A lei de conservação aborda a nossa conservação enquanto espécie humana e de todos os demais recursos naturais essenciais para a manutenção da nossa espécie e de todo o planeta.
Conservação e Preservação são frequentemente confundidas.
Preservação lida com manter um objeto, uma área ou uma situação protegida de qualquer forma de dano ou destruição. Destina-se a manter intacto, sem mudança, intocável, não-utilizável. É o ato de manter seguro um item de qualquer tipo de perda ou dano, como lesão, destruição, decadência, etc.
Conservação geralmente lida com o uso de um objeto, de uma área ou de uma situação de maneira racional, com o uso cuidadoso para que elas não sejam desperdiçadas ou perdidas, a fim de mantê-lo seguro.
- Meio ambiente
A preservação ambiental se refere à proteção integral de uma região, sem que haja qualquer interferência humana. Permanece intacta. É intocável, não utiliza, às vezes, nem para pesquisa.
A conservação ambiental tem a ver com a proteção dos recursos naturais, com a utilização racional, garantindo sua sustentabilidade e existência para as futuras gerações.
- Objetos: documentos, peças de arte, arquivos (biblioteconomia)
A preservação visa minimizar a deterioração física e química dos artefatos.
A conservação destina a manter o teor do objeto ou da situação garantindo a sua qualidade e segurança. Pode ser utilizado e restaurado.
Tanto a conservação quanto a preservação lidam com proteção, mas com duas abordagens diferentes. Uma é intocável, a outra não.
4. 702 – O instinto de conservação
é uma lei natural?
Sem dúvida. Ele é dado a
todos os seres vivos, qualquer
que seja o grau de sua
inteligência. Em uns, ele é
puramente maquinal, em
outros, ele é racional.
5. 703 – Com qual objetivo Deus deu a
todos os seres vivos o instinto de
conservação?
Porque todos devem concorrer para
os objetivos da Providência. É, por
isso que Deus lhes deu a necessidade
de viver. Aliás, a vida é necessária ao
aperfeiçoamento dos seres, e eles o
sentem instintivamente sem se
aperceberem.
7. 704 – Deus, dando ao homem a necessidade de viver,
fornece-lhe sempre os meios?
Sim, e se não os encontra é porque não os compreende. Deus
não poderia dar ao homem a necessidade de viver sem dar-
lhe os meios, por isso faz a terra produzir para fornecer o
necessário a todos os seus habitantes, porque só o necessário
é útil; o supérfluo não o é jamais.
8. 705 – Por que a terra não produz sempre bastante para fornecer
o necessário ao homem?
É que o homem a negligencia, o ingrato! É, todavia, uma
excelente mãe. Frequentemente, também, ele acusa a Natureza
pelo que resulta de sua imperícia ou de sua imprevidência. A
terra produziria sempre o necessário se o homem soubesse se
contentar. Se ela não basta a todas as necessidades é porque o
homem emprega no supérfluo o que poderia ser dado ao
necessário. Veja o árabe no deserto: ele encontra sempre com
que viver, porque não cria para si necessidades artificiais. Quando
a metade dos produtos é esbanjada para satisfazer fantasias, o
homem deve se espantar de nada encontrar no dia de amanhã e
há razão para se lastimar de estar desprovido quando vem o
tempo da escassez? Em verdade, eu vo-lo disse, não é a Natureza
que é imprevidente, mas o homem que não sabe se regrar.
9. 706 – Por bens da terra somente
devem se entender os produtos
do solo?
O solo é a fonte primeira de onde
provêm todos os outros recursos,
porque, em definitivo, esses
recursos não são senão uma
transformação dos produtos do
solo. Por isso, é preciso entender
pelos bens da terra tudo aquilo de
que o homem pode desfrutar neste
mundo.
10. 707 – Os meios de existência, frequentemente, fazem
falta a certos indivíduos, mesmo em meio à abundância
que os cerca; a que se deve atribuir isso?
