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1
Breve panorama da Literatura Infantil e Juvenil no Brasil
Marcia A. Paganini Cavéquia1
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no
colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o
seu amante (LISPECTOR, 1996, p. 54).
Os livros e a descoberta do prazer na infância e juventude
No conto Felicidade clandestina, do qual foi extraída a epígrafe deste texto, Clarice
Lispector descreve, com deliciosa lascívia e inimitável sensibilidade, a atração que
determinado livro, certa feita, exerceu sobre a narradora-personagem, a ansiedade por
conseguir tal objeto, o êxtase de possuí-lo:
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele,
comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-
me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformara na própria esperança da alegria: eu
não vivia, eu nadava suave, as ondas me levavam e me traziam.
(...)
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro
na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando
como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso
com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até
chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu
coração pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para
depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas
maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo
comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro,
achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades
para aquela coisa clandestina que era a felicidade (LISPECTOR, 1996, p.
53-54).
Nesse conto autobiográfico, o livro objeto de desejo era Reinações de Narizinho. Para
a narradora-personagem, uma menina por volta de seus treze anos, que vivia a saltitar pelas
ruas de Recife, tê-lo em mãos e usufruir de tão cobiçada leitura era mesmo uma felicidade, e
tão grande que se fazia necessário ser clandestina.
1
Autora de Livros Didáticos de Língua Portuguesa e Letramento e Alfabetização Linguística. Especialista em Metodologia
da Ação Docente pela UEL. Mestranda em Educação na UEL.
marciacavequia@hotmail.com
2
O escritor e desenhista Ziraldo também teve seu encontro determinante e inesquecível
com Reinações de Narizinho. Ele narra que seu pai lera quando menino um livro intitulado
Narizinho Arrebitado, do qual jamais se esquecera. Isso se deu no começo dos anos 1920,
tendo depois disso perdido totalmente o contato com a obra. Passados vinte anos, o filho de
seu Geraldo volta da escola com um livro chamado Reinações de Narizinho. Ziraldo relata,
em uma entrevista, o momento em que, livro em mãos, interpela o pai:
“Não será esta menina aqui a sua Narizinho Arrebitado, pai?” E ele me
perguntou: “Como é o nome do autor do livro?” Eu disse: “Um tal de
Monteiro Lobato!”
O rosto do meu pai se iluminou e, a partir desse dia, o Monteiro Lobato e eu
ficamos amigos para sempre (FEITOSA, 1997, p. 6-7).
Ziraldo e Clarice são exemplos, dentre tantos outros, de pessoas que tiveram suas
vidas pessoais e profissionais marcadas pelo encontro com o livro. Após iniciarem-se
enquanto leitores da obra lobatiana, acabaram por se tornar eles mesmos os “magos” a
iniciarem outros meninos e meninas no “ritual” do amor aos livros.
Quantas crianças e quantos jovens também sentiram felicidade semelhante,
proporcionada pela leitura das aventuras dos moradores do Sítio do Picapau Amarelo.
Quantos meninos puseram-se a acompanhar Pedrinho em suas caçadas, bodoque na mão no
encalço de onça-pintada ou nas suas tentativa de pegar saci com peneira de cruzeta. Quantas
meninas acompanharam Narizinho no passeio ao Reino das Águas Claras.
Dada a importância da literatura infantil e juvenil brasileira na formação e
emancipação de leitores, este artigo se propõe a traçar um panorama, ainda que breve, de suas
origens, tratar da influência singular exercida por Monteiro Lobato, além de apresentar
algumas formas de acesso ao livro literário para crianças e jovens.
A Literatura Infantil e Juvenil no Brasil: origens
No Brasil, até o século XIX, a literatura destinada a crianças e jovens era importada,
sendo majoritariamente constituída de traduções feitas em Portugal. Consistia numa literatura
cara e, obviamente, para poucos. Não havia editoras no país e mesmo autores brasileiros
tinham seus textos impressos na Europa.
Iniciou-se nos primórdios do século XX um movimento em reação a essa situação.
