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Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008



      As impressões do público escolar diante dos concertos
      didáticos apresentados pelo Quarteto de Cordas UFPR

                                                                                          Liciê Martin
                                                                                                UFPR
                                                                            licie1986@yahoo.com.br

Resumo: Quarteto de Cordas UFPR: uma experiência educativa. Este é um projeto de
extensão da Universidade Federal do Paraná, que está em atividade desde maio de 2004 e tem
como principal característica a apresentação de concertos didáticos em escolas municipais da
cidade de Curitiba. Nestes concertos propõe-se não apenas um repertório camerístico, mas
também explicações sobre os mais diversos aspectos envolvidos no fazer musical. A grande
maioria das crianças que assiste ao concerto nunca viu um instrumento de corda a arco de perto.
Assim sendo, a presente pesquisa visou à investigação das impressões do público escolar diante
dos concertos apresentados pelo Quarteto de Cordas UFPR nos anos de 2005, 2006 e 2007.
Para isto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica acerca de temas como a atual situação do
ensino de música no Brasil, a importância de atividades de apreciação musical e os concertos
didáticos realizados no país nos últimos anos. Posteriormente essa bibliografia foi comparada
com os dados recolhidos em campo através de respostas enviadas pelo público na forma de
depoimentos e desenhos.

Palavras-chave: concerto didático, quarteto de cordas, educação musical.


    1. Fundamentação teórica                       soerguimento da personalidade e do
                                                   estímulo da criatividade” (Koellreuter,
        Sabe-se que a situação do ensino           1990. p.6-7). Isso porque a música é
de música no país não é das melhores.              parte integrante da cultura e da
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases                identidade de qualquer indivíduo,
para a Educação Nacional, LDB, Lei n.              tornando-se necessário democratizar o
9.394/96, “o ensino de arte constituirá            acesso às mais variadas formas de
componente curricular obrigatório, nos             conhecimento musical. Democratizar,
diversos níveis da educação básica, de             pois, segundo Koellreuter (1990):
forma a promover o desenvolvimento
cultural dos alunos” (PCN - Arte, 1998,                  a vida cultural e a vida musical
p.30). Devido a essa imprecisão da lei, a                em particular, encontram-se,
                                                         quase sempre, nas mãos de uma
qual deixa a cargo da própria escola                     elite social, de uma minoria
decidir se haverá ou não o ensino de                     sofisticada, falsamente refinada e
música como conteúdo disciplinar, a                      esnobista, que despreza relações humildes,
música, quando presente na escola,                       minoria com sentimento exacerbado de
acaba ficando no chamado “currículo                      superioridade e com uma admiração
                                                         excessiva do que está em voga.
oculto” (Labuta; Smith, 1997 apud                        (Koellreuter, 1990. p.6-7)
Álvares, 2005, p.62), ou seja, ela
aparece     apenas      em     atividades                 Carlos Kater (2004) afirma que:
extracurriculares, projetos comunitários,          “no caso da educação musical temos
experiências socioculturais, etc. E não            tanto a tarefa de desenvolvimento da
consta, efetivamente, como parte do                musicalidade e da formação musical
currículo escolar.                                 quanto o aprimoramento humano dos
        E isso é grave, pois a educação            cidadãos pela música” (Kater, 2004,
musical deve se transformar num                    p.46). Para desempenhar tais tarefas
“instrumento      de     progresso,    de          com êxito é preciso, segundo Kater
Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008


(2004), ter cuidado com aquilo que se              apreciação como elemento essencial
propõe às crianças e jovens. Propor                para uma educação musical de qualidade, ao
músicas da mídia e clichês dos mais                propor o modelo “(T)EC(L)A” (Krüger;
variados tipos pode parecer uma                    Hentschke, 2003, p.26).
tentativa de aproximação, mas, na                          Tais atividades, quando possível,
verdade,       constitui-se      de      uma       devem acontecer ao vivo. Dessa
“mediocrização” do ensino, o qual estará           maneira, mesmo que o aluno não se
caminhando no “sentido oposto ao de uma            interesse pelo tipo de música
proposta de educação intencionalmente criativa,    apresentado por não ser aquela que ele
transformadora, sobretudo, possibilitadora de      ouve em sua casa ou seu aparelho de
formas mais legítimas de apreensão da              mp3, ele acabará envolvido pelos
realidade e de participação social”.               movimentos         dos     músicos,    pela
(Kater, 2004, p.48)                                proximidade do som e por uma
         Graça Palheiros (2006) chama a            característica que só a música ao vivo
atenção para esta dicotomia existente              possui: a “irrepetibilidade”. (Barenboim
entre a música do universo do aluno e a            apud Hikiji, 2006, p.152-153). Ver uma
música da escola. Segundo a autora,                apresentação musical de perto suscita
“ouvir música em casa pode ser uma                 envolvimento e emoção, sensações
atividade mais significativa, porque               únicas. Assim sendo, não existem idéias
possui funções que são mais valorizadas            preconcebidas, preconceitos, ou terceiro
pelas crianças do que as funções de                ambiente que resistam a um concerto,
ouvir música na escola” (Palheiros,                show, recital ou a uma simples
2006. p.309). Tal dicotomia é reforçada            apresentação de escola que aconteça
pelas idéias de David Hargreaves                   “aqui e agora”.
