Qualquer tarefa que se pretende realizar no contexto educativo, para que seja feita conforme e de maneira lógica, é necessário que haja uma preparação inicial que mostrará claramente as intenções ou objectivos que se pretende alcançar na tal tarefa e os seus passos subsequentes.
1. 1. Introdução
O Processo de Ensino e Aprendizagem como todos têm ouvido é um termo usado para
caracterizar um conjunto de sistema de interacções comportamentais entre professores e
alunos. A força dele está na resposta pela qual este oferece à apropriação dos
conhecimentos, ao desenvolvimento intelectual e físico do aluno, à formação de
sentimentos, qualidades e valores, que alcancem os objectivos gerais e específicos
propostos em cada nível de ensino de diferentes instituições, conduzindo a uma posição
transformadora, que promova as acções colectivas, a solidariedade e o viver em
comunidade feita através de um termo designado – Planificação.
2. Objectivos
Objectivo geral:
Conhecer o processo de planificação.
Objectivos específicos:
Definir a planificação do ensino e treinamento;
Indicar os diferentes tipos de planificação;
Mencionar os aspectos que devem ser tomados em conta numa planificação;
Indicar as características de uma boa planificação; e
Identificar a importância da planificação no PEA e treinamento.
2. 3. As condições do Ensino e Aprendizagem tendo em conta a Planificação no
Processo do Ensino e Aprendizagem
Qualquer tarefa que se pretende realizar no contexto educativo, para que seja feita
conforme e de maneira lógica, é necessário que haja uma preparação inicial que
mostrará claramente as intenções ou objectivos que se pretende alcançar na tal tarefa e
os seus passos subsequentes. Esta preparação envolve itens que juntos e relacionados
uns com os outros farão com que se alcance o desejado.
3.1. Definição do conceito
Muitos autores e pedagogos fizeram as suas abordagens sobre a planificação que
passamos a citar alguns:
Para Piletti (2004, pág. 61) define a planificação como um processo que consiste em
preparar um conjunto de decisões, visando atingir determinados objectivos assumindo
uma atitude séria e curiosa diante de um problema.
Segundo Libâneo (2006, pág. 222) é um processo de racionalização, organização e
coordenação da acção docente, articulando a actividade escolar e a problemática do
contexto social”.
Como pudemos compreender, em sentido geral vai ser uma planificação, processo
através do qual uma instituição faz a preparação, previsão e organização do
desenvolvimento das suas actividades, em conformidade com as normas, procedimentos
e/ou legislação que orientam a área a planificar, estabelecendo para o efeito, as
respectivas metas e prazos.
De acordo com Pilleti (2004, pág. 61) menciona que no processo de planeamento
procuramos responder às seguintes perguntas:
O que pretendo alcançar?
Em quanto tempo pretendo alcançar?
Como posso alcançar isso que pretendo?
O que fazer e como fazer?
Quais os recursos necessários
O que e como analisar a situação a fim de verificar se o que pretendo foi
alcançado?
3. 3.2. Importância da Planificação
Segundo Ferreira (2007:54), a planificação em seu todo tem a seguinte importância:
Prevê os objectivos, conteúdos, métodos e meios de ensino.
Facilita a preparação das aulas e as tarefas que se vão executar.
Actualização dos conteúdos
Evita a rotina e a improvisação.
Contribui para a realização dos objectivos visados.
Promove a eficiência do ensino.
Garante maior segurança na direcção do ensino.
Garante economia de tempo e energia.
3.3. Tipos de Planificação
De ponto de vista de elevado número de tipos de planificação, aqui não se pretende,
explorar e esgotar todos os tipos de planificação, mesmo porque, como aponta é
impossível enumerar todos tipos de tipos de planificação necessários à actividade
humana.
Vamos referenciar, desta forma, nos que são essenciais para a educação. Assim sendo,
segundo Pilletti (2004, pág. 60) encontramos:
Planificação Educacional.
Planificação do Currículo.
Planificação de Ensino.
3.3.1. Planificação Educacional
Segundo Pilletti (2004, pág. 60) diz que tem a ver na tomada de decisões sobre a
educação no conjunto do desenvolvimento geral do país. A elaboração desse tipo de
planificação requer a proposição de objectivos a longo prazo que definam uma política
da educação."
Querendo dizer em outras palavras como todo conjunto de itens definidos tendo em
conta os desafios que um determinado país vive e enfrenta e olhando em consideração
toda conjuntura sócio - cultural e político que requerem estudos de diversos fenómenos
que possam influenciar directo ou indirectamente o contexto educativo pelo qual se
4. planifica ou se estrutura os objectivos feitos através de estruturas competentes através
de um estudo profundo e sistemático.
3.3.2. Planificação do Currículo
Definido como um processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da acção escolar.
É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno. Portanto, essa
modalidade de planear constitui um instrumento que orienta a acção educativa na
escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem
que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares.
Esta consiste na formulação de objectivos educacionais a partir daqueles expressos nos
guias curriculares oficiais. Neste sentido, a escola não deve simplesmente executar o
que é prescrito pelos órgãos oficiais.
3.3.3. Planificação de Ensino
É processo de decisão sobre a actuação concreta dos professores no quotidiano de seu
trabalho pedagógico, envolvendo as acções e situações em constante interacções entre
professor e alunos e entre os próprios alunos.
É importante esclarecer que do planeamento resultará o plano que é um documento
utilizado para o registo de decisões do tipo: o que se pensa fazer, como fazer, quando
fazer, com que fazer, com quem fazer.
3.4. Características de uma planificação
Uma boa planificação tem de ter sempre em conta os elementos como é o caso da
unidade, continuidade e degradação, objectividade e realismo, precisão e clareza,
flexibilidade.
