O Programa Institucional de Bolsa e Inicialização a Docência na Universidade Federal de Santa Maria e a Aprendizagem da Docência para a educação básica
O Programa Institucional de Bolsa e Inicialização a Docência na Universidade Federal de Santa Maria e a Aprendizagem da Docência para a educação básica.
http://www.pibidufpel.tk/
Ministério da Educação (MEC) / Diretoria de Educação Básica Presencial (DEB)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID)
FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS: CONTRIBUIÇÕES DO PIBID NA VISÃO ...
Semelhante a O Programa Institucional de Bolsa e Inicialização a Docência na Universidade Federal de Santa Maria e a Aprendizagem da Docência para a educação básica
A INSERÇÃO NA DOCÊNCIA: PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNC...ProfessorPrincipiante
Semelhante a O Programa Institucional de Bolsa e Inicialização a Docência na Universidade Federal de Santa Maria e a Aprendizagem da Docência para a educação básica (20)
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
O Programa Institucional de Bolsa e Inicialização a Docência na Universidade Federal de Santa Maria e a Aprendizagem da Docência para a educação básica
1. O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À
DOCÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA E A
APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
LOCH, Guilherme Galina– UFSM
guiloch@hotmail.com
LOPES, Anemari Roesler Luersen Vieira – UFSM
anemari.lopes@gmail.com
VAZ, Halana Garcez Borowsky – UFSM
halanagarcezborowsky@yahoo.com.br
Eixo Temático: Formação de Professores e Profissionalização Docente
Agência Financiadora: Fundo de Incentivo à Pesquisa - FIPE
Resumo
A conjectura de que a busca de melhor qualidade para a Educação sugere também melhorar a
qualidade da formação do professor tem permeado parte vultosa das discussões sobre
Educação. A partir disso, é possível perceber nos últimos anos um movimento de incremento
tanto nas pesquisas voltadas a este tema, quanto nos programas desenvolvidos pelo Ministério
da Educação, dentre eles o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID.
A Universidade Federal de Santa Maria – UFSM – possui atualmente dez licenciaturas com
projetos vinculados ao PIBID, envolvendo cento e quarenta e oito estudantes e vinte e nove
professores da Educação Básica que desenvolvem ações em escolas públicas estaduais e
municipais. Com o foco neste contexto, o presente trabalho tem por principal objetivo relatar
os primeiros resultados de uma investigação sobre as possíveis relações entre as ações
desenvolvidas no PIBID/UFSM e a aprendizagem da docência dos licenciandos envolvidos
no projeto. Para tal, foi realizado um estudo teórico sobre formação de professores e o PIBID
enquanto política pública, e o acompanhamento dos relatórios parciais de atividades do
PIBID/UFSM. A partir dos dados coletados até o momento é possível que se façam algumas
considerações, quais sejam: o PIBID constitui-se como um programa inovador voltado à
formação de professores; o programa apresenta aspectos positivos referentes à interação entre
alunos da graduação, professores em serviço e estudantes da Educação Básica; e, as
aproximações com a Educação Básica oportunizam aos futuros professores envolvidos no
projeto uma visão sobre a escola e a docência diferenciada daquela que normalmente lhe é
incutida na formação acadêmica.
Palavras-chave: Aprendizagem da docência. Formação de professores. Iniciação à docência.
Políticas de formação de professores. Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à
Docência – PIBID.
2. 16363
Introdução
Grande parte das pesquisas em Educação vem discutindo a respeito de questões
relacionadas com a formação inicial e/ou continuada de professores. Segundo Libâneo e
Pimenta (1999), há cerca de trinta anos iniciou-se um movimento de debate nacional sobre a
formação de professores, com base na crítica da legislação vigente e na realidade constatada
nas instituições formadoras.
No que diz respeito à formação inicial, muitas das investigações têm apontado como
um dos problemas o fato de que os cursos de licenciatura não preparam o futuro professor
para uma prática eficiente, uma vez que não os habilita a articular conhecimentos teóricos e
práticos. Dentre os diversos autores que tratam dessa questão podemos citar Nunes (2001),
Alarcão (1996), Pimenta (1995), Piconez (1991), Carvalho (1987), entre outros.