(2005), pois o mesmo divide a música                       Assim, percebe-se a importância
do jovem em três ambientes: a casa, a              da realização de concertos didáticos. No
escola e um “terceiro ambiente”, este              Brasil, nos últimos anos, houve algumas
totalmente livre de influências e                  iniciativas nesse sentido, dentre as quais
julgamentos adultos, no qual ocorrem os            se destacam o Programa Descubra a
maiores índices de prazer e criatividade.          Orquestra, da Orquestra Sinfônica do
         Com o surgimento de novas                 Estado de São Paulo e o projeto
tecnologias, cada vez mais avançadas,              Concertos Didáticos, promovido pela
ouvir música torna-se uma tarefa cada              FUNARTE           e     patrocinado    pela
vez mais acessível. De acordo com                  Petrobrás. Especificamente na cidade de
Palheiros (2006), antigamente as                   Curitiba,     encontra-se       o   projeto
crianças      e     jovens       dependiam         Alimentando com Música, da Camerata
exclusivamente de apresentações ao                 Antiqua de Curitiba e o projeto de
vivo para ter acesso a qualquer tipo de            extensão da Universidade Federal do
música. Hoje, no entanto, estas são cada           Paraná Quarteto de Cordas UFPR: uma
vez menos freqüentadas.                            experiência educativa, alvo desta
         Uma forma de aproximar a                  pesquisa.
música da escola do universo do aluno
são as atividades de apreciação musical,           2. Objetivos
as quais devem estar incluídas na aula
de música, conforme afirma Swanwick                       O principal objetivo deste
(2003). Segundo ele, após atividades               trabalho é discutir as impressões do
desse tipo “as crianças foram capazes de           público escolar diante dos concertos
ouvir a si mesmas e a cada colega mais             didáticos apresentados pelo Quarteto de
cuidadosamente” (Swanwick, 2003,                   Cordas UFPR, nos anos de 2005, 2006
p.71). Este mesmo autor coloca a                   e 2007. Para atingir tal objetivo, foi
Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008


necessário realizar uma breve pesquisa             que apenas a autora se manteve no
bibliográfica sobre a atual situação do            mesmo.
ensino de música no Brasil, revisando,                     A coleta dos dados analisados
também, as idéias de alguns educadores             neste trabalho se deu através de um
musicais acerca da apreciação musical              pedido de resposta ao público que
em sala de aula. Além disso, foram                 assistiu aos concertos, a qual veio por
coletadas informações sobre orquestras             meio de depoimentos e/ou desenhos.
e quartetos de cordas que tenham                   Tais      respostas    vieram      assim
realizado concertos didáticos em, ou               distribuídas: das cinco escolas visitadas
para escolas, no Brasil. Finalmente, os            em 2005, duas enviaram a resposta
dados levantados a partir dos concertos            solicitada; em 2006, de dezessete
do Quarteto UFPR foram cruzados com                escolas, três enviaram resposta; e, em
a pesquisa bibliográfica realizada.                2007, de dezoito escolas, quatro
                                                   enviaram algum tipo de resposta. Das
3. Método                                          respostas recebidas, foi escolhida uma
                                                   amostra,     a    qual   atendesse     às
        O Quarteto de Cordas UFPR                  necessidades da pesquisadora.
está atuando junto à comunidade, desde
o final de 2004 e, para a presente                 4. Resultados
pesquisa, foram analisados alguns dos
dados coletados ao longo dos anos de                       Para este trabalho, foram
2005, 2006 e 2007. Neste período,                  analisados os dados obtidos em campo,
foram visitadas quarenta escolas da rede           divididos ano a ano. Foi escolhida uma
municipal de ensino da cidade de                   amostra dos desenhos e depoimentos
Curitiba.    Tais     escolas     foram            recebidos, a qual contou com alguns
selecionadas pela Secretaria Municipal             exemplos de cada escola, os quais
de Educação, de acordo com critérios               trouxessem elementos relevantes à
estabelecidos por essa parceira do                 pesquisa. É interessante destacar que,
projeto.                                           caso as cerca de 400 respostas recebidas
        É interessante relatar que nos             tivessem sido analisadas, os resultados
anos de 2005 e 2006 o repertório                   não seriam diferentes, apenas os
apresentado pelo Quarteto se manteve               números aumentariam, sem grandes
inalterado. O mesmo aconteceu com a                modificações nas proporções.