Autores como Olavo Bilac, Coelho Neto, Manuel Bonfim e Tales Andrade passaram a ter
seus livros publicados, isso graças à escola, que necessitava de literatura para ensinar bons
hábitos e valores. Nessa mesma época, começaram a aparecer no mercado editorial traduções,
3
feitas por nossos escritores, que, devido à má remuneração desse tipo de trabalho, impediam
que seus nomes constassem dos livros (SANDRONI, 1998).
No começo do século XX, ocorre no mercado editorial um fato que viria a mudar, para
sempre e irremediavelmente, o rumo da literatura infantojuvenil brasileira: Monteiro Lobato
publica, em 1921, A menina do narizinho arrebitado, iniciando nova fase literária da
produção brasileira destina a crianças e jovens. A partir de então tem-se uma mudança nos
paradigmas de o que publicar para os leitores infantojuvenis.
A obra de Lobato foi tão importante e alcançou tanto sucesso junto ao público que
durante décadas “o panorama da literatura destinada a crianças e a jovens permaneceu semi-
estagnado, com várias e frustradas tentativas de imitação” (SANDRONI, 1998, p. 15).
Destacaram-se, contudo, escritores como Menotti Del Picchia, Malba Tahan, José Lins
do Rego, Viriato Correia, Érico Veríssimo, Vicente Guimarães, Ofélia e Narbal Fontes,
Orígenes Lessa, Lúcia Machado de Almeida, Maria José Dupré. Em meio à escassez de
editoras e à aridez de leitores, conseguiram, em maior ou menor grau, produzir obras de
considerável qualidade.
É a partir da década de 1970 que esse panorama começa a mudar, motivada pela lei de
reforma de ensino que obriga a adoção de livros de autor brasileiro nas escolas de 1º grau.
Surgem, assim, escritores como Fernanda Lopes de Almeida, Ruth Rocha, Ana Maria
Machado, Marina Colasanti e Eliardo França. Trata-se de autores que compuseram/compõem
uma literatura com fortes traços lobatianos, em que o lúdico, o inventivo, o real e o
imaginário são preponderantes, além da busca pela linguagem e cultura brasileiras.
Nas décadas de 1980 e 1990, grande foi a expansão da produção literária para a
infância e juventude. Atualmente, no tecnológico e globalizado século XXI, a produção tem
tido crescimento realmente significativo, tanto quantitativa quanto qualitativamente.
Nelly Novaes Coelho, em seu Dicionário Crítico de Literatura Infantil e Juvenil
Brasileira, realiza um trabalho exaustivo e de valor imensurável aos estudiosos do assunto.
Com a primeira edição em 1983, recebeu outras edições: 1984, 1988, 1995 e 2006. Nessa
referência, a autora divide as obras resenhadas, obedecendo a um critério histórico que se
funda em Monteiro Lobato como marco divisório. Desse modo, considera os autores
precursores a Lobato (Período Pré-lobatiano (1808-1920), Literatura Infantil/Juvenil Moderna
(Período lobatiano) e Pós-moderna (Período Pós-lobatiano).
Embora, no Brasil, por vários fatores dos quais não intenciono tratar nesse momento, o
livro continue sendo um bem caro, o que dificulta seu alcance pelas camadas de poder
aquisitivo mais baixo, o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), do Governo
4
Federal, tem possibilitado o acesso de inúmeras crianças a obras literárias de qualidade. A
recente publicação Programa Nacional Biblioteca da Escola: (PNBE): leituras e bibliotecas
nas escolas públicas brasileiras relata uma importante pesquisa avaliativa realizada com o
objetivo de obter subsídios sobre o uso que vem sendo feito dos livros que são encaminhados
às escolas e sobre o impacto desse programa na formação de leitores. Ao divulgar o resultado
dessa pesquisa, o MEC tem por objetivo colaborar com gestores e professores em suas
reflexões acerca das práticas de leitura desenvolvidas na escola, à formação do professor e à
situação do espaço físico necessário para a implantação da biblioteca escolar (BRASIL,
2008).
A publicação Formação de Leitores (elaborada pelo MEC/SEB e publicada em 2006)
também muito tem a colaborar com o crescimento e melhoria da leitura no Brasil. Trata-se de
uma coleção composta de 3 volumes: Por uma política de formação de leitores, Dicionários
em sala de aula e Biblioteca na escola.