Ao apresentar um panorama das pesquisas sobre formação de professores Nunes
(2001) confirma a falta do “aprender a fazer na graduação”, destacando que há muitos anos os
cursos de licenciatura são criticados severamente com relação ao seu ensino distante das
necessidades formativas dos futuros professores, principalmente por separarem a teoria da
prática, por apresentarem um enfoque idealizado do aluno e da escola e por um ensino
desvinculado da realidade das escolas “produzindo profissionais desprovidos de
fundamentação teórico-metodológica e de competência formal e política para o exercício do
magistério.” (NUNES, 2001, p.36).
Em contrapartida, também se pode constatar os avanços com relação às políticas
educacionais propostas pelo Ministério da Educação nos últimos anos, direcionadas à
formação docente e às práticas de ensino, incentivando a interação entre os níveis superior e
básico da Educação.
É nesse sentido, com o intuito de aproximar a teoria da prática e proporcionar ao
futuro professor um contato antecipado com a realidade escolar, que a UFSM vem
participando de programas propostos pelo Ministério da Educação voltados à formação de
professores, dos quais se pode citar o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à
Docência – PIBID.
Acreditamos que este programa é digno de um estudo mais minucioso sobre sua
contribuição, enquanto política pública, para a formação de professores, tendo em vista o
espaço importante que vem assumindo no âmbito nacional.
3. 16364
Portanto, tendo como foco a formação inicial de professores da Educação Básica e
como contexto o PIBID/UFSM, nos propusemos a investigar quais são as possíveis relações
entre as ações desenvolvidas no PIBID/UFSM e a aprendizagem da docência dos licenciandos
envolvidos no projeto.
Nesse sentido, vem sendo realizada uma pesquisa direcionada à busca de respostas
para a questão elencada anteriormente. Essa pesquisa caracteriza-se como uma abordagem
qualitativa, implicando em um contato mais direto e prolongado dos pesquisadores e do
ambiente no qual é realizada, como destacam Ludke e André (1986). Em sua totalidade ela
consta de duas etapas: 1) estudo teórico sobre formação de professores e o PIBID enquanto
política pública, e acompanhamento dos relatórios de atividades do PIBID/UFSM; 2) análise
de questionário aplicado a alunos de iniciação à docência de projetos vinculados ao
PIBID/UFSM. A segunda etapa encontra-se em fase de desenvolvimento.
Este pôster, especificamente, traz parte desta investigação referente ao estudo teórico
sobre formação inicial de professores com foco nos princípios que norteiam o PIBID, a
iniciação à docência e a relação entre teoria e prática; um olhar sobre a constituição e os
princípios do PIBID e as principais ações do PIBID/UFSM; e, por fim, algumas
considerações decorrentes do estudo realizado.
Sobre a Formação Inicial de Professores
Atualmente um dos desafios para a formação de professores é desenvolver nos
profissionais a capacidade de conduzir a sua prática pedagógica tanto em função da realização
individual, quanto da necessidade do sistema social como um todo. Através de sua atividade
de trabalho, no âmbito da realização psicológica, é necessário que se possibilite ao professor a
construção de projetos próprios, com vistas à caracterização de uma identidade profissional,
que, atendendo as suas características individuais, se dirija para o alcance dos objetivos da
educação.
Entendendo que a prática pedagógica pode se constituir em diferentes âmbitos, Veiga
(2000) faz menção à repetitiva e à reflexiva. Sendo a prática pedagógica repetitiva uma
atividade repetitiva e burocrática e a reflexiva uma busca da unidade entre teoria e prática,
tendo como ponto de partida e chegada a prática social, buscando compreender a realidade
sobre a qual vai agir e buscando produzir mudanças qualitativas.
4. 16365
Sobre a teoria e a prática, sua relação pode ser considerada primordial para a atividade
docente, no entanto, Nunes (2001) alerta a dicotomia presente nos cursos de formação inicial,
pois segundo a autora os cursos apresentam um ensino que não dá conta de formar
profissionais competentes para o exercício da profissão docente atual.
