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SOCIOLOGIA
CLASSE
Professor:
Jorge Eduardo Brandán.
1. A Sociedade 1
Viver em sociedade é um dos aspectos fundamentais da existência do ser humano. É
na sociedade que o ser humano se socializa, desenvolve sua personalidade dentro de um
estilo de vida que constitui a cultura e sofre os abalos e mudanças das situações socio-
económicas. A sociedade pode ser considerada o meio natural em que o ser humano realiza
todas as suas actividades e espera realizar-se.
1.1 Conceito de sociedade
Descritivamente pode-se dizer que a sociedade é um conjunto de seres humanos
(grupos) que vivem em contínua inter-relação, para o qual se encontram estrutural e
funcionalmente organizados.
1.1.1 Definição: Sociedade macroscópica e microscópica.
“A Sociedade é constituída por um certo grupo restrito de pessoas que ocupam uma
área localizada, cujos limite geralmente são conhecidos pelos seus membros”. Esta
definição abrange as pequenas comunidades, é considerada como uma unidade
microscópica, restrita no que diz respeito a sua imagem física.
Segundo Rumney e Mayer a sociedade abarca toda espécie e graus de relações
estabelecidas pelos homens, quer sejam organizadas ou não, directas ou indirectas,
conscientes ou inconscientes, cooperativas ou antagónicas. Incluindo a trama de
relações humanas sem fronteiras nem limites assináveis. Esta definição abrange
todas as comunidades, é considerada como uma unidade macroscópica, uma
sociedade global. Apresenta-se como uma totalidade complexa. Assim a nação é a
sociedade mais evidente como no caso da sociedade angolana. Esta definição pode
abranger e unir sociedades que extravasam a nação. Ex. Sociedade ocidental.
1
FERRARI, Afonso Trujillo, Fundamentos de Sociologia, McGraw-Will. São Paulo, 1983.
1.2 Estrutura da sociedade
Para compreender de modo exaustivo o que é sociedade é necessário considerar quais
são seus componentes básicos, isto é, como se configuram seus sistemas estruturais.
1.2.1 Sistema estrutural externo da sociedade.
Este sistema é o mais visível e é constituído dos seguintes factores
o A base espacial ou física da sociedade
A base física ou espacial é em si mesma fundamental. A sociedade tende a desenvolver-se
em determinados assentamentos e não em qualquer lugar.
o Os actores sociais
Os actores, agentes ou sujeitos são as personagens mais importantes da sociedade. Os
actores são os agentes ou pessoas que, individualizados, constituem um organismo. A
sociedade inclui ambos os sexos e diversos grupos etários.
o Manifestações tecnológicas
Para sua sobrevivência a sociedade depende de suas manifestações tecnológicas, qualquer
seja o nível de desenvolvimento, a sociedade estará caracterizada por uma tecnologia que
permitirá aos grupos sociais certo grau de auto-subsistência existencial.
o Independência da sociedade
Cada sociedade tem um certo grau de independência das outras sociedades. Uma
sociedade não pode ser um sub grupo de outro grupo.
1.2.2 Sistemas Estruturais internos da sociedade.
As características intrínsecas ou internas da sociedade podem ser definidas em termos
de atitudes colectivas das pessoas, dos papéis e status, das normas e sanções e dos códigos e
valores sociais. Isto significa que a acção social, que possibilita aos actores alcançar ou não
suas metas, tende a ser codificado por tais características.
 Atitudes sociais.
Todo actor social desenvolve sua cognição, sentimentos e tendências para agir com
relação à sociedade em que vive. Este sistema que os inclina a um dado comportamento é
denominado de atitude. Esta atitude é constituída por três comportamentos: as cognições de
um individuo com relação a um objecto, que por sua vez estão influenciadas pelos seus
sentimento e por suas tendências para agir diante do objecto. Não se trata de qualquer
altitude individual, mas daquelas atitudes colectivas diante de objectos de interesse
societário. Ex.: Atitude que EEUU tem em relação ao terrorismo.
 Posição e status sociais
Em toda sociedade os seus membros têm posição e status perfeitamente
demarcados. Não existe sociedade em que todos os membros tenham ou ocupem a mesma
posição e o mesmo status. Tanto as posições como o status tendem a ser diferenciados. O
status é o lugar que o actor social ocupa dentro do seu grupo, instituição social ou mesmo
dentro de cada sistema social. O que significa que a posição social está mais próxima de
classe social. Ex. o status de um médico é diferente do status dum policia. Ex. A posição
social de um médico de classe social alta e outro de classe social média.
 Papeis e normas sociais
Os papéis e normas sociais dão sentido à vida da sociedade. O papel é considerado
como o desempenho de determinados direitos e obrigações referentes a um status
específico, ou com o status global. Com efeito o papel é um comportamento esperado. Este
comportamento inclui a adequado desempenho da acção com performance dos direitos e
privilégios do actor, e também considerando as obrigações afectas ao status. Ex. Na
sociedade as mulheres adultas desempenham os seus papéis de mães, de esposas. Em ambos
os casos existem certos direitos e deveres que se tem que observar de acordo com as normas.
(ex.: a norma de fidelidade.)
As normas sociais são regras de conduta de como proceder, isto porque o proceder na
sociedade não é de forma arbitrária, mas é guiado pró certas regras de acção que previamente
foram designadas pela sociedade. Quando as normas se cristalizam em sistemas de
prescrições, aparecem os códigos sociais. Por sua vez, o conjunto de normas e códigos sociais
passam a constituir os valores sociais.
 Valores sociais
Os valores sociais constituem as designações dos desideratos que se manifestam com
apreciação objectiva ou subjectiva, predeterminada e projectada sobre ideias, objectos ou
coisas, que tenham cunho de aceitação colectiva. É aceitado como mais adequado pela
maioria dos membros da sociedade, e como tal se fixa.
 Sanção social
A maneira como as pessoas colocam em pratica as normas e valores sociais no
desempenho de sue papéis sociais as faz credoras de sanções sociais. A sanção é uma forma
de reacção pelo comportamento realizado. Esta reacção pode ser positiva, ou negativa ou
neutra. As sanções positivas exprimem-se em aplausos, promoção, prémio e reconhecimento,
porque correspondem às expectativas de comportamento do grupo ou da sociedade como um
todo. As negativas exprimem-se através de castigos, repulsa, tortura, multa, boicote,
banimento, etc., quando os papéis desempenhados não correspondem às expectativas de
comportamento. As sanções neutras são aquelas em que há um reconhecimento duvidoso,
manifestam-se pelo riso, pela liberação de tensão ou por alternativas satíricas.
