2. Epidemiologia
■ A epidemiologia é uma ciência que se destina ao estudo das distribuições e
dos determinantes das doenças que afetam uma determinada
população, sugerindo medidas específicas de prevenção, de controle ou
de erradicação dessas doenças.
3. ■ Estudo: inclui vigilância, observação, pesquisa analítica e experimento;
■ Distribuição: refere-se à análise por tempo, local e características dos indivíduos;
■ Determinantes: são todos os fatores físicos, biológicos, sociais, culturais e
comportamentais que influenciam a saúde;
■ Prevenção: empregar medidas de profilaxia (exemplo: aplicação de vacinas) a
fim de impedir que os indivíduos adoeçam;
■ Controle: Baixar a morbidade a níveis mínimos (exemplo: declínio da poliomielite
no Brasil);
■ Erradicação: consiste em reduzir a morbidade a zero (exemplo: a varíola está
erradicada do mundo desde 1976).
4. Objetivo da epidemiologia
■ O objetivo da epidemiologia é obter, interpretar e utilizar as
informações relativas da Saúde de uma determinada população com a
finalidade de prevenir ou reduzir a incidência de doenças.
5. Epidemiologia ocupacional
■ Para Sebastião Ivone Vieira a epidemiologia ocupacional é o estudo dos
fatores aos quais os indivíduos estão expostos em seu ambiente de trabalho
e seu efeito sobre a saúde dessa população.
6. Os fatores os quais os trabalhadores estão expostos em seu ambiente laboral e que o
autor cita na sua definição, são os riscos ocupacionais, que conhecemos como:
■ Risco químico;
■ Risco físico;
■ Risco biológico;
■ Risco ergonômicos;
■ Risco de acidentes.
7. Riscos e seus agentes
■ 1. Riscos de acidentes: Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e
possa afetar sua integridade, e seu bem estar físico e psíquico. São exemplos de risco de
acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e
explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc.
■
2. Riscos ergonômicos: Qualquer fator que possa interferir nas características
psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São
exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho,
monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc.
■
3. Riscos físicos: Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que
possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade,
radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração, etc.
■
4. Riscos químicos: Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou
produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas
formas de poeiras, fumos gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza
da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da
pele ou por ingestão.
■
5. Riscos biológicos: Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus,
fungos, parasitos, entre outros.
8. RISCOS QUIMICOS
O risco químico é a probabilidade de sofrer agravo a que determinado indivíduo
está exposto ao manipular produtos químicos que podem causar-lhe danos físicos
ou prejudicar lhe a saúde.
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos
que possam penetrar no organismo do trabalhador principalmente pela via
respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, nevoas ou vapores, ou
pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser absorvido
pelo organismo através da pele ou por ingestão.
9. Os principais efeitos causados pelas
substâncias químicas:
■ Efeitos irritantes: são causados, por exemplo,
por ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia,
soda cáustica, cloro, que provocam irritação
das vias aéreas superiores.
■ Efeitos asfixiantes: são causados, por
exemplo, por gases como hidrogênio,
nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido
de carbono, monóxido de carbono e outros
causam dor de cabeça, náuseas, sonolência,
convulsões, coma e até a morte.
■ Efeitos anestésicos: a maioria dos solventes
orgânicos assim como o butano, propano,
aldeídos, acetona, cloreto de carbono,
benzeno, xileno, alcoóis, tolueno, tem ação
depressiva sobre o sistema nervoso central,
provocando danos aos diversos órgãos. O
benzeno especialmente é responsável por
danos ao sistema formador do sangue.
■ Poeiras minerais: provêm de diversos minerais,
como sílica, asbesto, carvão mineral, e
provocam silicose (quartzo), asbestose
(asbesto), pneumoconioses (ex.: carvão
mineral, minerais em geral).
■ Poeiras vegetais: são produzidas pelo tratamento
industrial, por exemplo, de bagaço de cana-de-açúcar
e de algodão, que causam bagaçose e bissinose,
respectivamente.
■ Poeiras alcalinas: provêm em especial do calcário,
causando doenças pulmonares obstrutivas crônicas,
como enfisema pulmonar.