Ao considerar a atuação do professor em formação na escola, em contato direto com
os alunos, ele estará aprendendo o principal ofício de sua profissão, o ensino. Isso, por que
como nos coloca Passos (2006, p. 80),
Durante a formação inicial do professor faz-se necessário criar momentos de
reflexões e discussões sobre esses aspectos. Através de discussões em sala de aula,
professor e futuros professores podem refletir sobre as relações possíveis, e os
alunos, em interação com os materiais e com os colegas, provavelmente construirão
as relações que o professor pretende que sejam construídas.
Para Lastória e Mizukami (2002), considerar o processo de aprendizagem profissional
da docência em contextos específicos de desenvolvimento, como na escola, se concebe como
um espaço em que se aprende e se desenvolve ações investigativas sobre o próprio ambiente e
contexto escolar. Ainda segundo as autoras,
Considerar a escola como local de formação em oposição ao modelo que
considerava formação do professor (inicial e continuada) como ocorrendo apenas
em espaços das universidades ou em situações desvinculadas das vidas e culturas
das escolas, parece ser incompatível com a natureza dos processos de construção
dos saberes docentes. Sob tal ótica, a escola passa a ser entendida como reduto da
teoria e da prática, local de produção do saber docente, e a formação docente como
processo relacionado ao conceito de aprendizagem permanente, envolvendo os
saberes e as competências docentes como resultado de aprendizagens realizadas ao
longo da vida, dentro e fora da escola, considerando outros espaços de
conhecimento (LASTÓRIA E MIZUKAMI, 2002, pag. 192).
Assim, cabe-nos refletir sobre a formação que vem sendo oferecida aos professores,
visto que eles não se sentem preparados a articular conhecimentos teóricos e práticos e,
portanto, não possuem habilidades básicas para o exercício do trabalho docente, e ainda
contribuir para a ampliação dos debates sobre o assunto.
É visto que existe uma espécie de consenso geral de crítica, evidenciando o fato de que
a formação de professores no Brasil atravessa um momento crítico de redefinições políticas e
redirecionamento de seus enfoques formativos. A necessidade de preparar profissionais
5. 16366
capacitados tem sido determinante na busca de respostas aos desafios da docência na
atualidade, vista as exigências ditadas pela sociedade contemporânea.
Uma evidência recorrente é o fato de que a teoria é abordada como um conjunto
independente de ideias, desvinculado da prática pedagógica e da escola, que é exclusivamente
relegada ao estágio curricular. Assim, teoria e prática são consideradas como funções distintas
da formação: a teoria como aquisição do conhecimento e a prática como complemento do
curso (estágio) ou como um conhecimento a ser adquirido no decorrer da profissão,
inquestionável do ponto de vista teórico. Embora façam parte da mesma profissão, esses dois
campos são considerados antagônicos (LOPES, 2009).
No entanto, não há como separar teoria e prática nem tampouco considerar a primeira
como um sistema autônomo de ideias e a segunda como realidade pronta e determinada.
Se a prática é ação historicamente determinada, produto e produtora ao mesmo
tempo, da existência social concreta, a teoria não é senão revelação das
determinações históricas da prática, delas inseparável, mas delas distinta enquanto
negação de realidades postas em separado e acabadas e do esquecimento das
determinações da prática. A teoria nega a prática em seus imediatismos, assim como
a prática nega a teoria dela desvinculada, exigindo-se ambas em reciprocidade ao
negarem-se uma à outra. (MARQUES, 2000, p.93).
Especificamente em relação à prática muito se tem falado sobre a aprendizagem do
professor a partir dela, ao longo do exercício de sua profissão. Sobre isso podemos observar
os trabalhos de Zeichner (1995), Pérez Gómez (1995), Ponte (1996), entre outros. No entanto
Fiorentini (2003), ao abordar a questão da formação dos docentes que ensinam matemática,
afirma que, apesar de todos esses novos encaminhamentos nas discussões, a principal
mudança que se observa nos últimos tempos em formação de professores encontra-se no
âmbito do discurso.
Sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
No decorrer desta pesquisa, foram encontrados dados históricos e estatísticos do
PIBID no âmbito nacional e local, bem como diversos relatos de experiência das atividades
realizadas nas escolas, que vêm contribuindo com novas ferramentas e alternativas didáticas
para o processo de Ensino-Aprendizagem. Além disso, encontraram-se trabalhos que
6. 16367
discorrem sobre as contribuições dessas atividades para a formação docente dos acadêmicos
participantes do projeto.
