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1
Desvendando a “Black Box”:
Utilização da Perspectiva Histórico-Longitudinal
em Pesquisas na Administração
Josué da Luz Dias
Grace Vieira Becker
Setembro, 2010
2
Objetivo do Artigo
Apresentar a abordagem histórico-
longitudinal como uma alternativa
metodológica viável de ser aplicada em
estudos de administração, listando os
principais desafios e caminhos
indicados por diversos autores para
superá-los.
Apresentar a abordagem histórico-
longitudinal como uma alternativa
metodológica viável de ser aplicada em
estudos de administração, listando os
principais desafios e caminhos
indicados por diversos autores para
superá-los.
3
1. Introdução
2. A abordagem histórico-longitudinal
3. Desafios no uso e aplicação da abordagem
histórico-longitudinal
4. Conclusões
1. Introdução
2. A abordagem histórico-longitudinal
3. Desafios no uso e aplicação da abordagem
histórico-longitudinal
4. Conclusões
Agenda
4
Introdução
 Mudança de foco: de explicar a vantagem competitiva pela
análise do ambiente para uma análise voltada à
mobilização de recursos e capacidades internas das
organizações.
Desempenho = 10
Setor 1
Desempenho = 15
Setor 2
Desempenho = 28
5
Introdução
 A análise da indústria parece não mais contribuir para o
entendimento dos fatores-chave da vantagem competitiva (ROSE;
DAELLEMBACH, 1999; BARNEY, 1986; HOSKINSSON et al., 1999).
 O estudo de caso vem “tornando-se a modalidade preferida daqueles
que procuram saber ‘como’ e ‘por que’ certos fenômenos acontecem”
(NEVES, 1996, p. 3).
 Estudos de caso mostram-se mais adequados à VBR pois fornecem
uma riqueza de informações que não pode ser explicitada por
pesquisas quantitativas (HOSKINSSON et al., 1999).
Desempenho Superior
Competências
Organizacionais
6
Trajetória HistóricaTrajetória Histórica
Corte
Transversal
Perspectiva
Histórico-
longitudinal
A abordagem histórico-longitudinal
 O comportamento das pessoas e das organizações é
determinado essencialmente por suas experiências
passadas (GREINER, 1998).
7
 Olhar somente para o momento atual da empresa pode levar a
conclusões incorretas sobre os motivos que levaram uma organização a
alcançar a vantagem competitiva, pois a competitividade é alavancada
por competências que são construídas ao longo da trajetória da
empresa (BECKER et al., 2008).
 Ações e decisões passadas exercem forte influência naquilo que a
empresa é hoje e continuará influenciando naquilo que a empresa se
tornará no futuro (Teece et al, 1997).
 A VBR vem impondo desafios aos métodos qualitativos, justamente
pela natureza intangível de alguns recursos organizacionais, exigindo
dos pesquisadores estudos de caso longitudinais, entre outros
métodos, de forma a comprovar suas hipóteses (HOSKINSSON et al.,
1999).
 Olhar somente para o momento atual da empresa pode levar a
conclusões incorretas sobre os motivos que levaram uma organização a
alcançar a vantagem competitiva, pois a competitividade é alavancada
por competências que são construídas ao longo da trajetória da
empresa (BECKER et al., 2008).
 Ações e decisões passadas exercem forte influência naquilo que a
empresa é hoje e continuará influenciando naquilo que a empresa se
tornará no futuro (Teece et al, 1997).
 A VBR vem impondo desafios aos métodos qualitativos, justamente
pela natureza intangível de alguns recursos organizacionais, exigindo
dos pesquisadores estudos de caso longitudinais, entre outros
métodos, de forma a comprovar suas hipóteses (HOSKINSSON et al.,
1999).
A abordagem histórico-longitudinal
8
1. Como resgatar o histórico da organização?
2. Como tratar de um grande volume de informações?
3. Como definir os marcos históricos e relacioná-los
com os dados coletados?
4. Como combinar dados históricos com dados atuais?
5. Pode-se confiar somente na memória dos
entrevistados?
6. O que fazer quando documentos oficiais fornecem
dados imprecisos?
7. O que fazer quando as fontes de dados apontam
diferentes versões para a trajetória da organização
estudada?
8. Como proceder com a transcrição das entrevistas?
1. Como resgatar o histórico da organização?
2. Como tratar de um grande volume de informações?
3. Como definir os marcos históricos e relacioná-los
com os dados coletados?