Ao egoísmo dos homens, que não fazem sempre o que
devem; depois, e o mais frequentemente, a eles
mesmos. Procurai e encontrareis; estas palavras não
querem dizer que basta olhar a terra para encontrar o
que se deseja, mas que é preciso procurá-lo com ardor e
perseverança, e não com fraqueza, sem se deixar
desencorajar pelos obstáculos que, frequentemente, não
são senão meios de pôr à prova vossa constância, vossa
paciência e vossa firmeza. (534)
11. Allan Kardec:
Se a civilização multiplica as necessidades, ela multiplica
também as fontes de trabalho e os meios de viver; mas é
preciso convir que, sob esse aspecto, muito lhe resta
ainda a fazer. Quando ela tiver terminado sua obra,
ninguém poderá dizer que lhe falta o necessário, senão
por sua falta. A infelicidade, para muitos, resulta de
tomarem um caminho que não é aquele que a Natureza
lhes traçou; então lhes falta a inteligência para terem
êxito. Há para todos, lugar ao Sol, mas com a condição de
aí tomar o seu, e não o dos outros. A Natureza não
poderia ser responsável pelos vícios da organização
social e pelas consequências da ambição e do amor-
próprio.
12. Entretanto, precisar-se-ia ser cego para não se reconhecer o
progresso que se efetua sob esse aspecto entre os povos mais
avançados. Graças aos louváveis esforços que a filantropia e a
ciência juntas não cessam de fazer para o melhoramento do estado
material dos homens, e malgrado o aumento incessante das
populações, a insuficiência da produção atenuada pelo menos em
grande parte, e os anos mais calamitosos não têm nada de
comparável aos de outrora. A higiene pública, esse elemento tão
essencial da força e da saúde, desconhecida de nossos pais, é
objeto de uma solicitude esclarecida. O infortúnio e o sofrimento
encontram lugares de refúgio. Por toda a parte a Ciência contribui
para aumentar o bem-estar. Pode-se dizer que se alcançou a
perfeição? Oh, certamente, não; mas o que se fez dá medida do
que se pode fazer com a perseverança, se o homem for bastante
sábio para procurar a sua felicidade nas coisas positivas e sérias, e
não nas utopias que o fazem recuar ao invés de avançar.
13. 708 – Não há situações em que os meios de existência
não dependem de modo algum, da vontade do homem,
e onde a privação do necessário, o mais imperioso, é
uma consequência da força das coisas?
É uma prova, frequentemente cruel, que deve suportar,
e à qual ele sabia que estaria exposto. Seu mérito está
em sua submissão à vontade de Deus, se sua inteligência
não lhe fornece nenhum meio de se livrar dos empeços.
Se a morte o deve alcançar, deve submeter-se a ela, sem
murmurar e pensando que a hora da verdadeira
libertação chegou e que o desespero do último
momento pode fazê-lo perder o fruto de sua resignação.
14. 709 – Os que em certas situações críticas acham-se
forçados a sacrificarem seus semelhantes para se
nutrirem, cometem um crime? Se há crime, ele é
atenuado pela necessidade de viver que lhes dá o
instinto de conservação?
Já respondi dizendo que há maior mérito em suportar
todas as provas da vida com coragem e abnegação. Há
homicídio e crime de lesa-natureza, falta que deve ser
duplamente punida.
15. 710 – Nos mundos em que a
organização é mais depurada, os
seres vivos têm necessidade de
alimentação?
Sim, mas seus alimentos estão em
relação com sua natureza. Esses
alimentos não seriam bastante
substanciais para vossos
estômagos grosseiros e, da mesma
forma, eles não poderiam digerir
os vossos.
17. 711 – O uso dos bens da terra é um direito para todos os
homens?
Esse direito é a consequência da necessidade de viver. Deus
não pode ter imposto um dever sem haver dado os meios de
o satisfazer.
18. 712 – Com que objetivo Deus ligou um atrativo aos gozos dos bens
materiais?
Para excitar o homem ao cumprimento de sua missão, e também
para prová-lo pela tentação.
712.a) Qual é o objetivo dessa tentação?
Desenvolver sua razão, que deve preservá-lo dos excessos.