O PIBID foi criado em 2007 a partir de uma ação conjunta do Ministério da Educação,
por intermédio da Secretaria de Educação Superior – SESu, da Fundação Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, e do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação – FNDE, com vistas a fomentar a iniciação à docência de
estudantes das instituições de educação superior e preparar a formação de docentes em nível
superior, em cursos de licenciatura presencial plena, para atuar na educação básica pública.
Seu primeiro edital, de 12 de dezembro de 2007, foi destinado exclusivamente a
Instituições Federais de Ensino Superior – IFES, priorizando a formação de docentes para
atuar nas seguintes áreas do conhecimento e níveis de ensino, nesta ordem: para o ensino
médio: licenciatura em física, licenciatura em química, licenciatura em matemática e
licenciatura em biologia; para o ensino médio e para os anos finais do ensino fundamental:
licenciatura em ciências e licenciatura em matemática; de forma complementar: licenciatura
em letras (língua portuguesa), licenciatura em educação musical e artística e demais
licenciaturas.
Seu segundo edital, de 25 de setembro de 2009, destinado a instituições públicas de
educação superior, federais e estaduais, não priorizou áreas a serem atendidas, apenas
ressalvou que as IFES que já possuíam projetos do PIBID em andamento poderiam apresentar
proposta complementar de licenciaturas ainda não apoiadas pelo Programa na instituição.
Em relação ao funcionamento do programa, no final do ano de 2010, foi publicada a
portaria 260 de 30 de dezembro de 2010 que aprova as “Normas Gerais do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID”. Dentre outros esclarecimentos este
documento apresenta os objetivos do PIBID (Item 2.1.1, p.2-3): incentivar a formação de
docentes em nível superior para a Educação Básica; contribuir para a valorização do
magistério; elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura,
promovendo a integração entre a Educação Superior e a Educação Básica; inserir os
licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes
oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e
práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de
problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem; incentivar escolas públicas de
Educação Básica, mobilizando seus professores como coformadores dos futuros docentes e
7. 16368
tornando-as protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério; e, contribuir
para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes, elevando a
qualidade das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura.
De acordo com os dados da CAPES1, em 2010 o PIBID envolvia 162 instituições de
ensino superior, dentre elas 106 federais, 26 estaduais, 2 municipais e 28 privadas. Destas, 18
localizam-se na região Norte, 39 na Nordeste, 13 na Centro-Oeste, 52 na Sudeste e 40 na
região Sul. Nestas instituições atuam um total de 2.083 supervisores de escolas públicas de
educação Básica e 13.647 alunos de iniciação à docência.
O PIBID/UFSM conta atualmente com dez subprojetos distribuídos em dois grupos. O
primeiro, que abrange as áreas de Biologia, Ciências, Física, Matemática e Química,
contempladas pelo Edital 2007, iniciou suas ações em outubro de 2009 com encerramento
para setembro de 2011. O segundo, contemplado pelo Edital 2009, que conta com projetos
nas áreas de Artes Visuais, Educação Física, Filosofia, História e Pedagogia, iniciou suas
ações em março de 2010 com encerramento previsto para fevereiro de 2012. O PIBID/UFSM
abrange um total de 148 estudantes dos cursos destas licenciaturas e 29 professores da
Educação Básica que desenvolvem ações em 17 escolas públicas estaduais e 1 municipal.
Os números demonstram que o programa tem grande abrangência e que vem
crescendo nos últimos anos, com potencial de se consolidar como uma das importantes
políticas públicas para a formação de professores.
Podemos citar como exemplo, uma pesquisa realizada pelo subprojeto de matemática
do PIBID da Universidade Federal de São Carlos (SOUSA, 2010) que mostra que as
aprendizagens que os participantes do projeto tiveram vão além de aspectos teóricos,
didáticos e metodológicos relacionados aos conceitos relacionados à área do subprojeto.
Já para Neves (2011), os acadêmicos do curso de artes visuais da Universidade
Estadual de Montes Claros reconhecem que o nível de reconhecimento e respeito desta área
de conhecimento na Educação Básica é elevado através das atividades desenvolvidas pelo
projeto. Além disso, acredita que o PIBID contribui para a formação de “profissionais que
compreendam os processos de construção, produção, sistematização e seleção dos
conhecimentos necessários para a atuação competente, crítica e reflexiva no Ensino”
(NEVES, 2011, p. 9).