1.3 Funções básicas da sociedade
A. Operacionalidade no tempo e no espaço
A condição temporal e espacial são um pré-requisito para o funcionamento da
sociedade. Isto porque não se admite uma sociedade sem um espaço e um tempo
convencional
B. Comunicabilidade
A comunicabilidade é outra função geral da sociedade. Para alcançar integração
efectiva nas relações sociais, torna-se necessário que as pessoas se comuniquem entre si
de modo sistemático e adequado. A linguagem oral e escrita é o instrumento mais
completo que permite a interacção social. Pois os membros de uma sociedade tendem a
manter maior grau de entendimento que entre membros de sociedades diferentes.
C. Economia de tempo e energia de actores
Os actores sociais, lançados para a acção e a interacção social consomem suas
energias e tempo. Mesmo aqueles que estão socializando-se, sujeitam-se a tais factos. A
função da sociedade é reduzir ao mínimo tais consumos, e esta função é atingida por meio
de padrões ou esquemas de comportamento para orientar a acção de seus membros.
D. Diferenciação de posições e papeis
A diferença na sociedade permite que se estabeleça um sistema de posições e status de
tal modo que cada indivíduo possa localizar-se estruturalmente dentro da sociedade,
desempenhando o papel ou papeis que são inerentes ao espaço social ocupado.
E. Funções específicas da sociedade
As funções básicas de carácter específico da sociedade gravitam em torno das
respostas do grupo, as necessidades básicas e primárias dos indivíduos. As funções
específicas da sociedade têm por finalidade manter a continuidade de si mesma e de
procurar o equilíbrio das acções humanas. Tais funções específicas mais evidentes são:
socializadora (permite conveniente integração de seus membros mais novos), renovadora
(este processo se realiza através de regras e normas Ex. directrizes para namorar), divisão
e distribuição de serviços, função administrativa.
1.4 Modelos de sociedade
A. Sociedade Integrada
O modelo de sociedade integrada é aquele que se fundamenta nas suas instituições sociais
(familiar, económica, política, militar etc.) O edifício social se equilibra nas instituições. A
alteração em alguma das instituições viria produzir situações trágicas. São as sociedades onde
predomina a doutrina ideal da harmonia social, por isso a desorganização social é visto como
um perigo para sua continuidade.
B. Sociedade conflituosa
É a antíteses da anterior. Funda-se na luta de classes, e a sua primeira formulação teórica
se deve a Marx. Muitos são os sociólogos que admitem que o que predomina é a sociedade
conflituosa, o que significa aceitar uma sociedade utópica alternativa da sociedade existente.
Sociedade utópica, na teoria é a que não existe actualmente, mas que pode ter existido. As
alternativas de sociedades utópicas são amplamente imagináveis, para substituir a sociedade
actual. Começou com Marx no seu Manifesto Comunista, onde destacou a predominância do
sistema produtivo, porém o mais importante não é a luta de classes mais a luta pelo poder.
C. Sociedade Pluralista
É o modelo predominante no pensamento dos estudiosos ocidentais, eles consideram a
sociedade de um modo pessimista. O homem esta preso ou recluso numa jaula de ferro. Esta
jaula representaria todos os círculos sociais de repressão, controle, coação, costume. Esta
visão pessimista da sociedade se completa com a noção de interiorização de normas, e pelo
condicionamento que exercem os grupos de referência. A única saída vigente seria a tomada
de consciência, que é uma atitude tipicamente intelectualista e elitista, pois os únicos que
podem fazer frente à sociedade opressora são os intelectuais. A tendência do humanismo
liberal é uma crítica da sociedade capitalista. A alternativa a esta sociedade opressora viria do
pluralismo realmente democrático que desafiaria tanto o Capitalismo injusto como o
socialismo e o comunismo totalitário.
2 Os Valores2
2.1 Definição
Diremos que o valor é uma maneira de ser ou de agir que uma pessoa ou uma
colectividade reconhecem como ideal e que faz os seres ou as condutas aos quais é atribuído
sejam desejáveis ou estimáveis.
O valor situa-se na ordem ideal e não na dos objectos concretos ou dos
acontecimentos. Estes podem exprimir ou apresentar um valor, evocá-lo ou inspirar-se; mas
merecem ou inspiram respeito por referência a uma certa moral, estética ou intelectual, cuja
marca trazem. Em quanto ideal, o valor implica portanto a ideia duma qualidade de ser ou de
agir superior, a que se aspira ou em que nos inspiramos. A este título, todavia, o valor não é
mesmo real que as condutas ou os objectos em que se concretiza ou por que se exprime. O
universo dos ideais é uma realidade para as pessoas que lhe aderem; fez parte duma
sociedade tal como os edifícios ou a rede de estradas.
Pode dizer-se que o valor se inscreve de maneira dupla na realidade: apresenta-se
como um ideal que solicita a adesão ou convida ao respeito; manifesta-se nas coisas ou nas
condutas que o exprimem de maneira concreta ou, mais exactamente, de maneira simbólica.
Era isto que Durkheim queria dizer quando escrevia: “Os valores têm a mesma
objectividade que as coisas”.
2.2 Características dos valores
2.2.1 Valores e juízos de valor
Segundo Durkheim, existe uma diferença entre juízos de realidade e juízos de valor.
Os primeiros limitam-se a exprimir dados, factos ou dadas relações entre os factos igualmente
dados, são portanto juízos que dizem o que é ou como é a realidade. Faço um juízo quando
digo que certos acontecimentos se passaram desta ou daquela maneira e foram provocados
por determinado conjunto de factores. Em contrapartida, os juízos de valor dizem respeito à
qualidade das coisas ou ao apreço que se lhes atribui. Quando digo que certos acontecimentos
2
ROCHER, Guy, Sociologia geral, Ed. Presença, Lisboa.
são felizes porque favorecem o progresso da religião ou do ateísmo, estou a fazer um juízo de
valor.
Outra distinção entre valor e juízo de valor, é que um juízo de valor refere-se a seres
ou a condutas julgadas a luz de certos valores, iluminados por certos valores; é portanto um
juízo inspirado em valores. Semelhante juízo supõe já adesão do sujeito a um ideal com o
qual compara as coisas ou os acontecimentos que observa. O valor é portanto anterior ao
juízo de valor.
2.2.2 Valores de conduta
Mas se os valores são inspiradores dos juízos de valor; são igualmente inspiradores
das condutas. Os valores subjazem aos modelos de conduta. Muitos modelos são normas de
condutas de carácter específico, na medida em que servem de guias para orientar a acção em
circunstâncias particulares e precisas de tempo, lugar e situação. Ex. Regras de educação,
regras de protocolo, ritos, regras de etiqueta etc.
O grande poder que têm os modelos de conduta lhes vem dos valores e sentimentos
que os sustentam.
Compreende-se melhor o que acabámos de dizer através de um exemplo concreto. As
regras de etiqueta ou de boa educação não têm qualquer sentido em si mesma, podem até
parecer ridículas sob muitos aspectos. O que lhes da significado real é o facto de exprimir
concretamente qualquer coisa mais profunda, provavelmente o respeito pelo outro.
