O slide aborda as formas de nutrição direcionada a pacientes limitados, acamados, como os pacientes em oncologicos os quais lidamos diariamente nos serviços de saúde. Aborda os tipos de nutrição: oral, enteral e parenteral, os tipos de dieta que podem ser utilizados neste caso e os tipos de sondas/catéteres utilizados para este fim.
2. A desnutrição do paciente oncológico
A desnutrição calórica e proteica em indivíduos com câncer possui alta prevalência de em
pacientes oncológicos no momento da internação em Unidades Hospitalares no Brasil.
Os principais fatores determinantes da desnutrição nesses indivíduos são:
• a redução na ingestão total de alimentos;
• as alterações metabólicas provocadas pelo tumor;
• as alterações metabólicas provocadas pelo tratamento;
• o aumento da demanda calórica pelo crescimento do tumor;
Entre as alterações metabólicas provocadas pelo câncer, estão aquelas relacionadas com o metabolismo dos
carboidratos, a intolerância à glicose, a resistência periférica à ação da insulina, à liberação de insulina, à alterações
no metabolismo dos ácidos graxos e proteínas, à aumento da lipólise e à diminuição da síntese de ácidos graxos.
Indivíduos com câncer têm maciça perda de músculo esquelético estimulado por citocinas.
3. A desnutrição promove alterações morfológicas e funcionais.
A perda de peso e a desnutrição são os distúrbios nutricionais mais frequentes em pacientes com
câncer (de 40% a 80% dos casos), sendo que até 30% dos pacientes adultos apresentam perda
superior a 10% do peso corporal.
O déficit do estado nutricional está estreitamente relacionado com a diminuição da resposta ao
tratamento específico e à qualidade de vida.
A desnutrição preexistente e a resposta ao trauma cirúrgico são os principais fatores negativos
para a evolução pós-operatória do paciente oncológico. A desnutrição pré-operatória, aliada à
doença maligna, ao trauma cirúrgico e à resposta metabólica pós-operatória, pode resultar em
várias complicações.
Entre essas, destacam-se as infecciosas, como a pneumonia e a sepse, e as não infecciosas, como
as fístulas. Soma-se a isso a internação hospitalar prolongada, que aumenta os custos e o mal-
estar dos pacientes.
A desnutrição do paciente oncológico
4. Tipos de nutrição
para o paciente
oncológico
O ideal, sempre que possível, é ingerir os alimentos
por via oral. Porém, alguns pacientes não conseguem
se alimentar devido a problemas com a própria
doença ou com os efeitos colaterais de seus
tratamentos.
5. Dieta Oral
Dieta de rotina
São utilizadas geralmente em períodos curtos, como em pós-operatórios, e também em casos
em que o paciente está com dificuldades para se alimentar. Não costuma trazer muitas
restrições no seu conteúdo, apenas em consistência.
Dieta geral
Mantém os alimentos na consistência normal e
tem como principal característica ser balanceada
e entregar todos os nutrientes necessários para o
paciente.
Seus principais componentes são produtos
integrais, como arroz e pães, hortaliças, leite e
queijos com pouca gordura, carne, ovos e peixe
sem pele e gordura, além de outros derivados,
mas seguindo as mesmas características.
6. Dieta Oral
Dieta branda
Composta por arroz, feijão, carne, legumes, salada, vegetais cozidos e frutas. São utilizados
principalmente com alimentos de fácil mastigação e gestão, sendo indicada para pacientes
que possuam complicações nesse sentido.
Dieta pastosa
Atua em casos um pouco mais delicados, nos quais o paciente precisa ingerir os alimentos
com pouca ou nenhuma mastigação. É formada por alimentos cozidos e aqueles que podem
ser transformados em purê, papinhas ou amassados.
Dieta Líquida-pastosa
É prescrita para pacientes que possuem problemas no trato gastrointestinal, mastigação,
digestão e deglutição. A preparação é feita com alimentos liquidificados e amassados.
Dieta líquida completa
Indicada para pacientes que precisam se hidratar, com problemas gastrointestinais e de
mastigação. Na sua preparação entram caldos, sopas, sucos de fruta e mingais.
7. Sonda nasogástrica
O principal objetivo da sonda
nasogástrica é a drenagem.
As sondas nasoenteral e nasogástrica são
importantes, dentre outras funções, para
pessoas que não conseguem se alimentar,
ou que necessitam que líquidos sejam
drenados de seu organismo.
8. Sonda nasoentérica
A sonda nasoenteral é inserida através da narina
até o estômago ou intestino. Após sua inserção, é
necessário fazer um exame de raio X para
verificação do posicionamento correto.
A sonda é passada por um enfermeiro ou um
médico, com um guia metálico flexível. Este guia
deverá ser guardado para ser utilizado novamente,
caso seja necessário repassar a sonda.
O procedimento é simples, indolor, podendo causar
uma discreta náusea ou um desconforto na
garganta ou nariz. O tempo de utilização da
mesma sonda é indeterminado, ficando a troca a
critério do enfermeiro.
9. Fixação da sonda
• A sonda deve ser fixada à pele com uma fita adesiva hipoalergênica ou
esparadrapo, para evitar que seja retirada acidentalmente ou que se desloque
para fora do estômago ou intestino.
• Esta fixação deve ser trocada quando estiver suja ou solta:
• retire a fixação antiga,
• limpe o nariz com água e sabão,
• seque bem, sem friccionar,
• fixe a sonda, sem passar na frente dos olhos ou da boca.
