A lei de conservação aborda a nossa conservação enquanto espécie humana e de todos os demais recursos naturais essenciais para a manutenção da nossa espécie e de todo o planeta.
Conservação e Preservação são frequentemente confundidas.
Preservação lida com manter um objeto, uma área ou uma situação protegida de qualquer forma de dano ou destruição. Destina-se a manter intacto, sem mudança, intocável, não-utilizável. É o ato de manter seguro um item de qualquer tipo de perda ou dano, como lesão, destruição, decadência, etc.
Conservação geralmente lida com o uso de um objeto, de uma área ou de uma situação de maneira racional, com o uso cuidadoso para que elas não sejam desperdiçadas ou perdidas, a fim de mantê-lo seguro.
- Meio ambiente
A preservação ambiental se refere à proteção integral de uma região, sem que haja qualquer interferência humana. Permanece intacta. É intocável, não utiliza, às vezes, nem para pesquisa.
A conservação ambiental tem a ver com a proteção dos recursos naturais, com a utilização racional, garantindo sua sustentabilidade e existência para as futuras gerações.
- Objetos: documentos, peças de arte, arquivos (biblioteconomia)
A preservação visa minimizar a deterioração física e química dos artefatos.
A conservação destina a manter o teor do objeto ou da situação garantindo a sua qualidade e segurança. Pode ser utilizado e restaurado.
Tanto a conservação quanto a preservação lidam com proteção, mas com duas abordagens diferentes. Uma é intocável, a outra não.
Lei de Conservação: instinto, meios e bens da Terra
1. 1
Livro Terceiro: Leis Morais
Capítulo V: Lei de Conservação
5.1 – Instinto de conservação
5.2 – Meios de conservação
5.3 – Gozo dos bens da Terra
5.4 – Necessário e supérfluo
5.5 – Privações voluntárias. Mortificações
Referências
Slide:
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/35-lei-de-conservaopptx
2. 2
Conservação e Preservação são frequentemente confundidas.
Preservação lida com manter um objeto, uma área ou uma situação protegida
de qualquer forma de dano ou destruição. Destina-se a manter intacto, sem
mudança, intocável, não-utilizável. É o ato de manter seguro um item de
qualquer tipo de perda ou dano, como lesão, destruição, decadência, etc.
Conservação geralmente lida com o uso de um objeto, de uma área ou de
uma situação de maneira racional, com o uso cuidadoso para que elas não
sejam desperdiçadas ou perdidas, a fim de mantê-lo seguro.
- Meio ambiente
A preservação ambiental se refere à proteção integral de uma região, sem que
haja qualquer interferência humana. Permanece intacta. É intocável, não
utiliza, às vezes, nem para pesquisa.
A conservação ambiental tem a ver com a proteção dos recursos naturais, com
a utilização racional, garantindo sua sustentabilidade e existência para as
futuras gerações.
- Objetos: documentos, peças de arte, arquivos (biblioteconomia)
A preservação visa minimizar a deterioração física e química dos artefatos.
A conservação destina a manter o teor do objeto ou da situação garantindo a
sua qualidade e segurança. Pode ser utilizado e restaurado.
Tanto a conservação quanto a preservação lidam com proteção, mas com
duas abordagens diferentes. Uma é intocável, a outra não.
A lei de conservação aborda a nossa conservação enquanto espécie
humana e de todos os demais recursos naturais essenciais para a
manutenção da nossa espécie e de todo o planeta.
5.1 – Instinto de conservação
702 – O instinto de conservação é uma lei natural?
Sem dúvida. Ele é dado a todos os seres vivos, qualquer que seja o grau de
sua inteligência. Em uns, ele é puramente maquinal, em outros, ele é racional.
Comentários:
Todos os seres possuem o instinto de conservação, independentemente, do
grau em que estiver.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo V: Lei de Conservação
3. 3
O princípio espiritual está presente em todos os reinos e vai agregando o
instinto de conservação nos reinos inferiores e vai se aprimorando quando
chega no reino hominal.
No reino vegetal e animal o instinto de conservação é maquinal, já no reino
hominal é raciocinado.
Necessitamos do instinto de conservação, pois todos nós temos algo a cumprir
aqui na Terra, com a oportunidade de crescimento espiritual. Por isso a
reencarnação. Quando atingirmos a perfeição não necessitaremos mais da
reencarnação.
Se não tivéssemos o instinto de conservação nos colocaríamos em situações
de risco.
O instinto de conservação faz com que ponderamos as nossas atitudes a fim
de preservar a vida.
É de grande importância observarmos nos animais como funcionam os instintos. Eles
sentem o que podem comer, por onde andar, e percebem outras coisas para as quais os
homens são distraídos. É esse mesmo instinto que, com o perpassar dos tempos, se ilumina
com a razão, e no decorrer dos milênios avança em busca da intuição.
703 – Com qual objetivo Deus deu a todos os seres vivos o instinto de
conservação?
Porque todos devem concorrer para os objetivos da Providência. É, por isso
que Deus lhes deu a necessidade de viver. Aliás, a vida é necessária ao
aperfeiçoamento dos seres, e eles o sentem instintivamente sem se
aperceberem.
Comentários:
Todos nós, de alguma forma, contribuímos na obra da criação. Temos uma
missão (pequena) a cumprir, mesmo os animais, mesmo as plantas. Cada um
de nós temos um papel, portanto, precisamos estar vivos para que possamos
cumprir esse papel na obra da criação.
Se o aperfeiçoamento dos seres é uma meta de todos nós, precisamos estar
na condição apropriada para que o aperfeiçoamento ocorra e para que
possamos contribuir na obra da criação. Caso não estejamos vivos (na
matéria) não há como isso acontecer.
Por isso que Deus nos fornece o instinto de conservação.
Todos nós temos o instinto de conservação presente em nós. No reino hominal
temos a inteligência, mas nos reinos vegetal e animal o princípio espiritual que
4. 4
os habita ainda não consegue entender e raciocinar sobre a importância da
vida, mas busca instintivamente de forma maquinal porque Deus plantou em
nós esse instinto.
Como somos ainda muito pequenos intelectualmente e moralmente, sem
condições de sabermos o porquê precisamos viver, Deus nos fornece o
instinto para que o busquemos mesmo de forma inconsciente.