formação do grupo, à qual, em 2006,                        Desta forma, foram analisados
foram apenas incorporados dois novos               14 desenhos e 9 depoimentos do ano de
membros. Nestes dois anos, todos os                2005, 25 desenhos e 23 depoimentos do
integrantes eram alunos do curso de                ano de 2006 e 25 desenhos e 22
música da UFPR. Já em 2007, tanto a                depoimentos do ano de 2007. Os
coordenação, quanto a formação do                  resultados obtidos estão representados
grupo e o repertório mudaram, de modo              nos seguintes gráficos:
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Gráfico 1: análise dos desenhos enviados pelo público.




Gráfico 2: análise dos depoimentos enviados pelo público.


5. Conclusões                                    autora, isto é muito comum tanto em
                                                 crianças musicalizadas quanto naquelas
        A análise dos gráficos traz              que não têm nenhum tipo de instrução
muitos elementos interessantes a serem           musical.
discutidos. Em primeiro lugar, a                         As representações do Quarteto,
presença maciça de elementos de                  com seus músicos e instrumentos,
notação     musical     nos    desenhos          chamam a atenção pelos detalhes,
recebidos, comprova a tese de Beatriz            mostrando que as crianças lembravam a
Ilari (2002). Segundo a educadora,               roupa, a maneira de sentar e até os
talvez as crianças “pensem que a                 “trejeitos” dos integrantes do grupo. Os
representação da música prescinda do             desenhos que representaram apenas os
uso dos símbolos da notação                      instrumentos, e os depoimentos feitos
tradicional” (Ilari, 2002. p.30). Para a         acerca destes mostram que o público
Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008


entendeu a diferença de tamanho                   alcançados pode-se afirmar que a
existente entre violino, viola e                  apresentação agradou, e muito.
violoncelo, sendo que os dois primeiros                   Além disso, tal apresentação foi
sempre vieram representados com                   ao encontro das idéias de Koellreuter
pouca diferenciação de tamanho e o                (1990), democratizando o acesso a um
último, em compensação, vinha em                  tipo de música, classificado por uma
tamanho muito maior.                              aluna em seu depoimento, como “difícil
        A verdadeira fascinação pelo              de escutar”. Talvez por isso, alguns
violoncelo, que apareceu principalmente           alunos citaram em seus relatos a
nos desenhos dos anos de 2005 e 2006,             oportunidade única de assistir a um
também pode ser comprovada pelo                   concerto, a qual lhes tinha sido
assédio que acontecia ao violoncelista            oferecida. Esta oportunidade também
ao término dos concertos e pelos                  despertou a vontade de aprender música
depoimentos recolhidos. Tal fascinação            em algumas crianças, o que nos leva a
talvez possa ser explicada pelo fato do           refletir sobre o ensino de música no
violoncelo ser o maior instrumento do             Brasil de hoje. Aqueles que sentiram
grupo, ser pouco parecido com o violino           este desejo terão meios para realizá-lo?
e ter, ainda, um nome que lembra o                Ou a música é apenas propriedade de
violão, como citado por alguns alunos,            uma elite “esnobista” (Koellreuter,
inclusive no jeito que grafaram o nome            1990)?
do instrumento (violão selo). Um pouco                    Com o concerto didático
desta fascinação pode ter sido criada             conseguimos,       também,      perceber
também pela empatia do instrumentista,            claramente a função de expressão
o qual nos dois primeiros anos era, sem           emocional e de prazer estético
dúvida, um verdadeiro artista.                    (Merriam, 1964 apud Humes, 2004) que
        Quanto aos depoimentos, os                a música é capaz de proporcionar. Estas
elogios recebidos mostram que é                   funções ficaram evidenciadas em alguns
possível quebrar preconceitos relativos           depoimentos, nos quais as crianças
a manifestações culturais que não fazem           criaram metáforas sobre o concerto,
parte do cotidiano. Quer dizer, o público         comparando-o com a sensação de “estar
que assistiu aos concertos didáticos, na          nas nuvens” ou de ouvir “anjos”. Tal
sua grande maioria, jamais tinha visto            emoção foi, em grande parte, suscitada
aqueles instrumentos de perto, muitos             pela     proximidade    dos     músicos,
conheciam apenas o violino, de nome, e            conforme descrito por muitas crianças
nem sabiam da existência do violoncelo            em seus depoimentos. Isso comprova a
e da viola. Este público não tem contato          tese de Barenboim (2003 apud Hikiji,
com a música erudita em seu meio, mas             2006) acerca da emoção única de
recebeu muito bem um grupo que a                  acompanhar a execução de uma peça
executaria por cerca de quarenta                  musical do começo ao fim, fazendo
minutos,        inclusive      enviando,          parte dela, “ao vivo”.