Outros projetos e programas de incentivo à leitura também têm prestado grande
serviço no processo de vulgarização dos livros e fomento de leitores. Abaixo, descrevo alguns
deles:
Programa Livro Aberto: propõe-se a implantar bibliotecas públicas em municípios
que não as possuem e revitalizar as já existentes.2
Instituto Pró-Livro (IPL): associação de caráter privado e sem fins lucrativos
mantida com recursos constituídos principalmente por contribuições de entidades do mercado
editorial, com o objetivo principal de fomento à leitura e à difusão do livro.3
Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL): consiste em um conjunto de projetos,
programas, atividades e eventos na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas em
desenvolvimento no país, empreendidos pelo Estado (em âmbito federal, estadual e
municipal) e pela sociedade. A prioridade do PNLL é transformar a qualidade da capacidade
leitora do Brasil e trazer a leitura para o dia a dia do brasileiro.4
Projeto de Incentivo à Leitura: conjunto de ações que apóiam as escolas na
democratização do acesso ao mundo da literatura. Isso significa possibilitar a interação com a
cultura escrita por parte dos professores, dos alunos e da comunidade, além de desenvolver
suas respectivas competências leitoras.5
2
Disponível em: <http://www.vivaleitura.com.br/pnll2/mapa_show.asp?proj=25>. Acesso em: 6 jan. 2010.
3
Disponível em: <http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/texto.asp?id=3>. Acesso em: 6 jan. 2010.
4
Disponível em: <http://www.pnll.gov.br>. Acesso em: 6 jan. 2010.
5
Disponível em: <http://revistaescola.abril.ig.com.br/fvc/projetos_FVC/incentivo_leitura/o_que_e.htm>. Acesso em: 6 jan.
2010.
5
Conclusão
Ao traçarmos este brevíssimo panorama da literatura infantojuvenil, tive a intenção
(pretensão?) de colaborar com professores e outros mediadores de leitura para se situarem em
relação ao mercado editorial recente, de modo a ter e promover o acesso ao livro literário de
modo crítico, consciente e habitual. Selecionar livros para compor o acervo, por menor que
seja ele, com o qual o mediador vai trabalhar com seus alunos deve ser uma tarefa realizada
com bastante cuidado e destreza. Para isso, é importante que se conheça a literatura
infantojuvenil atual, bem como suas origens. E não há outro modo de conhecer senão lendo.
Saber o que há publicado e relançado é imprescindível. Para tanto, pode-se consultar/folhear
catálogos, acessar a sites de editoras e livrarias virtuais, ler seções de jornais e revistas
destinadas a publicar resenhas/sinopses de livros, visitar livrarias e bibliotecas físicas,
consultar dicionários especializados, trocar experiências com outros mediadores.
Ao tomar tais atitudes, é bem provável que o mediador se surpreenda com a expressiva
quantidade de títulos, tanto de literatura brasileira quanto de boas traduções. É provável
também que essa surpresa, embora boa por saber que há muita coisa sendo publicada,
transforme-se em angústia por saber que é praticamente impossível adquirir e ler todos os
títulos. Porém, o mediador deve ter em mente que pode fazer sua seleção, valendo-se de sua
experiência de leitor, de suas afinidades pessoais e de indicações confiáveis. Esse ponto de
vista trará, certamente, bastante conforto àqueles que amam literatura infantil e juvenil e dela
fazem muito mais que uma ferramenta de trabalho: um estilo de vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa Nacional Biblioteca da Escola: (PNBE):
leituras e bibliotecas nas escolas públicas brasileiras. Secretaria de Educação Básica, Coordenação
Geral de Materiais Didáticos; elaboração Andréa Berenblum e Jane Paiva. Brasília: Ministério da
Educação, 2008.
COELHO, Nelly Novaes. Dicionário Crítico de Literatura Infantil e Juvenil Brasileira: séculos
XIX e XX. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995.
FEITOZA, Mirna. O narizinho que se meteu na literatura. In: Folha de São Paulo. São Paulo, 13
set. 1997. Folhinha. p. 6-7.
