3. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Significado
• Consiste em cinco poemas melancólicos de lamentação
pela destruição total de Jerusalém e do templo pelos
babilônios.
• Traz a esperança do profeta em meio à devastação, mas
ensina a todos os crentes como lidar com o sofrimento.
4. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Título
• O nome “Lamentações” deriva da tradução do título
encontrado na tradução da Vulgata latina do AT Grego, a
Septuaginta, e transmite a ideia de “choro em voz alta”
ou “Cânticos Fúnebres”. A exclamação hebraica
‘ekah “como”, que expressa “consternação”, em 1:1; 2:1
e 4:1, dá ao livro o seu título hebraico.
5. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Título
• Contudo, desde cedo os rabinos passaram a denomina-lo
“choro em voz alta” ou “lamentações” (cf. Jr 7:29).
Nenhum outro livro do AT contém apenas lamentos,
como faz esse angustiado cântico, que registra o funeral
da antiga bela cidade de Jerusalém (2:15).
6. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Autor e Data
• O autor de Lamentações não é nomeado no próprio
livro, mas há indicações internas e históricas de que ele
seria Jeremias. Na Septuaginta, o livro (1:1) começa da
seguinte maneira: “Isso aconteceu depois que Israel foi
levado cativo... Jeremias sentou-se e chorou [cf.
3:48,49]... Lamentou... E disse...”.
7. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Autor e Data
• Deus disse a Jeremias que pranteasse Judá (Jr 7:29), e
Jeremias também escreveu lamentos para o rei Josias (2
Cr 35:25). Talvez tenha escrito suas lamentações após a
queda de Jerusalém, em 586 a.C. A cidade caiu em
meados do mês de julho e o templo foi queimado em
meados de agosto.
8. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Autor e Data
• Do mesmo modo, Jeremias viu serem destruídos os
muros da cidade, suas torres, suas casas, seus palácios e
o templo; ele escreveu enquanto tudo isso ainda esta
dolorosamente vivo na sua memória, mas antes da sua
partida forçada para o Egito, por volta de 583 a.C.
9. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Cenário e Contexto
• As sementes proféticas da destruição de Jerusalém
foram disseminadas por meio de Josué com 800 anos de
antecedência (Js 23:15-16). No tempo de Jeremias, ao
longo de 40 anos, ele profetizou a vinda do castigo de
Deus e foi desprezado pelo povo por pregar a sua
destruição (645-605 a.C., aprox.).
10. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Cenário e Contexto
• Quando esse castigo veio ao povo descrente, por meio
de Nabucodonosor e dos exércitos babilônicos, Jeremias
ainda lhes respondeu com grande tristeza e compaixão
pelo povo obstinado e sofredor.
• No livro de Jeremias as predições do desastre já eram
registradas nos capítulos 1 ao 29.
11. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Cenário e Contexto
• Em Lamentações, ele se concentra em descrever com
mais detalhes o amargo sofrimento e a profunda tristeza
que era sentida com a devastação de Jerusalém (Sl 46:4-
5). A destruição da cidade foi um acontecimento tão
importante que os fatos são relatados em quatro
capítulos do AT: 2 Re 25; Jr 39; 52; e 2 Cr 36.
12. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Temas Históricos e Teológicos
1) O Castigo divino que veio como resposta ao pecado de Judá;
2) A esperança que se encontra na misericórdia de Deus;
3) O castigo soberano de Deus frente aos pecados contra sua
Santidade;
4) Confissão de pecados em forma de lamentos;
5) Comparação com o choro de Cristo;
6) Advertência implícita à todas as nações pecadoras
14. CRISTO EM LAMENTAÇÕES
• As lágrimas de Jeremias fluíam do profundo
amor que ele tinha pelo povo de Israel (3.48-
49). De modo semelhante, cristo chorou pela
cidade de Jerusalém, dizendo: “Jerusalém,
Jerusalém, você, que mata os profetas e
apedreja os que lhe são enviados!