2.2.3 Relatividade dos valores
Os únicos valores reais são sempre os de uma sociedade particular; são os ideais que
uma colectividade escolhe para si e a que adere. Os valores são pois sempre específicos duma
sociedade e dum tempo histórico, porque variam num tempo e duma sociedade para outra.
2.2.4 Carga afectiva dos valores
A adesão a um valor pelo geral não resulta dum movimento exclusivamente racional,
mas antes duma mistura de raciocínio e de intuição espontânea directa, na qual a afectividade
desempenha também um papel importante. A adesão a um valor comporta um certo impulso
que brota de todo nosso ser e no leva energicamente a reconhecer como ideal certas meneias
de ser ou de agir.
2.2.5 Hierarquia dos valores
Os valores têm um carácter hierárquico. Em linguagem corrente fala-se de “escala de
valores” para designar a ordem hierárquica segundo a aquela uma pessoa ou uma
colectividade aprecia ou estima os ideais a que adere.
Uma sociedade hierarquiza os seus valores da seguinte forma:
1- Há um número limitado de problemas fundamentais da existência humana para que
os homens de todos os tempos tiveram de encontrar uma solução qualquer.
2- O número de soluções possíveis para cada problema é limitado
3- Quando os membros duma sociedade adoptam uma solução de preferência a
qualquer outra, essa solução corresponde a um valor dominante nessa sociedade.
4- As outras soluções, não preferenciais, continuam no entanto presentes nessa
sociedade no título de valores variantes ou substitutos.
3 Fundamento económico da sociedade.3
3.1 O processo de produção.
Quando vamos a um supermercado e compramos géneros alimentícios, bebidas,
calçados, materiais de limpeza etc. estamos comprando bens. Portanto, bens são todas as
coisas palpáveis, concretas, e que são produzidas para satisfazer as necessidades do homem.
Já uma consulta médica, uma aula são exemplos de serviços. Podemos dizer, então que o
homem com o seu trabalho pode produzir bens de serviço.
Ao viverem em sociedade, as pessoas participam directamente da produção, da
distribuição de do consumo de bens e serviços, ou seja participam da vida económica da
sociedade. Assim, o conjunto de indivíduos que participa da vida económica duma nação é o
conjunto de indivíduos que participa da produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
Produção: é a transformação da natureza da qual resultam bens que vão satisfazer as
necessidades do homem. Por tanto produzir é dar uma nova combinação aos elementos da
natureza.
O processo de produção compõe-se de três elementos associados: trabalho, matéria-
prima e instrumentos de produção.
3
OLIVEIRA, Pérsio santos de; Introdução a Sociologia. Ed. Ática; 1998
A. Trabalho
É toda actividade desenvolvida pelo homem, seja ela física ou mental, da qual
resultam bens e serviços. Isto significa eu é trabalho tanto a actividade do operador de uma
indústria como o do desenhista que projecta os bens a serem produzidos por uma indústria.
Todo trabalho é sempre uma combinação desses dois tipos de actividades (manual,
intelectual)
O trabalho pode ser:
1. Trabalho qualificado: é o trabalho que não pode ser realizado sem certo grau de
aprendizagem
2. Trabalho não qualificado: Pode ser realizado praticamente sem aprendizagem.
B. Matéria-prima
É todo objecto que no processo de produção é transformado para constituir o bem
final.
Ex. Uma costureira utiliza como matéria-prima os tecidos, a linha, os botões etc.
Recursos naturais. Os homens, visando obter os bens e serviços de que necessitam,
utilizam recursos como o solo, o subsolo, os rios, os mares etc.
Pode acontecer que um recurso natural o seja só por um tempo determinado, o qual
faz que o conceito de recurso natura seja relativo, isto é, varia no tempo e no espaço. O que é
recurso natural num processo de produção capitalista, pode não sê-lo numa comunidade
primitiva.
Assim, recursos naturais são os elementos da natureza acessíveis e que podem ser
incorporados à actividade económica do homem.
C. Instrumentos de produção
São todas as coisas que directa ou indirectamente nos permitem transformar a
matéria-prima num bem final.
Os instrumentos de produção que nos permitem transformar directamente a matéria-
prima são as ferramentas de trabalho, os equipamentos e as máquinas.
Os instrumentos que actuam de forma indirecta. Ex. Numa costureira, os instrumentos
indirectos são o local de trabalho, a iluminação etc.
D. Meios de produção
Sem matéria-prima e sem instrumentos de produção não se pode produzir nada. Eles
são os meios materiais para realizar qualquer tipo de trabalho. Por isso são chamados de
meios de produção.
Toda empresa combina no seu processo produtivo o trabalho e os meios de produção.
Esses elementos encontram-se presentes tanto em trabalhos de uma costureira como no
trabalho duma indústria. Sem o trabalho humano nada se pode produzir e sem os meios de
produção o homem não pode trabalhar.
3.2 Modos de produção
A. Modo de produção primitivo
O modo de produção primitivo designa uma forma económica e social que abrange
um período muito longo desde o aparecimento da sociedade humana. A comunidade
primitiva existiu durante centenas de milhares de anos. Neste período o homem trabalhava
em conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram propriedade colectiva, isto
é, de todos. Não existia ainda a ideia de propriedade privada dos meios de produção, nem
havia a oposição proprietários contra não proprietários.
Nesta sociedade primitiva onde todo era de todos, não existia o estado. Este só
começou a existir quando alguns homens começaram a dominar os outros. O estado surge
como instrumento de organização social e de dominação.
B. Modo de produção esclavagista
É um modo de produção que predominou na antiguidade. Na sociedade esclavagista
os meios de produção e os escravos eram propriedades do senhor. O escravo era
considerado um instrumento, um objecto, assim com um animal ou uma ferramenta.
Assim, no modo de produção esclavagista, as relações de produção eram relações de
domínio e de sujeição. Um pequeno grupo de senhores explorava a massa de escravos que
não tinha nenhum direito.
Neste modo de produção já existia o Estado, pois alguns homens começaram a
dominar os outros. O estado surge para garantir o interesse dos senhores.
C. Modo de produção asiático
O modo de produção asiática predominou no Egipto antigo, na China, na Índia, entre
os Astecas do México e os Incas do Peru, e também na África do século passado.
Tomando como exemplo o Egipto antigo, no tempo dos faraós, vamos notar que a
parte produtiva da sociedade era composta pelos escravos que executavam trabalhos
forçados, e pelos camponeses, que eram obrigados a entregar ao Estado o excedente do que
produziam. As terras pertenciam ao Estado e, portanto ao faro, já que ele encarnava o
Estado. Os grupos privilegiados da sociedade eram os sacerdotes, os nobres, os funcionários e
os guerreiros.
O excedente da produção possibilitava que o faraó destacasse um grande grupo de
homens para constituir o exército, outro grupo para construir as obras grandiosas e outro
para preservar o saber sagrado: os sacerdotes.
