2. Organon
Reunião dos escritos lógicos de Aristóteles (já que se considerava a
lógica apenas um instrumento da ciência, um organon). Os escritos
procuram instrumentalizar a lógica para o pensamento filosófico,
dividida em seis partes: 1ª) CATEGORIAS; 2ª) DA INTERPRETAÇÃO; 3ª)
ANALÍTICOS ANTERIORES; 4ª) ANALÍTICOS POSTERIORES; 5ª) TÓPICOS; 6ª) ELENCOS
SOFÍSTICOS.
A primeira das obras integrantes do Organon, os “Tópicos”, classificam
os diferentes modos de atribuição de um predicado a um sujeito. Há o
esboço da teoria do silogismo, consolidada apenas na primeira
analítica, com o propósito de demonstrar a correção formal do
raciocínio, independentemente de sua verdade objetiva ou ao
explicitar conteúdos de uma essência sem apoio da experiência.
Também no Organon, na “Segunda Analítica”, encontra-se uma
operação criadora, capaz de converter um saber potencial num saber
atual. É a ideia geral que representa a elaboração que transcende os
dados da percepção direta e que requer uma complementação do
método silogístico, que parte do geral para o particular, método
dedutivo, mas também do particular ao geral, método indutivo.
3. Metafísica
A metafísica:
é o estudo daquilo que está além da Física (physis), da natureza
material e merece o nome de “sabedoria”, pois é da natureza do
homem o querer conhecer as causas universais. A metafísica era
chamada originalmente por Aristóteles de “filosofia primeira”.
busca os primeiros princípios (“princípio”, define o filósofo, é a
parte de uma coisa a partir da qual se pode empreender o primeiro
movimento) e as causas supremas (“causa” como aquilo em função
de cuja presença alguma coisa vem a ser). Os conceitos específicos
sugerem perceber que um aspecto essencial da metafísica é a
universalidade, a generalidade.
Hierarquizada pelo estagirita como mais importante que as demais
ciências. Algumas citações dão o ensejo sobre o sentido da
metafísica: “As outras ciências, em verdade, são mais necessárias
do que esta, porém nenhuma é melhor”. (Metafísica I, 1, 938a, 10);
ou então que ela é “a ciência que estuda o Ser enquanto Ser”
(Metafísica IV, 1, 1003a 21-26).
4. Física
É um tratado de oito livros de Aristóteles. Resultado de uma reconstrução-
compilação, feita provavelmente por Andrônico de Rodes (século 1 a.C.) –
erudito da escola peripatética, por volta do século 1 a.C. –, versa sobre
fragmentos escritos encontrados em Estagira, em distintas épocas e trata de
distintos argumentos sobre os temas da Física.
o livro 1 trata dos princípios do devir;
o livro 2 é um tratado sobre as quatro causas, que retoma em parte o
pensamento de Empédocles;
os livros 3, 4, 5 e 6 constituem um estudo orgânico sobre o conceito de
mutação (o movimento) e os conceitos relacionados de infinito, lugar,
tempo e continuidade;
o livro 7 continua, de modo totalmente autônomo, a análise do
movimento, introduzindo o conceito de motor;
o livro 8 trata da existência de um primeiro motor imóvel e eterno.
O conjunto dos livros mostra a concepção aristotélica sobre o devir – nas
relações de potência e ato, a partir da noção de substância, a noção de
infinito como o ser em potência, a relação de espaço e de lugar, sobre o
tempo, a noção do primeiro motor imóvel.
5. Ética a Nicômaco
Principal obra do pensamento moral em Aristóteles, que posteriormente também fundamentou a
ética ocidental. Apresenta uma seleção de textos e é dedicada a seu filho Nicômaco. É composta
por dez livros, contendo o que Aristóteles denomina virtudes éticas e virtudes dianoéticas, assim
como o modo para se alcançar a felicidade. Assim:
no livro 1 é tratada a questão teleológica de sua ética e sobre a natureza da felicidade;
o livro 2 trata do contraste entre a natureza das virtudes intelectuais e as virtudes morais;
no livro 3, fala-se das virtudes morais do valor e da temperança;
no livro 4 há uma análise sobre as virtudes morais da generosidade, da magnificência, a
magnanimidade e a mansidão;
o livro 5 trata da virtude da justiça, distinguindo a justiça legal, o universal, e a justiça
equitativa, o particular; esta última dividida por sua vez em justiça distributiva, corretiva e
comutativa;
o livro 6 investiga a natureza das virtudes intelectuais (dianoética), relacionadas com o saber
teórico (sabedoria, ciência e intelecto) e as virtudes intelectuais relacionadas com o saber
prático;
o livro 7 estuda o problema da continência e da incontinência;
o livro 8 é um amplo estudo sobre a amizade, em suas diferentes classes e regimes políticos;
o livro 9, o penúltimo, trata da amizade, dessa vez para diferenciá-la da benevolência;
o livro 10, é uma análise sobre o prazer e sobre a felicidade, sintetizando a compreensão
geral sobre esse conceito.
6. Poética
Texto no qual o filósofo sistematiza conceitos sobre a poesia, a
tragédia e a epopeia. Ali Aristóteles trata principalmente da
questão da mimese e do efeito catártico na obra teatral. Nessa
obra, o filósofo defende uma leitura diferente da que é feita
por Platão, o qual, no livro 10 da República, escreve que a
poesia "destrói a parte racional" da alma humana, pois cria
imagens que não correspondem com a verdade.
Aristóteles analisa obras de Sófocles e Eurípedes. Para ele, a
poesia pode ser utilizada como uma ferramenta para educar
as pessoas. O filósofo acreditava que as poesias poderiam ser
fonte de conhecimento e ensinamentos morais. O livro
pretende, portanto, ensinar a produzir o melhor tipo de
poesia.
7. Retórica
É composta de três livros, os quais foram
compilados a partir das anotações feitas pelos
alunos do filósofo grego. Esse texto acabaria se
tornando importantíssimo, pois foi utilizado para
classificar e ordenar as várias formas de discursos
vigentes da época. Essa organização, com raras
modificações, se manteve até os nossos dias.
Texto retirado de
http://www.namu.com.br/filosofia/aristoteles/prin
cipais-obras