2. OBJETIVO GERAL
Apresentar os conceitos de custos de vida e inflação
bem como suas formas de mensuração e a importância
das medidas de inflação para correção de valores.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar os conceitos de custo de vida e inflação.
Discutir a inflação e seus efeitos na economia.
Apresentar e trabalhar a forma de calcular o custo de
vida e o índice de preços ao consumidor.
Identificar e treinar o uso de índices de inflação para
correção de valores monetários.
3. CUSTO DE VIDA: IMPORTÂNCIA E PROPÓSITO
Mensurar o custo de vida ao longo do tempo é
importante para termos um ideia do “poder de compra”
dos indivíduos.
Ou seja, identificar se a capacidade das pessoas de
adquirirem os bens que consomem aumentou ou
diminuiu. Ficou mais “fácil” ou mais “difícil” adquirir
estes bens.
É uma informação relevante de identificação do bem-
estar da população e fundamental para o planejamento
do governo.
4. CUSTO DE VIDA: IMPORTÂNCIA E PROPÓSITO
Com base na informação do custo de vida podemos
identificar ainda se uma determinada renda ou salário
tem maior ou menor poder de compra ao longo do
tempo.
Para mensurar este custo de vida foi criado um conjunto
de indicadores chamados índices de preços. Sendo o
mais famoso deles o índice de preços ao consumidor.
Este indicador geralmente é calculado por institutos de
pesquisa do governo, como é o caso do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
5. MENSURANDO CUSTO DE VIDA (CV)
Passo 1: O instituto de pesquisa do governo primeiro
identifica o conjunto populacional “relevante” e aplica
entre estes uma pesquisa de orçamento familiar (POF).
A pesquisa é realizada dentro de uma região geográfica
definida, em uma periodicidade fixa, e para um conjunto de
rendas representativo.
Esta pesquisa identifica quais produtos são consumidos pelos
consumidores “típicos” e em que quantidade eles são
consumidos.
O objetivo desta pesquisa é determinar uma cesta de bens e
serviços que o consumidor típico consome.
Pesquisa de Índice de
Pesquisa de
Orçamento Preços ao
Preços
Familiar Consumidor
6. MENSURANDO CUSTO DE VIDA (CV)
Passo 2: Periodicamente no intervalo de tempo definido
o instituto pesquisa o preço de cada um dos bem da
cesta para definir quanto custa para adquiri-la.
A pesquisa periódica (ex: mensalmente) de preços é
realizada em todos os estabelecimentos “relevantes” que
vendem os produtos da cesta.
Os objetivos são identificar quanto custa para viver ou
comprar a cesta do consumidor “típico” e quais os conjuntos
de itens da cesta que representam maior ou menor parte
deste custo de vida.
Pesquisa de Índice de
Pesquisa de
Orçamento Preços ao
Preços
Familiar Consumidor
7. MENSURANDO CUSTO DE VIDA (CV)
Passo 3: Periodicamente com base na pesquisa de
preços podemos calcular o custo de vida dos
consumidores típicos.
Com base no custo de vida podemos calcular um índice ou
indicador do nível de preços.
Podemos ainda identificar quais componentes da cesta são
mais representativos e quais apresentaram os maiores
aumento de preços ao longo do tempo.
Ex: Identificar que o feijão foi o grande “vilão” da inflação em um
período.
Pesquisa de
Pesquisa de Custo de
Orçamento
Preços Vida
Familiar
8. ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
É um número calculado (normalmente de base 100) com
base na POF e na contabilização periódica do custo de
vida que indica a mudança de magnitude entre dois
valores separados por um determinado período de
tempo.
O índice de preço ao consumidor indica as mudanças no
custo de vida, quanto maior o índice mais as famílias
têm que gastar para manter o mesmo padrão de vida.
O objetivo desses índices é medir a mudança no custo
de vida, em termos de um índice percentual.
9. CÁLCULO DO ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
(IPC)
Com base no custo de vida calculado para cada ano
podemos calcular o índice de preços ao consumidor.
Primeiro, defini-se uma ano base com referencia para os
preços pelos quais os outros anos serão comparados.
Em seguida, calcule a mudança percentual de cada
índice entre os períodos desejados com base no método
de proporção (regra de três).
10. CÁLCULO DO ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
(IPC)
IPC = (CVano atual/CVano base)x100
Exemplo:
Ano Base (1990)
Cesta em 1990: R$ 120.00
Cesta em 1991: R$ 123.60
Índice de Preço em 1990: 100 (ano base)
Índice de Preço em 1991: (123.60 ÷ 120.00) x 100 = 103
Os preços subiram 3% entre 1990 e 1991
11. APLICAÇÕES COMUNS DOS IPC’S
Calcula valores reais para bens e serviços (real x
nominal)
Utilizado para ajuste da renda dos indivíduos.