Tudo isso fazia com que a parcela maior do excedente da produção fosse consumida
por esses segmentos improdutivos da sociedade, minando cada vez mais o modo de produção
asiático.
D. Modo de produção feudal
O modo de produção feudal predominou na Europa Acidental durante toda a Idade
Média, permanecendo até o século XVI, e no Japão.
A sociedade feudal era estruturada basicamente em senhores e escravos. As relações
de produção no feudalismo baseavam-se na propriedade do senhor sobre a terra e um grande
poder sobre o servo. Os servos não eram como os escravos: eles cultivavam um pedaço de
terra cedido pelo senhor, sendo obrigados a pagar a ele impostos, e ainda trabalhar as terras
que o senhor conservava para si.
Outra diferença entre o servo e o escravo, é que o senhor era dono do escravo,
podendo vende-lo, aluga-lo etc. Com os servos isso não acontecia, o servo enquanto pessoa,
não era propriedade do senhor. O senhor feudal tinha o poder económico.
E. Modo de produção capitalista
O modo de produção feudal começou a desmoronar-se a partir do século XI. Com a
sua degradação surgiu o capitalismo.
A desagregação do feudalismo e as origens do capitalismo tiveram como principais
causas: o crescimento da população na Europa, o desenvolvimento das técnicas agrícolas de
produção e o renascimento comercial e urbano.
O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de
produção. As relações de produção capitalista baseiam-se na propriedade privada dos meios
de produção pela burguesia, que substitui a propriedade feudal, e o trabalho assalariado que
substitui o trabalho servil do feudalismo.
A burguesia possui as fábricas as meias de transporte, as terras, os bancos, etc. O
trabalhador não é obrigado a ficar sempre na mesma terra ou na mesma fábrica; ele é livre
para se empregar na propriedade do capitalista que o aceitar para trabalhar. Como os
trabalhadores não são proprietários dos meios de produção, são obrigados a trabalhar para os
proprietários do capital.
No capitalismo há duas classes principais, a burguesia e os trabalhadores.
O desenvolvimento da produção do capitalismo é movido pelo desejo de lucro.
O capitalismo compreende quatro etapas:
 O Pré-Capitalismo
Encontramos os antecedentes do sistema capitalista na passagem da Idade Média para
a Idade Moderna. Com o renascimento urbano e comercial dos séculos XIII e XIV, surgiu na
Europa uma nova classe social: a burguesia. Esta nova classe social buscava o lucro através
de actividades comerciais.
Neste contexto, surgem também os banqueiros e cambistas, cujos ganhos estavam
relacionados ao dinheiro em circulação, numa economia que estava em pleno
desenvolvimento. Historiadores e economistas identificam nesta burguesia, e também nos
cambistas e banqueiros, ideais embrionários do sistema capitalista: lucro, acumulo de
riquezas, controle dos sistemas de produção e expansão dos negócios.
 Primeira Fase: Capitalismo Comercial
Este período estende-se do século XVI ao XVIII. Inicia-se com as Grandes
Navegações e Expansões Marítimas Europeias, fase em que a burguesia mercante começa a
buscar riquezas em outras terras fora da Europa. Os comerciantes e a nobreza estavam a
procura de ouro, prata, especiarias e matérias-primas não encontradas em solo europeu. Estes
comerciantes, financiados por reis e nobres, ao chegarem à América, por exemplo, vão
começar um ciclo de exploração, cujo objectivo principal era o enriquecimento e o acumulo
de capital. Neste contexto, podemos identificar as seguintes características capitalistas:
busca do lucro, uso de mão-de-obra assalariada, moeda substituindo o sistema de trocas,
relações bancárias, fortalecimento do poder da burguesia e desigualdades sociais.
 Segunda Fase: Capitalismo Industrial
No século XVIII, a Europa passa por uma mudança significativa no que se refere ao
sistema de produção. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema
capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo. A Revolução
Industrial modificou o sistema de produção, pois colocou a máquina para fazer o trabalho que
antes era realizado pelos artesãos. O dono da fábrica conseguiu, desta forma, aumentar sua
margem de lucro, pois a produção acontecia com mais rapidez. Se por um lado esta mudança
trouxe benefícios (queda no preço das mercadorias), por outro a população perdeu muito. O
desemprego, baixos salários, péssimas condições de trabalho, poluição do ar e rios e
acidentes nas máquinas foram problemas enfrentados pelos trabalhadores deste período.
O lucro ficava com o empresário que pagava um salário baixo pela mão-de-obra dos
operários. As indústrias, utilizando máquinas à vapor, espalharam-se rapidamente pelos
quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um novo formato.
Muitos países europeus, no século XIX, começaram a incluir a Ásia e a África dentro
deste sistema. Estes dois continentes foram explorados pelos europeus, dentro de um contexto
conhecido como neocolonialismo. As populações destes continentes, foram dominadas a
força e tiveram suas matérias-primas e riquezas exploradas pelos europeus. Eram também
forçados a trabalharem em jazidas de minérios e a consumirem os produtos industrializados
das fábricas europeias.
 Terceira Fase: Capitalismo Monopolista-Financeiro
Iniciada no século XX, esta fase vai ter no sistema bancário, nas grandes corporações
financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de desenvolvimento. Podemos dizer
que este período está em pleno funcionamento até os dias de hoje.
Grande parte dos lucros e do capital em circulação no mundo passa pelo sistema
financeiro. A globalização permitiu as grandes corporações produzirem seus produtos em
diversas partes do mundo, buscando a redução de custos. Estas empresas, dentro de uma
economia de mercado, vendem estes produtos para vários países, mantendo um comércio
activo de grandes proporções. Os sistemas informatizados possibilitam a circulação e
transferência de valores em tempo quase real. Apesar das indústrias e do comércio
continuarem a lucrar muito dentro deste sistema, podemos dizer que os sistemas bancários e
financeiros são aqueles que mais lucram e acumulam capitais dentro deste contexto
económico actual
F. Modo de produção socialista.
A base económica do socialismo é a propriedade social dos meios de produção, isto é,
os meios de produção são públicos ou colectivos, não existem empresas privadas. A
finalidade da sociedade socialista é a satisfação completa das necessidades materiais e
culturais da produção, emprego, habitação, educação, saúde. Nela, não há a separação entre
proprietários do capital e empregados. Isto não quer dizer que não continuem existindo
diferenças sociais entre as pessoas, bem como salários desiguais em função de o trabalho ser
manual ou intelectual.
A economia na sociedade socialista é planificada, visando atender às necessidades
básicas da população e não ao lucro das empresas.
O comunismo é a etapa posterior do socialismo. No comunismo, em teoria, acabariam
as diferenças sociais entre pessoas, porque todas teriam tudo em comum, e o Estado deixaria
de existir.
