Sócrates acreditava que o único conhecimento verdadeiro é saber que nada se sabe. Ele usava o método dialético, fazendo perguntas para levar as pessoas a questionarem suas próprias crenças e alcançarem um entendimento mais profundo. Sócrates foi condenado à morte por questionar os valores estabelecidos em Atenas.
2. Sócrates nasceu em
Atenas no ano 470 a.C
em tempos de glória
democrática.
Filho de um escultor e de
uma parteira, foi
soldado, escultor,
senador e a partir da
maturidade, filósofo.
3. Ideias fundamentais para compreender a
filosofia socrática:
“Conhece-te a ti
mesmo” - máxima
inspirada na inscrição
do portal de entrada
do Oráculo de Delfos
(centro sagrado de
consulta aos deuses
gregos)
4. Ideias fundamentais para compreender a
filosofia socrática:
“Só sei que nada
sei” – máxima
proferida por
Sócrates ao saber
que era considerado
o homem mais sábio
de Atenas.
5. O MÉTODO SOCRÁTICO:
1º momento IRONIA = consiste em perguntar, simulando
não saber. Desse modo, o interlocutor expõe sua opinião,
à qual Sócrates contrapõe argumentos que o fazem
perceber a ilusão do conhecimento.
2º momento MAIÊUTICA = centra-se na investigação dos
conceitos. Para tanto, Sócrates faz novas perguntas para
que seu interlocutor possa refletir. Portanto, não
transmite conhecimento, mas leva o interlocutor a rever
criticamente suas ideias e concepções, construindo a
partir do diálogo e de si mesmo um novo conhecimento
mais crítico e aprofundado sobre o tema em debate.
6. Ironia e maiêutica = compõem a
chamada dialética socrática.
Dialética socrática = exercício de contrapor
argumentos contrários.
- Basicamente a dialética socrática apresenta três
elementos: a TESE, a ANTÌTESE e a SÍNTESE.
TESE = afirmação X ANTÌTESE = oposição a
essa afirmação
- no embate entre TESE e ANTÌTESE, surge o terceiro
elemento: a SÍNTESE.
SÍNTESE = resultado do raciocínio. Prevalência do
intelecto sobre a opinião (doxa).
7. Para compreender o método socrático:
- Ler o texto disponível no fórum de discussões: “Górgias: é melhor sofrer
uma injustiça do que praticá-la”
- Referência: MARCONDES, Danilo. Textos básicos de Ética: de Platão a
Foucault. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. p.22-23.
- O texto mostra um diálogo entre os personagens Sócrates e Polo, os
quais, entre outros interlocutores, refletiam sobre a justiça.
- Depois da leitura e análise do texto, responda no fórum: “Você
concorda com a tese socrática de que cometer uma injustiça
corresponde a um mal maior do que sofrê-la? Por quê?
- Os colegas deverão comentar sua resposta, se necessário, com réplicas
e tréplicas procurando seguir o método da dialética socrática.
8. O fim de Sócrates
Foi condenado à morte por envenenamento com
cicuta.
Foi acusado de dois (falsos) crimes:
1º - corromper os jovens com suas ideias
subversivas;
2º - negar a existência dos deuses atenienses;
- recusou-se abrir mão de suas ideias que o
libertaria da condenação à morte, abrandando a
pena, enviando-lhe para o exílio.
- Enfrentou a morte aos 71 anos de idade como um
ato de coerência e dignidade.
9. Ao despedir-se de seus alunos e discípulos, fez o seguinte
pronunciamento que encontramos na obra de Platão
“Apologia de Sócrates”:
“Se de fato, é como um sono, a morte seria um maravilhoso
presente, por quanto todo tempo se resume a uma única noite.
Se ao contrário, a morte é como que uma passagem deste para
outro lugar, e que lá se encontram todos os mortos, qual bem
que poderia existir ó juízes, maior do que este? [...] mas já é
hora de irmos, eu para morte, e vós para viverdes. Quem vai
para melhor sorte? - isto é segredo.”
10. PARA NÃO CONCLUIR. . .
Sócrates não está voltado para si mesmo como um
pensador alheio ao mundo, e sim na praça
pública.
Seu conhecimento não deriva de um saber
acabado, porque é vivo e em processo de se fazer,
tendo por conteúdo a experiência cotidiana.
Guia-se pelo princípio de que nada sabe e, dessa
perplexidade primeira, inicia a interrogação e o
questionamento de tudo que parece óbvio –
“desbanaliza o banal”; “desnaturaliza aquilo que
aparenta natural”
11. Ao criticar o saber dogmático, não quer com isso dizer que ele
próprio seja detentor de um saber. Desperta as consciências
adormecidas, mas não considera um “farol” que ilumina: o
caminho novo deve ser construído pela discussão, que é
intersubjetiva, e pela busca das soluções.
Sócrates é “subversivo” porque “desnorteia”, perturba a
“ordem” do conhecer e do fazer, e por isso incomoda tanto os
poderosos.
12. Revendo o que discutimos:
A partir do que você estudou sobre Sócrates, responda:
a) O que significa a máxima socrática “só sei que nada sei”? Ela
se refere somente a Sócrates ou à própria natureza da
filosofia? Como?
b) Em que consiste o método socrático? Explique.
c) Os inimigos de Sócrates acusavam-no de corromper a
juventude. Segundo a tradição filosófica, seria outra a
intenção do filósofo. Explique.
d) Na sua opinião, se Sócrates vivesse hoje, quem seriam os
seus inimigos?