Resumo do projeto de iniciação científica do ano de 2017, que foi apresentado na XXI Jornada de Iniciação Científica da UNEB: Conhecimento, Inovação e Transformação, campus-I em Salvador-BA.
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Letramento Literário na Quebra dos Estigmas Vividos por Crianças com HIV/AIDS:HQ Enquanto Literatura
1. XXI Jornada de Iniciação Científica - 2017
LETRAMENTO LITERÁRIO NA QUEBRA DOS ESTIGMAS VIVIDOS POR
CRIANÇAS COM HIV/AIDS:HQ ENQUANTO LITERATURA
Mônica De Santana Dias, monicasdias2009@hotmail.com, Rosemary Lapa De Oliveira, rloliveira@uneb.br
Departamento de Educação, Campus I, Salvador
Licenciatura Em Pedagogia
Palavras-Chave: Letramento Literário; Docência ; Histórias em quadrinhos; sujeito leitor
Introdução
Sabemos que as crianças vivenciam na infância muitas emoções nas
interações sociais e essas relações provocam em cada criança sensações
e sentimentos diferenciados com os quais elas precisam lidar a todo o
momento. Essas emoções se tornam mais intensas quando a criança
apresenta algum tipo de deficiência ou doença crônica, como o caso das
crianças soropositivas para o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
Diante dessa realidade, a literatura provou ser uma forma terapêutica para
lidar com esses conflitos internos vivenciados pelas crianças. Por isso,
neste estudo, objetivamos descrever o papel terapêutico do texto literário
história em quadrinho (HQ), através da constituição do sujeito leitor,
entendendo que a HQ pode ajudar as crianças, em especial as
soropositivas, a lidar com conflitos internos e situações de estigmatização
social. Temos,como base teórica, o letramento literário de Cosson (2010),
a constituição de sujeitos leitores de Oliveira (2015), o valor terapêutico da
contação de história de Sunderland (2005) e discussões sobre a HQ com
Vergueiro (2014).
Metodologia
O estudo foi realizado a partir de uma pesquisa bibliográfica, focando a
constituição do sujeito leitor a partir da leitura da HQ enquanto literatura,
trazendo para análise os benefícios terapêuticos da HQ da turma da
Mônica: Amiguinhos da Vida do cartunista Mauricio de Sousa para
formação do sujeito leitor soropositivo.
Resultados e discussão
Concordando com Candido (2011), compreendemos que a literatura tem
uma função humanizadora, pois pudemos perceber que a partir da leitura
as crianças podem refletir sobre si mesmas e sobre o outro, encontrando o
equilíbrio para seus conflitos internos e sociais. Isso acontece,quando as
crianças ao lerem as narrativas ficcionais, vivenciam situações de conflitos
que as ajudam a pensar sobre suas emoções e sua realidade com uma
linguagem que pertence ao seu mundo, o mundo da imaginação e da
fantasia, como esclarece Sunderland (2005), apresentando possibilidades
para o alívio de sofrimentos interiores e o reconhecimento de caminhos
para lidar com a estigmatização social.
E é nesse momento que o trabalho com a HQ se torna uma fonte
inesgotável de humanização e estímulo à leitura, já que as narrativas em
quadrinhos, por seu multimodalismo prendem a atenção das crianças por
ter uma linguagem e por apresentar situações do cotidiano infantil, as
quais as crianças entendem e ao ler se sentem parte da história.
Diante disso, dentre as histórias em quadrinhos que trazem esse cotidiano
infantil estão as da turma da Mônica do cartunista Maurício de Sousa, em
especial a intitulada: amiguinhos da vida em que os personagens são
crianças soropositivas e experienciam as aflições e alegrias do mundo
infantojuvenil dentro da escola. E por essa razão, durante a leitura dessa
literatura a criança pode se identificar com os personagens que revelam ao
leitor formas de lidar e expressar suas emoções.
Conclusões
Portanto, neste estudo, concluímos que a leitura da HQ pode proporcionar
benefícios terapêuticos, isso ocorre quando o leitor, no momento da leitura,
encontra um personagem que vivencia dores, medos e frustrações
parecidas com as suas em situações rápidas de leitura como na HQ
(ABRAMOVICH, 1997), e durante a história encontra maneiras para lidar
com situações desfavoráveis como a estigmatização social aprendendo
sobre si e sobre outro como nos ensina Bettelheim (2002). Assim, esse
leitor, ao ler as narrativas, constitui-se sujeito leitor do texto, do contexto e
de si mesmo como propõe Oliveira (2015), trazendo contribuições
significativas para o ensino de leitura.
Agradecimentos
Agradeço a Deus, primeiramente por ter me concedido coragem e energia
para desenvolver esse projeto. À Universidade do Estado da Bahia-UNEB
por ter dado condições para desenvolver a pesquisa. À minha professora
orientadora Dra. Rosemary Lapa de Oliveira pelas orientações e incentivo.
A minha mãe pelo amor, incentivo e apoio incondicional.
Bolsa: Voluntário
Referências:
ABRAMOVICH, Fanny.Literatura infantil:gostosuras e bobices. São Paulo:
Scipione, 1997.
BETTELHEIM, Bruno.A psicanálise dos contos de fadas. Editora Paz e Terra,
2002.
CANDIDO Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. São Paulo: Duas
Cidades/Ouro sobre Azul; 2011. p.171-193.
COSSON, Rildo.Letramento literário:teoria e prática. Ed. Contexto, 2010.
OLIVEIRA, Rosemary Lapa.A Pedagogia da Rebeldia e o Enleituramento:a
constituição do sujeito leitor. Saarbrücken: Novas Edições Acadêmicas, 2015.
SOUSA, Mauricio deTurma da Mônica em Quadrinhos.Disponível em
<http://turmadamonica.uol.com.br/amiguinhosdavida/> Acesso em 19/01/2017.
SUNDERLAND, Margot.O valor terapêutico de contar histórias para crianças,
pelas crianças. São Paulo: Cultrix, 2005.
VERGUEIRO, Waldomiro .In:RAMA, Angela; VERGUEIRO, Waldomiro.Como usar
as histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2014, p.7-29.
Pro-Reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-Graduação (PPG) - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
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