E assim a preservação da vida acontece e nós podemos continuar trabalhando
junto com o Pai na condução do Universo.
5. 5
5.2 – Meios de conservação
704 – Deus, dando ao homem a necessidade de viver, fornece-lhe sempre
os meios?
Sim, e se não os encontra é porque não os compreende. Deus não poderia
dar ao homem a necessidade de viver sem dar-lhe os meios, por isso faz a
terra produzir para fornecer o necessário a todos os seus habitantes, porque
só o necessário é útil; o supérfluo não o é jamais.
Comentários:
Deus permite que o homem encontre na Terra tudo o que precisa para viver.
O supérfluo existe porque o homem nunca está satisfeito com o necessário.
Busca sempre novas necessidades, cria para si falsas necessidades.
Deus facultou ao homem todos os meios que ele precisa para viver. Daí
precisamos buscar, nos esforçar, aperfeiçoar para que a terra venha suprir as
nossas necessidades.
Os meios estão à nossa disposição. Temos saúde e inteligência para
podermos trabalhar. Se não podemos há pessoas ao nosso lado que possa
nos ajudar.
Os meios para viver foram criados por Deus e estão à nossa disposição. Nós
muitas vezes com a nossa visão pequena não conseguimos enxergar.
Os meios de sobreviver foram criados por Deus, para que a humanidade encontrasse o
necessário para a conservação da espécie. Com pouca observação, podemos analisar
como a terra é dadivosa e boa; as sementes entregues à sua intimidade produzem frutos
sem que os homens disso participem, a não ser indiretamente. Vejamos que os pássaros
não plantam e nem colhem, ajuntando em celeiros como os homens, entretanto, nunca
passam fome. Assim é com todos os viventes que se espalham em todo o planeta, em se
falando das águas e terras. (Miramez)
705 – Por que a terra não produz sempre bastante para fornecer o
necessário ao homem?
É que o homem a negligencia, o ingrato! É, todavia, uma excelente mãe.
Frequentemente, também, ele acusa a Natureza pelo que resulta de sua
imperícia ou de sua imprevidência. A terra produziria sempre o necessário se
o homem soubesse se contentar. Se ela não basta a todas as necessidades é
porque o homem emprega no supérfluo o que poderia ser dado ao necessário.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo V: Lei de Conservação
6. 6
Veja o árabe no deserto: ele encontra sempre com que viver, porque não cria
para si necessidades artificiais. Quando a metade dos produtos é esbanjada
para satisfazer fantasias, o homem deve se espantar de nada encontrar no dia
de amanhã e há razão para se lastimar de estar desprovido quando vem o
tempo da escassez? Em verdade, eu vo-lo disse, não é a Natureza que é
imprevidente, mas o homem que não sabe se regrar.
Comentários:
Deus não permitiria que o homem vivesse na Terra sem lhe dar os meios para
viver.
A Terra produz os meios de conservação que é tudo aquilo que o homem
precisa para viver adequadamente e para evoluir.
Porém, o homem é sempre insaciável.
Sempre cria falsas necessidades, daí a Terra não tem condições para fornecer
tudo. Em algum momento, em algum país, em alguma região vai faltar.
Além do homem buscar sempre mais (nunca está satisfeito), ainda tem o
egoísmo que faz com que o homem retenha para si o supérfluo, quando
poderia auxiliar outros a ficarem bem. Através da caridade, o homem
desenvolve o amor dentro do seu coração e aprende a viver em fraternidade
ajudando o próximo como nos ensinou Jesus.
A partir do momento que esquecemos o outro, aquele que tem pouco, a
impressão que dá é que a Terra não produz o necessário, mas ela produz, nós
é que desperdiçamos o que a Terra nos proporciona, causando desequilíbrio
na distribuição de tudo o que há no planeta.
O que faz o homem passar necessidade das coisas, não é a falta de tais ou quais alimentos,
nem de vestes; é a usura, é a ganância dos bens materiais.
706 – Por bens da terra somente devem se entender os produtos do solo?
O solo é a fonte primeira de onde provêm todos os outros recursos, porque,
em definitivo, esses recursos não são senão uma transformação dos produtos
do solo. Por isso, é preciso entender pelos bens da terra tudo aquilo de que o
homem pode desfrutar neste mundo.
Comentários:
Tudo o que utilizamos neste planeta devemos entender por bens da terra. Não
apenas o que provém do solo, embora seja a fonte primordial de onde todos
os outros recursos emanam. Mas não apenas o solo.
7. 7
A Terra é maravilhosa! A natureza é extraordinária: a flora, a fauna, o ar que
respiramos, a chuva, as águas, os peixes, a alimentação, os minerais, etc.
O nosso planeta em si é um grande bem. Nossa escola divina é o meio que
Deus nos proporcionou para que aqui tivéssemos a oportunidade de evoluir,
de crescer, de aprender.
Nós precisamos cuidar de todos os bens da Terra, pois precisamos deles para
o nosso crescimento.
Será que temos trabalhado na conservação de todos os bens que a Terra nos
oferece?
Como temos agido para com o meio ambiente? Os animais, as plantas, as
águas...
Como é o uso da água no nosso dia a dia? Procuramos economizar? Aquela
água não é apenas para mim, mas para toda a humanidade.
Agora com mais conhecimento acerca da verdade divina precisamos utilizar
tudo de forma consciente, não apenas pensando em nós, no nosso uso, na
satisfação das nossas necessidades, mas na necessidade de todos.
Os meios de conservação estão presentes em toda a natureza.
Devemos usar com racionalidade, sem abusar.
As leis humanas regulamentam as questões ambientais porque nós
usufruímos do meio ambiente de forma inadequada, trazendo certos prejuízos,
quando deveríamos usar de forma consciente, sem causar desequilíbrios, sem
interferir no futuro.
707 – Os meios de existência, frequentemente, fazem falta a certos
indivíduos, mesmo em meio à abundância que os cerca; a que se deve
atribuir isso?
Ao egoísmo dos homens, que não fazem sempre o que devem; depois, e o
mais frequentemente, a eles mesmos. Procurai e encontrareis; estas palavras
não querem dizer que basta olhar a terra para encontrar o que se deseja, mas
que é preciso procurá-lo com ardor e perseverança, e não com fraqueza, sem
se deixar desencorajar pelos obstáculos que, frequentemente, não são senão
meios de pôr à prova vossa constância, vossa paciência e vossa firmeza. (534)
Comentários:
Temos o hábito de querer que tudo chegue até nós de forma fácil, sem esforço,
sem trabalho. Na vida material não é assim. O trabalho também é uma lei
natural e através dele que o progresso nos alcança.