LISPECTOR, Clarice. O primeiro beijo e outros contos. 12. ed. São Paulo: Ática, 1996. Felicidade
Clandestina, p. 52-55
6
SANDRONI, Laura. De Lobato à década de 1970. In: SERRA, Elizabeth D’Angelo (org.). 30 anos
de literatura para crianças e jovens: algumas leituras. Campinas: Mercado de Letras / Associação
de Leitura do Brasil, 1998.

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  • 1. 1 Breve panorama da Literatura Infantil e Juvenil no Brasil Marcia A. Paganini Cavéquia1 Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante (LISPECTOR, 1996, p. 54). Os livros e a descoberta do prazer na infância e juventude No conto Felicidade clandestina, do qual foi extraída a epígrafe deste texto, Clarice Lispector descreve, com deliciosa lascívia e inimitável sensibilidade, a atração que determinado livro, certa feita, exerceu sobre a narradora-personagem, a ansiedade por conseguir tal objeto, o êxtase de possuí-lo: Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse- me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformara na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava suave, as ondas me levavam e me traziam. (...) Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade (LISPECTOR, 1996, p. 53-54). Nesse conto autobiográfico, o livro objeto de desejo era Reinações de Narizinho. Para a narradora-personagem, uma menina por volta de seus treze anos, que vivia a saltitar pelas ruas de Recife, tê-lo em mãos e usufruir de tão cobiçada leitura era mesmo uma felicidade, e tão grande que se fazia necessário ser clandestina. 1 Autora de Livros Didáticos de Língua Portuguesa e Letramento e Alfabetização Linguística. Especialista em Metodologia da Ação Docente pela UEL. Mestranda em Educação na UEL. marciacavequia@hotmail.com
  • 2. 2 O escritor e desenhista Ziraldo também teve seu encontro determinante e inesquecível com Reinações de Narizinho. Ele narra que seu pai lera quando menino um livro intitulado Narizinho Arrebitado, do qual jamais se esquecera. Isso se deu no começo dos anos 1920, tendo depois disso perdido totalmente o contato com a obra. Passados vinte anos, o filho de seu Geraldo volta da escola com um livro chamado Reinações de Narizinho. Ziraldo relata, em uma entrevista, o momento em que, livro em mãos, interpela o pai: “Não será esta menina aqui a sua Narizinho Arrebitado, pai?” E ele me perguntou: “Como é o nome do autor do livro?” Eu disse: “Um tal de Monteiro Lobato!” O rosto do meu pai se iluminou e, a partir desse dia, o Monteiro Lobato e eu ficamos amigos para sempre (FEITOSA, 1997, p. 6-7). Ziraldo e Clarice são exemplos, dentre tantos outros, de pessoas que tiveram suas vidas pessoais e profissionais marcadas pelo encontro com o livro. Após iniciarem-se enquanto leitores da obra lobatiana, acabaram por se tornar eles mesmos os “magos” a iniciarem outros meninos e meninas no “ritual” do amor aos livros. Quantas crianças e quantos jovens também sentiram felicidade semelhante, proporcionada pela leitura das aventuras dos moradores do Sítio do Picapau Amarelo. Quantos meninos puseram-se a acompanhar Pedrinho em suas caçadas, bodoque na mão no encalço de onça-pintada ou nas suas tentativa de pegar saci com peneira de cruzeta. Quantas meninas acompanharam Narizinho no passeio ao Reino das Águas Claras. Dada a importância da literatura infantil e juvenil brasileira na formação e emancipação de leitores, este artigo se propõe a traçar um panorama, ainda que breve, de suas origens, tratar da influência singular exercida por Monteiro Lobato, além de apresentar algumas formas de acesso ao livro literário para crianças e jovens. A Literatura Infantil e Juvenil no Brasil: origens No Brasil, até o século XIX, a literatura destinada a crianças e jovens era importada, sendo majoritariamente constituída de traduções feitas em Portugal. Consistia numa literatura cara e, obviamente, para poucos. Não havia editoras no país e mesmo autores brasileiros tinham seus textos impressos na Europa. Iniciou-se nos primórdios do século XX um movimento em reação a essa situação. Autores como Olavo Bilac, Coelho Neto, Manuel Bonfim e Tales Andrade passaram a ter seus livros publicados, isso graças à escola, que necessitava de literatura para ensinar bons hábitos e valores. Nessa mesma época, começaram a aparecer no mercado editorial traduções,