Comparar valores ao longo do tempo.
Indicador da variação de preços e inflação.
12. ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO (IPCA)
É um índice de preços calculado pelo Sistema Nacional
de Preços ao Consumidor (SNPC) do IBGE.
O cálculo tem como base a POF elaborada pelo IBGE e é
realizado do dia 1 à 30 de cada mês.
O cálculo considera:
Famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1
(hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos.
Áreas urbanas das regiões metropolitanas de
Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de
Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e
município de Goiânia.
13. ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO (IPCA)
Composição do IPCA em 2012:
Composição relativa do IPCA-IBGE definida em 2012
5% 4% Alimentação e bebidas
5% Transportes
23%
7% Habitação
Saúde e cuidados pessoais
Despesas pessoais
10% Vestuário
Comunicação
Artigos de residência
11% 20% Educação
15%
Fonte: IBGE, Diretoria de pesquisas, SNPC
14. ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO (IPCA)
Série temporal do IPCA entre 1985 e 2010
3000
2500
2000
1500
IPCA
1000
500
0
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015
Fonte: IBGE, Diretoria de pesquisas, SNPC
15. ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO (IPCA)
Série temporal do IPCA entre 1995 e 2010
25
20
15
IPCA
10
5
0
1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012
Fonte: IBGE, Diretoria de pesquisas, SNPC
16. ÍNDICE GERAL DE PREÇOS – DISPONIBILIDADE INTERNA
(IGP-DI/FGV)
É um índice de preços calculado pela Fundação Getúlio
Vargas.
O cálculo é realizado por uma média ponderada do
Índice de Preços no Atacado (IPA), Índice de Preços ao
Consumidor (IPC) e Índice Nacional da Construção Civil
(INCC).
Cálculo: IGP-DI = (0,6xIPA)+ (0,3xIPC)+(0,1xINCC)
17. ÍNDICE GERAL DE PREÇOS – DISPONIBILIDADE INTERNA
(IGP-DI/FGV)
Série temporal do IGP-DI entre 1985 e 2010
3000
2500
2000
1500
IGP-DI
1000
500
0
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015
-500
Fonte: IBRE-FGV
18. ÍNDICE GERAL DE PREÇOS – DISPONIBILIDADE INTERNA
(IGP-DI/FGV)
Série temporal do IGP-DI entre 1995 e 2010
30
25
20
15
IGP-DI
10
5
0
1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012
-5
Fonte: IBRE-FGV
19. OUTROS ÍNDICES DE PREÇOS
Existem índices calculados para outras regiões
especificas dentro do País.
http://www.ipead.face.ufmg.br/
http://www.dee.ufv.br/?area=BoletinsIPC
Existem cálculos para produtos específicos ou classes de
produtos apenas.
Existem cálculos voltados para preços ou custos de
produção ao invés de consumo.
http://www.sinduscon-mg.org.br/site/cub_tabela.php
Existe o índice de preços para todo o produto do país.
Deflator do PIB.
20. LIMITAÇÕES E PROBLEMAS DO MÉTODO DO CUSTO DE
VIDA PARA MEDIR VARIAÇÃO DE PREÇOS
Os índices de preço são uma medida apurada dos bens e
serviços selecionados, mas não é uma medida perfeita
do “custo de vida”.
Problemas:
Novos produtos ou novos consumos.
Não mede-se a qualidade
Substituição de produtos
21. LIMITAÇÕES E PROBLEMAS DO MÉTODO DO CUSTO DE
VIDA PARA MEDIR VARIAÇÃO DE PREÇOS
Problema relacionado à “Novos produtos” e “Novos
Consumos”:
A cesta de produtos não reflete a entrada de novos produtos
que tendem a alterar a relação de preços após a sua
introdução no mercado ou alterar a composição de
consumo.
Novos produtos indicam mais variedade, e a cesta é fixa.
Novos hábitos de consumo por si só podem alterar
significativamente a composição de consumo tornando o
indicador menos preciso dado que a cesta é fixa.
22. LIMITAÇÕES E PROBLEMAS DO MÉTODO DO CUSTO DE
VIDA PARA MEDIR VARIAÇÃO DE PREÇOS
Problema relacionado à “Qualidade dos produtos” não
captada pelos preços:
Se a qualidade de um produto sobe, o valor do dinheiro
(relativo a esse produto) sobe mesmo que o seu preço tenha
ficado o mesmo.
Se a qualidade de um produto cai, o valor do dinheiro
(relativo a esse produto) cai mesmo que o seu preço tenha
ficado o mesmo.
O custo de vida verdadeiro pode ser menor mesmo que
alguns produtos custem mais caro.