4. Como combinar dados históricos com dados atuais?
5. Pode-se confiar somente na memória dos
entrevistados?
6. O que fazer quando documentos oficiais fornecem
dados imprecisos?
7. O que fazer quando as fontes de dados apontam
diferentes versões para a trajetória da organização
estudada?
8. Como proceder com a transcrição das entrevistas?
Desafios no uso e aplicação da abordagem
histórico-longitudinal
9
1. Como resgatar o histórico da organização?
 Construir uma narrativa cronológica da trajetória
organizacional, evitando reduções e apresentando os diferentes
pontos de vista.
 Solicitar a opinião dos participantes fazendo-os reportarem-se
às diversas etapas da trajetória organizacional.
 Usar questões ‘por que’ e ‘como’ sobre a relação dos eventos
ao longo do tempo.
 Identificar padrões de comportamento, ações e decisões que
sejam o reflexo das diferentes estratégias adotadas pela
organização nos diferentes períodos da sua trajetória.
 Construir uma narrativa cronológica da trajetória
organizacional, evitando reduções e apresentando os diferentes
pontos de vista.
 Solicitar a opinião dos participantes fazendo-os reportarem-se
às diversas etapas da trajetória organizacional.
 Usar questões ‘por que’ e ‘como’ sobre a relação dos eventos
ao longo do tempo.
 Identificar padrões de comportamento, ações e decisões que
sejam o reflexo das diferentes estratégias adotadas pela
organização nos diferentes períodos da sua trajetória.
10
2. Grande volume de informações a tratar
 Evitar um mergulho em uma massa disforme de
dados. Recomenda-se converter dados
disformes em um modelo entendível e
reutilizável por outros.
 Concentrar-se nas pessoas, depoimentos,
documentos e situações mais representativos,
que trazem maior contribuição para a pesquisa.
 Focar nas pessoas que ocupam cargos
estratégicos.
 Selecionar o que é relevante para cada período
– Eliminar vieses dos depoimentos.
 Decidir o que vai para a lata do lixo.
 Evitar um mergulho em uma massa disforme de
dados. Recomenda-se converter dados
disformes em um modelo entendível e
reutilizável por outros.
 Concentrar-se nas pessoas, depoimentos,
documentos e situações mais representativos,
que trazem maior contribuição para a pesquisa.
 Focar nas pessoas que ocupam cargos
estratégicos.
 Selecionar o que é relevante para cada período
– Eliminar vieses dos depoimentos.
 Decidir o que vai para a lata do lixo.
11
3. Definir os marcos históricos e relacioná-los
com os dados coletados
# $ % *
A2 C2 B3
# $ % *
A1 A2 B3
# $ % *
A1 A3 B1
Período 1 Período 2 Período Atual
Depoimentos
Períodos
Históricos
A1 A3B1 A2
B3C2
 Buscar elementos que permitam identificar os marcos históricos - Qual
evento delimita a passagem de um período para outro?
 Construir uma lista de eventos que influenciaram decisivamente na
formação da estratégia organizacional ao longo de sua trajetória.
 Identificar categorias que reduzam a complexidade dos dados.
12
4. Como combinar dados históricos com dados
atuais?
 O pesquisador tem que estar atento às informações fornecidas,
pois o resgate do passado é feito no momento atual.
 Dados passados são mais sintéticos e concentrados nos
eventos marcantes. Dados presentes são mais ricos em
detalhes e podem conter ruído. O pesquisador deve ter
habilidade para descartar o que não é útil para a pesquisa.
 O pesquisador tem que estar atento às informações fornecidas,
pois o resgate do passado é feito no momento atual.
 Dados passados são mais sintéticos e concentrados nos
eventos marcantes. Dados presentes são mais ricos em
detalhes e podem conter ruído. O pesquisador deve ter
habilidade para descartar o que não é útil para a pesquisa.
13
5. Confiar somente na memória dos
entrevistados?
 Triangulação de dados com
informações documentais
para corrigir distorções e
falhas de memória
identificadas nas entrevistas.
 Entrevistas devem ser
tratadas como qualquer
documento histórico,
submetidas a contraprovas
e análises.
 Discernir entre narração e
imaginação, cercando-se de
fatos comprovados.
 Triangulação de dados com
informações documentais
para corrigir distorções e
falhas de memória
identificadas nas entrevistas.
 Entrevistas devem ser
tratadas como qualquer
documento histórico,
submetidas a contraprovas
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 Discernir entre narração e
imaginação, cercando-se de
fatos comprovados.
