SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
O fazer historiográfico
Marli Quadros Leite – USP/CNPq
A estrutura do saber histórico
O evento: toda mudança que intervém no
desenvolvimento da história, mesmo em um tempo
muito longo.” (Veyne, 1971)
Os conceitos: não são propriamente históricos, salvo
em raras ocasiões; são emprestados de outras ciências,
por exemplo das ciências da linguagem, e do senso
comum.
As entidades: fatos e ideias (conceitos) que englobam
um domínio, um período, um tema, são essas
entidades de primeira ordem.
2
A compreensão da história
“O evento histórico é tudo o que não é o
óbvio. É uma diferença.” (Veyne, 1971)
A pesquisa histórica busca mostrar o
progresso da ciência no curso da história.
3
Caminhos da história
Condições de produção do evento – o
horizonte de retrospecção. (Auroux, 1995)
Esquema de conteúdo.
Causas finais.
4
Domínio dos objetos históricos
Conjunto de entidades suscetíveis de apoiar
empiricamente o trabalho do historiador.
Emergência de novas entidades.
Irreversibilidade das sequências
emergentes.
Relação intrínseca com o tempo.
5
O trabalho do historiador
Colocar a questão geral da mudança (por
que, como e quando) e da essência dos
objetos submetidos à mobilidade.
Investigar ligações causais de seu objeto
com outros que lhe são relacionados.
6
Princípios do trabalho científico
em história
Definição fenomenológica do objeto.
Neutralidade epistemológica.
Historicismo moderado.
7
“Não ganho nada, do ponto de vista da explicação, se apenas
observar que os primeiros gramáticos do islandês apresentam
as ‘letras’ dessa língua com base em diferenças fonéticas
mínimas, explicando-as por pares de palavras em oposição.
Fazendo isso, digo, simplesmente, que esses gramáticos
foram os “precursores” da fonologia. Vou mais longe se
observo que o problema deles é apresentar os quadros
segundo a classificação aristotélica de encaixamento das
categorias separadas por diferenças específicas. Necessitaria,
além disso, seguir esta representação, testar eventualmente
sua estabilidade no curso do tempo e, finalmente, ver se ele
tem uma relação causal com a fonologia.” (Auroux 2007, p.
159, nota 1)
8
Prática da história: dimensões
um sistema de objetos (isto é, uma
representação construída a partir do
domínio dos objetos);
um parâmetro temporal;
um parâmetro espacial;
um sistema de parametrização externa que
liga o sistema de objetos a seu contexto;
um sistema de interpretantes.(Auroux,
2007)
9
O tempo e os objetos da história
“Pode-se definir esta característica [interna e
essencial da localização dos objetos na
história], dizendo que “B” é histórico se ele
não tem existência sem um “A” que o
precede em uma sequência irreversível; as
sequências históricas têm a particularidade
de fazer nascer propriedades ou
configurações totalmente novas e
largamente imprevisíveis”. (Aurox, 2007)
10
Bibliografia
AUROUX, Sylvain (1979). Introdução. La sémiotique des encyclopédistes. Paris : Payot. [Introdução]
_________ (1995). L'histoire des sciences du langage et le paradoxe historiographique. Le gré des
langues, n. 8, p. 40-63.
_________ (2006). Les modes d’historicisation. Histoire Épistemologie Langages, 28/1, p. 105-116
©SHESL.
_________ (2007). La question de l’origine des langues, suivi de L’historicité des sciences. Paris : PUF.
HESSEN, Johannes (1987 [1926]). Teoria do conhecimento. 8ed. Trad. do alemão por António Correia.
Coimbra : Portugal.
VEYNE P. (1971). Comment on écrit l'histoire. Paris : Le Seuil.
11

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a O fazer historiográfico

Ppgecmresenha v 2
Ppgecmresenha v 2Ppgecmresenha v 2
Ppgecmresenha v 2adenilse
 
1377 002
1377 0021377 002
1377 002maurila
 
Paul Ricoeur - intencionalidade histórica
Paul Ricoeur -  intencionalidade históricaPaul Ricoeur -  intencionalidade histórica
Paul Ricoeur - intencionalidade históricacrislautert
 