■ Poeiras incômodas: podem interagir com outros
agentes agressivos presentes no ambiente de
trabalho, tornando-os mais nocivos à saúde.
■ Fumos metálicos: provenientes do uso industrial de
metais, como chumbo, manganês, ferro, etc.,
causando doença pulmonar obstrutiva crônica, febre
de fumos metálicos, intoxicações específicas, de
acordo com o metal.
10. RISCOS FÍSICOS
■ Riscos físicos. São os riscos ambientais que se apresentam em forma de
energia, tal como os ruídos, temperaturas extremas, vibrações, radiações
ionizantes, radiações não ionizantes, frio, calor, pressões anormais e umidade.
Diferentemente dos riscos biológicos ou químicos, que dependem do contato
direto do trabalhador, os riscos físicos são por si só os agentes causadores de
acidentes.
11. TEMPERATURA
Sabia que a exposição às variações da temperatura é um dos riscos físicos mais comuns?
Afinal, temperaturas extremas (calor ou frio) podem causas danos à saúde do trabalhador.
No caso do calor, este risco pode ser encontrado em trabalhos a céu aberto, por causa da
incidência solar ou em cozinhas, na mineração e em siderúrgicas.
■ Como prevenir?
■ Utilização de EPIs como calçados, luvas e mangotes;
■ Isolamento da fonte de calor;
■ Ventilação adequada do ambiente;
■ Utilização de protetor solar;
■ Intervalos nos momentos de maior incidência solar.
12. UMIDADE
A umidade no ambiente de trabalho pode provocar quedas, deslizamentos, doenças no sistema
respiratório e problemas na pele.
Este risco físico é encontrado principalmente em construções em locais alagados, lavanderias,
lava-jatos e frigoríficos, caracterizando-se geralmente por meio de um piso escorregadio.
Os principais danos que podem causar são quedas e problemas respiratórios. Os problemas na
pele também podem acontecer, quando há contato direto com a umidade contaminada.
Como prevenir?
■ Uso de EPIs como calçados e luvas;
■ Adoção de ralos para escoamento de água;
■ Uso de barreiras de contenção para se evitar deslizamento.
13. VIBRAÇÕES
As vibrações caracterizam-se por qualquer oscilação de um corpo, equipamento ou
superfície sobre o corpo do trabalhador.
As vibrações podem ser localizadas ou no corpo inteiro, e, podem causar diversos
danos, desde simples formigamentos e dores musculares a problemas na coluna e
osteoporose.
As fontes de vibrações são divididas entre as que causam danos localizados e as de
corpo inteiro. Veículos, como caminhões e tratores são as principais que podem
atingir o corpo inteiro. Já as localizadas referem-se a equipamentos como
motosserras, britadeiras e furadeiras.
Como prevenir?
■ Cuidados com a postura ao usar os equipamentos;
■ Revezamento dos funcionários que usam os equipamentos;
■ Intervalos para descanso dos trabalhadores;
■ Adequação do maquinário para redução das vibrações.
14. RADIAÇÕES
Dividida em duas modalidades, a
Radiação também é um risco físico.
■ A radiação ionizante, como seu nome indica,
é capaz de ionizar os átomos do corpo do
trabalhador. A ionização é o processo por
meio do qual um átomo recebe uma carga
positiva ou negativa, ou seja, perde ou ganha
um elétron, e quando ocorre em tecidos vivos
é capaz de alterar o funcionamento das
células.
■ Por meio deste processo de ionização, este
tipo de radiação causa câncer aos
trabalhadores que forem expostos
diretamente a ela, além de poder causar
lesões na pele e osteoporose. Ela também
pode causar problemas nas futuras gerações
do profissional, como câncer e deformidades
em seus filhos ou netos.
■ As principais fontes de radiação ionizante são
aparelhos que usam materiais radioativos em
seu funcionamento, como máquinas de Raio-
X, e os próprios materiais radioativos, que
podem ser encontrados em usinas nucleares e
laboratórios.
■ Já a radiação não ionizante é uma radiação
de baixa frequência, que não é capaz de
interagir com os átomos de células vivas,
porém ainda assim fornece perigos à saúde.