Entrevistas:
Executivos,
Fundador,
Clientes,
Fornecedores e
Parceiros
Documentos Observação
Validação de dados e
fatos contemporâneos
Validação de dados e
fatos históricos
14
6. O que fazer quando documentos oficiais
fornecem dados imprecisos?
 Interpretar criticamente todas as narrativas e documentos que tiver
acesso, sob pena de se deixar levar pela memória dita oficial,
freqüentemente carregada de vieses político-ideológicos. Investigar
as diferenças entre a memória oficial e a memória coletiva, focando nas
contradições entre depoimentos e documentos.
 Fazer triangulação de informação documental não só da empresa
estudada, mas de periódicos especializados que evidenciem as
estratégias adotadas pelas empresas do segmento ao longo do tempo e
relatórios financeiros oficiais que evidenciem os impactos dessas
estratégias na performance da empresa estudada e do setor.
 Interpretar criticamente todas as narrativas e documentos que tiver
acesso, sob pena de se deixar levar pela memória dita oficial,
freqüentemente carregada de vieses político-ideológicos. Investigar
as diferenças entre a memória oficial e a memória coletiva, focando nas
contradições entre depoimentos e documentos.
 Fazer triangulação de informação documental não só da empresa
estudada, mas de periódicos especializados que evidenciem as
estratégias adotadas pelas empresas do segmento ao longo do tempo e
relatórios financeiros oficiais que evidenciem os impactos dessas
estratégias na performance da empresa estudada e do setor.
15
7. As fontes de dados apontam diferentes
versões para a trajetória da organização
 Fatos e versões andam juntos. É tarefa do pesquisador a
confrontação crítica das narrações e entender as
representações. Ouvir mais de uma testemunha da
situação.
 Uma entrevista é sempre uma versão da realidade. É
preciso compreender os significados que os indivíduos
e grupos sociais conferem às experiências que têm.
Negligenciar essa dimensão é revelar-se ingênuo e
positivista.
 Reconhecer que nem todas as versões são verdadeiras,
livres de manipulação, inexatidão ou erro. Elaborar um
mosaico que forme um todo coerente, a menos que as
diferenças entre elas sejam irreconciliáveis.
 Fatos e versões andam juntos. É tarefa do pesquisador a
confrontação crítica das narrações e entender as
representações. Ouvir mais de uma testemunha da
situação.
 Uma entrevista é sempre uma versão da realidade. É
preciso compreender os significados que os indivíduos
e grupos sociais conferem às experiências que têm.
Negligenciar essa dimensão é revelar-se ingênuo e
positivista.
 Reconhecer que nem todas as versões são verdadeiras,
livres de manipulação, inexatidão ou erro. Elaborar um
mosaico que forme um todo coerente, a menos que as
diferenças entre elas sejam irreconciliáveis.
16
8. Como proceder com a transcrição das
entrevistas?
 Transcrições impecavelmente neutras podem ser ilegíveis ou
inúteis.
 Se a entrevista é rica em símbolos e sentidos, transcrever
exatamente o que foi dito, inclusive “o entrevistado tosse”, mas
sem dizer se aquela tosse significa ironia, hesitação ou
nervosismo produz um resultado carente de significado e que
não necessariamente se traduz em fidelidade e credibilidade
à pesquisa.
 Transcrições impecavelmente neutras podem ser ilegíveis ou
inúteis.
 Se a entrevista é rica em símbolos e sentidos, transcrever
exatamente o que foi dito, inclusive “o entrevistado tosse”, mas
sem dizer se aquela tosse significa ironia, hesitação ou
nervosismo produz um resultado carente de significado e que
não necessariamente se traduz em fidelidade e credibilidade
à pesquisa.
17
A análise do ambiente organizacional sob uma perspectiva
temporal é muito mais sofisticado do que avaliar
simplesmente o momento atual.
A perspectiva histórico-longitudinal possibilita aprofundar o
entendimento sobre a realidade interna das organizações.
Estudos qualitativos priorizam o contato direto e
prolongado do investigador com o campo, para facilitar a
percepção sobre os significados e a realidade da
empresa estudada (PATTON, 1986; PETTIGREW, 1990).
A análise do ambiente organizacional sob uma perspectiva
temporal é muito mais sofisticado do que avaliar
simplesmente o momento atual.
A perspectiva histórico-longitudinal possibilita aprofundar o
entendimento sobre a realidade interna das organizações.