No final da década de 80 e começo da década de 90, começaram a ocorrer profundas
mudanças políticas e económicas nos países socialistas europeus. Em quase todos caíram os
governos do partido comunista e foram feitas reformas para tornar mais democrático o
sistema político com eleição directa para os principais cargos. Também a economia passou
por profundas alterações, com a diminuição do controlo do Estado e a reactivação dos
mecanismos de mercado. A propriedade tem sido restabelecida em alguns sectores sobre tudo
o comércio.

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  • 1. SOCIOLOGIA CLASSE Professor: Jorge Eduardo Brandán. 1. A Sociedade 1 Viver em sociedade é um dos aspectos fundamentais da existência do ser humano. É na sociedade que o ser humano se socializa, desenvolve sua personalidade dentro de um estilo de vida que constitui a cultura e sofre os abalos e mudanças das situações socio- económicas. A sociedade pode ser considerada o meio natural em que o ser humano realiza todas as suas actividades e espera realizar-se. 1.1 Conceito de sociedade Descritivamente pode-se dizer que a sociedade é um conjunto de seres humanos (grupos) que vivem em contínua inter-relação, para o qual se encontram estrutural e funcionalmente organizados. 1.1.1 Definição: Sociedade macroscópica e microscópica. “A Sociedade é constituída por um certo grupo restrito de pessoas que ocupam uma área localizada, cujos limite geralmente são conhecidos pelos seus membros”. Esta definição abrange as pequenas comunidades, é considerada como uma unidade microscópica, restrita no que diz respeito a sua imagem física. Segundo Rumney e Mayer a sociedade abarca toda espécie e graus de relações estabelecidas pelos homens, quer sejam organizadas ou não, directas ou indirectas, conscientes ou inconscientes, cooperativas ou antagónicas. Incluindo a trama de relações humanas sem fronteiras nem limites assináveis. Esta definição abrange todas as comunidades, é considerada como uma unidade macroscópica, uma sociedade global. Apresenta-se como uma totalidade complexa. Assim a nação é a sociedade mais evidente como no caso da sociedade angolana. Esta definição pode abranger e unir sociedades que extravasam a nação. Ex. Sociedade ocidental. 1 FERRARI, Afonso Trujillo, Fundamentos de Sociologia, McGraw-Will. São Paulo, 1983.
  • 2. 1.2 Estrutura da sociedade Para compreender de modo exaustivo o que é sociedade é necessário considerar quais são seus componentes básicos, isto é, como se configuram seus sistemas estruturais. 1.2.1 Sistema estrutural externo da sociedade. Este sistema é o mais visível e é constituído dos seguintes factores o A base espacial ou física da sociedade A base física ou espacial é em si mesma fundamental. A sociedade tende a desenvolver-se em determinados assentamentos e não em qualquer lugar. o Os actores sociais Os actores, agentes ou sujeitos são as personagens mais importantes da sociedade. Os actores são os agentes ou pessoas que, individualizados, constituem um organismo. A sociedade inclui ambos os sexos e diversos grupos etários. o Manifestações tecnológicas Para sua sobrevivência a sociedade depende de suas manifestações tecnológicas, qualquer seja o nível de desenvolvimento, a sociedade estará caracterizada por uma tecnologia que permitirá aos grupos sociais certo grau de auto-subsistência existencial. o Independência da sociedade Cada sociedade tem um certo grau de independência das outras sociedades. Uma sociedade não pode ser um sub grupo de outro grupo. 1.2.2 Sistemas Estruturais internos da sociedade. As características intrínsecas ou internas da sociedade podem ser definidas em termos de atitudes colectivas das pessoas, dos papéis e status, das normas e sanções e dos códigos e valores sociais. Isto significa que a acção social, que possibilita aos actores alcançar ou não suas metas, tende a ser codificado por tais características.  Atitudes sociais. Todo actor social desenvolve sua cognição, sentimentos e tendências para agir com relação à sociedade em que vive. Este sistema que os inclina a um dado comportamento é denominado de atitude. Esta atitude é constituída por três comportamentos: as cognições de um individuo com relação a um objecto, que por sua vez estão influenciadas pelos seus sentimento e por suas tendências para agir diante do objecto. Não se trata de qualquer
  • 3. altitude individual, mas daquelas atitudes colectivas diante de objectos de interesse societário. Ex.: Atitude que EEUU tem em relação ao terrorismo.  Posição e status sociais Em toda sociedade os seus membros têm posição e status perfeitamente demarcados. Não existe sociedade em que todos os membros tenham ou ocupem a mesma posição e o mesmo status. Tanto as posições como o status tendem a ser diferenciados. O status é o lugar que o actor social ocupa dentro do seu grupo, instituição social ou mesmo dentro de cada sistema social. O que significa que a posição social está mais próxima de classe social. Ex. o status de um médico é diferente do status dum policia. Ex. A posição social de um médico de classe social alta e outro de classe social média.  Papeis e normas sociais Os papéis e normas sociais dão sentido à vida da sociedade. O papel é considerado como o desempenho de determinados direitos e obrigações referentes a um status específico, ou com o status global. Com efeito o papel é um comportamento esperado. Este comportamento inclui a adequado desempenho da acção com performance dos direitos e privilégios do actor, e também considerando as obrigações afectas ao status. Ex. Na sociedade as mulheres adultas desempenham os seus papéis de mães, de esposas. Em ambos os casos existem certos direitos e deveres que se tem que observar de acordo com as normas. (ex.: a norma de fidelidade.) As normas sociais são regras de conduta de como proceder, isto porque o proceder na sociedade não é de forma arbitrária, mas é guiado pró certas regras de acção que previamente foram designadas pela sociedade. Quando as normas se cristalizam em sistemas de prescrições, aparecem os códigos sociais. Por sua vez, o conjunto de normas e códigos sociais passam a constituir os valores sociais.  Valores sociais Os valores sociais constituem as designações dos desideratos que se manifestam com apreciação objectiva ou subjectiva, predeterminada e projectada sobre ideias, objectos ou coisas, que tenham cunho de aceitação colectiva. É aceitado como mais adequado pela maioria dos membros da sociedade, e como tal se fixa.