Guião de Orientação: onde são estabelecidas as directrizes e meios para
realização do trabalho docente com a função de orientar a prática partindo das
exigências da própria prática, não podendo ser um documento rígido.
Segue uma ordem sequencial: através de passos lógicos, embora na prática os
passos podem ser invertidos.
Objectividade: existência de correspondência do plano com a realidade.
5. Coerência: entre os objectivos gerais, específicos, conteúdos, métodos e
avaliação assim como relação entre as ideias e a prática.
Flexibilidade: onde o professor está sempre organizando e reorganizando o seu
trabalho e sujeito a alterações.
3.5. Etapas da Planificação do Ensino
As etapas da planificação do ensino em Pilletti (2004, pág. 662):
Conhecimento da realidade (através do conhecimento para quem se vai
planificar; conhecimento do aluno e seu ambiente; da necessidades, aspirações,
possibilidades dos alunos; sondagem, busca de dados; diagnóstico e conclusão
após os dados colectados);
Elaboração do Plano (determinar os objectivos; seleccionar e organizar dos
conteúdos; seleccionar e organizar procedimentos de ensino; dos recursos; dos
procedimentos da avaliação e a estruturação do plano);
Execução do Plano (desenvolvimento das actividades previstas; das etapas do
trabalho escolar e certas circunstâncias do meio exigirão adaptações e
alterações);
Avaliação e aperfeiçoamento do Plano (onde depois da execução passa-se a
avaliar o próprio plano; avaliar os resultados do PEA, a qualidade do plano e sua
eficiência e avaliar a eficiência do sistema escolar).
3.6. Ciclos de Planificação
Temos a noção de que planificar o conteúdo que se vai fazer amanhã é muito diferente
de planificar o que se vai fazer durante um ano inteiro, mas ambas as planificações são
importantes. Do mesmo modo, as planificações para um dia específico são influenciadas
pelo que aconteceu anteriormente, e, por seu turno, influenciarão as planificações para
os dias e semanas que se seguem. Assim, teremos: o plano anual, plano da unidade de
ensino e plano de aula.
3.6.1. Plano Anual
Pilletti (2004, pág. 69) diz que "é um conjunto de factos que representam o trabalho de
previsão de um ano lectivo, incluindo a sua dependência com o ano anterior e posterior,
tendo (também) em conta a ligação com outras disciplinas (interdisciplinaridade)."
6. A tarefa de planificação no seu todo cabe às estruturas centrais (MINED) que
seleccionam os conteúdos e as capacidades adequadas aos alunos, os quais se dirige esse
programa.
3.6.2. Planificação da unidade de ensino
Para Pilletti (2004, pág. 71), "é um conjunto de factos ou de comportamentos inter-
relacionados formando um conjunto mais facilmente apreensível. Esse conjunto deve
compreender o mesmo tema."
A maior parte das escolas e dos professores organizam o ensino em torno de semanas e
unidades.
3.6.2.1. Elementos de um plano de unidade
4. Tempo disponível;
5. Objectivos educacionais e instrucionais;
6. Subunidades;
7. Motivação geral da unidade;
8. Motivações parciais;
9. O processo completo de aquisição das qualidades de uma parte da
personalidade;
10. Interligação entre as disciplinas (interdisciplinaridade);
11. Material concretizador (didáctico);
12. Trabalhos referentes a exercícios, tarefas, pesquisas ou leituras a serem levadas a
efeito;
13. Actividades extra-classe;
14. Formas de fixação e integração da aprendizagem;
15. Avaliação da aprendizagem;
16. Bibliografia.
16.1.1. Plano de Aula (Planificação diária)
Elaborar um plano de aula de acordo com Pilletti (2004, pág. 72) "é construir um guia
de orientação para o desenvolvimento do conteúdo de uma aula ou conjunto de aulas."
As unidades e subunidades previstas em linhas gerais no programa de ensino, vão ser
especificadas e sistematizadas para uma situação real, a aula.
7. Exigências de uma aula
Definir atempadamente o tema;
Cada aula deve ter objectivos claros;
Cada aula deve ter uma estrutura lógica da matéria;
Cada aula deve ter uma função didáctica dominante;
Cada aula deve ter métodos de ensinar e aprender (actividades do professor e
dos alunos);
Cada aula deve ter meios didácticos; e
Cada aula deve ter a divisão do tempo.
8. 4. Conclusão
Tendo em vista os aspectos observados, notamos que a planificação no ensino pode ser
um pouco mais complexa, mas as competências adquiridas podem servi-lhe de alicerce.
A fundamentação lógica e a base de conhecimentos da planificação, particularmente o
impacto da planificação na aprendizagem do aluno e o decorrer geral da vida da sala de
aula, são as que mais devem ser consideradas e colocadas em mente.
Pese embora a planificação e as deliberações a tomar sobre a educação sejam processos
exigentes que necessitam de uma compreensão e competências avançadas, os
professores não têm que se sentir desorientados pois ela é apenas um guião e não
ferramenta para um total segmento, ou mesmo, não pode ser regido, mas sim flexível ao
ponto de permitir ao gestor inserir mudanças se for o caso de aos professores inserirem
novos elementos, mudar de rumos, se exigirem as necessidades e/ou interesses do
momentos.
9. 5. Referências
LIBÂNEO, J. C. (1994). Didáctica. São Paulo: Editora Cortez.
PILLETI, C. (2004). Didáctica Geral. (23ª ed.) São Paulo: Editora Ática
FERREIRA, A. Et al. (2007). Manual da Disciplina de Metodologias de Ensino e
Treinamento. Universidade Pedagógica - PAGE