Allan Kardec:
Se o homem não fosse excitado ao uso dos bens da terra, senão
pela sua utilidade, sua indiferença poderia comprometer a
harmonia do Universo: Deus lhe deu o atrativo do prazer que o
solicita ao cumprimento dos objetivos da Providência. Mas por
esse mesmo atrativo Deus quis, por outro lado, experimentá-lo
pela tentação que o arrasta para o abuso, do qual sua razão deve
defendê-lo.
19. 713 – Os gozos têm limites traçados pela Natureza?
Sim, para vos indicar o limite do necessário; mas, pelos
vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis vós
mesmos.
20. 714 – Que pensar do homem que procura nos excessos de todos os
gêneros um refinamento de seus prazeres?
Pobre natureza que é preciso lastimar e não almejar, porque ele está
bem próximo da morte!
714.a) Da morte física ou da morte moral?
De uma e de outra.
Allan Kardec:
O homem que procura, nos excessos de todo gênero, um
refinamento dos prazeres, coloca-se abaixo do animal, porque o
animal sabe se deter na satisfação da necessidade. Ele abdica da
razão que Deus lhe deu por guia e, quanto maiores seus excessos,
mais dá à natureza animal império sobre sua natureza espiritual.
As doenças, as enfermidades, a própria morte, que são as
consequências dos abusos, ao mesmo tempo são punição à
transgressão da lei de Deus.
22. 715 – Como pode o homem
conhecer o limite do
necessário?
O sábio o conhece por
intuição. Muitos o conhecem
por experiência e às suas
custas.
23. 716 – A Natureza não traçou o limite das nossas
necessidades em nossa organização?
Sim, mas o homem é insaciável. A Natureza traçou o limite
de suas necessidades em sua organização, mas os vícios
alteraram sua constituição e ele criou para si necessidades
que não são reais.
24. 717 – Que pensar daqueles que monopolizam os bens da terra
para se obter o supérfluo em prejuízo daqueles a quem falta o
necessário?
Eles desconhecem a lei de Deus e responderão pelas privações que
terão feito experimentar.
Allan Kardec:
O limite do necessário e do supérfluo nada tem de absoluto. A
civilização criou necessidades que a selvageria não tem, e os
Espíritos que ditaram esses preceitos não pretendem que o
homem civilizado deva viver como o selvagem. Tudo é relativo e
cabe à razão distinguir cada coisa. A civilização desenvolve o senso
moral e, ao mesmo tempo, o sentimento de caridade que leva os
homens a se prestarem mútuo apoio. Os que vivem às custas das
privações alheias exploram os benefícios da civilização em seu
proveito; não têm da civilização senão o verniz, como há pessoas
que não têm da religião senão a máscara.
26. 718 – A lei de conservação
obriga a prover as
necessidades do corpo?
Sim, sem a força e a saúde
o trabalho é impossível.
27. 719 – É repreensível ao homem
procurar o bem-estar?
O bem-estar é um desejo natural.
Deus não proíbe senão o abuso,
porque o abuso é contrário à
conservação. Ele não incrimina a
procura do bem-estar, se esse
bem-estar não é adquirido às
custas de ninguém, e se não deve
enfraquecer, nem vossas forças
morais, nem vossas forças físicas.
28. 720 – As privações voluntárias, em vista de uma
expiação igualmente voluntária, têm algum mérito aos
olhos de Deus?
Fazei o bem aos outros e merecereis mais.
720.a) Há privações voluntárias que sejam meritórias?
Sim, a privação dos prazeres inúteis, porque ela desliga o
homem da matéria e eleva sua alma. O que é meritório é
resistir à tentação que solicita aos excessos ou ao gozo
das coisas inúteis, e tirar do seu necessário para dar
àqueles que não têm bastante. Se a privação não é mais
o que um vão simulacro, ela é uma zombaria.
29. 721 – A vida de mortificação
ascética foi praticada em toda a
antiguidade e entre diferentes
povos; ela é meritória sob um
ponto de vista qualquer?