15. CRISTO EM LAMENTAÇÕES
• Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos,
como a galinha reúne os seus pintinhos
debaixo das suas asas, mas vocês não
quiseram!” (Mt 23:37-39; Lc 19:41-44).
Embora cristo deva julgar aqueles que se
rebelaram contra ele, Ele também sente
grande dor pela perda de seu povo querido.
16. PALAVRAS-CHAVE
Chora: bakah (heb) – descreve o ato de emitir gritos, que
expressa sentimentos que vão da dor à felicidade. Embora essa
palavra seja muitas vezes associada à lamentação, o choro de um
povo antigo que pranteava sua morte (2Sm 1.12), também é
empregada com expressões de alegria (Gn 29:11).
Renovar: chadash (heb) – pode significar “renovar” (Sl 51:10) ou
“restaurar” (Is 61:4). Como adjetivo, essa palavra identifica algo
novo, em contraste com algo velho (tal como a “colheita anterior”
versus a “nova colheita”, ver Lv 26:10), ou algo diferente quando
comparado com o estado anterior (tal como “um novo espírito”,
ver Ez 11:19; 18:31.
17. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Cinco Poesias
• Lamentações possui cinco poesias, sendo que quatro são
acrósticos (cada versículo começa com uma letra
hebraica). Seu conteúdo básico registra a situação
desoladora e agonizante de Jerusalém e a crença dos
moradores de que tudo era consequência de
circunstancias naturais da vida.
18. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Cinco Poesias
• Os teólogos liberais do séc. XX afirmam ser uma
produção de diversos autores, porém, Orígenes,
Jerônimo e Agostinho defendem a autoria de Jeremias
entre 586 a 538 a.C.
19. LAMENTAÇÕES Chorar em voz alta
Cinco Poesias
1. A Triste condição de Jerusalém (1.1-22)
2. O Castigo de Jerusalém (2.1-22)
3. A Preservação e a Esperança Nacional de Judá (3.1-63)
4. A Justa Ira de D’us (4.1-22)
5. A Confissão de Pecados e a Confiança em D’us (5.1-22)
20. A Beleza da poesia hebraica
Acróstico
O capítulo 3 de Lamentações é
um belo acróstico (a cada três
versículos se inicia com uma
letra do alfabeto hebraico:
1-3 ( א álef);
4-6 (ב Beit);
7-9 (ג Guimel);
10-12 (ד Dálet);
13-15 (ה Hei)
21. A Triste Condição de Jerusalém
• Primeiro poema do livro de Lamentações, mostra, a
princípio, o resultado os pecados cometidos por aquele
povo: o abandono de Jerusalém e a redução do número
de pessoas daquela nação, a escravidão, a fome, a
lembrança dos tempos de riqueza e o templo profanado
pelos pagãos.
22. A Triste Condição de Jerusalém
• Em seguida, apresenta o clamor do povo pela
misericórdia e justiça divina com o reconhecimento da
culpa pelos pecados cometidos. Nesse pedido, rogavam
a Deus que olhasse para tamanha desgraça e fizesse
justiça e juízo contra seus inimigos que saqueavam a
cidade.
23. O Castigo de Jerusalém
• O segundo poema descreve a calamidade que havia em
Judá e Jerusalém e a hostilidade de D’us contra o seu
povo. Uma oposição tão grande que chegou a contrariar
o conceito que havia entre os judeus de que a casa de
D’us era inviolável, e a cidade de Jerusalém
impenetrável.
24. O Castigo de Jerusalém
• Essa ideia provavelmente começou a ser reforçada pela
população principalmente após os acontecimentos
ocorridos durante o reinado de Ezequias e o profeta
Isaías quando os inimigos não conseguiram penetrar a
cidade (2 Rs 18 e 19). Portanto, isso os fazia pensar que
tinham proteção a qualquer custo. Um perfeito engano,
pois a santidade de D’us exigia justiça, ainda que Ele
visasse unicamente à restauração e não à vingança.
