1) O documento descreve a evolução do pensamento econômico ao longo do tempo, desde as primeiras escolas como o Mercantilismo até as escolas atuais.
2) São apresentadas as principais escolas de pensamento econômico como a Clássica, a Keynesiana, a Neoclássica e suas ideias-chave.
3) O texto também discute os atuais sistemas econômicos como a Economia de Mercado e a Economia Planificada.
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
A Evolução do Pensamento Econômico
1. A Evolução do Pensamento Econômico
O pensamento econômico foi se desenvolvendo ao longo do tempo à
medida que as trocas comerciais foram se estabelecendo e surgiram os
primeiros comércios. Com isso, foram surgiram diversas escolas de
pensamento econômico formadas por filósofos e economistas da época
Essas escolas surgiram no mundo com o objetivo de organizar a
economia e, nesse sentido, elas constituem um conjunto de
princípios teóricos e de ideais e valores que envolvem questões
políticas, sociais e éticas
O pensamento econômico é formado 1º de
forma teórica e, em um segundo momento,
pela vinculação ideológica. Dessa forma,
as ideias e os valores que os pensadores
de uma classe dominante produzem para
que se forme uma nova classe e que se
sobrepõe as outras não-dominantes, se
tornam um padrão de ideias e passam a ser
aceitos pela sociedade
Quando aceitos pela sociedade,
esse padrão de ideias serve de
base para uma nova dominação
de classe, formando-se assim as
ideologias. Nesse sentido, as
escolas econômicas são
ideologias formadas ao longo do
tempo no mundo
2. A Escola Mercantilista
Foi a 1ª escola econômica e mesmo não tendo
um conjunto técnico homogêneo de regras, o
Mercantilismo se preocupava com o acúmulo de
riquezas de uma nação e possuía alguns
princípios para fomentar o comércio exterior
Nessa época, surgiram os relatos mais importantes
sobre a moeda e, diante disso, o acúmulo de metais se
tornou importante. Acreditava-se que o poder de um
país poderia ser medido pelo seu estoque de metais
preciosos
A política colonial mercantilista consistia
em explorar ao máximo a colônia em
relação aos metais preciosos e em
relação aos demais produtos tropicais.
Além disso, em exigir um Pacto Colonial,
em que se estabelecia exclusividade da
comercialização entre as colônias e suas
respectivas metrópoles
O Mercantilismo costurou os
interesses do Estado
colonialista nos séculos 16 e 17
e os seus principais pensadores
econômicos foram Thomas Mun,
Gerard Malynes, Jean Bodin e
Jean Baptiste Colbert
3. Escola da Fisiocracia A fim de combater as práticas mercantilistas
exploradoras, surgiram os fisiocratas, que
eram economistas que contestavam a
regulação da economia pelo governo. Eles
defendiam que a natureza como ordem natural
e que a produção agrícola eram as únicas
formas de gerar a economia e ampliação dos
excedentes econômicos
O objetivo da Fisiocracia
era o livre comércio, onde
o preço do mercado era
considerado de ordem
natural. O principal
trabalho realizado pela
fisiocracia foi
apresentado pelo Dr.
François Quesnay
A Fisiocracia foi
considerada a 1ª escola
que estudou a economia
como ciência e, segundo
Rossetti, a economia
enquanto ciência social é
aquela que busca cumprir
os seus objetivos e
resolver os problemas
econômicos fundamentais
A partir da Escola da
Fisiocracia surgiram
outras escolas que
contribuíram para a
evolução do
pensamento econômico,
tais como: a clássica, a
neoclássica, a
keynesiana e a atual
4. Escola Clássica
Defendia os ideais individualistas do Liberalismo e seus
principais pensadores econômicos foram Adam Smith,
Jean Baptiste Say, John Stuart Mill e David Ricardo
O bem-estar social defendido pelos pensadores dessa
escola poderia ser alcançado por instituições como a
propriedade privada, os meios de produção e a liberdade
de mercado
O pensador econômico
Adam Smith teve
bastante influência
nessa escola, ao
desenvolver sua grande
obra “A Riqueza das
Nações”, a qual
contribuiu para o estudo
a respeito do livre
mercado, do Estado
mínimo e da divisão de
trabalho
Jean Baptiste Say
desenvolveu a Lei da
Oferta e da Demanda,
que afirma que toda
oferta cria sua própria
demanda (procura).