Estudos qualitativos priorizam o contato direto e
prolongado do investigador com o campo, para facilitar a
percepção sobre os significados e a realidade da
empresa estudada (PATTON, 1986; PETTIGREW, 1990).
Conclusões
18
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Safári de Estratégia – Escola de Posicionamento - Mintzberg, Ahlstrand e Lampel
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Histórico-longitudinal: desafios e aplicação em estudos de administração

  • 1. 1 Desvendando a “Black Box”: Utilização da Perspectiva Histórico-Longitudinal em Pesquisas na Administração Josué da Luz Dias Grace Vieira Becker Setembro, 2010
  • 2. 2 Objetivo do Artigo Apresentar a abordagem histórico- longitudinal como uma alternativa metodológica viável de ser aplicada em estudos de administração, listando os principais desafios e caminhos indicados por diversos autores para superá-los. Apresentar a abordagem histórico- longitudinal como uma alternativa metodológica viável de ser aplicada em estudos de administração, listando os principais desafios e caminhos indicados por diversos autores para superá-los.
  • 3. 3 1. Introdução 2. A abordagem histórico-longitudinal 3. Desafios no uso e aplicação da abordagem histórico-longitudinal 4. Conclusões 1. Introdução 2. A abordagem histórico-longitudinal 3. Desafios no uso e aplicação da abordagem histórico-longitudinal 4. Conclusões Agenda
  • 4. 4 Introdução  Mudança de foco: de explicar a vantagem competitiva pela análise do ambiente para uma análise voltada à mobilização de recursos e capacidades internas das organizações. Desempenho = 10 Setor 1 Desempenho = 15 Setor 2 Desempenho = 28
  • 5. 5 Introdução  A análise da indústria parece não mais contribuir para o entendimento dos fatores-chave da vantagem competitiva (ROSE; DAELLEMBACH, 1999; BARNEY, 1986; HOSKINSSON et al., 1999).  O estudo de caso vem “tornando-se a modalidade preferida daqueles que procuram saber ‘como’ e ‘por que’ certos fenômenos acontecem” (NEVES, 1996, p. 3).  Estudos de caso mostram-se mais adequados à VBR pois fornecem uma riqueza de informações que não pode ser explicitada por pesquisas quantitativas (HOSKINSSON et al., 1999). Desempenho Superior Competências Organizacionais
  • 6. 6 Trajetória HistóricaTrajetória Histórica Corte Transversal Perspectiva Histórico- longitudinal A abordagem histórico-longitudinal  O comportamento das pessoas e das organizações é determinado essencialmente por suas experiências passadas (GREINER, 1998).
  • 7. 7  Olhar somente para o momento atual da empresa pode levar a conclusões incorretas sobre os motivos que levaram uma organização a alcançar a vantagem competitiva, pois a competitividade é alavancada por competências que são construídas ao longo da trajetória da empresa (BECKER et al., 2008).  Ações e decisões passadas exercem forte influência naquilo que a empresa é hoje e continuará influenciando naquilo que a empresa se tornará no futuro (Teece et al, 1997).  A VBR vem impondo desafios aos métodos qualitativos, justamente pela natureza intangível de alguns recursos organizacionais, exigindo dos pesquisadores estudos de caso longitudinais, entre outros métodos, de forma a comprovar suas hipóteses (HOSKINSSON et al., 1999).  Olhar somente para o momento atual da empresa pode levar a conclusões incorretas sobre os motivos que levaram uma organização a alcançar a vantagem competitiva, pois a competitividade é alavancada por competências que são construídas ao longo da trajetória da empresa (BECKER et al., 2008).  Ações e decisões passadas exercem forte influência naquilo que a empresa é hoje e continuará influenciando naquilo que a empresa se tornará no futuro (Teece et al, 1997).  A VBR vem impondo desafios aos métodos qualitativos, justamente pela natureza intangível de alguns recursos organizacionais, exigindo dos pesquisadores estudos de caso longitudinais, entre outros métodos, de forma a comprovar suas hipóteses (HOSKINSSON et al., 1999). A abordagem histórico-longitudinal