  • 3. 3 feitas por nossos escritores, que, devido à má remuneração desse tipo de trabalho, impediam que seus nomes constassem dos livros (SANDRONI, 1998). No começo do século XX, ocorre no mercado editorial um fato que viria a mudar, para sempre e irremediavelmente, o rumo da literatura infantojuvenil brasileira: Monteiro Lobato publica, em 1921, A menina do narizinho arrebitado, iniciando nova fase literária da produção brasileira destina a crianças e jovens. A partir de então tem-se uma mudança nos paradigmas de o que publicar para os leitores infantojuvenis. A obra de Lobato foi tão importante e alcançou tanto sucesso junto ao público que durante décadas “o panorama da literatura destinada a crianças e a jovens permaneceu semi- estagnado, com várias e frustradas tentativas de imitação” (SANDRONI, 1998, p. 15). Destacaram-se, contudo, escritores como Menotti Del Picchia, Malba Tahan, José Lins do Rego, Viriato Correia, Érico Veríssimo, Vicente Guimarães, Ofélia e Narbal Fontes, Orígenes Lessa, Lúcia Machado de Almeida, Maria José Dupré. Em meio à escassez de editoras e à aridez de leitores, conseguiram, em maior ou menor grau, produzir obras de considerável qualidade. É a partir da década de 1970 que esse panorama começa a mudar, motivada pela lei de reforma de ensino que obriga a adoção de livros de autor brasileiro nas escolas de 1º grau. Surgem, assim, escritores como Fernanda Lopes de Almeida, Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Marina Colasanti e Eliardo França. Trata-se de autores que compuseram/compõem uma literatura com fortes traços lobatianos, em que o lúdico, o inventivo, o real e o imaginário são preponderantes, além da busca pela linguagem e cultura brasileiras. Nas décadas de 1980 e 1990, grande foi a expansão da produção literária para a infância e juventude. Atualmente, no tecnológico e globalizado século XXI, a produção tem tido crescimento realmente significativo, tanto quantitativa quanto qualitativamente. Nelly Novaes Coelho, em seu Dicionário Crítico de Literatura Infantil e Juvenil Brasileira, realiza um trabalho exaustivo e de valor imensurável aos estudiosos do assunto. Com a primeira edição em 1983, recebeu outras edições: 1984, 1988, 1995 e 2006. Nessa referência, a autora divide as obras resenhadas, obedecendo a um critério histórico que se funda em Monteiro Lobato como marco divisório. Desse modo, considera os autores precursores a Lobato (Período Pré-lobatiano (1808-1920), Literatura Infantil/Juvenil Moderna (Período lobatiano) e Pós-moderna (Período Pós-lobatiano). Embora, no Brasil, por vários fatores dos quais não intenciono tratar nesse momento, o livro continue sendo um bem caro, o que dificulta seu alcance pelas camadas de poder aquisitivo mais baixo, o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), do Governo
  • 4. 4 Federal, tem possibilitado o acesso de inúmeras crianças a obras literárias de qualidade. A recente publicação Programa Nacional Biblioteca da Escola: (PNBE): leituras e bibliotecas nas escolas públicas brasileiras relata uma importante pesquisa avaliativa realizada com o objetivo de obter subsídios sobre o uso que vem sendo feito dos livros que são encaminhados às escolas e sobre o impacto desse programa na formação de leitores. Ao divulgar o resultado dessa pesquisa, o MEC tem por objetivo colaborar com gestores e professores em suas reflexões acerca das práticas de leitura desenvolvidas na escola, à formação do professor e à situação do espaço físico necessário para a implantação da biblioteca escolar (BRASIL, 2008). A publicação Formação de Leitores (elaborada pelo MEC/SEB e publicada em 2006) também muito tem a colaborar com o crescimento e melhoria da leitura no Brasil. Trata-se de uma coleção composta de 3 volumes: Por uma política de formação de leitores, Dicionários em sala de aula e Biblioteca na escola. Outros projetos e programas de incentivo à leitura também têm prestado grande serviço no processo de vulgarização dos livros e fomento de leitores. Abaixo, descrevo