posteriormente, elogios eloqüentes aos                    Refletindo sobre este projeto, e
integrantes do mesmo.                             sobre os outros projetos que possuem
        Assim, podemos comprovar a                características semelhantes e foram aqui
teoria de Kater (2004), já que este autor         citados, é possível afirmar que este
destaca a importância de não                      trabalho visou a atingir um público
menosprezar o público alvo de                     variado, o qual abrange instrumentistas,
atividades musicais, propondo apenas              professores de música, secretarias de
clichês, que supostamente agradariam              educação e de cultura, além de
mais do que uma apresentação de um                responsáveis por projetos desenvolvidos
quarteto de cordas. Pelos resultados              em universidades e comunidades.
Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008


        Tal     interesse   deve     ser          identidade. Trad. Beatriz Ilari. In:
despertado, pois não basta uma boa                DOTTORI, M.; ILARI, B.: SOUZA, R.
proposta, é preciso engajamento de                C. (eds.) Anais do Primeiro Simpósio
todas as partes. Tal engajamento será             de Cognição e Artes Musicais.
percebido através do tripé: preparação,           Curitiba: DeArtes – UFPR, 2005. p.27-
aplicação e reflexão. Quer dizer,                 37.
qualquer projeto deste tipo precisa de            HIKIJI, R. S. G. Música para matar o
um período de preparação, que, no caso            tempo: intervalo, suspensão e imersão.
do Quarteto, se deu através dos ensaios           In: Mana, Rio de Janeiro, v.12, n.1,
e da pesquisa e elaboração do roteiro             2006. p.151-178.     Disponível     em:
explicativo. A aplicação ocorre na                <http://www.scielo.br/scielo.php?script
comunidade, apresentando o concerto               =sci_arttext&pid=S0104-
didático. E a reflexão acontece, ou               93132006000100006&lng=en&nrm=iso
deveria acontecer, ao término deste               >. Acesso em: 12 de junho de 2007.
concerto, verificando quais ações deram           Pré-publicação.
certo e quais falharam, e porque isso
ocorreu. Então, deveriam ser buscadas             HUMMES, J. M. Por que é importante
alternativas para que tais erros não              o ensino de música? Considerações
fossem repetidos, voltando à fase de              sobre as funções da música na
preparação, de modo a caracterizar este           sociedade e na escola. In: Revista da
tripé em um ciclo.                                Abem, número 11, setembro de 2004.
        Em muitos casos, fica-se apenas           p.17-25.
na aplicação, com uma preparação                  ILARI, B. Aspectos da cognição
prévia fraca e sem nenhum tipo de                 musical implícitos em representações
reflexão sobre as ações realizadas. É             inventadas e desenhos de crianças e
isso que justifica a presença de tantos           adultos. In: Revista da APEM:
projetos e de tão poucas referências              Associação Portuguesa de Educação
bibliográficas sobre os mesmos. E é isso          Musical. Lisboa, Portugal. v. 118, n. 1,
também que justifica este trabalho, o             2004. p.27-43.
qual termina com o incentivo ao
engajamento real neste tipo de ação.              KATER, C. O que podemos esperar da
                                                  educação musical em projetos de ação
6. Subáreas de conhecimento                       social. In: Revista da Abem, número
                                                  10, março de 2004. p.43-51.
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                                                  problemas    e   possibilidades.   In:
7. Bibliografia                                   Cadernos de Estudo – Educação
                                                  Musical, número 1. São Paulo: Atravez,
ÁLVARES, S. L. A. A educação                      1990. p.1-8.
musical curricular nas escolas regulares
do Brasil: a dicotomia entre o direito e o        KRÜGER, S. E.; HENTSCHKE, L.
fato. In: Revista da Abem, número 12,             Contribuições das orquestras para o
março de 2005. p.57-63.                           ensino de música na educação básica:
                                                  relato de uma experiência. In:
BRASIL. Ministério da Educação e da               HENTSCHKE, Liane; BEN, Luciane
Cultura. Parâmetros Curriculares                  Del (Org.). Ensino de música:
Nacionais, Arte. 1998.                            propostas para pensar e agir em sala de
HARGREAVES, D. ‘Within you,                       aula. São Paulo: Moderna, 2003. p.19-
without you’: música, aprendizagem e              47.
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MARTIN, L. et al. Quarteto de Cordas
UFPR: uma experiência educativa.
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SUL. Londrina, 2006.