23. LIMITAÇÕES E PROBLEMAS DO MÉTODO DO CUSTO DE
VIDA PARA MEDIR VARIAÇÃO DE PREÇOS
Problema relacionado à “Efeito de Substituição”:
Consumidores tendem a substituir produtos por outros mais
baratos em diversas situações.
O índice pode “exagerar” a variação dos preços ao ignorar a
substituição de bens e serviços por parte dos
consumidores, dado que a cesta assumida é fixa.
24. ÍNDICES DE PREÇOS E O DEFLATOR DO PIB
Índices de Preços
Inclui apenas bens de consumo.
Inclui o custo de produtos importados.
Índices Gerais de Preços
Buscam incluir tanto bens de consumo como bens
destinados à produção. Não inclui todos os bens.
Exclui importações.
Deflator do PIB
Inclui todos os bens e serviços finais.
Exclui importações.
25. ÍNDICES DE PREÇOS E O DEFLATOR DO PIB
Comparando os indicadores ao longo do tempo:
Séries temporais de indicadores de inflação entre 1985 e 2010
3000
2500
2000
1500 IGP-DI
IPCA
1000 Deflator do PIB
500
0
1985 1990 1995 2000 2005 2010
-500
Fonte: IBRE-FGV e SNPC-IBGE
26. ÍNDICES DE PREÇOS E O DEFLATOR DO PIB
Comparando os indicadores ao longo do tempo:
Séries temporais de indicadores de inflação entre 1995 e 2010
100
80
60
IGP-DI
40 IPCA
Deflator do PIB
20
0
1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012
-20
Fonte: IBRE-FGV e SNPC-IBGE
27. CORRIGINDO OS EFEITOS DA INFLAÇÃO EM VARIÁVEIS
ECONÔMICAS COM BASE EM ÍNDICES DE PREÇOS
Índices de preços são utilizados para corrigir os efeitos
da inflação quando comparando valores nominais (R$)
entre duas épocas diferentes.
Isso é necessário porque o poder de compra de rendas e
valores monetários mudam ao longo do tempo. Ou
seja, os preços mudam ao longo do tempo.
Quando o valor nominal é corrigido automaticamente
pela inflação, dá-se o nome de indexação.
28. CORRIGINDO OS EFEITOS DA INFLAÇÃO EM VARIÁVEIS
ECONÔMICAS COM BASE EM ÍNDICES DE PREÇOS
Para “corrigir” valores de datas passadas em valores em
data presente:
Valor Atual = Valor Passado x (IPC Atual/IPC Passado)
Para “corrigir” valore data presente em valores em datas
passadas:
Valor Passado = Valor Atual x (IPC Passado/IPC Atual)
Exemplo:
IPCA2000=100
IPCA2010=183,47
Salário Nominal2000= R$ 3500,00
Salário Nominal2010=R$ 5700,00
29. CORRIGINDO OS EFEITOS DA INFLAÇÃO EM VARIÁVEIS
ECONÔMICAS COM BASE EM ÍNDICES DE PREÇOS
Exemplo:
Salário Nominal2000= R$ 3500,00
Salário Nominal2010=R$ 5700,00
Salário de 2000 em valores de 2010
Cálculo: 3500x(183,47/100)=6421,45
Salário de 2010 em valores de 2000
Cálculo: 4500x(100/183,47)=3106,77
O salário de 2000 tinha um poder de compra maior do que o
salário de 2010.
30. JUROS NOMINAIS E JUROS REAIS
Juro representa o pagamento no futuro de uma
transação no passado.
Juro Nominal
A taxa cobrada pelo banco em valor atual.
Juro Real
A taxa de juros ajustada pela inflação.
Ou seja, sem a variação de poder de compra gerada pela
variação de preços.
Juro Real = Juro Nominal - Inflação
31. JUROS NOMINAIS E JUROS REAIS
Exemplo:
Você toma um empréstimo de R$ 1.000,00
Taxa de juros cobrada pelo banco é de 15%.
Durante o ano a taxa de inflação foi 10%.
O Juro Real dessa economia é:
15% - 10% = 5%
32. JUROS NOMINAIS E JUROS REAIS
Quando comparando valores expressos em dinheiro (R$)
de épocas diferentes, é necessário lembrar que o Real
de hoje não é o mesmo Real de ontem, nem de amanhã.
Os índices de preços mostram uma das maneiras que
temos para fazer ajustes em função da mudança dos
preços.
33. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MANKIW, N. G. Introdução à Economia. São Paulo:
Cengage Learning, 2009. 838 pg.
VASCONCELLOS, M. S. Economia, Micro e
Macro, Atlas, 2002.
Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2013.
<www.ibge.gov.br>.
Instituto Brasileiro de Economia. Fundação Getulio
Vargas. 2013. <http://portalibre.fgv.br/>.