Os meios de subsistência estão à nossa disposição e quando eles não estão
tão fáceis é porque precisamos trabalhar para alcança-los.
8. 8
A abundância sempre nos cerca por todos os lados e em toda parte. Deus nos
fornece tudo o que precisamos.
Cabe a nós entregarmo-nos ao trabalho honesto para cumprir o que Jesus
disse para todos os homens: "Buscai e achareis". A abundância existe, mas é
preciso que seja buscada, e depois, nos nossos domínios, saber usá-la na
medida das nossas necessidades.
O egoísmo dos homens resulta em entrave para toda a Terra. As grandes
nações, por incrível que pareça, acumulam alimentos, vestes e instrumentos
de guerra, enquanto morrem de fome milhares de seus irmãos em toda parte
do mundo.
Tudo existe com abundância, visando manter o equilíbrio de todos os povos.
O que falta, é por invigilância dos próprios homens. Deus deu às criaturas
todos os meios de encontrarem a sua própria felicidade, convertendo-a em
conquista, mas os homens ainda não entenderam essas bênçãos.
A miséria que se espalha no mundo é falta exclusivamente do Evangelho no
coração das criaturas. São muitos os estudiosos do Evangelho, os teóricos,
mas poucos os que vivem os seus ensinamentos, buscando exemplificar as
verdades eternas.
Allan Kardec:
Se a civilização multiplica as necessidades, ela multiplica também as
fontes de trabalho e os meios de viver; mas é preciso convir que, sob
esse aspecto, muito lhe resta ainda a fazer. Quando ela tiver terminado
sua obra, ninguém poderá dizer que lhe falta o necessário, senão por sua
falta. A infelicidade, para muitos, resulta de tomarem um caminho que
não é aquele que a Natureza lhes traçou; então lhes falta a inteligência
para terem êxito. Há para todos, lugar ao Sol, mas com a condição de aí
tomar o seu, e não o dos outros. A Natureza não poderia ser responsável
pelos vícios da organização social e pelas consequências da ambição e
do amor-próprio.
Entretanto, precisar-se-ia ser cego para não se reconhecer o progresso
que se efetua sob esse aspecto entre os povos mais avançados. Graças
aos louváveis esforços que a filantropia e a ciência juntas não cessam
de fazer para o melhoramento do estado material dos homens, e
malgrado o aumento incessante das populações, a insuficiência da
produção atenuada pelo menos em grande parte, e os anos mais
calamitosos não têm nada de comparável aos de outrora. A higiene
pública, esse elemento tão essencial da força e da saúde, desconhecida
de nossos pais, é objeto de uma solicitude esclarecida. O infortúnio e o
sofrimento encontram lugares de refúgio. Por toda a parte a Ciência
contribui para aumentar o bem-estar. Pode-se dizer que se alcançou a
perfeição? Oh, certamente, não; mas o que se fez dá medida do que se
9. 9
pode fazer com a perseverança, se o homem for bastante sábio para
procurar a sua felicidade nas coisas positivas e sérias, e não nas utopias
que o fazem recuar ao invés de avançar.
Comentários:
Kardec mostra o quanto nós já evoluímos mencionando a saúde, os meios de
conservação que já temos, o avanço da higiene pública.
Quando comparamos o hoje com o ontem reconhecemos o progresso, os
esforços trazendo grandes benefícios para a humanidade e assim continuará
acontecendo, pois o progresso é contínuo.
708 – Não há situações em que os meios de existência não dependem de
modo algum, da vontade do homem, e onde a privação do necessário, o
mais imperioso, é uma consequência da força das coisas?
É uma prova, frequentemente cruel, que deve suportar, e à qual ele sabia que
estaria exposto. Seu mérito está em sua submissão à vontade de Deus, se
sua inteligência não lhe fornece nenhum meio de se livrar dos empeços. Se a
morte o deve alcançar, deve submeter-se a ela, sem murmurar e pensando
que a hora da verdadeira libertação chegou e que o desespero do último
momento pode fazê-lo perder o fruto de sua resignação.
Comentários:
Há situações em que a escassez dos meios de subsistência se faz presente.
São privações que não dependem da vontade do homem.
Situações como essa é uma prova, muitas vezes cruel, mas que compete ao
homem sofrer.
Estava no planejamento reencarnatório. A maioria de nós aqui do planeta
Terra temos condições de participar do planejamento reencarnatório.
Portanto, somos cientes das condições que viveríamos aqui na Terra, as
dificuldades que passaríamos, o gênero das provas.
O Espírito sabia que passaria por essa prova e aceitou passar por ela.
Devemos pedir a Deus força, coragem e resignação.
- Década de 1980 houve muita fome pelo mundo e no Brasil também.
- Campos de refugiados (fome, guerra, políticas inadequadas)
- Políticas humanitárias (Às vezes há corrupção e desvio de recursos)
10. 10
- Filme: amor sem fronteiras (fome, doenças, guerra, corrupção)
709 – Os que em certas situações críticas acham-se forçados a
sacrificarem seus semelhantes para se nutrirem, cometem um crime? Se
há crime, ele é atenuado pela necessidade de viver que lhes dá o instinto
de conservação?
Já respondi dizendo que há maior mérito em suportar todas as provas da vida
com coragem e abnegação. Há homicídio e crime de lesa-natureza, falta que
deve ser duplamente punida.
Comentários:
Por maiores que sejam as dificuldades que estejamos passando não é motivo
para matar os nossos semelhantes. Matar o irmão para saciar a minha fome é
contrário à lei de Deus.
Estamos tratando de Espíritos encarnados como nós.
A natureza e as condições que nos encontramos nos permite ainda utilizarmos
da vida animal para saciarmos a nossa fome, a nossa necessidade da
proteína. À medida que formos evoluindo teremos menos necessidade do
consumo da carne animal. Outros tipos de alimento irão suprir a nossa
necessidade.
Mas matar os nossos semelhantes, os outros Espíritos encarnados como nós,
nossos irmãos, filhos de Deus, não é admissível. Não está de acordo com a
lei de Deus.