PALHEIROS, G. B. Funções e modos
de ouvir música de crianças e
adolescentes em diferentes contextos.
In: ILARI, B. (org.). Em busca da
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percepção à produção. Curitiba: Editora
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SÃO PAULO. Orquestra Sinfônica do
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Simcam4 licie martin

  • 1. Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008 As impressões do público escolar diante dos concertos didáticos apresentados pelo Quarteto de Cordas UFPR Liciê Martin UFPR licie1986@yahoo.com.br Resumo: Quarteto de Cordas UFPR: uma experiência educativa. Este é um projeto de extensão da Universidade Federal do Paraná, que está em atividade desde maio de 2004 e tem como principal característica a apresentação de concertos didáticos em escolas municipais da cidade de Curitiba. Nestes concertos propõe-se não apenas um repertório camerístico, mas também explicações sobre os mais diversos aspectos envolvidos no fazer musical. A grande maioria das crianças que assiste ao concerto nunca viu um instrumento de corda a arco de perto. Assim sendo, a presente pesquisa visou à investigação das impressões do público escolar diante dos concertos apresentados pelo Quarteto de Cordas UFPR nos anos de 2005, 2006 e 2007. Para isto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica acerca de temas como a atual situação do ensino de música no Brasil, a importância de atividades de apreciação musical e os concertos didáticos realizados no país nos últimos anos. Posteriormente essa bibliografia foi comparada com os dados recolhidos em campo através de respostas enviadas pelo público na forma de depoimentos e desenhos. Palavras-chave: concerto didático, quarteto de cordas, educação musical. 1. Fundamentação teórica soerguimento da personalidade e do estímulo da criatividade” (Koellreuter, Sabe-se que a situação do ensino 1990. p.6-7). Isso porque a música é de música no país não é das melhores. parte integrante da cultura e da Segundo a Lei de Diretrizes e Bases identidade de qualquer indivíduo, para a Educação Nacional, LDB, Lei n. tornando-se necessário democratizar o 9.394/96, “o ensino de arte constituirá acesso às mais variadas formas de componente curricular obrigatório, nos conhecimento musical. Democratizar, diversos níveis da educação básica, de pois, segundo Koellreuter (1990): forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (PCN - Arte, 1998, a vida cultural e a vida musical p.30). Devido a essa imprecisão da lei, a em particular, encontram-se, quase sempre, nas mãos de uma qual deixa a cargo da própria escola elite social, de uma minoria decidir se haverá ou não o ensino de sofisticada, falsamente refinada e música como conteúdo disciplinar, a esnobista, que despreza relações humildes, música, quando presente na escola, minoria com sentimento exacerbado de acaba ficando no chamado “currículo superioridade e com uma admiração excessiva do que está em voga. oculto” (Labuta; Smith, 1997 apud (Koellreuter, 1990. p.6-7) Álvares, 2005, p.62), ou seja, ela aparece apenas em atividades Carlos Kater (2004) afirma que: extracurriculares, projetos comunitários, “no caso da educação musical temos experiências socioculturais, etc. E não tanto a tarefa de desenvolvimento da consta, efetivamente, como parte do musicalidade e da formação musical currículo escolar. quanto o aprimoramento humano dos E isso é grave, pois a educação cidadãos pela música” (Kater, 2004, musical deve se transformar num p.46). Para desempenhar tais tarefas “instrumento de progresso, de com êxito é preciso, segundo Kater
  • 2. Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008 (2004), ter cuidado com aquilo que se apreciação como elemento essencial propõe às crianças e jovens. Propor para uma educação musical de qualidade, ao músicas da mídia e clichês dos mais propor o modelo “(T)EC(L)A” (Krüger; variados tipos pode parecer uma Hentschke, 2003, p.26). tentativa de aproximação, mas, na Tais atividades, quando possível, verdade, constitui-se de uma devem acontecer ao vivo. Dessa “mediocrização” do ensino, o qual estará maneira, mesmo que o aluno não se caminhando no “sentido oposto ao de uma interesse pelo tipo de música proposta de educação intencionalmente criativa, apresentado por não ser aquela que ele transformadora, sobretudo, possibilitadora de ouve em sua casa ou seu aparelho de formas mais legítimas de apreensão da mp3, ele acabará envolvido pelos realidade e de participação social”. movimentos dos músicos, pela (Kater, 2004, p.48) proximidade do som e por uma Graça Palheiros (2006) chama a característica que só a música ao vivo atenção para esta dicotomia existente possui: a “irrepetibilidade”. (Barenboim entre a música do universo do