  • 4.  Sanção social A maneira como as pessoas colocam em pratica as normas e valores sociais no desempenho de sue papéis sociais as faz credoras de sanções sociais. A sanção é uma forma de reacção pelo comportamento realizado. Esta reacção pode ser positiva, ou negativa ou neutra. As sanções positivas exprimem-se em aplausos, promoção, prémio e reconhecimento, porque correspondem às expectativas de comportamento do grupo ou da sociedade como um todo. As negativas exprimem-se através de castigos, repulsa, tortura, multa, boicote, banimento, etc., quando os papéis desempenhados não correspondem às expectativas de comportamento. As sanções neutras são aquelas em que há um reconhecimento duvidoso, manifestam-se pelo riso, pela liberação de tensão ou por alternativas satíricas. 1.3 Funções básicas da sociedade A. Operacionalidade no tempo e no espaço A condição temporal e espacial são um pré-requisito para o funcionamento da sociedade. Isto porque não se admite uma sociedade sem um espaço e um tempo convencional B. Comunicabilidade A comunicabilidade é outra função geral da sociedade. Para alcançar integração efectiva nas relações sociais, torna-se necessário que as pessoas se comuniquem entre si de modo sistemático e adequado. A linguagem oral e escrita é o instrumento mais completo que permite a interacção social. Pois os membros de uma sociedade tendem a manter maior grau de entendimento que entre membros de sociedades diferentes. C. Economia de tempo e energia de actores Os actores sociais, lançados para a acção e a interacção social consomem suas energias e tempo. Mesmo aqueles que estão socializando-se, sujeitam-se a tais factos. A função da sociedade é reduzir ao mínimo tais consumos, e esta função é atingida por meio de padrões ou esquemas de comportamento para orientar a acção de seus membros. D. Diferenciação de posições e papeis A diferença na sociedade permite que se estabeleça um sistema de posições e status de tal modo que cada indivíduo possa localizar-se estruturalmente dentro da sociedade, desempenhando o papel ou papeis que são inerentes ao espaço social ocupado.
  • 5. E. Funções específicas da sociedade As funções básicas de carácter específico da sociedade gravitam em torno das respostas do grupo, as necessidades básicas e primárias dos indivíduos. As funções específicas da sociedade têm por finalidade manter a continuidade de si mesma e de procurar o equilíbrio das acções humanas. Tais funções específicas mais evidentes são: socializadora (permite conveniente integração de seus membros mais novos), renovadora (este processo se realiza através de regras e normas Ex. directrizes para namorar), divisão e distribuição de serviços, função administrativa. 1.4 Modelos de sociedade A. Sociedade Integrada O modelo de sociedade integrada é aquele que se fundamenta nas suas instituições sociais (familiar, económica, política, militar etc.) O edifício social se equilibra nas instituições. A alteração em alguma das instituições viria produzir situações trágicas. São as sociedades onde predomina a doutrina ideal da harmonia social, por isso a desorganização social é visto como um perigo para sua continuidade. B. Sociedade conflituosa É a antíteses da anterior. Funda-se na luta de classes, e a sua primeira formulação teórica se deve a Marx. Muitos são os sociólogos que admitem que o que predomina é a sociedade conflituosa, o que significa aceitar uma sociedade utópica alternativa da sociedade existente. Sociedade utópica, na teoria é a que não existe actualmente, mas que pode ter existido. As alternativas de sociedades utópicas são amplamente imagináveis, para substituir a sociedade actual. Começou com Marx no seu Manifesto Comunista, onde destacou a predominância do sistema produtivo, porém o mais importante não é a luta de classes mais a luta pelo poder. C. Sociedade Pluralista É o modelo predominante no pensamento dos estudiosos ocidentais, eles consideram a sociedade de um modo pessimista. O homem esta preso ou recluso numa jaula de ferro. Esta jaula representaria todos os círculos sociais de repressão, controle, coação, costume. Esta visão pessimista da sociedade se completa com a noção de interiorização de normas, e pelo condicionamento que exercem os grupos de referência. A única saída vigente seria a tomada de consciência, que é uma atitude tipicamente intelectualista e elitista, pois os únicos que podem fazer frente à sociedade opressora são os intelectuais. A tendência do humanismo liberal é uma crítica da sociedade capitalista. A alternativa a esta sociedade opressora viria do
  • 6. pluralismo realmente democrático que desafiaria tanto o Capitalismo injusto como o socialismo e o comunismo totalitário. 2 Os Valores2 2.1 Definição Diremos que o valor é uma maneira de ser ou de agir que uma pessoa ou uma colectividade reconhecem como ideal e que faz os seres ou as condutas aos quais é atribuído sejam desejáveis ou estimáveis. O valor situa-se na ordem ideal e não na dos objectos concretos ou dos acontecimentos. Estes podem exprimir ou apresentar um valor, evocá-lo ou inspirar-se; mas merecem ou inspiram respeito por referência a uma certa moral, estética ou intelectual, cuja marca trazem. Em quanto ideal, o valor implica portanto a ideia duma qualidade de ser ou de agir superior, a que se aspira ou em que nos inspiramos. A este título, todavia, o valor não é mesmo real que as condutas ou os objectos em que se concretiza ou por que se exprime. O universo dos ideais é uma realidade para as pessoas que lhe aderem; fez parte duma sociedade tal como os edifícios ou a rede de estradas. Pode dizer-se que o valor se inscreve de maneira dupla na realidade: apresenta-se como um ideal que solicita a adesão ou convida ao respeito; manifesta-se nas coisas ou nas condutas que o exprimem de maneira concreta ou, mais exactamente, de maneira simbólica. Era isto que Durkheim queria dizer quando escrevia: “Os valores têm a mesma objectividade que as coisas”. 2.2 Características dos valores 2.2.1 Valores e juízos de valor Segundo Durkheim, existe uma diferença entre juízos de realidade e juízos de valor. Os primeiros limitam-se a exprimir dados, factos ou dadas relações entre os factos igualmente dados, são portanto juízos que dizem o que é ou como é a realidade. Faço um juízo quando digo que certos acontecimentos se passaram desta ou daquela maneira e foram provocados por determinado conjunto de factores. Em contrapartida, os juízos de valor dizem respeito à qualidade das coisas ou ao apreço que se lhes atribui. Quando digo que certos acontecimentos 2 ROCHER, Guy, Sociologia geral, Ed. Presença, Lisboa.
  • 7. são felizes porque favorecem o progresso da religião ou do ateísmo, estou a fazer um juízo de valor. Outra distinção entre valor e juízo de valor, é que um juízo de valor refere-se a seres ou a condutas julgadas a luz de certos valores, iluminados por certos valores; é portanto um juízo inspirado em valores. Semelhante juízo supõe já adesão do sujeito a um ideal com o qual compara as coisas ou os acontecimentos que observa. O valor é portanto anterior ao juízo de valor. 2.2.2 Valores de conduta Mas se os valores são inspiradores dos juízos de valor; são igualmente inspiradores das condutas. Os valores subjazem aos modelos de conduta. Muitos modelos são normas de condutas de carácter específico, na medida em que servem de guias para orientar a acção em circunstâncias particulares e precisas de tempo, lugar e situação. Ex. Regras de educação, regras de protocolo, ritos, regras de etiqueta etc. O grande poder que têm os modelos de conduta lhes vem dos valores e sentimentos que os sustentam. Compreende-se melhor o que acabámos de dizer através de um exemplo concreto. As regras de etiqueta ou de boa educação não têm qualquer sentido em si mesma, podem até parecer ridículas sob muitos aspectos. O que lhes da significado real é o facto de exprimir concretamente qualquer coisa mais profunda, provavelmente o respeito pelo outro. 2.2.3 Relatividade dos valores Os únicos valores reais são sempre os de uma sociedade particular; são os ideais que uma colectividade escolhe para si e a que adere. Os valores são pois sempre específicos duma sociedade e dum tempo histórico, porque variam num tempo e duma sociedade para outra. 2.2.4 Carga afectiva dos valores A adesão a um valor pelo geral não resulta dum movimento exclusivamente racional, mas antes duma mistura de raciocínio e de intuição espontânea directa, na qual a afectividade desempenha também um papel importante. A adesão a um valor comporta um certo impulso que brota de todo nosso ser e no leva energicamente a reconhecer como ideal certas meneias de ser ou de agir.