1 http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid
8. 16369
Experiências relatadas em artigos da coletânea de Haupt et al. (2011) abordam temas
como: a interdisciplinaridade como princípio norteador do PIBID; contribuições do PIBID na
formação do professor; reflexões sobre o processo de Ensino-Aprendizagem a partir do
PIBID; e, elementos para um (re)pensar da formação de professores.
No âmbito da UFSM, Rosa, Mattos e Sawitzki (2011) afirmam que os professores
envolvidos no subprojeto de Cultura Esportiva na Escola, da área de Educação Física, acabam
renovando seus conhecimentos através da formação continuada e melhoram o atendimento de
educação física para seus alunos. Sobretudo, destacam que os acadêmicos participantes deste
subprojeto estão sujeitos a constantes trocas de aprendizagens, tanto com os professores que
atuam nas escolas como com seus alunos.
Na observação dos relatórios parciais foi possível identificar as principais ações do
PIBID/UFSM, quais sejam: estudos envolvendo o coordenador de área, supervisores e
estudantes da graduação sobre aspectos teóricos e metodológicos sobre a área de
conhecimento específico de cada subprojeto, que possam subsidiar o planejamento das ações
na escola; análise dos documentos das escolas; investigação através de questionários e
entrevistas com funcionários, professores e alunos das escolas parceiras; visitas dos alunos a
exposições, ateliês e museus na cidade; viagens de estudos; participação em eventos;
organização de eventos específicos da área; atividades recreativas nos espaços de intervalos
escolares; oficinas envolvendo alunos e professores; participação em eventos e festas
escolares; organização de espaços lúdicos na escola com desenvolvimento de atividades
específicas; cursos para os professores das escolas parceiras; ateliês com atividades
diversificadas; organização de banco digital de atividades e materiais didáticos; trabalhos com
leituras específicas das áreas.
Ainda, de acordo com os relatórios organizados pelos coordenadores de área, as ações
desenvolvidas, precedidas de um rigoroso planejamento, têm permitido que os estudantes se
aproximem dos conhecimentos de conteúdos específicos de sua área e de conhecimentos
pedagógicos necessários à docência. Além disso, relatam que a dinâmica de organização do
PIBID/UFSM, que prioriza a troca de saberes e experiências entre seus diferentes
componentes e colaboradores através de um processo constante de análise e reflexão, vem
permitindo aos alunos de iniciação à docência vislumbrar que as dificuldades encontradas na
escola pública atual podem não representar problemas, mas desafios com possibilidades de
serem vencidos.
9. 16370
Considerações Finais
Embora o PIBID seja relativamente novo, uma vez que os projetos do seu primeiro
edital estão encerrando neste ano de 2011 e há necessidade de investigações e análises mais
profundas sobre seus impactos, é possível perceber que se constitui, a princípio, como um
programa inovador voltado à formação de futuros professores.
Os relatos de experiências que vêm sendo publicados apontam sobre os aspectos
positivos do PIBID, principalmente refletidos a partir das interações entre alunos da
graduação, professores em serviço e alunos da Educação Básica.
Em relação ao PIBID/UFSM, o acompanhamento dos relatórios parciais permite
considerar que as aproximações com a Educação Básica oportunizam aos licenciandos uma
visão sobre a escola e a docência diferenciada daquela que normalmente lhe é incutida na
formação acadêmica, evitando que desenvolvam futuramente um estranhamento ao chegar à
escola, o que normalmente é presente nos momentos de estágio, decorrente de uma formação
para uma escola que não existe na vida real. Dentre as ações que contribuem para isso
destacam-se aquelas que exigem uma interação com os alunos do Ensino Fundamental e
Médio.
Espera-se que através da segunda etapa desta pesquisa, a análise dos questionários,
seja possível aprofundar questões não contempladas, ou parcialmente aqui contempladas, em
relação às possíveis relações entre as ações desenvolvidas no PIBID/UFSM e a aprendizagem
da docência dos licenciandos envolvidos no projeto.
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