A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)
A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)
A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)Vítor Vieira
 
Metamorfose da ciência
Metamorfose da ciência Metamorfose da ciência
Metamorfose da ciência nextfiocruz
 
A gênese musical do conceito de escalabilidade (2)
A gênese musical do conceito de escalabilidade (2)A gênese musical do conceito de escalabilidade (2)
A gênese musical do conceito de escalabilidade (2)Wilson Avilla
 
PALEONTOLOGIA E EDUCAÇÃO.pptx
PALEONTOLOGIA E EDUCAÇÃO.pptxPALEONTOLOGIA E EDUCAÇÃO.pptx
PALEONTOLOGIA E EDUCAÇÃO.pptxkessiasousa4
 
Capacidades transversais a desenvolver ao longo do 3.º Ciclo do Ensino Básico...
Capacidades transversais a desenvolver ao longo do 3.º Ciclo do Ensino Básico...Capacidades transversais a desenvolver ao longo do 3.º Ciclo do Ensino Básico...
Capacidades transversais a desenvolver ao longo do 3.º Ciclo do Ensino Básico...khistoria
 
O sistema das ciências e o lugar da Geografia - Hettner
O sistema  das ciências e o lugar da Geografia - HettnerO sistema  das ciências e o lugar da Geografia - Hettner
O sistema das ciências e o lugar da Geografia - HettnerAntônio Anjos
 
Cartilha Inércia e a Primeira Lei de Newton
Cartilha Inércia e a Primeira Lei de NewtonCartilha Inércia e a Primeira Lei de Newton
Cartilha Inércia e a Primeira Lei de NewtonWellington Sampaio
 
Teoria e prática científica – antônio joaquim severino
Teoria e prática científica – antônio joaquim severinoTeoria e prática científica – antônio joaquim severino
Teoria e prática científica – antônio joaquim severinoAna Faracini
 
Metodologia do trabalho científico - Antônio Joaquim Severino
Metodologia do trabalho científico - Antônio Joaquim SeverinoMetodologia do trabalho científico - Antônio Joaquim Severino
Metodologia do trabalho científico - Antônio Joaquim SeverinoAna Faracini
 
História e etnologia
História e etnologiaHistória e etnologia
História e etnologiafewfwefw
 
Teoria e prática científica - UFSCar 2011
Teoria e prática científica - UFSCar 2011Teoria e prática científica - UFSCar 2011
Teoria e prática científica - UFSCar 2011Matheus Almeida
 

Semelhante a O fazer historiográfico (20)

15209 80988-1-pb
15209 80988-1-pb15209 80988-1-pb
15209 80988-1-pb
 
Ppgecmresenha v 2
Ppgecmresenha v 2Ppgecmresenha v 2
Ppgecmresenha v 2
 
1377 002
1377 0021377 002
1377 002
 
Paul Ricoeur - intencionalidade histórica
Paul Ricoeur -  intencionalidade históricaPaul Ricoeur -  intencionalidade histórica
Paul Ricoeur - intencionalidade histórica
 
A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)
A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)
A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)
 
Tópicos capítulo 6
Tópicos capítulo 6  Tópicos capítulo 6
Tópicos capítulo 6
 
Aula 3 proust
Aula 3   proustAula 3   proust
Aula 3 proust
 
Metamorfose da ciência
Metamorfose da ciência Metamorfose da ciência
Metamorfose da ciência
 
A gênese musical do conceito de escalabilidade (2)
A gênese musical do conceito de escalabilidade (2)A gênese musical do conceito de escalabilidade (2)
A gênese musical do conceito de escalabilidade (2)
 
Módulo 0
Módulo 0Módulo 0
Módulo 0
 
PALEONTOLOGIA E EDUCAÇÃO.pptx
PALEONTOLOGIA E EDUCAÇÃO.pptxPALEONTOLOGIA E EDUCAÇÃO.pptx
PALEONTOLOGIA E EDUCAÇÃO.pptx
 
2 barros teoria
2 barros teoria2 barros teoria
2 barros teoria
 
O que é história
O que é históriaO que é história
O que é história
 
Capacidades transversais a desenvolver ao longo do 3.º Ciclo do Ensino Básico...
Capacidades transversais a desenvolver ao longo do 3.º Ciclo do Ensino Básico...Capacidades transversais a desenvolver ao longo do 3.º Ciclo do Ensino Básico...
Capacidades transversais a desenvolver ao longo do 3.º Ciclo do Ensino Básico...
 