É melhor sofrermos as provas com coragem, com resignação, mesmo que
necessitemos desencarnar na condição da fome.
Deus nos libertará através do desencarne daquele sofrimento, daquela dor,
mas cometer o suicídio ou o homicídio em momento algum, jamais.
O respeito ao semelhante é fundamental em qualquer momento de nossas
vidas.
710 – Nos mundos em que a organização é mais depurada, os seres vivos
têm necessidade de alimentação?
Sim, mas seus alimentos estão em relação com sua natureza. Esses alimentos
não seriam bastante substanciais para vossos estômagos grosseiros e, da
mesma forma, eles não poderiam digerir os vossos.
11. 11
Comentários:
A Espiritualidade faz referência ao estômago, aos corpos físicos dos Espíritos
que habitam mundos mais evoluídos.
À medida que os planetas vão evoluindo a constituição física do corpo material
vai ficando mais leve, mais suave, mais fluídica, menos densa, menos
grosseira que a nossa.
Os nossos organismos, a nossa matéria ainda é muito grosseira, pesada e,
por isso necessitamos de alimentos mais grosseiros.
Nos mundos mais evoluídos a necessidade da alimentação também existe,
mas como os corpos são menos densos (suaves) a necessidade de alimento
é outra, como por exemplo, se alimentam através da respiração cutânea, não
necessitando tanto da alimentação ingerida como a nossa.
Nos mundos mais evoluídos não se alimentam dos animais.
A doutrina espírita nos ensina que a vivência do amor, a prática do amor é
também um alimento para o Espírito.
12. 12
5.3 – Gozo dos bens da Terra
711 – O uso dos bens da terra é um direito para todos os homens?
Esse direito é a consequência da necessidade de viver. Deus não pode ter
imposto um dever sem haver dado os meios de o satisfazer.
Comentários:
O dever imposto por Deus é o dever de viver, pois é uma necessidade nossa
para o nosso progresso.
Os bens da Terra são para os homens suprirem as suas necessidades. Deus,
sendo todo Amor, não iria deixar Seus filhos sem os meios de se alimentarem,
vestirem, se abrigarem (morar) ampliando cada vez mais seu conforto para
maiores realizações. No entanto, deu às criaturas senso de responsabilidade,
para discernirem até onde usar os bens terrenos.
Deus nos oportunizando todos os bens da Terra para que possamos bem
viver, ainda erramos e em muitas situações não valorizamos os bens que a
Terra nos fornece. Em muitas situações tiramos a própria vida.
Nós com as nossas percepções deturpadas, equivocadas não
compreendemos a razão real e verdadeira pela qual estamos na Terra.
Nós que já conhecemos um pouco da doutrina Espírita que possamos mudar
o nosso comportamento diante da vida valorizando aquilo que Deus nos
fornece, utilizando os bens da Terra com equilíbrio.
Que possamos valorizar a nossa própria vida.
Se a vida nos premiou com alguns bens materiais, não ajuntemos nos celeiros sem proveito,
nem pela força do egoísmo; procuremos fazer circular os nossos bens, porque tudo de
Deus é vida e o Senhor nos entrega esses tesouros nas nossas mãos para nos ensinar a
colocá-los em lugares certos. (Miramez)
712 – Com que objetivo Deus ligou um atrativo aos gozos dos bens
materiais?
Para excitar o homem ao cumprimento de sua missão, e também para prová-
lo pela tentação.
712.a) Qual é o objetivo dessa tentação?
Desenvolver sua razão, que deve preservá-lo dos excessos.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo V: Lei de Conservação
13. 13
Allan Kardec:
Se o homem não fosse excitado ao uso dos bens da terra, senão pela sua
utilidade, sua indiferença poderia comprometer a harmonia do Universo:
Deus lhe deu o atrativo do prazer que o solicita ao cumprimento dos
objetivos da Providência. Mas por esse mesmo atrativo Deus quis, por
outro lado, experimentá-lo pela tentação que o arrasta para o abuso, do
qual sua razão deve defendê-lo.
Comentários:
Deus é tão perfeito que consegue através das tentações dar a oportunidade
de crescermos duplamente:
- Primeiro Ele traz os atrativos ao homem para que o mesmo seja impelido ao
cumprimento dos desígnios providenciais buscando aquilo que atrai, que pode
ser de forma equilibrada ou com excessos. Se não há atração, não há como ir
atrás. Se a criatura não for por bem sabendo que aquilo é necessário, vai pela
tentação que o chama;
- Segundo, através da tentação é uma forma de provar. Estamos encarnados
aqui na Terra com o objetivo de crescer, de evoluir diante das tentações, diante
das provas, dos desafios que a vida nos proporciona. Esses atrativos também
se configuram como provas para que seja trabalhado em nós o refinamento
da educação, o nosso intelecto e a moral. Em um primeiro momento se
sentimos atraídos, mas não usamos o equilíbrio o bom senso, chegamos ao
excesso e sofreremos. Mas se usamos o raciocínio, o bom senso vamos agir
com equilíbrio e não caímos nos excessos, nas tentações.
Deus na sua sabedoria plena nos traz os atrativos materiais com esse duplo
fim de nos impelir à prática da nossa missão e fornecer ao homem a
oportunidade de se provado diante desses gozos que o mundo material
proporciona.
Poderemos analisar ó próprio sexo; nele existe para o homem um grande atrativo, que se
irradia em todos os seres, objetivando a reprodução da espécie. Se não fora isso, as raças
desapareceriam por completo na face da Terra, e como ficaria a reencarnação? O sexo é
a base da vida física, no entanto, existem leis que regulam a reprodução dos seres, a
pedirem o bom senso. Assim, surgiu o casamento para disciplinar esse instinto que é tão
forte, a ponto de levar as criaturas a desrespeitarem a lei. Os homens já saíram da faixa
animal, por isso que o sexo não é livre na sua dimensão. A liberdade, neste caso, e na
evolução em que os homens se encontram, lhes faz mais mal do que bem. Ela poderá
existir quando a Terra passar para outro plano de vida, ascendendo na hierarquia dos
mundos superiores, onde os deveres andam juntamente com os direitos, onde o amor é a
lei dominante. O sexo, para a grande maioria dos homens, é um prazer incomparável,
mesmo momentâneo, e por enquanto não tem substituto na concepção deles; no entanto,
a consciência está ativa, para discipliná-lo nos moldes que o verdadeiro amor nos concita.
