Geografia de Mato Grosso.
Um Estado imenso e com características únicas.
Atualmente Mato Grosso possui 68
terras indígenas e 23 unidades de
conservação federais, 44 estaduais
e 38 municipais distribuídas entre
reservas, parques, bosques,
estações ecológicas e RPPN (Reserva
Particular do Patrimônio Nacional).
2. Um Estado imenso e com
características únicas
Geografia de Mato Grosso
3. Mato Grosso possui 141
municípios, agrupados em 22
microrregiões político-
administrativas.
Atualmente Mato Grosso possui 68
terras indígenas e 23 unidades de
conservação federais, 44 estaduais
e 38 municipais distribuídas entre
reservas, parques, bosques,
estações ecológicas e RPPN (Reserva
Particular do Patrimônio Nacional).
5. Mato Grosso localiza-se na região
Centro-oeste do território
brasileiro. O Estado ocupa uma
área de 903.357 km², sendo o
terceiro maior em extensão
territorial do país. É o único a
possuir características dos três
biomas: Pantanal, Cerrado e
Amazônia.
6. Mato Grosso possui duas
estações bem-definidas, uma
chuvosa e outra seca. A
estação chuvosa ocorre entre
os meses de outubro a
março, e a estação seca
começa em abril e termina
somente em setembro.
7. O ponto culminante fica a
1.118m de altitude e se
localiza na Serra de Santa
Bárbara, entre os
municípios de Pontes e
Lacerda e Porto
Esperidião.
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10. Para entendermos o processo de ocupação
do espaço mato-grossense a partir do século
XVIII, época em que surgiram os primeiros
povoados, temos que situar este território no
conjunto da Economia Colonial do século
XVIII.
A ocupação efetiva do espaço brasileiro no
século XVI teve início com o estabelecimento
das Capitanias Hereditárias, cujos principal
objetivo era assegurar a Portugal a
soberania da porção costeira, evitando assim
a invasão de estrangeiros.
11. Nessa época o território que hoje é
Mato Grosso, era habitada apenas por
algumas incursões hispânicas e
poucas bandeiras que por aqui
aportavam à caça de índios.
O índios eram os ocupantes absolutos
do espaço mato-grossense.
12. A ocupação mais efetiva do espaço geográfico
mato-grossense deu-se a partir de Cuiabá – local
onde estabeleceram-se os primeiros núcleos
populacionais de Mato Grosso.
O povoamento de Mato Grosso teve início com a
descoberta dos primeiros veios auríferos no rio
Coxipó, pelos integrantes da bandeira de Pascoal
Moreira Cabral, em 1719.
Em 1722, o bandeirante sorocabano Miguel Sutil
descobriu um dos veios auríferos mais
importantes do Brasil: as Lavras do Sutil,
localizadas em Cuiabá, ao longo do córrego da
Prainha.
13. Em 1726, o governador da Capitania
de São Paulo, Dom Rodrigo César de
Meneses, deslocou-se até Cuiabá.
Em 1748 foi criada a Capitania de Mato
Grosso, sendo então desmembrada da
Capitania de São Paulo.
14. Os agentes sociais que deram início à formação do
espaço geográfico mato-grossense:
a)No topo da pirâmide social estavam os mineradores;
prósperos comerciantes; altos funcionários públicos e
militares de alta patente.
b)A classe intermediária era constituída por homens livres
e podres: mineiros autônomos com poucos escravos;
pequenos agricultores, pequenos comerciantes,
marceneiros, sapateiros, carpinteiros, alfaiates e
funcionários públicos de escalões inferiores, entre
outros.
c) A camada mais baixa da estrutura social era composta
por índios e negros escravos, que viviam em condições
subumanas. Através do seu trabalho, e de sua fadiga,
enriqueceram seus donos e a Coroa Portuguesa.
15. A pecuária foi introduzida em áreas mato-
grossenses no período colonial, na região de
Camapuã, entre os rios Taquari e Coxim. Teve
um crescimento disperso e lento, porém
gradual.
O gado encontrou aí pastagens naturais fartas,
favoráveis ao seu desenvolvimento, e seus
proprietários encontraram muitas terras para
serem ocupadas.
Esses fatos contribuíram para semear as
primeiras sementes do latifúndio.
16. O gado criado na segunda metade do século XIX e
meados do século XX não visava a exportação. Seu
destino era o abastecimento de vilas ou cidades
próximas às fazendas, pois conduzir os animais até
regiões distantes implicava em custos altos, em função
das dificuldades dos transportes. Nem mesmo a
abertura da navegação no rio Paraguai (1856) mudou
essa realidade, porque, na época, não havia câmaras
frias para transportar a carne e os navios não
transportavam o gado em pé.
17. Essa realidade foi modificada com a
inauguração da Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil, em 1910, ligando São
Paulo (Bauru) ao sul de Mato Grosso
(Corumbá). A partir dessa data, o gado
passou a ser transportado vivo nos trens
para ser engordados nas pastagens dos
campos de São Paulo e Minas Gerais e,
daí, levado para os abatedouros.