O sistema das ciências e o lugar da Geografia - Hettner
O sistema  das ciências e o lugar da Geografia - HettnerO sistema  das ciências e o lugar da Geografia - Hettner
O sistema das ciências e o lugar da Geografia - Hettner
 
Cartilha Inércia e a Primeira Lei de Newton
Cartilha Inércia e a Primeira Lei de NewtonCartilha Inércia e a Primeira Lei de Newton
Cartilha Inércia e a Primeira Lei de Newton
 
Teoria e prática científica – antônio joaquim severino
Teoria e prática científica – antônio joaquim severinoTeoria e prática científica – antônio joaquim severino
Teoria e prática científica – antônio joaquim severino
 
Metodologia do trabalho científico - Antônio Joaquim Severino
Metodologia do trabalho científico - Antônio Joaquim SeverinoMetodologia do trabalho científico - Antônio Joaquim Severino
Metodologia do trabalho científico - Antônio Joaquim Severino
 
História e etnologia
História e etnologiaHistória e etnologia
História e etnologia
 
Teoria e prática científica - UFSCar 2011
Teoria e prática científica - UFSCar 2011Teoria e prática científica - UFSCar 2011
Teoria e prática científica - UFSCar 2011
 

Mais de MarliQLeite

Marli Quadros Leite Memorial
Marli Quadros Leite MemorialMarli Quadros Leite Memorial
Marli Quadros Leite MemorialMarliQLeite
 
Memorial Marli Quadros Leite
Memorial Marli Quadros LeiteMemorial Marli Quadros Leite
Memorial Marli Quadros LeiteMarliQLeite
 
Principais obras de aristóteles
Principais obras de aristótelesPrincipais obras de aristóteles
Principais obras de aristótelesMarliQLeite
 
O teeteto episteme
O teeteto  epistemeO teeteto  episteme
O teeteto epistemeMarliQLeite
 
Designação de campo ciência e epistemologia [3]
Designação de campo  ciência e epistemologia [3]Designação de campo  ciência e epistemologia [3]
Designação de campo ciência e epistemologia [3]MarliQLeite
 
Designação de campo ciência e epistemologia [1]
Designação de campo  ciência e epistemologia [1]Designação de campo  ciência e epistemologia [1]
Designação de campo ciência e epistemologia [1]MarliQLeite
 
Conhecimento no crátilo
Conhecimento no crátiloConhecimento no crátilo
Conhecimento no crátiloMarliQLeite
 
Aristóteles e o conhecimento
Aristóteles e o conhecimentoAristóteles e o conhecimento
Aristóteles e o conhecimentoMarliQLeite
 

Mais de MarliQLeite (8)

Marli Quadros Leite Memorial
Marli Quadros Leite MemorialMarli Quadros Leite Memorial
Marli Quadros Leite Memorial
 
Memorial Marli Quadros Leite
Memorial Marli Quadros LeiteMemorial Marli Quadros Leite
Memorial Marli Quadros Leite
 
Principais obras de aristóteles
Principais obras de aristótelesPrincipais obras de aristóteles
Principais obras de aristóteles
 
O teeteto episteme
O teeteto  epistemeO teeteto  episteme
O teeteto episteme
 
Designação de campo ciência e epistemologia [3]
Designação de campo  ciência e epistemologia [3]Designação de campo  ciência e epistemologia [3]
Designação de campo ciência e epistemologia [3]
 
Designação de campo ciência e epistemologia [1]
Designação de campo  ciência e epistemologia [1]Designação de campo  ciência e epistemologia [1]
Designação de campo ciência e epistemologia [1]
 
Conhecimento no crátilo
Conhecimento no crátiloConhecimento no crátilo
Conhecimento no crátilo
 
Aristóteles e o conhecimento
Aristóteles e o conhecimentoAristóteles e o conhecimento
Aristóteles e o conhecimento
 