25. O Castigo de Jerusalém
• Portanto, tudo o que estava acontecendo,
principalmente no que se refere à ira de Deus contra
Israel eram frutos dos seus próprios pecados e D’us
finalmente estava cumprindo o que há muito havia
predito (2.17-19). As estruturas físicas e sociais foram
destruídas (2.5-10), a pilhagem na cidade não poupou
nem mesmo o templo (2.7) e as nações vizinhas
escarneciam de Jerusalém causando profunda
humilhação e lamentação por parte de Jeremias.
26. A Preservação e Esperança
Nacional de Judá
• O terceiro poema apresenta Jeremias, um representante
do povo, ciente das condições de destruição de Judá, dos
erros cometidos pelo povo e dos castigos justos para esse.
Mas, além disso, mostra uma esperança de salvação,
delineada pela misericórdia e pelo amor de Deus para com
seu povo, caso esse apresentasse um arrependimento
sincero a D’us e adquirisse a restauração espiritual. O texto
desse poema termina com uma oração pedindo auxilio a
D’us solicitando retribuição contra seus inimigos (3.1-63).
27. A Justa Ira de Deus
• O último poema, semelhante ao segundo,
descreve os horrores do cerco de Jerusalém e as
motivações mentirosas produzidas pelos falsos
profetas de que a cidade não seria destruída,
contrariando as previsões de Jeremias.
28. A Justa Ira de Deus
• O castigo vindouro era o resultado da ira de Deus contra
os pecados de idolatria, de adultério, de apostasia e de
descumprimento das obrigações de profetas e
sacerdotes na disseminação da aliança entre o Senhor e
a Sua nação. Por isso, esses falsos profetas também
estavam sendo rejeitados e considerados como leprosos
pelo povo e, fugitivos, não encontrariam guarida em
lugar nenhum.
29. A Justa Ira de Deus
• A liderança também foi rejeitada por terem feito
oposição às autoridades justas e comprometidas com
D’us e Sua aliança. O profeta descreve também a
condição emocional do povo durante o cerco
prolongado e suas consequências. A cidade foi invadida
após dois anos e meio deixando os soldados ainda
mais sedentos para derramar sangue e destruí-la.
30. A Justa Ira de Deus
• A cidade ficou tão devastada que Jeremias chamou a
atenção do povo para que fizessem comparações entre
a Jerusalém antes e pós-Juízo.
31. A Confissão de Pecados e a
Confiança em Deus
• Eis um forte apelo a Deus para que considere a
situação da nação e tenha misericórdia. Nesse
texto que tem mais característica de oração do
que de lamento, há as confissões de pecados e
sinais de esperança na restauração da nação
alicerçada na fidelidade do pacto de D’us e de Sua
Soberania.
32. A Confissão de Pecados e a
Confiança em Deus
• Ainda hoje, no moderno Israel, os judeus se utilizam
desse livro, diante do muro das lamentações, em
Jerusalém, para expressar seu lamento pela
destruição do templo e da cidade. A mais importante
lição desse poema é a necessidade de lembrarmos
que o Senhor é nosso D’us em qualquer circunstancia
de nossa vida. Ele continua sendo misericordioso
conosco, embora com correções.
33. Enquanto isso, em outras partes do
Mundo...
Pitágoras, o famoso
matemático e criador do
Teorema de Pitágoras,
nasce em 581 a.C.
34. Referências
BALDO, Ronildo. Profetas Maiores: representantes de Deus em uma missão
importante. Pindamonhangaba, SP: IBAD, 2007.
MACARTHUR, Jhon. Manual Bíblico MacArthur: Gênesis a Apocalipse. Rio de
Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015.
BÍBLIA. Bíblia Hebraica Stuttgartensia. Ed. 5. São Paulo: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1997.
ZIMMERMANN, Gustavo. Livros proféticos: aula 13. São Paulo: EFD Curso.
Disponível em: https://www.slideshare.net/GustavoZimmermann/aula-13-livros-
profticos-104574023?qid=520c5158-5539-4d32-b735-
fbab9af64b2f&v=&b=&from_search=5 Acesso em 15 de junho de 2021.