aluno e a apud Hikiji, 2006, p.152-153). Ver uma música da escola. Segundo a autora, apresentação musical de perto suscita “ouvir música em casa pode ser uma envolvimento e emoção, sensações atividade mais significativa, porque únicas. Assim sendo, não existem idéias possui funções que são mais valorizadas preconcebidas, preconceitos, ou terceiro pelas crianças do que as funções de ambiente que resistam a um concerto, ouvir música na escola” (Palheiros, show, recital ou a uma simples 2006. p.309). Tal dicotomia é reforçada apresentação de escola que aconteça pelas idéias de David Hargreaves “aqui e agora”. (2005), pois o mesmo divide a música Assim, percebe-se a importância do jovem em três ambientes: a casa, a da realização de concertos didáticos. No escola e um “terceiro ambiente”, este Brasil, nos últimos anos, houve algumas totalmente livre de influências e iniciativas nesse sentido, dentre as quais julgamentos adultos, no qual ocorrem os se destacam o Programa Descubra a maiores índices de prazer e criatividade. Orquestra, da Orquestra Sinfônica do Com o surgimento de novas Estado de São Paulo e o projeto tecnologias, cada vez mais avançadas, Concertos Didáticos, promovido pela ouvir música torna-se uma tarefa cada FUNARTE e patrocinado pela vez mais acessível. De acordo com Petrobrás. Especificamente na cidade de Palheiros (2006), antigamente as Curitiba, encontra-se o projeto crianças e jovens dependiam Alimentando com Música, da Camerata exclusivamente de apresentações ao Antiqua de Curitiba e o projeto de vivo para ter acesso a qualquer tipo de extensão da Universidade Federal do música. Hoje, no entanto, estas são cada Paraná Quarteto de Cordas UFPR: uma vez menos freqüentadas. experiência educativa, alvo desta Uma forma de aproximar a pesquisa. música da escola do universo do aluno são as atividades de apreciação musical, 2. Objetivos as quais devem estar incluídas na aula de música, conforme afirma Swanwick O principal objetivo deste (2003). Segundo ele, após atividades trabalho é discutir as impressões do desse tipo “as crianças foram capazes de público escolar diante dos concertos ouvir a si mesmas e a cada colega mais didáticos apresentados pelo Quarteto de cuidadosamente” (Swanwick, 2003, Cordas UFPR, nos anos de 2005, 2006 p.71). Este mesmo autor coloca a e 2007. Para atingir tal objetivo, foi
  • 3. Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008 necessário realizar uma breve pesquisa que apenas a autora se manteve no bibliográfica sobre a atual situação do mesmo. ensino de música no Brasil, revisando, A coleta dos dados analisados também, as idéias de alguns educadores neste trabalho se deu através de um musicais acerca da apreciação musical pedido de resposta ao público que em sala de aula. Além disso, foram assistiu aos concertos, a qual veio por coletadas informações sobre orquestras meio de depoimentos e/ou desenhos. e quartetos de cordas que tenham Tais respostas vieram assim realizado concertos didáticos em, ou distribuídas: das cinco escolas visitadas para escolas, no Brasil. Finalmente, os em 2005, duas enviaram a resposta dados levantados a partir dos concertos solicitada; em 2006, de dezessete do Quarteto UFPR foram cruzados com escolas, três enviaram resposta; e, em a pesquisa bibliográfica realizada. 2007, de dezoito escolas, quatro enviaram algum tipo de resposta. Das 3. Método respostas recebidas, foi escolhida uma amostra, a qual atendesse às O Quarteto de Cordas UFPR necessidades da pesquisadora. está atuando junto à comunidade, desde o final de 2004 e, para a presente 4. Resultados pesquisa, foram analisados alguns dos dados coletados ao longo dos anos de Para este trabalho, foram 2005, 2006 e 2007. Neste período, analisados os dados obtidos em campo, foram visitadas quarenta escolas da rede divididos ano a ano. Foi escolhida uma municipal de ensino da cidade de amostra dos desenhos e depoimentos Curitiba. Tais escolas foram recebidos, a qual contou com alguns selecionadas pela Secretaria Municipal exemplos de cada escola, os quais de Educação, de acordo com critérios trouxessem elementos relevantes à estabelecidos por essa parceira do pesquisa. É interessante destacar que, projeto. caso as cerca de 400 respostas recebidas É interessante relatar que nos tivessem sido analisadas, os resultados anos de 2005 e 2006 o repertório não seriam diferentes, apenas os apresentado pelo Quarteto se manteve números aumentariam, sem grandes inalterado. O mesmo aconteceu com a modificações nas proporções. formação do grupo, à qual, em 2006, Desta forma, foram analisados foram apenas incorporados dois novos 14 desenhos e 9 depoimentos do ano de membros. Nestes dois anos, todos os 2005, 25 desenhos e 23 depoimentos do integrantes eram alunos do curso de ano de 2006 e 25 desenhos e 22 música da UFPR. Já em 2007, tanto a depoimentos do ano de 2007. Os coordenação, quanto a formação do resultados obtidos estão representados grupo e o repertório mudaram, de modo nos seguintes gráficos:
  • 4. Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008 Gráfico 1: análise dos desenhos enviados pelo público. Gráfico 2: análise dos depoimentos enviados pelo público. 5. Conclusões autora, isto é muito comum tanto em crianças musicalizadas quanto naquelas A análise dos gráficos traz que não têm nenhum tipo de instrução muitos elementos interessantes a serem musical. discutidos. Em primeiro lugar, a As representações do Quarteto, presença maciça de elementos de com seus músicos e instrumentos, notação musical nos desenhos chamam a atenção pelos detalhes, recebidos, comprova a tese de Beatriz mostrando que as crianças lembravam a Ilari (2002). Segundo a educadora, roupa, a maneira de sentar e até os talvez as crianças “pensem que a “trejeitos” dos integrantes do grupo. Os representação da música prescinda do desenhos que representaram apenas os uso dos símbolos da notação instrumentos, e os depoimentos feitos tradicional” (Ilari, 2002. p.30). Para a acerca destes mostram que o público
  • 5. Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008 entendeu a diferença de tamanho alcançados pode-se afirmar que a existente entre violino, viola e apresentação agradou, e muito. violoncelo, sendo que os dois primeiros Além disso, tal apresentação foi sempre vieram representados com ao encontro das idéias de Koellreuter pouca diferenciação de tamanho e o (1990), democratizando o acesso a um último, em compensação, vinha em tipo de música, classificado por uma tamanho muito maior. aluna em seu depoimento, como “difícil A verdadeira fascinação pelo de escutar”. Talvez por isso, alguns violoncelo, que apareceu principalmente alunos citaram em seus relatos a nos desenhos dos anos de 2005 e 2006, oportunidade única de assistir a um também pode ser comprovada pelo concerto, a qual lhes tinha sido assédio que acontecia ao violoncelista oferecida. Esta oportunidade também ao término dos concertos e pelos despertou a vontade de aprender música depoimentos recolhidos. Tal fascinação em algumas crianças, o que nos leva a talvez possa ser explicada pelo fato do refletir sobre o ensino de música no violoncelo ser o maior instrumento do Brasil de hoje. Aqueles que sentiram grupo, ser pouco parecido com o violino este desejo terão meios para realizá-lo? e ter, ainda, um nome que lembra o Ou a música é apenas propriedade de violão, como citado por alguns alunos, uma elite “esnobista” (Koellreuter, inclusive no jeito que grafaram o nome 1990)? do instrumento (violão selo). Um pouco Com o concerto didático desta fascinação pode ter sido criada conseguimos, também, perceber também pela empatia do instrumentista, claramente a função de expressão o qual nos dois primeiros anos era, sem emocional e de prazer estético dúvida, um verdadeiro artista. (Merriam, 1964 apud Humes, 2004) que Quanto aos depoimentos, os a música é capaz de proporcionar. Estas elogios recebidos mostram que é funções ficaram evidenciadas em alguns possível quebrar preconceitos relativos depoimentos, nos quais as crianças a manifestações culturais que não fazem criaram metáforas sobre o concerto, parte do cotidiano. Quer dizer, o público comparando-o com a sensação de “estar que assistiu aos concertos didáticos, na nas nuvens” ou de ouvir “anjos”. Tal sua grande maioria, jamais tinha visto emoção foi, em grande parte, suscitada aqueles instrumentos de perto, muitos pela proximidade dos músicos, conheciam apenas o violino, de nome, e conforme descrito por muitas crianças nem sabiam da existência do violoncelo em seus depoimentos. Isso comprova a e da viola. Este público não tem contato tese de Barenboim (2003 apud Hikiji, com a música erudita em seu meio, mas 2006) acerca da emoção única de recebeu muito bem um grupo que a acompanhar a execução de uma peça executaria por cerca de quarenta musical do começo ao fim, fazendo minutos, inclusive enviando, parte dela, “ao vivo”. posteriormente, elogios eloqüentes aos Refletindo sobre este projeto, e integrantes do mesmo. sobre os outros projetos que possuem Assim, podemos comprovar a características semelhantes e foram aqui teoria de Kater (2004), já que este autor citados, é possível afirmar que este destaca a importância de não trabalho visou a atingir um público menosprezar o público alvo de variado, o qual abrange instrumentistas, atividades musicais, propondo apenas professores de música, secretarias de clichês, que supostamente agradariam educação e de cultura, além de mais do que uma apresentação de um responsáveis por projetos desenvolvidos quarteto de cordas. Pelos resultados em universidades e comunidades.