14. 14
Jesus é verdadeiramente o disciplinador desses impulsos santos, mas que precisam ser
educados para a paz de consciência.
713 – Os gozos têm limites traçados pela Natureza?
Sim, para vos indicar o limite do necessário; mas, pelos vossos excessos,
chegais à saciedade e vos punis vós mesmos.
Comentários:
Deus traçou o limite do necessário, pois pela condição imperfeita que nos
encontramos, caso não tivéssemos esse limite iríamos abusar.
Mesmo havendo o limite, nós abusamos buscando os excessos. Nós não nos
saciamos. Buscamos sempre novas necessidades, falsas necessidades
satisfazendo o nosso egoísmo, o nosso orgulho, a nossa vaidade e pagamos
um preço por tudo isso, de uma forma ou de outra.
Imagine se esses limites não tivessem traçados na natureza!
Esses limites estão à nossa disposição para observarmos. Cabe a nós ter
olhos para ver, agirmos com equilíbrio, com bom senso, analisando as nossas
reais necessidades.
É difícil percebermos.
Como nos frustramos em relação a muitas coisas que desejamos na vida e
procuramos compensar a ausência de alguma coisa com outra e aí vem o
desequilíbrio (na natureza, no corpo físico, no estado emocional, psíquico,
moral). Ultrapassamos os limites do necessário, do bom senso.
Não devemos deixarmos nos levar pelo impulso.
A disciplina é necessária em todos os sentidos.
Nos próprios deveres materiais o corpo dá sinal de cansaço, pedindo para
descansar, assim como se tem vontade de trabalhar, pelo aviso interno do
dever. Para tudo Deus traçou, por leis, os limites, tanto do trabalho como do
repouso e do lazer; parte ficou como dever para o homem, que deve descobrir
seus próprios caminhos.
Deus a ninguém pune; os homens é que se punem a si mesmos, pelos seus
atos impensados e, ao passarem pelos sofrimentos, aprendem a usar os bens
da natureza com equilíbrio e amor.
15. 15
714 – Que pensar do homem que procura nos excessos de todos os
gêneros um refinamento de seus prazeres?
Pobre natureza que é preciso lastimar e não almejar, porque ele está bem
próximo da morte!
714.a) Da morte física ou da morte moral?
De uma e de outra.
Allan Kardec:
O homem que procura, nos excessos de todo gênero, um refinamento
dos prazeres, coloca-se abaixo do animal, porque o animal sabe se deter
na satisfação da necessidade. Ele abdica da razão que Deus lhe deu por
guia e, quanto maiores seus excessos, mais dá à natureza animal império
sobre sua natureza espiritual. As doenças, as enfermidades, a própria
morte, que são as consequências dos abusos, ao mesmo tempo são
punição à transgressão da lei de Deus.
Comentários:
Se aproxima da morte física porque os excessos levarão as doenças que irão
pouco a pouco minando a saúde e a vida material.
Se aproxima da morte moral porque se apresenta ainda muito inferiorizado
preponderando a natureza animal sobre a natureza espiritual, indo na
contramão do nosso objetivo maior que é a depuração espiritual.
Precisamos perceber que pessoas que eventualmente tenham esse tipo de
conduta são dignas de lástima e não de inveja. Há muitas pessoas assim na
Terra que procuram através dos excessos alcançar o prazer, a felicidade.
Pobres criaturas!
A verdadeira felicidade só se alcança com a depuração do Espírito com a
vivência de amor, de justiça e de caridade.
16. 16
5.4 – Necessário e supérfluo
715 – Como pode o homem conhecer o limite do necessário?
O sábio o conhece por intuição. Muitos o conhecem por experiência e às suas
custas.
Comentários:
Onde que termina aquilo que nos é necessário e inicia o supérfluo?
Essa é uma dificuldade natural da humanidade, principalmente, em tempos
modernos com o desenvolvimento de mais conforto e muitas coisas à nossa
disposição.
Até que ponto preciso ou não de determinada coisa?
A Espiritualidade distingue a criatura entre aquela que é mais ponderada
(sábio) tendo o conhecimento por intuição e outra que não é ainda tão
equilibrada só vai conseguir observar o limite do necessário através da
experiência que muitas vezes às custas dos erros, das dificuldades, dos
tropeços da vida em função dos excessos cometidos.
Muitos de nós aprendemos só depois que erra e em função das dores, dos
problemas advindos desse erro é que vem a consciência e nos mostra que
precisamos ponderar o uso de determinados bens que a Terra nos
proporciona, encontrando aí o limite do necessário.
716 – A Natureza não traçou o limite das nossas necessidades em nossa
organização?
Sim, mas o homem é insaciável. A Natureza traçou o limite de suas
necessidades em sua organização, mas os vícios alteraram sua constituição
e ele criou para si necessidades que não são reais.
Comentários:
A questão se refere à nossa organização física, nosso corpo.
De fato, o nosso corpo nos fala o que nós precisamos. Ele nos mostra o limite
da nossa própria organização.
Porém, somos insaciáveis.
Nós abusamos da nossa organização física.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo V: Lei de Conservação
17. 17
Criamos necessidades inexistentes.
Prejudicamos a saúde do nosso corpo.
Se prestarmos atenção estamos sempre desrespeitando os limites que o
nosso próprio corpo nos impõe.
Há aqueles que comem demasiadamente. Há aqueles que não comem o
suficiente.
Há aqueles que abusam na área do sexo.
Há aqueles que buscam os exercícios físicos de forma exagerada.
Há aqueles que se entregam aos vícios, como o cigarro, a bebida e as drogas.
Há aqueles que usam medicamentos sem necessidade.
Há aqueles que trabalham em excesso e há aqueles que descansam
excessivamente.
E assim prejudicamos a nossa organização física, dando vazão a
necessidades fictícias, não necessárias para o crescimento do Espírito, mas
apenas para a satisfação dos interesses mundanos, materiais.
Enfim, prejudicamos o nosso corpo, esse vaso sagrado que Deus nos concede
para a nossa elevação espiritual.
Se não levamos uma vida com equilíbrio, o corpo vai adoecer e o Espírito
também, pois o corpo é um reflexo do Espírito e comprometemos a nossa
saúde.