Último

Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptxMarlene Cunhada
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.denisecompasso2
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxMarcosLemes28
 
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPoesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPabloGabrielKdabra
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docPauloHenriqueGarciaM
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...PatriciaCaetano18
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedJaquelineBertagliaCe
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeitotatianehilda
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...marcelafinkler
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...azulassessoria9
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfAutonoma
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Cabiamar
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...andreiavys
 
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geralQUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geralAntonioVieira539017
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxFlviaGomes64
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 

Último (20)

Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPoesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geralQUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 

O fazer historiográfico

  • 1. O fazer historiográfico Marli Quadros Leite – USP/CNPq
  • 2. A estrutura do saber histórico O evento: toda mudança que intervém no desenvolvimento da história, mesmo em um tempo muito longo.” (Veyne, 1971) Os conceitos: não são propriamente históricos, salvo em raras ocasiões; são emprestados de outras ciências, por exemplo das ciências da linguagem, e do senso comum. As entidades: fatos e ideias (conceitos) que englobam um domínio, um período, um tema, são essas entidades de primeira ordem. 2
  • 3. A compreensão da história “O evento histórico é tudo o que não é o óbvio. É uma diferença.” (Veyne, 1971) A pesquisa histórica busca mostrar o progresso da ciência no curso da história. 3
  • 4. Caminhos da história Condições de produção do evento – o horizonte de retrospecção. (Auroux, 1995) Esquema de conteúdo. Causas finais. 4
  • 5. Domínio dos objetos históricos Conjunto de entidades suscetíveis de apoiar empiricamente o trabalho do historiador. Emergência de novas entidades. Irreversibilidade das sequências emergentes. Relação intrínseca com o tempo. 5
  • 6. O trabalho do historiador Colocar a questão geral da mudança (por que, como e quando) e da essência dos objetos submetidos à mobilidade. Investigar ligações causais de seu objeto com outros que lhe são relacionados. 6
  • 7. Princípios do trabalho científico em história Definição fenomenológica do objeto. Neutralidade epistemológica. Historicismo moderado. 7
  • 8. “Não ganho nada, do ponto de vista da explicação, se apenas observar que os primeiros gramáticos do islandês apresentam as ‘letras’ dessa língua com base em diferenças fonéticas mínimas, explicando-as por pares de palavras em oposição. Fazendo isso, digo, simplesmente, que esses gramáticos foram os “precursores” da fonologia. Vou mais longe se observo que o problema deles é apresentar os quadros segundo a classificação aristotélica de encaixamento das categorias separadas por diferenças específicas. Necessitaria, além disso, seguir esta representação, testar eventualmente sua estabilidade no curso do tempo e, finalmente, ver se ele tem uma relação causal com a fonologia.” (Auroux 2007, p. 159, nota 1) 8
  • 9. Prática da história: dimensões um sistema de objetos (isto é, uma representação construída a partir do domínio dos objetos); um parâmetro temporal; um parâmetro espacial; um sistema de parametrização externa que liga o sistema de objetos a seu contexto; um sistema de interpretantes.(Auroux, 2007) 9
  • 10. O tempo e os objetos da história “Pode-se definir esta característica [interna e essencial da localização dos objetos na história], dizendo que “B” é histórico se ele não tem existência sem um “A” que o precede em uma sequência irreversível; as sequências históricas têm a particularidade de fazer nascer propriedades ou configurações totalmente novas e largamente imprevisíveis”. (Aurox, 2007) 10
  • 11. Bibliografia AUROUX, Sylvain (1979). Introdução. La sémiotique des encyclopédistes. Paris : Payot. [Introdução] _________ (1995). L'histoire des sciences du langage et le paradoxe historiographique. Le gré des langues, n. 8, p. 40-63. _________ (2006). Les modes d’historicisation. Histoire Épistemologie Langages, 28/1, p. 105-116 ©SHESL. _________ (2007). La question de l’origine des langues, suivi de L’historicité des sciences. Paris : PUF. HESSEN, Johannes (1987 [1926]). Teoria do conhecimento. 8ed. Trad. do alemão por António Correia. Coimbra : Portugal. VEYNE P. (1971). Comment on écrit l'histoire. Paris : Le Seuil. 11