18. A produção de cana-de-açúcar e
aguardente iniciou-se em Chapada dos
Guimarães nos anos posteriores à
mineração de Cuiabá.
O cultivo da cana-de-açúcar logo se
espalhou pelas margens do rio Cuiabá,
por Poconé, Livramento, chegando em
Cáceres, às margens do rio Paraguai.
19. A princípio, o açúcar mascavo e a aguardente
destinavam-se ao abastecimento da
população local e eram produzidos em
engenhos simples, sem muita tecnologia.
Com a abertura da navegação (1856) via rio
Paraguai, abriu-se a possibilidade de produzir
açúcar para exportação, porém o mercado
europeu exigia um açúcar refinado e de boa
qualidade, o que obrigou os proprietários de
engenho adquirirem equipamentos industriais
(importados) e montarem usina para conduzir
em maior escala.
20. O início do povoamento da região Leste do
Estado, onde hoje esta a microrregião de
Barra do Garças, também teve sua origem
ligada à exploração de ouro.
21. Esta teve curta duração, fazendo com que
a porção leste do território permanecesse
estagnada por longo período, reabilitando-
se somente por volta de 1805, com a
descoberta de importante jazida de
diamante. Sua exploração estimulou o
processo migratório de pessoas vinda de
Goiás, Minas Gerais, Bahia e Maranhão
para povoar as margens dos rios Garças e
Araguaia.
22. O diamante também foi encontrado no
meio-norte, na área onde hoje está o
município de Diamantino.
23. Pode-se dizer que o diamante teve sua
época de esplendor no período de 1805 a
1825, quando aconteceu um grande
dinamismo na ocupação territorial.
Também contribuiu para o processo de
ocupação dessa região a situação
geográfica de Diamantino, que, próximo ao
rio Arinos. Propiciou a ligação de Mato
Grosso com Pará e Amazonas, através dos
rios Juruena e Tele Pires, e o
desenvolvimento de relações comerciais
entre esses estados.
24. Durante o período compreendido entre a década
de 1840, e o final do século XIX, o povoamento
mato-grossense permaneceu estagnado e
disperso.
O fato que o povoamento provocado pela
mineração é efêmero, pouco contribuindo para a
fixação do homem no local onde se desenvolveu
essa atividade econômica.
Sendo assim, o espaço mato-grossense, até o
final do século XIX apresentava-se parcialmente
ocupado, com povoamento dispersos nas suas
porções leste, sul e oeste.
25. No final do século XIX, Mato
Grosso experimenta um novo surto
de povoamento estimulado pela
extração de borracha, poaia e
erva-mate. Estas atividades
extrativas constituíram numa nova
fase econômica e de povoamento
em território mato-grossense.
26. A partir de 1878, o governo do segundo império
resolveu, através do Presidente da Província de
Mato Grosso, arrendar as terras devolutas para
terceiros. Esse tipo de arrendamento proporcionou
a muitas pessoas que tivessem acesso à terras na
porção sul do estado (hoje MS), podendo dedicar-
se à exploração da erva-mate.
Foi através do arrendamento que um consórcio de
10 representante formou a poderosa empresa
conhecida como Companhia Mate-Laranjeira.
27. Este ciclo produtivo teve seu
momento de glória de 1882
até meados do século XX,
quando entrou em declínio
devido à concorrência da
produção Argentina.
28. A poaia (Cephaeles Ipecacuanha), planta
de alto valor medicinal, teve seu momento
de esplendor nos anos de 1878 e 1879. Era
extraída das matas nativas da grande
região dos Parecis, Cáceres, Barra do
Bugres, Vila Bela e Cuiabá e exportada via
Cáceres, pelo rio Paraguai até Corumbá e
daí para o exterior.
29. No período compreendido entre 1977 –
1880, a Noroeste brasileiro enfrentou
uma de sua piores secas e teve como
desdobramento a formação de um
importante fluxo migratório de
nordestinos para o Norte do Brasil. Um
percentual desses migrantes adentrou
em matas mato-grossenses e iniciou a
exploração da borracha.
30. O látex extraído da mangabeira
mato-grossense era de melhor
qualidade, se comparado ao da
seringueira. A borracha aqui
produzida tinha um único destino, o
mercado europeu, principalmente a
Inglaterra que despontava como
potência industrial do Ocidente.
31. Apesar de ser extraída até hoje,
a borracha teve ser apogeu no
início do século XX, quando
entrou em declínio devido à
concorrência da borracha de
melhor qualidade produzida nas
colônias inglesas do Sudeste
Asiático.
32. O Arranjo Espacial no início do
Século XX
Até agora, podemos dizer que o processo de
ocupação das terras mato-grossenses sempre
esteve associadas à exploração de um produto
que tivesse aceitação no mercado externo (ouro,
diamante, açúcar, poaia, erva-mate e borracha).
De todas as atividades mencionadas, a erva-
mate foi a que teve maior parcela de contribuição
na fixação do homem à terra e promoveu, até a
década de 1930, um povoamento expressivo na
porção sul de Mato Grosso (hoje MS).