alguns deles: Programa Livro Aberto: propõe-se a implantar bibliotecas públicas em municípios que não as possuem e revitalizar as já existentes.2 Instituto Pró-Livro (IPL): associação de caráter privado e sem fins lucrativos mantida com recursos constituídos principalmente por contribuições de entidades do mercado editorial, com o objetivo principal de fomento à leitura e à difusão do livro.3 Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL): consiste em um conjunto de projetos, programas, atividades e eventos na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas em desenvolvimento no país, empreendidos pelo Estado (em âmbito federal, estadual e municipal) e pela sociedade. A prioridade do PNLL é transformar a qualidade da capacidade leitora do Brasil e trazer a leitura para o dia a dia do brasileiro.4 Projeto de Incentivo à Leitura: conjunto de ações que apóiam as escolas na democratização do acesso ao mundo da literatura. Isso significa possibilitar a interação com a cultura escrita por parte dos professores, dos alunos e da comunidade, além de desenvolver suas respectivas competências leitoras.5 2 Disponível em: <http://www.vivaleitura.com.br/pnll2/mapa_show.asp?proj=25>. Acesso em: 6 jan. 2010. 3 Disponível em: <http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/texto.asp?id=3>. Acesso em: 6 jan. 2010. 4 Disponível em: <http://www.pnll.gov.br>. Acesso em: 6 jan. 2010. 5 Disponível em: <http://revistaescola.abril.ig.com.br/fvc/projetos_FVC/incentivo_leitura/o_que_e.htm>. Acesso em: 6 jan. 2010.
  • 5. 5 Conclusão Ao traçarmos este brevíssimo panorama da literatura infantojuvenil, tive a intenção (pretensão?) de colaborar com professores e outros mediadores de leitura para se situarem em relação ao mercado editorial recente, de modo a ter e promover o acesso ao livro literário de modo crítico, consciente e habitual. Selecionar livros para compor o acervo, por menor que seja ele, com o qual o mediador vai trabalhar com seus alunos deve ser uma tarefa realizada com bastante cuidado e destreza. Para isso, é importante que se conheça a literatura infantojuvenil atual, bem como suas origens. E não há outro modo de conhecer senão lendo. Saber o que há publicado e relançado é imprescindível. Para tanto, pode-se consultar/folhear catálogos, acessar a sites de editoras e livrarias virtuais, ler seções de jornais e revistas destinadas a publicar resenhas/sinopses de livros, visitar livrarias e bibliotecas físicas, consultar dicionários especializados, trocar experiências com outros mediadores. Ao tomar tais atitudes, é bem provável que o mediador se surpreenda com a expressiva quantidade de títulos, tanto de literatura brasileira quanto de boas traduções. É provável também que essa surpresa, embora boa por saber que há muita coisa sendo publicada, transforme-se em angústia por saber que é praticamente impossível adquirir e ler todos os títulos. Porém, o mediador deve ter em mente que pode fazer sua seleção, valendo-se de sua experiência de leitor, de suas afinidades pessoais e de indicações confiáveis. Esse ponto de vista trará, certamente, bastante conforto àqueles que amam literatura infantil e juvenil e dela fazem muito mais que uma ferramenta de trabalho: um estilo de vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa Nacional Biblioteca da Escola: (PNBE): leituras e bibliotecas nas escolas públicas brasileiras. Secretaria de Educação Básica, Coordenação Geral de Materiais Didáticos; elaboração Andréa Berenblum e Jane Paiva. Brasília: Ministério da Educação, 2008. COELHO, Nelly Novaes. Dicionário Crítico de Literatura Infantil e Juvenil Brasileira: séculos XIX e XX. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995. FEITOZA, Mirna. O narizinho que se meteu na literatura. In: Folha de São Paulo. São Paulo, 13 set. 1997. Folhinha. p. 6-7. LISPECTOR, Clarice. O primeiro beijo e outros contos. 12. ed. São Paulo: Ática, 1996. Felicidade Clandestina, p. 52-55
  • 6. 6 SANDRONI, Laura. De Lobato à década de 1970. In: SERRA, Elizabeth D’Angelo (org.). 30 anos de literatura para crianças e jovens: algumas leituras. Campinas: Mercado de Letras / Associação de Leitura do Brasil, 1998.