David Ricardo
desenvolveu estudos
baseados nas vantagens
comparativas e na área
de comércio
internacional
Ele atribuía todos os custos da
empresa aos custos de trabalho e,
além disso, também relacionou o
acúmulo de capital ao aumento
desenfreado da população e à
elevação de renda. Já John Stuart Mill
foi um grande defensor da liberdade
de mercado, aprofundando os seus
estudos no funcionamento da
economia de mercado
5. Escola
Neoclássica
Concentrava seus estudos sobre o comportamento do
consumidor, sobre a teoria marginalista e a teoria quantitativa
da moeda. No período em que essa teoria nasceu os aspectos
microeconômicos foram os merecedores de atenção, pois
existia a crença na economia de mercado e em sua capacidade
de autorregulação entre as forças de demanda e oferta
A Lei de Say dizia
que a oferta
criava sua
própria demanda
e é válida para
essa teoria.
Dessa forma, a
demanda não
constitui uma
variável
determinante
para o nível do
produto
Outro ponto importante foi o comportamento dos agentes, baseado
na noção de que os consumidores buscavam a máxima satisfação de
consumo e os produtores buscavam a máxima obtenção de lucro
Escola
Keynesiana
Desenvolvida pelo pensador John Maynard Keynes, aprofundando seus estudos
sobre a teoria geral do emprego, dos juros e da moeda. Seu trabalho teve
importante impacto, pois surgiu na época da Grande Depressão quando muitos
países capitalistas enfrentavam sua pior crise
Para Keynes caso o país estivesse em uma recessão, seria
necessário a intervenção do Estado através de políticas de
incentivos aos gastos públicos, a fim de promover a
demanda
6. Existem inúmeros debates teóricos a respeito do
trabalho de Keynes, com a divisão de 3 grupos:
Os monetaristas
acreditam que o
controle da moeda e
pouca intervenção
do Estado é a melhor
forma de atuação em
situação de crise
Já os fiscalistas ou
keynesianos acreditam
que o alto grau de
intervenção do Estado
e as políticas fiscais
ativas constituem a
melhor saída
Por fim, os pós-
keynesianos
acreditavam que a
política econômica
deveria ser
conduzida de
forma ativa
Escola
Institucionalista
Surgiu como um desdobramento da
outas teorias, buscando entender a
harmonia natural da vida econômica.
Dirige suas críticas às escolas clássicas
e neoclássicas por não considerarem
em suas análises a história e os meios
sociais e institucionais
Seus estudos aprofundaram-se
em estatísticas sobre o
funcionamento da economia.
Nessa escola, o homem é
estudado como um ser
econômico racional, capaz de
realizar cálculos
7. Escolas Alternativas A teoria econômica tem sido muito criticada e recebido abordagens
alternativas, sendo que muitas críticas foram incorporadas à teoria.
Dos críticos, podemos destacar os marxistas e os institucionalistas
Marx compreendia que o valor da força de trabalho
equivalia ao trabalho necessário à sobrevivência do
trabalhador. Portanto, mais-valia significava a diferença
entre o valor incorporado a um bem e a remuneração do
trabalho que foi necessário para sua produção
Os economistas chamados de
marginalistas eram contra os
pensamentos socialistas e
contribuíram para o
pensamento econômico,
desenvolvendo modelos
teóricos dedutivos para
comprovar o equilíbrio geral
da economia
Escolas Atuais
A partir de 1970, a Teoria
Econômica vem apresentando
diversas transformações e, uma
delas, diz respeito às limitações
de aplicação das teorias. Outro
ponto é o avanço do
conhecimento empírico da
Economia e também à
consolidação das contribuições
dos demais períodos anteriores
Com a
informatização, o
volume e a precisão
do processamento de
informações
aumentaram muito,
tornando o
conhecimento
empírico muito mais
prático
8. Atualmente, a análise econômica é feita com base em quase todos os
aspectos da vida humana. Isto faz com que o padrão de vida e o bem
estar das pessoas tenham uma melhora significativa
Os séculos 19 e 20 foram importantes para as decisões
econômicas e políticas do mundo. As guerras que ocorreram foram
cruciais para a formação ideológica atual e, além da destruição em