■ As principais são a radiação ultravioleta,
presente na luz solar e em operações de
solda, e o infravermelho presente em
siderúrgicas. Os principais riscos que este
tipo de radiação pode fornecer à saúde são
lesões nos olhos e na pele, catarata e câncer
de pele.
15. Césio 137: maior acidente radioativo do
Brasil completa 32 anos
https://www.youtube.com/watch?v=12x0zNkBwEc
16. COMO AVALIAR OS RISCOS FÍSICOS?
A primeira atitude para reduzir os níveis de exposição dos trabalhadores é adotar
um procedimento que permita avaliar, registrar e monitorar os riscos
ocupacionais. E isso, independente do tipo de risco (físico, químico, biológico,
mecânico ou ergonômico).
Para a agência internacional Center for Disease Control and Prevention (CDC)
estabelecer mecanismos de controle para os níveis de exposição ocupacional é o
método mais eficiente para a proteção dos trabalhadores.
17. O QUE OS AGENTES BIOLÓGICOS PODEM
CAUSAR NO TRABALHADOR?
■ — Bactérias: as bactérias podem causar desde uma leve pneumonia, infecção
alimentar e até mesmo em casos graves uma tuberculose.
■ — Vírus: Os vírus podem causar no ambiente de trabalho desde pequenas
gripes e resfriados, hepatite, sarampo, caxumba e em casos mais graves HIV.
■ — Fungos: Os fungos existentes no ambiente de trabalho podem ser
causadores de micoses, candidíase, dentre outros tipos.
■ — Protozoários: Os protozoários existentes no ambiente de trabalho podem
causar desde giardíase até mesmo doença de chagas.
18. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES
BIOLÓGICOS
■ Classe de Risco 1: A classe de risco 1 são agentes biológicos que venham oferecem um nível baixo de risco
para os trabalhos e para um grupo dos mesmos. Oferece para trabalhadores individuais um risco muito
baixo de propagação. Não há nenhuma comprovação de que seja capaz de transmitir doenças a pessoas ou
animais saudáveis nessa classe de risco.
■
— Classe de Risco 2: Na classe de risco 2 os agentes biológicos já apresentam um nível de risco mais
moderado para o trabalhador e risco fraco para trabalhos executados em grupo. A classe de risco 2 pode vir
a desencadear doenças em pessoas e animais, porém há tratamentos e medidas preventivas. Ou seja na
classe de risco 2 o nível de risco individual é moderado e risco de propagação baixo (por ex: herpes).
■
— Classe de Risco 3: Na classe de risco 3 os agentes biológicos apresentam um grau de risco maior sendo
considerado elevado para a saúde do trabalhador e risco moderado para trabalhos de origem coletiva. A
classe de risco 3 pode desenvolver doenças graves tanto em pessoa quando em animais. No caso da classe
de risco 3 nem sempre há uma forma de tratamento funcional. Ou seja na classe de risco 3 nível de risco
individual é elevado e o nível se risco de propagação moderado (por ex: febre amarela, HIV).
■
— Classe de Risco 4: Na classe de risco 4 os agentes biológicos são de alta periculosidade, apresentando
nesse caso um grau de risco mais elevado para o trabalhador individual e coletivo. Podendo nesse caso vir a
desenvolver doenças com um alto grau de complexidade tanto em pessoas quanto em animais. Não há
forma de tratamento. Ou seja, na classe de risco 4
■ O nível de risco individual é elevado e o nível de risco de propagação elevado (por ex: vírus de febres
hemorrágicas, ebola).
19. RISCOS ERGONOMICOS
■ Postura inadequada.
■ Repetição de movimentos.
■ Iluminação deficiente.
■ Ritmo acelerado de trabalho.
■ Monotonia de atividades.
■ Grandes jornadas de trabalho.
■ Levantamento de cargas pesadas.
20. RISCOS DE ACIDENTES
■ É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade do trabalho.
21. POR QUE CONHECER OS FATORES
EPIDEMIOLÓGICOS?
■ doenças ocupacionais se modificam com o tempo, tanto com relação à
frequência quanto aos aspectos clínicos e epidemiológicos.