A natureza é perfeita. Nós é que abusamos dos bens da natureza de forma
geral, não só da nossa organização física, mas de toda a natureza, buscando
e plantando dor e sofrimento.
717 – Que pensar daqueles que monopolizam os bens da terra para se
obter o supérfluo em prejuízo daqueles a quem falta o necessário?
Eles desconhecem a lei de Deus e responderão pelas privações que terão feito
experimentar.
Allan Kardec:
O limite do necessário e do supérfluo nada tem de absoluto. A civilização
criou necessidades que a selvageria não tem, e os Espíritos que ditaram
esses preceitos não pretendem que o homem civilizado deva viver como
o selvagem. Tudo é relativo e cabe à razão distinguir cada coisa. A
civilização desenvolve o senso moral e, ao mesmo tempo, o sentimento
de caridade que leva os homens a se prestarem mútuo apoio. Os que
18. 18
vivem às custas das privações alheias exploram os benefícios da
civilização em seu proveito; não têm da civilização senão o verniz, como
há pessoas que não têm da religião senão a máscara.
Comentários:
Todos aqueles que de alguma forma buscam a satisfação dos seus interesses
pessoais em prejuízo do próximo irão responder perante a lei de Deus.
Nenhuma ação negativa ou positiva deixa de ser pesada pela justiça divina.
Se o objetivo da criatura é o progresso, o desenvolvimento do amor e da
caridade e utilizamos dos bens da Terra proporcionando o supérfluo em
prejuízo daqueles que lhes faltam mesmo o necessário, tal postura não fica
impune perante a lei de Deus.
O limite entre o necessário e o supérfluo nada tem de absoluto porque tudo
depende da humanidade, da cultura, da época em que se trata.
Os povos primitivos que não tinham conhecimento e nem as tecnologias que
temos hoje, o necessário era muito menos do que para nós hoje. Eles quase
não tinham supérfluo, mas nós hoje temos muito. Mas isso não quer dizer que
o que era necessário para eles naquela época tem que ser o necessário para
nós hoje. À medida que a civilização avança as necessidades também em
função do progresso, da tecnologia, do desenvolvimento da humanidade.
Em tudo precisamos ter o equilíbrio e bom senso.
Ex: as vacinas, saneamento básico, medicamentos; celular; automóveis.
Podemos e devemos acumular riquezas de forma honesta, sem prejudicar
ninguém, respeitando as leis trabalhistas, sem exploração do outro ou do
nosso próprio corpo físico. O progresso tem que existir.
19. 19
5.5 – Privações voluntárias. Mortificações
718 – A lei de conservação obriga a prover as necessidades do corpo?
Sim, sem a força e a saúde o trabalho é impossível.
Comentários:
Precisamos prover as necessidades do nosso corpo físico, pois é o nosso
instrumento de trabalho aqui na Terra.
Alimentação e cuidados com a higiene e a saúde.
O corpo físico tem as suas necessidades, oriundas da sua constituição, e o
Espírito que se serve dele é obrigado a cuidar do que ele precisa. A ciência do
mundo deve estudar o complexo humano para compreender suas mais
simples necessidades, revelando ao corpo humano o que precisa para viver
bem.
O corpo precisa de força e saúde, para o trabalho e mesmo para a alegria.
No momento da refeição, mesmo os mais carrancudos se alegram, quando
têm fome, porque o alimento é abençoado e carrega consigo as energias para
abastecer o corpo. Mas é bom não esquecer que o alimento deve ser orientado
na quantidade e na qualidade, de acordo com a idade da criatura.
Precisamos ter força, saúde, equilíbrio para que possamos trabalhar a fim de
progredir.
719 – É repreensível ao homem procurar o bem-estar?
O bem-estar é um desejo natural. Deus não proíbe senão o abuso, porque o
abuso é contrário à conservação. Ele não incrimina a procura do bem-estar,
se esse bem-estar não é adquirido às custas de ninguém, e se não deve
enfraquecer, nem vossas forças morais, nem vossas forças físicas.
Comentários:
Não é errado que procuremos o nosso bem-estar, viver com tranquilidade,
viver bem.
É natural de todos os Espíritos procurarem o seu bem-estar, no entanto, deve
ser uma procura honesta, sem que prejudique o seu irmão e sem abuso.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo V: Lei de Conservação
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Se o bem-estar que se goza é fruto do trabalho honesto, verdadeiramente ele
é certo e até meritório, capaz de mostrar aos outros em silêncio que o trabalho
leva ao trabalhador o conforto, compensando os esforços.
A enganação, o roubo e a mentira, podem ser uma fonte de bens materiais,
contudo, essa fonte é ilusória, levando a alma que a pratica a situações
dolorosas, que não compensam. A própria consciência condena
veementemente o que não é ganho com honestidade. Se o bem que fazemos
não fica escondido, o mal muito menos. Tudo que fazemos é denunciado por
nós mesmos.
Quando exageramos no trabalho para obtermos mais do fruto dos nossos
esforços, isso não pode ser aceito como fruto honesto, por ir além das forças
físicas e, às vezes, das forças morais.
O bem-estar que a ninguém prejudica e que não maltrata a si mesmo, pode
ser usufruído, porque é fruto do equilíbrio e da honestidade.
720 – As privações voluntárias, em vista de uma expiação igualmente
voluntária, têm algum mérito aos olhos de Deus?
Fazei o bem aos outros e merecereis mais.
720.a) Há privações voluntárias que sejam meritórias?
Sim, a privação dos prazeres inúteis, porque ela desliga o homem da matéria
e eleva sua alma. O que é meritório é resistir à tentação que solicita aos
excessos ou ao gozo das coisas inúteis, e tirar do seu necessário para dar
àqueles que não têm bastante. Se a privação não é mais o que um vão
simulacro, ela é uma zombaria.
Comentários:
As privações só são realmente meritórias quando elas ajudam ao outro, não a
nós mesmos.
Privações dos gozos inúteis são aqueles que nós objetivamos o nosso orgulho
e do nosso egoísmo.
- Resistir à tentação que arrasta aos excessos e ao gozo das coisas inúteis é
uma privação voluntária e meritória aos olhos de Deus, pois o objetivo é a
elevação do Espírito acima da matéria.