  • 8. 8 1. Como resgatar o histórico da organização? 2. Como tratar de um grande volume de informações? 3. Como definir os marcos históricos e relacioná-los com os dados coletados? 4. Como combinar dados históricos com dados atuais? 5. Pode-se confiar somente na memória dos entrevistados? 6. O que fazer quando documentos oficiais fornecem dados imprecisos? 7. O que fazer quando as fontes de dados apontam diferentes versões para a trajetória da organização estudada? 8. Como proceder com a transcrição das entrevistas? 1. Como resgatar o histórico da organização? 2. Como tratar de um grande volume de informações? 3. Como definir os marcos históricos e relacioná-los com os dados coletados? 4. Como combinar dados históricos com dados atuais? 5. Pode-se confiar somente na memória dos entrevistados? 6. O que fazer quando documentos oficiais fornecem dados imprecisos? 7. O que fazer quando as fontes de dados apontam diferentes versões para a trajetória da organização estudada? 8. Como proceder com a transcrição das entrevistas? Desafios no uso e aplicação da abordagem histórico-longitudinal
  • 9. 9 1. Como resgatar o histórico da organização?  Construir uma narrativa cronológica da trajetória organizacional, evitando reduções e apresentando os diferentes pontos de vista.  Solicitar a opinião dos participantes fazendo-os reportarem-se às diversas etapas da trajetória organizacional.  Usar questões ‘por que’ e ‘como’ sobre a relação dos eventos ao longo do tempo.  Identificar padrões de comportamento, ações e decisões que sejam o reflexo das diferentes estratégias adotadas pela organização nos diferentes períodos da sua trajetória.  Construir uma narrativa cronológica da trajetória organizacional, evitando reduções e apresentando os diferentes pontos de vista.  Solicitar a opinião dos participantes fazendo-os reportarem-se às diversas etapas da trajetória organizacional.  Usar questões ‘por que’ e ‘como’ sobre a relação dos eventos ao longo do tempo.  Identificar padrões de comportamento, ações e decisões que sejam o reflexo das diferentes estratégias adotadas pela organização nos diferentes períodos da sua trajetória.
  • 10. 10 2. Grande volume de informações a tratar  Evitar um mergulho em uma massa disforme de dados. Recomenda-se converter dados disformes em um modelo entendível e reutilizável por outros.  Concentrar-se nas pessoas, depoimentos, documentos e situações mais representativos, que trazem maior contribuição para a pesquisa.  Focar nas pessoas que ocupam cargos estratégicos.  Selecionar o que é relevante para cada período – Eliminar vieses dos depoimentos.  Decidir o que vai para a lata do lixo.  Evitar um mergulho em uma massa disforme de dados. Recomenda-se converter dados disformes em um modelo entendível e reutilizável por outros.  Concentrar-se nas pessoas, depoimentos, documentos e situações mais representativos, que trazem maior contribuição para a pesquisa.  Focar nas pessoas que ocupam cargos estratégicos.  Selecionar o que é relevante para cada período – Eliminar vieses dos depoimentos.  Decidir o que vai para a lata do lixo.
  • 11. 11 3. Definir os marcos históricos e relacioná-los com os dados coletados # $ % * A2 C2 B3 # $ % * A1 A2 B3 # $ % * A1 A3 B1 Período 1 Período 2 Período Atual Depoimentos Períodos Históricos A1 A3B1 A2 B3C2  Buscar elementos que permitam identificar os marcos históricos - Qual evento delimita a passagem de um período para outro?  Construir uma lista de eventos que influenciaram decisivamente na formação da estratégia organizacional ao longo de sua trajetória.  Identificar categorias que reduzam a complexidade dos dados.
  • 12. 12 4. Como combinar dados históricos com dados atuais?  O pesquisador tem que estar atento às informações fornecidas, pois o resgate do passado é feito no momento atual.  Dados passados são mais sintéticos e concentrados nos eventos marcantes. Dados presentes são mais ricos em detalhes e podem conter ruído. O pesquisador deve ter habilidade para descartar o que não é útil para a pesquisa.  O pesquisador tem que estar atento às informações fornecidas, pois o resgate do passado é feito no momento atual.  Dados passados são mais sintéticos e concentrados nos eventos marcantes. Dados presentes são mais ricos em detalhes e podem conter ruído. O pesquisador deve ter habilidade para descartar o que não é útil para a pesquisa.
