O documento discute as relações entre indivíduo e sociedade segundo diferentes perspectivas sociológicas. Aborda os pontos de vista de Durkheim, Marx e Weber, onde Durkheim vê o indivíduo como moldado pelas instituições sociais, Marx enfatiza a classe social, e Weber destaca os valores e sentidos que guiam a ação individual.
2. 1. Indivíduo e sociedade
o Individuus: não dividido.
o Trata – se do singular que só tem sentido
como parte de um conjunto social (coletivo).
o Discute – se o papel do indivíduo na sociedade.
o Alguns sociólogos defendem que o indivíduo é
condicionado (moldado) pelas instituições
sociais (família, igreja, escola, Estado).
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4. o Outros sociólogos defendem a autonomia do
indivíduo na sociedade.
o As sociedades são dinâmicas e construídas
historicamente: mudam e transformam – se.
o A atuação do indivíduo no coletivo é essencial
para que as mudanças ocorram, constituindo
valores/estruturas econômicas e políticas.
o A ação individual favorece rupturas a modelos
e padrões preestabelecidos.
9. 2. Sociedade e indivíduo
o Não há sociedade sem indivíduos.
o Sociedade: não apenas a soma de indivíduos.
o A dinâmica da história mostra que os laços
sociais/coletivos constroem estruturas mas não
anulam tensões e crises que são construídas.
o A dialética indivíduo – sociedade – vida ajuda a
compreender as relações sociais e implicações.
10. Superar a polarização: indivíduo X sociedade
o Objetivo, subjetivo, coletivo, individual, macro,
micro representam uma polarização estéril.
o O construtivismo social supera a dicotomia.
o A realidade social é uma construção múltipla
nas condições concretas, interagindo a vida
individual, coletiva e dinâmica.
o Ao nascer o indivíduo assume o patrimônio
histórico – cultural em que está inserido.
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12. 3. Durkheim: indivíduo e sociedade
o As instituições atuam coercitivamente sobre o
indivíduo, determinando seu papel social.
o Assim, pai, chefe de família, cidadão, adepto
de uma certa igreja o indivíduo tem seus
papeis determinados por coerção social.
o Para Durkheim os imperativos sociais moldam
o indivíduo, a consciência coletiva constrói a
consciência individual.
13. “Quando desempenho meus deveres de
irmão, esposo, cidadão, pratico deveres
definidos fora de mim, de meus atos, no
direito e nos costumes. Recebi – os através
da educação. Ao nascer, o indivíduo
encontra prontos os valores, crenças e
práticas. As maneiras de agir, pensar, sentir
existem fora das consciências individuais e
possuem um poder imperativo e coercitivo”.
(Durkheim, Émile)
14. Consciência coletiva – consciência individual:
o As consciências individuais geram uma síntese
que se chama consciência coletiva.
o A solidariedade estabelece vínculos coletivos.
o Mecânicos e afetivos: laços de parentesco.
o Mecânicos e tradicionais: relações de trabalho.
o Racionais e orgânicos: necessidade do outro.
o O indivíduo é moldado, polido, transformado.
15. Suicídio e anomia social:
o O indivíduo rejeita as regras sociais.
o O suicídio seria consequência da pressão
coletiva sobre o indivíduo.
o Na anomia social as instituições fracassam e
não conseguem impor suas regras, gerando
uma resistência e uma nova consciência.
o A consciência individual criaria nova síntese
no social.
16. Para Durkheim, a anomia expressa crise, perda
de afetividade, desmoronamento das normas e
dos valores sociais, consequência do rápido e
acelerado desenvolvimento econômico, causando
profundas alterações sociais, debilitando a
consciência coletiva. Serviria como moderador de
ilimitados apetites e expectativas individuais, num
contexto que mantenha o equilíbrio e a harmonia.
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18. Ao passar da solidariedade mecânica para a
orgânica (sociedade industrial) a sociedade
entrou num estado anômico. Para Durkheim,
há necessidade de regras e instituições fortes
ligadas às ciências, à positividade científica,
para garantir vínculos entre os indivíduos
coagidos pela razão científica.
19. 4. Marx
o O indivíduo deve ser compreendido num
contexto de classe social.
o Os indivíduos se organizaram para produzir.
o As funções individuais geraram relações de
poder, favorecendo uns, explorando outros.
o A não consciência favorece o discurso
ideológico da exploração.
20. o Para Marx “não é a consciência do homem
que determina sua existência, mas é a sua
existência que determina sua consciência.”
o O pertencimento a uma classe social
proletária (explorada) em oposição à uma
classe proprietária (exploradora), no âmbito da
produção, gera a luta de classes.
o As consciências individuais expressam a luta
de classes.
21.
22. 5. Weber
As normas não são exteriores aos indivíduos:
o A ação individual gera a ação coletiva.
o As motivações (sentidos) individuais agem
sobre o coletivo.
o Família, Estado, Igreja são o resultado das
ações e reciprocidades individuais.
o É fundamental compreender o indivíduo e os
sentidos de suas ações.
23. Para Webber, o indivíduo traz concepções,
visões e valores interiorizados, determinando
suas ações sociais. Possibilidades previsíveis
indicam comportamentos. A ação social
pressupõe relação social entendida como
possibilidade previsível de que os indivíduos
adotem determinado comportamento.
24. Cultura e ação social:
o Os valores histórico – culturais determinam as
ações individuais.
o Em A ética protestante e o espírito do
Capitalismo Weber defende que o Calvinismo
forjou nos colonos ingleses a valorização do
trabalho e do lucro como meios de salvação.
o Tal valor compartilhado gerou o espírito do
Capitalismo.
25. Teoria Durkheim Marx Weber
Indivíduo Menor espaço Inserido na classe
social
Maior espaço
Sociedade Maior espaço Exploradores
X
Explorados
Menor espaço
Classes Coesão
Solidariedade
Antagonismo
básico
Reciprocidade
Base Instituições/coerção Modo de produção Valores
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