- Tirar do necessário para dar aos que não têm é a caridade através do
sacrifício pelo outro. Quando deixamos de pensar apenas em nós e pensamos
no outro para que também possa ter aquilo que temos. São privações
voluntárias benéficas aos olhos de Deus.
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721 – A vida de mortificação ascética foi praticada em toda a antiguidade
e entre diferentes povos; ela é meritória sob um ponto de vista qualquer?
Perguntai a quem ela serve e tereis a resposta. Se não serve senão àquele
que a pratica e o impede de fazer o bem, é do egoísmo, qualquer que seja o
pretexto com o qual se disfarce. Privar-se e trabalhar para os outros é a
verdadeira mortificação, segundo a caridade cristã.
Comentários:
Mortificação ascética – eliminação dos pecados por meio de sacrifícios físicos.
A mortificação é vista pela teologia católica como uma forma de ascetismo, um meio de ‘pôr
à morte' o pecado na vida de um crente. É uma antiga prática religiosa que consiste em
realizar um sacrifício físico e, portanto, como meio de participação na Redenção.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mortifica%C3%A7%C3%A3o
Todo e qualquer tipo de mortificação (penitências) só é benéfico aos olhos de
Deus se houver algum aproveitamento para o próximo.
Quando a única pessoa que se beneficia daquela privação ou mortificação é
a própria pessoa decorre do egoísmo, do orgulho e não da caridade.
Os povos que praticavam mortificações variadas, num passado que cada vez
mais se distancia, já estão convencidos de que pouco lhes valeram essas
torturas nos seus caminhos, já que foram motivadas pela ignorância.
Nos dias atuais, tal prática já perdeu seu valor, porque Jesus nos chama na
intimidade para outro tipo de trabalho, que deve começar dentro de nós
mesmos.
722 – A abstenção de certos alimentos, prescrita entre diversos povos, é
fundada na razão?
Tudo aquilo com o qual homem pode se nutrir, sem prejuízo de sua saúde, é
permitido. Mas os legisladores puderam interditar certos alimentos com um fim
útil e, para dar mais crédito às suas leis, eles as apresentaram como vindas
de Deus.
Comentários:
No tocante à alimentação tudo é permitido ao homem desde que não
prejudique a saúde.
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No decorrer da história da humanidade em decorrência de questões
alimentícias que poderiam trazer algum tipo de problema, como por exemplo,
carnes que não era apropriado o uso, foram interditados aos povos. Se essas
determinações partissem unicamente das lideranças (do homem),
provavelmente os povos teriam mais dificuldades em aplicar, por isso
determinavam como sendo de origem divina a fim de serem cumpridas, uma
vez que a criatura tem um olhar diferenciado favorecendo a aplicação.
Ex: carne suína (poderia causar problemas à saúde, conforme o preparo
daquela época). Foi interditada com um fim útil para manutenção da saúde.
- Levítico 11 (O Senhor revela as criaturas vivas que podem e as que não
podem ser comidas; e quais são as limpas e quais são as imundas)
Muitos povos ainda seguem essas determinações, como os judeus, os
mulçumanos e alguns cristãos voltados ao Antigo Testamento, como os
adventistas.
A orientação de Jesus:
Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre,
e é lançado fora?
Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem.
Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios,
fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.
São estas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos,
isso não contamina o homem.
(Mateus 15:17-20)
Comer isso ou aquilo, ou deixar de comer, não ilumina nem atrasa ninguém,
desde quando se use de discernimento, sem abuso, com a quantidade e
qualidade certa.
A abstenção que devemos fazer é do ódio, da inveja, do ciúme, da
prepotência, do orgulho e do egoísmo.
723 – A alimentação animal, entre os homens, é contrária à lei natural?
Na vossa constituição física a carne nutre a carne, de outra maneira o homem
enfraquece. A lei de conservação dá ao homem um dever de entreter suas
forças e sua saúde para cumprir a lei do trabalho. Ele deve, pois, se alimentar,
segundo o exige a sua organização.
Comentários:
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Dada a nossa natureza orgânica, a nossa constituição física ainda
necessitamos de uma alimentação um pouco mais forte, mais densa, com
mais substância, mais material.
O nosso organismo não suportaria uma alimentação mais fluídica.
Com o desenvolvimento da medicina, com a evolução do homem, já temos
condições de encontrar as proteínas que encontramos na carne animal em
vários outros alimentos. As castanhas, a soja, o milho são produtos que
contém a proteína necessária à manutenção do nosso corpo físico, de forma
que se a carne por alguma razão não nos é benéfica ou se temos vontade de
gradativamente ir deixando de se alimentar de carne animal podemos buscar
as proteínas em outros alimentos.
- Vegetarianos, veganos.
Não é o fato de comermos ou não comermos carne que nos fará mais
evoluídos.
Podemos até deixar de comer carne por escolha, mas o essencial é trabalhar
o interior, as atitudes, a reforma íntima.
724 – A abstenção de alimento animal, ou outro, como expiação, é
meritória?
Sim, se se priva pelos outros. Mas Deus não pode ver uma mortificação
quando não há nela privação séria e útil. Por isso, dissemos que aqueles que
se privam só na aparência, são hipócritas. (720)
Comentários:
Nenhuma mortificação, penitência, sacrifício serão agradáveis para Deus se
beneficiar somente a própria pessoa.
Toda abstenção que visa ao benefício coletivo é meritória ante a grandeza
espiritual da vida, por significar amor.
Mas, quando a abstenção de qualquer coisa somente visa à vaidade, com a
intenção de que os homens vejam e aplaudam, é falta grave, por alimentar o
orgulho e a satisfação interior com ilusões passageiras.
725 – Que pensar das mutilações operadas sobre o corpo do homem ou
dos animais?
Para que semelhante questão? Perguntai, portanto, ainda uma vez, se uma
coisa é útil. O que é inútil não pode ser agradável a Deus, e o que é nocivo lhe
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é sempre desagradável, porque, sabei bem, Deus não é sensível senão aos
sentimentos que elevam a alma até ele. É praticando sua lei, em vez de estar
violando-a, que podereis sacudir vossa matéria terrestre.