Perguntai a quem ela serve e tereis
a resposta. Se não serve senão
àquele que a pratica e o impede de
fazer o bem, é do egoísmo, qualquer
que seja o pretexto com o qual se
disfarce. Privar-se e trabalhar para
os outros é a verdadeira
mortificação, segundo a caridade
cristã.
30. 722 – A abstenção de certos
alimentos, prescrita entre diversos
povos, é fundada na razão?
Tudo aquilo com o qual homem
pode se nutrir, sem prejuízo de sua
saúde, é permitido. Mas os
legisladores puderam interditar
certos alimentos com um fim útil e,
para dar mais crédito às suas leis,
eles as apresentaram como vindas
de Deus.
31. 723 – A alimentação animal, entre os homens, é contrária à
lei natural?
Na vossa constituição física a carne nutre a carne, de outra
maneira o homem enfraquece. A lei de conservação dá ao
homem um dever de entreter suas forças e sua saúde para
cumprir a lei do trabalho. Ele deve, pois, se alimentar,
segundo o exige a sua organização.
32. 724 – A abstenção de alimento animal, ou outro, como
expiação, meritória?
Sim, se se priva pelos outros. Mas Deus não pode ver uma
mortificação quando não há nela privação séria e útil. Por
isso, dissemos que aqueles que se privam só na aparência,
são hipócritas. (720)
33. 725 – Que pensar das mutilações
operadas sobre o corpo do
homem ou dos animais?
Para que semelhante questão?
Perguntai, portanto, ainda uma
vez, se uma coisa é útil. O que é
inútil não pode ser agradável a
Deus, e o que é nocivo lhe é
sempre desagradável, porque,
sabei bem, Deus não é sensível
senão aos sentimentos que elevam
a alma até ele. É praticando sua lei,
em vez de estar violando-a, que
podereis sacudir vossa matéria
terrestre.
34. 726 – Se os sofrimentos deste mundo nos elevam pela maneira
que os suportamos, elevam-nos, também, aqueles que criamos
voluntariamente?
Os únicos sofrimentos que elevam são os sofrimentos naturais,
porque eles vêm de Deus. Os sofrimentos voluntários não servem
para nada quando eles nada fazem para o bem de outrem. Crês
que aqueles que abreviam sua vida nos rigores sobre-humanos,
como fazem os bonzos, os faquires e certos fanáticos de várias
seitas, avançam em seu caminho? Por que, antes, não trabalham
para o bem de seus semelhantes? Que eles vistam o indigente,
consolem o que chora, trabalhem por aquele que está enfermo,
sofram privações para o alívio dos infelizes, então sua vida será útil
e agradável a Deus. Quando, nos sofrimentos voluntários que
padecem, não têm em vista senão a si mesmos, é de egoísmo;
quando sofrem pelos outros, é de caridade: tais são os preceitos
do Cristo.
35. 727 – Se não se devem criar
sofrimentos voluntários que não têm
nenhuma utilidade para outrem,
devemos procurar nos preservar
daqueles que prevemos ou que nos
ameaçam?
O instinto de conservação foi dado a
todos os seres contra os perigos e os
sofrimentos. Fustigai vosso espírito e
não vosso corpo, mortificai vosso
orgulho, sufocai vosso egoísmo
semelhante a uma serpente que vos
tortura o coração, e fareis mais pelo
vosso adiantamento, que pelos
rigores que não são mais deste século.
37. CRÉDITOS:
Formatação: Marta Gomes P. Miranda
Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de
Salvador Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. Pág.
223 à 226.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Tradução De Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: Ide,
2009.
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições
Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile.
52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução De
Salvador Gentile. 85ª Ed. Araras – SP: Ide, 2008.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Salvador
Gentile. Araras – SP: IDE, 2008.
XAVIER, Chico. Nosso Lar. 64ª ed. Brasília: FEB, 2021.
Pelo Espírito André Luiz.
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38. CENTRO ESPÍRITA “JOANA D’ARC”
Rua Ormindo P. Amorim, nº 1.516
Bairro: Jardim Marajó
Rondonópolis - MT
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