente e desobediente à Aliança com Deus.
No seu reinado, Acaz viu-se entremetido na aliança política da
Síria e Israel (siro-efraimita) contra a Assíria. Aconselhado por
Isaías a confiar em Deus, preferiu estabelecer uma aliança com os
Assírios, tornado toda a nação vassala. Como consequência, a
Assíria invadiu e destruiu a capital do reino do norte, Samaria, no
ano 722 a.C.
Ezequias reinou entre 729 e 686 a.C. Foi um rei piedoso que
conduziu o reino numa série de reformas religiosas. Rebelou-se
contra o rei assírio Senaqueribe (705 – 681 a. C.) que sitiou
Jerusalém em 701 a.C. tramando sua completa destruição (o fato
é narrado em 2 Rs 19). Milagrosamente o Senhor livra Jerusalém.
Ezequias, após ser livrado da morte por Deus em resposta à sua
oração, apresenta aos embaixadores da Babilônia todos os seus
tesouros, recebendo a condenação do profeta (Is 39:6)
14. PRIMEIRA PARTE (1 A 39)
I. Profecias referentes a Judá e Jerusalém (1:1-12:6)
É denunciada a religiosidade vazia da nação. A mistura de observância ritual e
corrupção moral são abominadas por Deus de maneira veemente. De que me
serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos
holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de
sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para
comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a
pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim
abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembleias; não
posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas luas novas, e
as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou
cansado de as sofrer. Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós
os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque
as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade
de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer
bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da
causa das viúvas (1:11-17)
É introduzido o conceito de “remanescente”, “restante fiel” ou simplesmente “resto”.
Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado algum remanescente, já como
Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra (1:9).
15. O Dia do Senhor é prometido em Isaías. Porque o dia do Senhor dos Exércitos
será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja
abatido (2:12).
A figura de Israel como a “vinha”. Agora cantarei ao meu amado o cântico do meu
querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil
(5:1).
A promessa de uma criança. Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis
que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel
(7:14). Ver Mt 1:23. Ver o nascimento da criança em Is 8.
As profecias messiânicas. Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e
o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (9:6). Porque
brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E
repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de
entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e
de temor do Senhor (11:1,2)
16. II. Profecias dirigidas contra nações estrangeiras e hostis
(13:1-23:18)
Contra a Babilônia (13:1-14:27)
Contra a Filístia (14:28-32)
Contra Moabe (15:1-16:14)
Contra Damasco (Síria) e Efraim (Israel) (17:1-14) Contra Etiópia e Egito
(18:1-20:6)
Contra Babilônia, Edom e Arábia (21:1-17)
Contra Jerusalém (22:1-25)
Contra Tiro (23:1-18)
III. O apocalipse de Isaías: os castigos de Jeová sobre o
pecado do mundo (24:1-27:13)
A razão é a quebra da Aliança (24:5).
A esperança no futuro. Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o
Senhor DEUS as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu
povo de toda a terra; porque o SENHOR o disse (25:8).
A destruição das nações ímpias: a serpente veloz, a serpente sinuosa e o
dragão (27:1).
17. IV. Profecias contra Efraim, Jerusalém e Líbano (28:1-33:24)
Israel é rejeitado (28:1-13) e Deus trará os assírios contra seu povo.
A perversão de Jerusalém será punida com a invasão da Babilônia. Porque o
Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e
com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de
mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens,
em que foi instruído (29:13).
Profecia contra a aliança com o Egito (30-31)
Profecia sobre o reinado de Deus sobre Israel (32-33)
O ministério do Messias:
1. Reinar como o Rei justo da terra (32.1): Príncipes honestos reinarão sob seu
comando.
2. Restaurar e regenerar Israel (32.2-4): Todos voltarão os olhos para Deus e o
ouvirão.
3. Corrigir todos os erros (32.5-8): O ímpio será exposto, mas os gene-rosos
serão abençoados por tudo o que fazem.
4. Suprir as necessidades de todo o povo (33.16): Eles terão uma fortaleza,
comida e água.
5. Anunciar a paz mundial (33.18-24): O Senhor reinará e será juiz e rei. Ele
cuidará de seu povo e o salvará.