A sonda não deve ficar dobrada, nem puxar a narina. Em caso de
vermelhidão ou machucado na pele, fixar a sonda em outro local.
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11. Que tipo de dieta devo passar na sonda?
Existem dois tipos de dieta enteral:
Dieta caseira: é uma dieta que você prepara na sua casa com alimentos em sua forma
natural (leite, mel, açúcar, óleo vegetal, caldo de carne, farinhas, ovo, etc.) e que deve ser
liquidificada e, se necessário, coada. É necessária uma adequada combinação de
alimentos para que a dieta esteja completa e equilibrada. Portanto, siga a receita
fornecida e orientada pelo nutricionista.
Dieta industrializada: é uma dieta pronta, balanceada, possuindo todos os nutrientes
necessários. Pode ser apresentada sob a forma de pó, que deverá ser liquidificado com
água, ou sob a forma líquida, pronta para ser administrada. O nutricionista indicará a
dieta mais adequada à sua situação.
13. Como administrar medicamentos pela sonda?
Se o médico prescreveu medicamentos a serem administrados pela sonda, proceder da
seguinte maneira:
• medicamentos líquidos: aspirar o volume prescrito com a seringa e injetar
pela sonda;
• comprimidos e drágeas: amassar e dissolver em água, misturando bem;
aspirar com a seringa e injetar pela sonda.
14. Como evitar obstrução da sonda nasoenteral?
Por ser muito fina, a sonda pode entupir-se facilmente, impossibilitando a administração da
dieta enteral.
Para evitar este problema:
- injetar, com uma seringa, 40 ml de água filtrada, fervida e fria na sonda, antes e
após a administração da dieta ou de medicamento;
- observar os cuidados com a administração de medicamentos (página 18);
- em caso de obstrução, injetar lentamente 20 ml de água filtrada, fervida e morna
ou refrigerante tipo cola.
Atenção: a sonda pode se romper caso a pressão para injetar a água for muito forte .
15. Sinais de alerta
Deve-se acionar a equipe multiprofissional quando o paciente apresentar:
• diarréia por mais de um dia,
• constipação (prisão de ventre) por mais de três dias,
• náuseas e vômitos persistentes,
• dor abdominal,
• febre (mais de 37,5°C),
• rosto ou pernas inchadas,
• perda de peso,
• sangramento.
16. Gastrostomia
A gastrostomia é uma cirurgia realizada para a
colocação de um pequeno tubo flexível,
conhecido como sonda, através da pele da
barriga diretamente até ao estômago, para
permitir a alimentação e fornecimento de
nutrientes nos casos em que a pessoa não
consegue se alimentar pela boca.
Esse tipo de cirurgia permite a alimentação
adequada através da nutrição enteral, que pode
ser preparada triturando alimentos ou usando
fórmulas específicas.
17. Gastrostomia
A gastrostomia pode ser indicada de
forma permanente, dependendo da
condição de saúde da pessoa, ou de
forma temporária, como depois de
uma cirurgia do aparelho digestivo,
por exemplo, devendo
ser recomendada e realizada pelo
gastroenterologista.
18. Jejunostomia
É um procedimento cirúrgico de caráter
temporário ou definitivo, por meio de
endoscopia, laparotomia ou laparoscopia,
que estabelece o acesso ao jejuno
(intestino) proximal através da parede
abdominal, a fim de evitar a passagem do
alimento pelo estômago, sendo indicada
para (SILVA, 2007):
• cirurgias abdominais de grande porte que
envolvem ressecção gástrica;
•fístulas digestivas.
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20. Dieta Parenteral
Trata-se da administração de nutrientes pela via
endovenosa. Dessa forma, busca garantir a
homeostase e a nutrição adequada, em
situações extremas, nas quais, além da
desnutrição, o paciente não pode receber a
forma enteral.
23. Cuidados com a NPT
-Avaliar e assegurar a instalação da NP observando as recomendações do rótulo e
confrontando-as com a prescrição;
-Assegurar que qualquer outra droga, solução ou nutrientes prescritos, não sejam infundidos
na mesma via de administração da solução parenteral, sem autorização formal da equipe
Multiprofissional de Nutrição Parenteral;
-Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e a evolução
do paciente, quanto aos dados antropométricos, peso, sinais vitais, balanço hídrico, glicemia,
tolerância digestiva entre outros;
-Garantir a troca do curativo , com base em procedimentos preestabelecidos;
-Efetuar e/ou supervisionar a troca do curativo do cateter venoso, com base em
procedimentos preestabelecidos;
-Higienização do ponto de iserção do cateter.
-Preenchimento do equipo antes de iniciar a infusão.
24. Indicações de NPT
A nutrição parenteral não deve ser utilizada rotineiramente em pacientes com trato
gastrintestinal intacto. Em comparação à nutrição enteral, tem as seguintes desvantagens:
Causa mais complicações.
Não preserva a estrutura e a função do trato gastrintestinal.
É mais cara.
A NPT só deve ser indicada para pacientes com trato gastrintestinal não funcionante ou que
apresentam distúrbios que requerem repouso intestinal, como:
• Alguns estágios da colite ulcerativa
• Obstrução intestinal
• Determinados distúrbios gastrointestinais pediátricos (p. ex., anomalias congênitas,
diarreia prolongada, sejam quais forem suas causas)
• Síndrome do intestino curto decorrente de cirurgia.