2. Conhecer a coisa
Julgamos conhecer cientificamente uma coisa
qualquer, sem mais (e não do modo sofístico,
por concomitância), quando julgamos
reconhecer, a respeito da causa pela qual a coisa
é, que ela é causa disso, e que não é possível ser
de outro modo” (71b 9-12).
3. Segundos Analíticos II, 1-2
Conhecemos, em sentido estrito, que certo sujeito tem certo
atributo e, cientes desse fato, procuramos conhecer por que
essa atribuição é o caso, e somente ao conhecer o porquê
alcançamos o conhecimento científico.
Observação:
O conhecimento do porquê da coisa pressupõe e requer o
conhecimento de definições, o conhecimento do sentido dos
termos etc., e Aristóteles reconhece que há outro gênero de
conhecimento (71b 16-17), que é a apreensão imediata
daquilo que não pode ser demonstrado (72b 18-20). Embora o
interesse maior aqui recaia no fato de as conclusões das
demonstrações relatarem fatos proposicionais.
4. Características do argumento sofístico
(1) um argumento é sofístico quando ele parece concluir
de modo válido, mas, de fato, não conclui, antes,
comete um erro formal de inferência (cf. Tópicos 100b
25, 101a 2-4, 162b 3-5); = o argumento parece
concluir de modo válido;
(2) um argumento é sofístico quando, seja ele uma
inferência válida ou não, ele toma como se fossem aceitas
como verdadeiras premissas que, de fato, não são
verdadeiras nem aceitas como verdadeiras (cf. Tópicos
100a 23-25, 101a 1-2); = argumento parece constituir-se
de proposições verdadeiras
5. Características do argumento sofístico
(3) finalmente, um argumento é sofístico
quando, mesmo sendo uma inferência válida e
mesmo sendo constituído de proposições
verdadeiras, ele parece explicar sua conclusão
de modo adequado, mas, de fato, não explica a
conclusão pelo porquê adequado (171b 11-12,
162b 7-8). = o argumento parece explicar
adequadamente seu explanandum.
6. Bibliografia
Angioni, Lucas (2007). O conhecimento científico
no livro I dos Segundos Analíticos de Aristóteles.
Journal of Ancient Philosophy vol. I, Issue 2.