18. O ministério do Espírito de Deus (32.15-20)
1. Ungir o povo de Deus (32.15): O Espírito será derramado
dos céus.
2. Gerar justiça mundial (32.16-1 7): A justiça de Deus trará
paz.
3. Garantir colheitas abundantes (32.18-20): Onde quer que o
povo plante, terá colheitas generosas.
Advertências contra Israel no presente (32:9-33:1)
Oração pedindo livramento (33:2-4)
A promessa de livramento (33:5-24)
19. V. Profecias que proclamam a queda de Edom e a redenção de
Israel (34:1-35:10)
Juízo de Deus sobre as nações (34:1-4). Referência ao final dos tempos.
Juízo de Deus sobre Edom (34:5-17). Eram parentes dos judeus.
A restauração de Israel (35:1-10).
VI. Apêndice histórico: A vida e a atividade de Isaías durante o
reino de Ezequias (36:1-39:8)
A tentativa de invasão assíria a Jerusalém no reinado de Ezequias (36:1-
37:38).
A enfermidade de Ezequias e sua cura (38).
A visita dos embaixadores da Babilônia e o orgulho de Ezequias (39).
20. SEGUNDA PARTE (40 A 66)
VII. Libertação do domínio da Babilônia (40:1-48:22)
Profecia sobre João Batista e o Messias (40:1-9)
Quem Deus é (40:10-31)
1. Poderoso (v. 10, 26)
2. Bondoso (v. 11)
3. Onipotente (v. 12) 4.
4. Onisciente (v. 13, 14, 15, 28)
5. Soberano (v. 22, 23)
6. Santo (v. 25)
7. Sustentador (v. 29-31)
21. 7. Sustentador (v. 29-31)
O Deus verdadeiro diz: Não temas! (41)
“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu
Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha
justiça. Eis que, envergonhados e confundidos serão todos os que se
indignaram contra ti; tornar-se-ão em nada, e os que contenderem
contigo, perecerão. Buscá-los-ás, porém não os acharás; os que
pelejarem contigo, tornar-se-ão em nada, e como coisa que não é nada,
os que guerrearem contigo. Porque eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela
tua mão direita; e te digo: Não temas, eu te ajudo. Não temas, tu verme
de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu
redentor é o Santo de Israel”(41:10-14)
A profecia sobre o Messias (42).
Deus levanta o rei persa Ciro (44)
“Que digo de Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz,
dizendo também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao templo: Tu serás
fundado.” (44.28)
22. O Deus verdadeiro diz: Não temas! (43).
Deus é a garantia do cumprimento de Suas promessas (44).
O imperador persa Ciro é o instrumento do juízo de Deus (45).
“Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita,
para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis,
para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão.” (45:1).
Deus julgará a Babilônia e ela não mais se levantará (46, 47).
O castigo é resultado da dureza para com um Deus misericordioso (48).
“Ah! Se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, então seria a tua
paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar! Também a tua
descendência seria como a areia, e os que procedem das tuas entranhas
como os seus grãos; o seu nome nunca seria cortado nem destruído de
diante de mim .” (48:18,19)
23. VIII. Redenção pelo sofrimento e sacrifício (49:1-57:21)
A redenção e o Redentor (49).
Israel abandonou o Senhor e deve voltar a confiar nEle (50).
Promessa de restauração (51).
A proclamação das boas novas (52).
“Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas
novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a
salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina.” (52:7).
O servo sofredor (53).
Cântico de alegria pela libertação (54).
Um chamado universal à conversão (55).
Deus congrega todas as pessoas (56).
A impiedade da idolatria (57).
24. IX. O triunfo do reino e o domínio universal de Jeová (58:1-
66:24)
Os pecados de Israel (o jejum verdadeiro e o sábado) (58).
Os pecados de Israel (a justiça) (59).
A glória e a restauração de Israel (60).
O pregador das boas novas (61).
“A apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso
Deus; a consolar todos os tristes.” (61:2).
Deus não desamparará Israel (62).
A ira de Deus e a oração de arrependimento (63).
A esperança da restauração (64).
O destino dos jutos e dos injustos (65).
O consolo pra Israel (66).