  • 8. 2.2.5 Hierarquia dos valores Os valores têm um carácter hierárquico. Em linguagem corrente fala-se de “escala de valores” para designar a ordem hierárquica segundo a aquela uma pessoa ou uma colectividade aprecia ou estima os ideais a que adere. Uma sociedade hierarquiza os seus valores da seguinte forma: 1- Há um número limitado de problemas fundamentais da existência humana para que os homens de todos os tempos tiveram de encontrar uma solução qualquer. 2- O número de soluções possíveis para cada problema é limitado 3- Quando os membros duma sociedade adoptam uma solução de preferência a qualquer outra, essa solução corresponde a um valor dominante nessa sociedade. 4- As outras soluções, não preferenciais, continuam no entanto presentes nessa sociedade no título de valores variantes ou substitutos. 3 Fundamento económico da sociedade.3 3.1 O processo de produção. Quando vamos a um supermercado e compramos géneros alimentícios, bebidas, calçados, materiais de limpeza etc. estamos comprando bens. Portanto, bens são todas as coisas palpáveis, concretas, e que são produzidas para satisfazer as necessidades do homem. Já uma consulta médica, uma aula são exemplos de serviços. Podemos dizer, então que o homem com o seu trabalho pode produzir bens de serviço. Ao viverem em sociedade, as pessoas participam directamente da produção, da distribuição de do consumo de bens e serviços, ou seja participam da vida económica da sociedade. Assim, o conjunto de indivíduos que participa da vida económica duma nação é o conjunto de indivíduos que participa da produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Produção: é a transformação da natureza da qual resultam bens que vão satisfazer as necessidades do homem. Por tanto produzir é dar uma nova combinação aos elementos da natureza. O processo de produção compõe-se de três elementos associados: trabalho, matéria- prima e instrumentos de produção. 3 OLIVEIRA, Pérsio santos de; Introdução a Sociologia. Ed. Ática; 1998
  • 9. A. Trabalho É toda actividade desenvolvida pelo homem, seja ela física ou mental, da qual resultam bens e serviços. Isto significa eu é trabalho tanto a actividade do operador de uma indústria como o do desenhista que projecta os bens a serem produzidos por uma indústria. Todo trabalho é sempre uma combinação desses dois tipos de actividades (manual, intelectual) O trabalho pode ser: 1. Trabalho qualificado: é o trabalho que não pode ser realizado sem certo grau de aprendizagem 2. Trabalho não qualificado: Pode ser realizado praticamente sem aprendizagem. B. Matéria-prima É todo objecto que no processo de produção é transformado para constituir o bem final. Ex. Uma costureira utiliza como matéria-prima os tecidos, a linha, os botões etc. Recursos naturais. Os homens, visando obter os bens e serviços de que necessitam, utilizam recursos como o solo, o subsolo, os rios, os mares etc. Pode acontecer que um recurso natural o seja só por um tempo determinado, o qual faz que o conceito de recurso natura seja relativo, isto é, varia no tempo e no espaço. O que é recurso natural num processo de produção capitalista, pode não sê-lo numa comunidade primitiva. Assim, recursos naturais são os elementos da natureza acessíveis e que podem ser incorporados à actividade económica do homem. C. Instrumentos de produção São todas as coisas que directa ou indirectamente nos permitem transformar a matéria-prima num bem final. Os instrumentos de produção que nos permitem transformar directamente a matéria- prima são as ferramentas de trabalho, os equipamentos e as máquinas. Os instrumentos que actuam de forma indirecta. Ex. Numa costureira, os instrumentos indirectos são o local de trabalho, a iluminação etc.
  • 10. D. Meios de produção Sem matéria-prima e sem instrumentos de produção não se pode produzir nada. Eles são os meios materiais para realizar qualquer tipo de trabalho. Por isso são chamados de meios de produção. Toda empresa combina no seu processo produtivo o trabalho e os meios de produção. Esses elementos encontram-se presentes tanto em trabalhos de uma costureira como no trabalho duma indústria. Sem o trabalho humano nada se pode produzir e sem os meios de produção o homem não pode trabalhar. 3.2 Modos de produção A. Modo de produção primitivo O modo de produção primitivo designa uma forma económica e social que abrange um período muito longo desde o aparecimento da sociedade humana. A comunidade primitiva existiu durante centenas de milhares de anos. Neste período o homem trabalhava em conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram propriedade colectiva, isto é, de todos. Não existia ainda a ideia de propriedade privada dos meios de produção, nem havia a oposição proprietários contra não proprietários. Nesta sociedade primitiva onde todo era de todos, não existia o estado. Este só começou a existir quando alguns homens começaram a dominar os outros. O estado surge como instrumento de organização social e de dominação. B. Modo de produção esclavagista É um modo de produção que predominou na antiguidade. Na sociedade esclavagista os meios de produção e os escravos eram propriedades do senhor. O escravo era considerado um instrumento, um objecto, assim com um animal ou uma ferramenta. Assim, no modo de produção esclavagista, as relações de produção eram relações de domínio e de sujeição. Um pequeno grupo de senhores explorava a massa de escravos que não tinha nenhum direito. Neste modo de produção já existia o Estado, pois alguns homens começaram a dominar os outros. O estado surge para garantir o interesse dos senhores. C. Modo de produção asiático O modo de produção asiática predominou no Egipto antigo, na China, na Índia, entre os Astecas do México e os Incas do Peru, e também na África do século passado.