  • 6. Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008 Tal interesse deve ser identidade. Trad. Beatriz Ilari. In: despertado, pois não basta uma boa DOTTORI, M.; ILARI, B.: SOUZA, R. proposta, é preciso engajamento de C. (eds.) Anais do Primeiro Simpósio todas as partes. Tal engajamento será de Cognição e Artes Musicais. percebido através do tripé: preparação, Curitiba: DeArtes – UFPR, 2005. p.27- aplicação e reflexão. Quer dizer, 37. qualquer projeto deste tipo precisa de HIKIJI, R. S. G. Música para matar o um período de preparação, que, no caso tempo: intervalo, suspensão e imersão. do Quarteto, se deu através dos ensaios In: Mana, Rio de Janeiro, v.12, n.1, e da pesquisa e elaboração do roteiro 2006. p.151-178. Disponível em: explicativo. A aplicação ocorre na <http://www.scielo.br/scielo.php?script comunidade, apresentando o concerto =sci_arttext&pid=S0104- didático. E a reflexão acontece, ou 93132006000100006&lng=en&nrm=iso deveria acontecer, ao término deste >. Acesso em: 12 de junho de 2007. concerto, verificando quais ações deram Pré-publicação. certo e quais falharam, e porque isso ocorreu. Então, deveriam ser buscadas HUMMES, J. M. Por que é importante alternativas para que tais erros não o ensino de música? Considerações fossem repetidos, voltando à fase de sobre as funções da música na preparação, de modo a caracterizar este sociedade e na escola. In: Revista da tripé em um ciclo. Abem, número 11, setembro de 2004. Em muitos casos, fica-se apenas p.17-25. na aplicação, com uma preparação ILARI, B. Aspectos da cognição prévia fraca e sem nenhum tipo de musical implícitos em representações reflexão sobre as ações realizadas. É inventadas e desenhos de crianças e isso que justifica a presença de tantos adultos. In: Revista da APEM: projetos e de tão poucas referências Associação Portuguesa de Educação bibliográficas sobre os mesmos. E é isso Musical. Lisboa, Portugal. v. 118, n. 1, também que justifica este trabalho, o 2004. p.27-43. qual termina com o incentivo ao engajamento real neste tipo de ação. KATER, C. O que podemos esperar da educação musical em projetos de ação 6. Subáreas de conhecimento social. In: Revista da Abem, número 10, março de 2004. p.43-51. A mente e a percepção musical – KOELLREUTER, H. J. Educação Trabalho de Graduação. Musical no terceiro mundo: função, problemas e possibilidades. In: 7. Bibliografia Cadernos de Estudo – Educação Musical, número 1. São Paulo: Atravez, ÁLVARES, S. L. A. A educação 1990. p.1-8. musical curricular nas escolas regulares do Brasil: a dicotomia entre o direito e o KRÜGER, S. E.; HENTSCHKE, L. fato. In: Revista da Abem, número 12, Contribuições das orquestras para o março de 2005. p.57-63. ensino de música na educação básica: relato de uma experiência. In: BRASIL. Ministério da Educação e da HENTSCHKE, Liane; BEN, Luciane Cultura. Parâmetros Curriculares Del (Org.). Ensino de música: Nacionais, Arte. 1998. propostas para pensar e agir em sala de HARGREAVES, D. ‘Within you, aula. São Paulo: Moderna, 2003. p.19- without you’: música, aprendizagem e 47.
  • 7. Anais do SIMCAM4 – IV Simpósio de Cognição e Artes Musicais — maio 2008 MARTIN, L. et al. Quarteto de Cordas UFPR: uma experiência educativa. Anais do 12o SPEM / IX ABEM – SUL. Londrina, 2006. PALHEIROS, G. B. Funções e modos de ouvir música de crianças e adolescentes em diferentes contextos. In: ILARI, B. (org.). Em busca da mente musical: ensaios sobre os processos cognitivos em música - da percepção à produção. Curitiba: Editora da UFPR, 2006. p.303-349. SÃO PAULO. Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Programa Descubra a Orquestra – 2005. Programas Formação de Público, Formação de Professores & Atividades na Osesp. Curso IV, Educação Musical: música orquestral para crianças. Material do professor para o preparo dos alunos aos eventos didáticos. SWANWICK, K. Ensinando música musicalmente. Trad. Alda de Oliveira e Cristina Tourinho. São Paulo Moderna, 2003. TERESINA. Secretaria da Cultura. Quarteto Nômade: relatório de execução. Projeto FUNARTE/MINC de concertos didáticos nas escolas. Associação dos amigos da Orquestra de Câmara de Teresina. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Pró-reitoria de Extensão e Cultura. Resolução número 30/01 – CEPE: Fixa normas para execução do Programa Bolsa-Extensão da Universidade Federal do Paraná.