25. LIVRO DE JEREMIAS (740-680 A.C.)
Jeremias nasceu em Anatote, uma pequena vila 5 km ao norte de
Jerusalém. Era filho de um sacerdote chamado Hilquias. Nunca se casou. Sua
história cobre um período de 40 anos – desde a sua chamada durante o reinado de
Josias (626 A.C.) até a queda de Jerusalém em 587 A.C. Nessas quatro décadas, a
região passou pelo seu mais turbulento período histórico. A Assíria, que destruíra as
tribos do norte (Israel) caiu ante o poder de uma nova potência militar: a Babilônia.
A vida e os tempos de Jeremias, que caem dentro desse importantíssimo período,
estão notavelmente documentados, e os pontos íntimos de sua personalidade são
mais vividamente retratados que os outros profetas.
Quando Jeremias foi chamado para o ofício proféticos era ainda “uma
criança”, um termo ambíguo que descreve a infância e a adolescência em seus
últimos anos. Era um período posterior a longa apostasia promovida pelo rei
Manassés (2 Rs 21:1 e segs.) e os impérios egípcios e babilônicos lutavam entre si.
Vale salientar que Jerusalém ficava no caminho entre as duas nações: Egito e
Babilônia.
Sem dúvida muitos em Judá ansiavam pelo raiar do dia que poria fim à
prolongada noite de sessenta anos de degeneração moral da nação. Jeremias foi
criado numa piedosa família sacerdotal (1:1). Seu nome pode significar “Jeová
exalta” ou “Jeová derruba”. Jeremias profetizou durante os reinados de Josias,
Jeoacaz, Jeoaquim (Eliaquim), Joaquim e Zedequias.
26. A personalidade de Jeremias é aquela mais claramente pintada dentre todos os
profetas do Antigo Testamento. De fato, não é exagero dizer que a fim de entendermos o que o
Antigo testamento quer dizer com o vocábulo “profeta”, é necessário estudar o livro de
Jeremias. A chamada de Jeremias, sua vocação como anunciador da palavra de Deus, a
autoridade com que essa lhe era comunicada, a maneira como a mesma lhe era revelada, sua
distinção claríssima entre o verdadeiro e o falso profeta, suas mensagens e os dilemas
agonizantes em que foi envolvido devido à sua fidelidade – tudo é delineado nos oráculos de
Jeremias com uma autoridade simplesmente irresistível. Isso se deve à correlação entre a
experiência espiritual e emocional do profeta para com seu ministério profético.
Suas emoções são vividamente exibidas até mesmo em seus discursos. Pelo
conteúdo de sua pregação é claro que Jeremias era homem de notáveis contrastes. Era ao
mesmo tempo gentil e tenaz, afetuoso e inflexível. Nele, as fraquezas da carne contendiam com
as energias do espírito. As aspirações naturais da juventude foram negadas ao jovem profeta.
Ele insistia no arrependimento por parte do povo judeu que, no entanto era incapaz de
contrição. Ele desmascarou os pecados da nação e anunciou seu julgamento sabendo que tudo
isso seria inútil para salvá-los. Aqueles a quem amava, odiavam-no. Sendo leal patriota, foi
chamado de traidor. Esse profeta de esperança imorredoura teve de exibir a falácia das
esperanças de seu próprio povo. Esse intercessor-sacerdote foi ordenado a não mais
interceder pelos seus. Esse amante de Judá, foi maltratado por Judá.
As profecias do livro não seguem uma ordem cronológica, mas lógica. O arranjo em
ordem cronológica seria: (1) Josias (1 – 20, excetuando 12:7-13, 27); (2) Jeoacaz (nada); (3)
Jeoaquim (26; 22; 23; 25; 35; 36; 45; 33; 12:7-13, 27); (4) Joaquim (13:18 segs.; 20:24-30;
52:31-34); (5) Zedequias (advertências: 24; 29; 27; 28; 51:59, 60; promessas: 30 – 33; o cerco:
21; 34; 37 – 39); (6) depois da queda de Jerusalém (40 – 44); (7) profecias contra as nações
(41 – 51); (8) apêndice histórico (52). Uma característica importante do livro de Jeremias é que
ele se utilizou do serviço do escriba Baruque para compilar suas profecias.