  • 11. Tomando como exemplo o Egipto antigo, no tempo dos faraós, vamos notar que a parte produtiva da sociedade era composta pelos escravos que executavam trabalhos forçados, e pelos camponeses, que eram obrigados a entregar ao Estado o excedente do que produziam. As terras pertenciam ao Estado e, portanto ao faro, já que ele encarnava o Estado. Os grupos privilegiados da sociedade eram os sacerdotes, os nobres, os funcionários e os guerreiros. O excedente da produção possibilitava que o faraó destacasse um grande grupo de homens para constituir o exército, outro grupo para construir as obras grandiosas e outro para preservar o saber sagrado: os sacerdotes. Tudo isso fazia com que a parcela maior do excedente da produção fosse consumida por esses segmentos improdutivos da sociedade, minando cada vez mais o modo de produção asiático. D. Modo de produção feudal O modo de produção feudal predominou na Europa Acidental durante toda a Idade Média, permanecendo até o século XVI, e no Japão. A sociedade feudal era estruturada basicamente em senhores e escravos. As relações de produção no feudalismo baseavam-se na propriedade do senhor sobre a terra e um grande poder sobre o servo. Os servos não eram como os escravos: eles cultivavam um pedaço de terra cedido pelo senhor, sendo obrigados a pagar a ele impostos, e ainda trabalhar as terras que o senhor conservava para si. Outra diferença entre o servo e o escravo, é que o senhor era dono do escravo, podendo vende-lo, aluga-lo etc. Com os servos isso não acontecia, o servo enquanto pessoa, não era propriedade do senhor. O senhor feudal tinha o poder económico. E. Modo de produção capitalista O modo de produção feudal começou a desmoronar-se a partir do século XI. Com a sua degradação surgiu o capitalismo. A desagregação do feudalismo e as origens do capitalismo tiveram como principais causas: o crescimento da população na Europa, o desenvolvimento das técnicas agrícolas de produção e o renascimento comercial e urbano. O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção. As relações de produção capitalista baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia, que substitui a propriedade feudal, e o trabalho assalariado que substitui o trabalho servil do feudalismo.
  • 12. A burguesia possui as fábricas as meias de transporte, as terras, os bancos, etc. O trabalhador não é obrigado a ficar sempre na mesma terra ou na mesma fábrica; ele é livre para se empregar na propriedade do capitalista que o aceitar para trabalhar. Como os trabalhadores não são proprietários dos meios de produção, são obrigados a trabalhar para os proprietários do capital. No capitalismo há duas classes principais, a burguesia e os trabalhadores. O desenvolvimento da produção do capitalismo é movido pelo desejo de lucro. O capitalismo compreende quatro etapas:  O Pré-Capitalismo Encontramos os antecedentes do sistema capitalista na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Com o renascimento urbano e comercial dos séculos XIII e XIV, surgiu na Europa uma nova classe social: a burguesia. Esta nova classe social buscava o lucro através de actividades comerciais. Neste contexto, surgem também os banqueiros e cambistas, cujos ganhos estavam relacionados ao dinheiro em circulação, numa economia que estava em pleno desenvolvimento. Historiadores e economistas identificam nesta burguesia, e também nos cambistas e banqueiros, ideais embrionários do sistema capitalista: lucro, acumulo de riquezas, controle dos sistemas de produção e expansão dos negócios.  Primeira Fase: Capitalismo Comercial Este período estende-se do século XVI ao XVIII. Inicia-se com as Grandes Navegações e Expansões Marítimas Europeias, fase em que a burguesia mercante começa a buscar riquezas em outras terras fora da Europa. Os comerciantes e a nobreza estavam a procura de ouro, prata, especiarias e matérias-primas não encontradas em solo europeu. Estes comerciantes, financiados por reis e nobres, ao chegarem à América, por exemplo, vão começar um ciclo de exploração, cujo objectivo principal era o enriquecimento e o acumulo de capital. Neste contexto, podemos identificar as seguintes características capitalistas: busca do lucro, uso de mão-de-obra assalariada, moeda substituindo o sistema de trocas, relações bancárias, fortalecimento do poder da burguesia e desigualdades sociais.
  • 13.  Segunda Fase: Capitalismo Industrial No século XVIII, a Europa passa por uma mudança significativa no que se refere ao sistema de produção. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo. A Revolução Industrial modificou o sistema de produção, pois colocou a máquina para fazer o trabalho que antes era realizado pelos artesãos. O dono da fábrica conseguiu, desta forma, aumentar sua margem de lucro, pois a produção acontecia com mais rapidez. Se por um lado esta mudança trouxe benefícios (queda no preço das mercadorias), por outro a população perdeu muito. O desemprego, baixos salários, péssimas condições de trabalho, poluição do ar e rios e acidentes nas máquinas foram problemas enfrentados pelos trabalhadores deste período. O lucro ficava com o empresário que pagava um salário baixo pela mão-de-obra dos operários. As indústrias, utilizando máquinas à vapor, espalharam-se rapidamente pelos quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um novo formato. Muitos países europeus, no século XIX, começaram a incluir a Ásia e a África dentro deste sistema. Estes dois continentes foram explorados pelos europeus, dentro de um contexto conhecido como neocolonialismo. As populações destes continentes, foram dominadas a força e tiveram suas matérias-primas e riquezas exploradas pelos europeus. Eram também forçados a trabalharem em jazidas de minérios e a consumirem os produtos industrializados das fábricas europeias.  Terceira Fase: Capitalismo Monopolista-Financeiro Iniciada no século XX, esta fase vai ter no sistema bancário, nas grandes corporações financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de desenvolvimento. Podemos dizer que este período está em pleno funcionamento até os dias de hoje. Grande parte dos lucros e do capital em circulação no mundo passa pelo sistema financeiro. A globalização permitiu as grandes corporações produzirem seus produtos em diversas partes do mundo, buscando a redução de custos. Estas empresas, dentro de uma economia de mercado, vendem estes produtos para vários países, mantendo um comércio activo de grandes proporções. Os sistemas informatizados possibilitam a circulação e transferência de valores em tempo quase real. Apesar das indústrias e do comércio continuarem a lucrar muito dentro deste sistema, podemos dizer que os sistemas bancários e financeiros são aqueles que mais lucram e acumulam capitais dentro deste contexto económico actual
  • 14. F. Modo de produção socialista. A base económica do socialismo é a propriedade social dos meios de produção, isto é, os meios de produção são públicos ou colectivos, não existem empresas privadas. A finalidade da sociedade socialista é a satisfação completa das necessidades materiais e culturais da produção, emprego, habitação, educação, saúde. Nela, não há a separação entre proprietários do capital e empregados. Isto não quer dizer que não continuem existindo diferenças sociais entre as pessoas, bem como salários desiguais em função de o trabalho ser manual ou intelectual. A economia na sociedade socialista é planificada, visando atender às necessidades básicas da população e não ao lucro das empresas. O comunismo é a etapa posterior do socialismo. No comunismo, em teoria, acabariam as diferenças sociais entre pessoas, porque todas teriam tudo em comum, e o Estado deixaria de existir. No final da década de 80 e começo da década de 90, começaram a ocorrer profundas mudanças políticas e económicas nos países socialistas europeus. Em quase todos caíram os governos do partido comunista e foram feitas reformas para tornar mais democrático o sistema político com eleição directa para os principais cargos. Também a economia passou por profundas alterações, com a diminuição do controlo do Estado e a reactivação dos mecanismos de mercado. A propriedade tem sido restabelecida em alguns sectores sobre tudo o comércio.