Comentários:
Mutilar o corpo para evolução da alma é demonstração de ignorância
Quanto aos animais, as mutilações são feitas pela força maior do comércio, já
que castrados, eles engordam mais rápido e contribui para a nossa própria
conservação. A intervenção do ser humano nos demais reinos da natureza faz
parte do desenvolvimento do seu intelecto, desde que seja de forma racional,
sem abuso.
Nenhuma mutilação será agradável a Deus se não houver proveito em
benefício do outro.
726 – Se os sofrimentos deste mundo nos elevam pela maneira que os
suportamos, elevam-nos, também, aqueles que criamos
voluntariamente?
Os únicos sofrimentos que elevam são os sofrimentos naturais, porque eles
vêm de Deus. Os sofrimentos voluntários não servem para nada quando eles
nada fazem para o bem de outrem. Crês que aqueles que abreviam sua vida
nos rigores sobre-humanos, como fazem os bonzos, os faquires e certos
fanáticos de várias seitas, avançam em seu caminho? Por que, antes, não
trabalham para o bem de seus semelhantes? Que eles vistam o indigente,
consolem o que chora, trabalhem por aquele que está enfermo, sofram
privações para o alívio dos infelizes, então sua vida será útil e agradável a
Deus. Quando, nos sofrimentos voluntários que padecem, não têm em vista
senão a si mesmos, é de egoísmo; quando sofrem pelos outros, é de caridade:
tais são os preceitos do Cristo.
Comentários:
Podemos sofrer por causas naturais, compromissos ou situações provacionais
que nos foram colocados por necessidade de evolução e de progresso.
Muitas das causas de sofrimento não estão na reencarnação atual, mas em
reencarnações passadas, fato que nessa existência física passamos por
sofrimentos, por lutas para o nosso aprimoramento, para o resgate das nossas
situações equivocadas. São sofrimentos que vem de Deus porque ele permitiu
que assim acontecesse para o nosso progresso.
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Quando passamos por essas situações com elevação, com entendimento,
com resignação e sem revolta vamos estar nos elevando para Deus.
Por outro lado, nessa existência física buscamos e criamos muitos sofrimentos
voluntários que poderiam ser evitados se tivéssemos mais bom senso, mais
equilíbrio e menos egoísmo e orgulho.
Esses sofrimentos voluntários de nada servem quando não concorrem para o
bem do próximo.
Não é mortificando o nosso corpo (a nossa casa) necessário para o nosso
compromisso reencarnatório que vamos chegar até Deus, mas é mortificando
o nosso orgulho, os nossos sentimentos inferiores a fim de eliminá-los da
nossa vida.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. V, itens 4 à 10.
- Indianos, filipinos
Bonzo – Sacerdote budista. [Figurado] Dissimulado, hipócrita.
Faquires – Asceta mendicante de religião muçulmana ou hindu que pratica mortificações e procura o controlo
do corpo através da mente. 2. Indivíduo que pratica actos em que mostra insensibilidade à dor, geralmente
em espectáculos públicos.
727 – Se não se devem criar sofrimentos voluntários que não têm
nenhuma utilidade para outrem, devemos procurar nos preservar
daqueles que prevemos ou que nos ameaçam?
O instinto de conservação foi dado a todos os seres contra os perigos e os
sofrimentos. Fustigai vosso espírito e não vosso corpo, mortificai vosso
orgulho, sufocai vosso egoísmo semelhante a uma serpente que vos tortura o
coração, e fareis mais pelo vosso adiantamento, que pelos rigores que não
são mais deste século.
Comentários:
Nós devemos nos preservar daqueles males que podemos prever ou daqueles
que nos ameaçam.
Temos o instinto de conservação para que possamos nos preservar dos
perigos e dos sofrimentos.
A mortificação do nosso corpo deve ser sempre evitada.
O orgulho e o egoísmo que ainda são muito fortes dentro de nós precisam ser
modificados.
Não é uma tarefa que conseguimos ao passo de mágica, da noite para o dia.
É um exercício gradativo e contínuo.
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Cada passo, cada progresso que já conseguimos dar é motivo de aprendizado,
de alegria, de satisfação e de reflexão que vai pouco a pouco nos elevando.
Encerramento do capítulo:
O instinto de conservação é necessário para que possamos resguardar os
recursos necessários à nossa manutenção e, principalmente, o nosso corpo
pela saúde, a qual precisamos para usufruirmos do nosso próprio corpo para
as diversas atividades incluindo o trabalho e o descanso. Deve ser utilizado
com equilíbrio, com bom senso para a aquisição dos valores e das
experiências necessárias ao nosso progresso.
27. 27
REFERÊNCIAS:
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Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2018.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de
Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 85ª Ed.
Araras – SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Salvador Gentile. Araras –
SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 19ª Ed. Rio
de Janeiro: FEB, 1983.
MLODINOW, Leonard. De primatas a astronautas: A jornada do homem
em busca do conhecimento. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.
SILVEIRA, Adelino. Chico, de Francisco. São Paulo: Cultura Espírita União,
1987.
XAVIER, Chico. A Caminho da Luz. 21ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. Pelo
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XAVIER, Chico. Nosso Lar. 64ª ed. Brasília: FEB, 2021. Pelo Espírito André
Luiz.
XAVIER, Chico. Os Mensageiros. 47ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
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XAVIER, Chico. Obreiros da Vida Eterna. 35ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo
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XAVIER, Chico. Entre a Terra e o Céu. 27ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo
Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. Nos domínios da Mediunidade. 36ª ed. Brasília: FEB, 2018.
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28. 28
XAVIER, Chico. Ação e Reação. 30ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Evolução em dois Mundos. 27ª ed.
Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Mecanismos da Mediunidade. 28ª ed.
Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Sexo e Destino. 34ª ed. Brasília: FEB,
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XAVIER, Chico. E a vida continua.... 35ª ed. Esp. Rio de Janeiro: FEB, 2021.
Pelo Espírito André Luiz.
https://www.bibliaonline.com.br/
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https://espirito.org.br/artigos/possessao-3/
https://pt.slideshare.net/espirinauta/reinos-da-natureza
https://slideplayer.com.br/slide/14346629/
http://www.caminhosluz.com.br
A Lei de Ação e Reação é a mesma coisa que a Lei de Causa e Efeito?
https://editoradionisi.com.br/folhaespiritacairbarschutel/2020/05/31/a-lei-de-
acao-e-reacao-e-a-mesma-coisa-que-a-lei-de-causa-e-efeito/