27. CONTEXTUALIZAÇÃO
Podemos dividir o ministério de Jeremias em 4 estágios:
1. Durante o governo de Josias (639-609 a.C.). Entrou no ministério no
13º ano do seu reinado (Jr 1:2). Apoiou as reformas implementadas
durante o reinado (2 Rs 22 e 23) e foi contemporâneo da profetisa Hulda,
concordando com esta que Jerusalém seria destruída por causa dos
pecados cometidos.
2. Jeoacaz assume o trono com a morte de Josias mas governou por
apenas 3 anos. O faraó Neco o destronou e o levou para o Egito por
recusar-se a pagar-lhe tributo, deixando em seu lugar Jeoiaquim. Predisse
que o próximo rei, Joaquim, seria levado cativo para a Babilônia. A partir
deste estágio, Jeremias começa a sofrer dura oposição. Durante o reinado
de Jeoiaquim, o rei Nabucodonosor invadiu Judá e levou cativo os nobres,
entre eles o profeta Daniel e seus amigos – 1ª deportação. Este seria, de
acordo com Jeremias, o início de um cativeiro que demoraria 70 anos (Jr
25).
28. 3. Joaquim é levado cativo na 2ª deportação em 597 a.C. (o profeta
Ezequiel estava entre os deportados). Durante o reinado de Zedequias
(597-586 a.C.), último rei de Judá, os falsos profetas se tornam uma forte
oposição a Jeremias (Jr 28 e 29). Seguindo o conselho dos falsos
profetas, Zedequias rebelou-se contra os caldeus em 589 a.C.
Nabucodonosor sitiou e invadiu Jerusalém. Em 586 a.C. os caldeus
invadem Jerusalém destruindo-a completamente e segue a 3ª e última
deportação.
4. Após a destruição de Jerusalém, Nabucodonosor instaura Gedalias
como governador (Jr 40), mas este é assassinado por um grupo de
judeus. Com medo de represálias, eles fogem para o Egito levando como
refém Jeremias. Sua última profecia acontece no Egito e está registrada
em Jr 44:1-30.
29. I. O chamado de Jeremias (1:1-9)
II. II. Coleção de discursos (2:1-33:26)
Primeiros oráculos (2:1-6:30).
Sermão do templo e abusos no culto (7:1-8:3).
Assuntos diversos (8:4-10:25).
Eventos na vida de Jeremias (11:1-13:27).
Seca e outras catástrofes (14:1-15:21).
Advertência e promessas (16:1-17:18).
A santificação do sábado (17:19-27).
Lições do oleiro (18:1-20:18).
Oráculos contra leis, profetas e povo (21:1-24:10).
O exílio babilônico (25:1-29:32).
O livro de consolação (30:1-35:19).
30. III. Apêndice histórico (34:1-35:19)
Advertência a Zedequias (34:1-7).
Revogada a libertação de escravos (34:8-22).
O exemplo dos recabitas (35:1-19).
IV. Julgamentos e sofrimentos de Jeremias (36:1-45:5)
Jeoaquim e os rolos (36:1-32).
Cerco e queda de Jerusalém (37:1-40:6).
Gedalias e o seu assassinato (40:7-41:18).
A fuga para o Egito (42:1-43:7).
Jeremias no Egito (43:8-44:30).
Oráculos para Baruque (45:1-5)
RETIRADO DA OBRA DE PR. HANDERSON XAVIER | SLIDESHARE.NET/VIVAAIGREJA
31. V. Oráculos contra nações estrangeiras (46:1-51:64)
Contra o Egito (46:1-28).
Contra os filisteus (47:1-7).
Contra Moabe (48:1-47).
Contra os amonitas (49:1-6).
Contra Edom (49:7-22).
Contra Damasco (49:23-27).
Contra Quedar e Hazor (49:28-33).
Contra Helão (49:34-39).
Contra a Babilônia (50:1-3).
VI. Apêndice histórico 52.1-34
O reinado de Zedequias (52:1-3).
Cerco e queda de Jerusalém (52:4-27).
Sumário de três deportações (52:28-30).
Libertação de Joaquim (52:31-34).
Notas do Editor
assembleias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas (1:11-17)
É introduzido o conceito de “remanescente”, “restante fiel” ou simplesmente “resto”. Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado algum remanescente, já como Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra (1:9).