massa da 1ª e 2ª Guerras, tivemos a Guerra Fria, que durou 40
anos, período em que as 2 grandes potências dividiram o mundo
em 2 partes opostas
O mundo foi dividido em 2 blocos: a
República Federal da Alemanha
(RFA), representada pelo
Capitalismo liderado pelos EUA e a
República Democrática Alemã (RDA),
constituída pelos países socialistas
comandados pela antiga URSS
A Queda do Muro de Berlim
começou a colocar um fim a essa
divisão. O capitalismo venceu o
socialismo predominando até os
dias atuais. Dessa forma, a
economia mundial passou por
transformações para atender às
necessidades capitalistas
9. Os Sistemas Econômicos Atuais (Evolução e Classificação)
Com o objetivo de
resolver os principais
problemas econômicos (o
que, como, para quem e
quando produzir) e de
estruturação, a sociedade
passou a se organizar em
sistemas econômicos
Um sistema econômico é uma
forma de organizar a produção, a
distribuição e o consumo de bens
e serviços da sociedade e, para
isso, existem elementos (como os
fatores de produção) que devem
ser administrados e alocados
eficientemente, tais como:
Recursos humanos (as
pessoas, a força de
trabalho) / Capital (as
máquinas, equipamentos
e instalações) / Terra
(recursos naturais, terras
cultiváveis)
Os sistemas econômicos são classificados em:
A) Economia de Mercado: Atua de forma
descentralizada, sem a intervenção do
Estado na economia. Os EUA é um bom
exemplo, pois não possui uma
autoridade central para regular o que
deve e para quem deve ser produzido
O sistema Capitalista também é conhecido
como economia de mercado, possuindo uma
economia regida pelas forças de mercado; ou
seja, a intervenção governamental não é
predominante. Nele, os fatores de produção
são de propriedade privada, prevalecendo a
livre iniciativa
10. Além disso, os preços e salários são determinados pelas forças da
oferta e da demanda, sem intervenção governamental. Esse tipo
de economia pode ser analisado sob dois sistemas (a) Sistema de
Concorrência Pura (perfeita) e (b) Sistema de Economia Mista
O sistema de Concorrência Pura é baseado no
pensamento do liberalismo econômico, defendendo
que o indivíduo atue de forma livre no mercado sem a
intervenção do Estado. A expressão francesa laissez-
faire foi utilizada no liberalismo para demonstrar a
liberdade econômica
Essa expressão foi
utilizada por Adam Smith
em seu livro “A Riqueza
das Nações”. O argumento
é a força da livre economia
de mercado em que o
agente é lançado por uma
mão invisível a fim de
atender ao seu interesse
próprio e, por sua livre
iniciativa, possibilita o
bem-estar econômico de
todos os agentes
Para Smith, se o mercado fosse deixado em paz
pelos governos ele se manteria sempre em
equilíbrio. Caberia ao Estado apenas três (3)
funções: (A) o estabelecimento e a manutenção
da justiça; (B) a defesa nacional; (C) a criação e
a manutenção de certas obras e instituições
públicas, as quais não fossem de interesse
privado
11. Outro tipo de economia de mercado é o de Economia Mista
onde as forças de mercado prevalecem, mas o Governo cuida
da produção dos bens públicos como educação, saúde,
saneamento, justiça, defesa nacional, etc.
Nos sistemas Capitalistas prevalece a Economia Mista,
uma vez que o Estado atua na alocação e na distribuição
de recursos em algumas áreas, como infraestrutura,
energia, saneamento, telecomunicações e transporte
Outro sistema econômico é o de
Economia Planificada (ou
centralizada). Conhecido
também como Socialista, existe
um mercado descentralizado,
pois o Estado intervém na
economia do país, determinado
o que, para que, quando e para
quem produzir no país
No sistema Socialista (ou Economia
Centralizada) há um órgão central de
planejamento, predominando a propriedade
governamental dos fatores de produção,
abrangendo os meios de fabricação, terras,
prédios, bancos e matérias primas. Fora isso, os
preços e salários não são decididos pelo
mercado, mas pelo Governo que detém a maioria
dos fatores de produção (terra, capital e
máquinas)