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Conhecimento no Crátilo
Platão
O Crátilo – a justeza dos nomes
Interlocutores do diálogo: Sócrates, Hermógenes e Crátilo.
O diálogo versa sobre a justeza dos nomes a partir do exame
realizado por Sócrates das teses divergentes de Hermógenes e
Crátilo.
Segundo Hermógenes, os nomes são resultantes de pura
convenção, podendo esta ser tanto individual quanto coletiva;
Para Crátilo, discípulo de Heráclito e mestre de Platão
anteriormente a Sócrates, os nomes espelham a natureza das
coisas e esta não é senão o constante fluxo.
Sócrates é chamado para tentar uma conciliação e termina
por apontar para as aporias.
Aporias
O Crátilo parece desconcertante a quem pretenda mostrar que é inextrincável
a relação entre linguagem e conhecimento, uma vez que a argumentação
levada a cabo conduz, ao final do diálogo, a um duplo encurralamento:
 de um lado, os nomes, pensados como imitações da realidade, guardariam
significados ambíguos, de modo a poderem significar tanto a imagem de
uma realidade que é puro fluxo quanto a de uma que é sempre a mesma
(Crátilo 437c) – nesse caso, não haveria um critério legítimo capaz de
orientar a demarcação da verdade e, consequentemente, comprometeria
a possibilidade mesma do conhecimento;
 de outro, se os nomes imitam a realidade e são a condição de acesso ao
conhecimento da mesma, como teriam sido estabelecidos os primeiros
nomes se aquele que assim os criou não dispunha de nome algum que lhe
pudesse dar a conhecer a realidade que passaria a nomear (Crátilo 438b)?
Em resposta a essas aporias, Sócrates propõe que se procure “outras
entidades, para além dos nomes, que nos mostrem, sem os nomes, qual dos
dois grupos é o verdadeiro (a realidade como fluxo, ou como permanência),
exibindo de forma clara a verdade dos seres” (Crátilo 438d).
De um modo ou de outro, todas as teses
convergiriam para o desmembramento da
associação entre linguagem e conhecimento. Em
outros termos, a linguagem não seria capaz de
dizer as coisas, mais precisamente, a essência
delas, de forma que o conhecimento seria
viabilizado por um acesso às coisas mesmas,
independentemente da linguagem.
Referência
Montenegro, Maria Aparecida de Paiva (2007).
Linguagem e conhecimento no Crátilo de Platão.
KRITERION, Belo Horizonte, nº 116, Dez, p. 367-
377.

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  • 2. O Crátilo – a justeza dos nomes Interlocutores do diálogo: Sócrates, Hermógenes e Crátilo. O diálogo versa sobre a justeza dos nomes a partir do exame realizado por Sócrates das teses divergentes de Hermógenes e Crátilo. Segundo Hermógenes, os nomes são resultantes de pura convenção, podendo esta ser tanto individual quanto coletiva; Para Crátilo, discípulo de Heráclito e mestre de Platão anteriormente a Sócrates, os nomes espelham a natureza das coisas e esta não é senão o constante fluxo. Sócrates é chamado para tentar uma conciliação e termina por apontar para as aporias.
  • 3. Aporias O Crátilo parece desconcertante a quem pretenda mostrar que é inextrincável a relação entre linguagem e conhecimento, uma vez que a argumentação levada a cabo conduz, ao final do diálogo, a um duplo encurralamento:  de um lado, os nomes, pensados como imitações da realidade, guardariam significados ambíguos, de modo a poderem significar tanto a imagem de uma realidade que é puro fluxo quanto a de uma que é sempre a mesma (Crátilo 437c) – nesse caso, não haveria um critério legítimo capaz de orientar a demarcação da verdade e, consequentemente, comprometeria a possibilidade mesma do conhecimento;  de outro, se os nomes imitam a realidade e são a condição de acesso ao conhecimento da mesma, como teriam sido estabelecidos os primeiros nomes se aquele que assim os criou não dispunha de nome algum que lhe pudesse dar a conhecer a realidade que passaria a nomear (Crátilo 438b)? Em resposta a essas aporias, Sócrates propõe que se procure “outras entidades, para além dos nomes, que nos mostrem, sem os nomes, qual dos dois grupos é o verdadeiro (a realidade como fluxo, ou como permanência), exibindo de forma clara a verdade dos seres” (Crátilo 438d).
  • 4. De um modo ou de outro, todas as teses convergiriam para o desmembramento da associação entre linguagem e conhecimento. Em outros termos, a linguagem não seria capaz de dizer as coisas, mais precisamente, a essência delas, de forma que o conhecimento seria viabilizado por um acesso às coisas mesmas, independentemente da linguagem.
  • 5. Referência Montenegro, Maria Aparecida de Paiva (2007). Linguagem e conhecimento no Crátilo de Platão. KRITERION, Belo Horizonte, nº 116, Dez, p. 367- 377.