  • 13. 13 5. Confiar somente na memória dos entrevistados?  Triangulação de dados com informações documentais para corrigir distorções e falhas de memória identificadas nas entrevistas.  Entrevistas devem ser tratadas como qualquer documento histórico, submetidas a contraprovas e análises.  Discernir entre narração e imaginação, cercando-se de fatos comprovados.  Triangulação de dados com informações documentais para corrigir distorções e falhas de memória identificadas nas entrevistas.  Entrevistas devem ser tratadas como qualquer documento histórico, submetidas a contraprovas e análises.  Discernir entre narração e imaginação, cercando-se de fatos comprovados. Entrevistas: Executivos, Fundador, Clientes, Fornecedores e Parceiros Documentos Observação Validação de dados e fatos contemporâneos Validação de dados e fatos históricos
  • 14. 14 6. O que fazer quando documentos oficiais fornecem dados imprecisos?  Interpretar criticamente todas as narrativas e documentos que tiver acesso, sob pena de se deixar levar pela memória dita oficial, freqüentemente carregada de vieses político-ideológicos. Investigar as diferenças entre a memória oficial e a memória coletiva, focando nas contradições entre depoimentos e documentos.  Fazer triangulação de informação documental não só da empresa estudada, mas de periódicos especializados que evidenciem as estratégias adotadas pelas empresas do segmento ao longo do tempo e relatórios financeiros oficiais que evidenciem os impactos dessas estratégias na performance da empresa estudada e do setor.  Interpretar criticamente todas as narrativas e documentos que tiver acesso, sob pena de se deixar levar pela memória dita oficial, freqüentemente carregada de vieses político-ideológicos. Investigar as diferenças entre a memória oficial e a memória coletiva, focando nas contradições entre depoimentos e documentos.  Fazer triangulação de informação documental não só da empresa estudada, mas de periódicos especializados que evidenciem as estratégias adotadas pelas empresas do segmento ao longo do tempo e relatórios financeiros oficiais que evidenciem os impactos dessas estratégias na performance da empresa estudada e do setor.
  • 15. 15 7. As fontes de dados apontam diferentes versões para a trajetória da organização  Fatos e versões andam juntos. É tarefa do pesquisador a confrontação crítica das narrações e entender as representações. Ouvir mais de uma testemunha da situação.  Uma entrevista é sempre uma versão da realidade. É preciso compreender os significados que os indivíduos e grupos sociais conferem às experiências que têm. Negligenciar essa dimensão é revelar-se ingênuo e positivista.  Reconhecer que nem todas as versões são verdadeiras, livres de manipulação, inexatidão ou erro. Elaborar um mosaico que forme um todo coerente, a menos que as diferenças entre elas sejam irreconciliáveis.  Fatos e versões andam juntos. É tarefa do pesquisador a confrontação crítica das narrações e entender as representações. Ouvir mais de uma testemunha da situação.  Uma entrevista é sempre uma versão da realidade. É preciso compreender os significados que os indivíduos e grupos sociais conferem às experiências que têm. Negligenciar essa dimensão é revelar-se ingênuo e positivista.  Reconhecer que nem todas as versões são verdadeiras, livres de manipulação, inexatidão ou erro. Elaborar um mosaico que forme um todo coerente, a menos que as diferenças entre elas sejam irreconciliáveis.
  • 16. 16 8. Como proceder com a transcrição das entrevistas?  Transcrições impecavelmente neutras podem ser ilegíveis ou inúteis.  Se a entrevista é rica em símbolos e sentidos, transcrever exatamente o que foi dito, inclusive “o entrevistado tosse”, mas sem dizer se aquela tosse significa ironia, hesitação ou nervosismo produz um resultado carente de significado e que não necessariamente se traduz em fidelidade e credibilidade à pesquisa.  Transcrições impecavelmente neutras podem ser ilegíveis ou inúteis.  Se a entrevista é rica em símbolos e sentidos, transcrever exatamente o que foi dito, inclusive “o entrevistado tosse”, mas sem dizer se aquela tosse significa ironia, hesitação ou nervosismo produz um resultado carente de significado e que não necessariamente se traduz em fidelidade e credibilidade à pesquisa.
  • 17. 17 A análise do ambiente organizacional sob uma perspectiva temporal é muito mais sofisticado do que avaliar simplesmente o momento atual. A perspectiva histórico-longitudinal possibilita aprofundar o entendimento sobre a realidade interna das organizações. Estudos qualitativos priorizam o contato direto e prolongado do investigador com o campo, para facilitar a percepção sobre os significados e a realidade da empresa estudada (PATTON, 1986; PETTIGREW, 1990). A análise do ambiente organizacional sob uma perspectiva temporal é muito mais sofisticado do que avaliar simplesmente o momento atual. A perspectiva histórico-longitudinal possibilita aprofundar o entendimento sobre a realidade interna das organizações. Estudos qualitativos priorizam o contato direto e prolongado do investigador com o campo, para facilitar a percepção sobre os significados e a realidade da empresa estudada (PATTON, 1986; PETTIGREW, 1990). Conclusões