Este documento caracteriza a hidrogeoquímica do Sistema Aquífero Bauru no Espigão de Marília, SP. A pesquisa analisou amostras de 21 poços na região e encontrou altos níveis de nitrato e bário em alguns poços, possivelmente devido a influências antrópicas ou origem natural nas camadas de rocha mais rasas. A composição química das águas é similar entre as formações Marília e Adamantina, exceto nos níveis de nitrato.

1. CARACTERIZAÇÃO
HIDROGEOQUÍMICA DO
SISTEMA AQUÍFERO BAURU NO
ESPIGÃO DE MARILIA(SP)
ANA PAULA RIOS, TATIANA TAVARES, NÁDIA CORREA, ANDRÉ LUIZ
FERREIRA, ANA CÂNDIDA MELO CAVANI, VERIDIANA MARTINS,
ALESSANDRA CRESPI, REGINALDO BERTOLO, ANA MACIEL DE CARVALHO,
JOSE LUIZ ALBUQUERQUE FILHO, SÉRGIO CÂNDIDO

2. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
• 34% do Estado de Sao Paulo é abastecido por aguas subterrâneas e a demanda aumenta a cada ano
(CETESB, 2010)
• CETESB detectou concentrações de Ba acima do limite de potabilidade de 0.7mg/l
• Estudos anteriores concluiram que a anomalia em Gália é de origem natural e está associada as águas
bicarbonatadas cálcicas com pH alcalino sendo que a fonte da anomalia pode ser do cimento
carbonático da Formação Marilia e/ou dos argilominerais
• Este trabalho expandiu a área de pesquisa para todo o Espigão de Marilia, abrangindo 15 cidades do
oeste paulista.
• O objetivo é caracterizar a hidroquímica associada ao elemento bário e compreender melhor sua
origem.

3. ÁREA DE ESTUDO
• O Espigão de Marilia situa-se na região centro
oeste do Estado de São Paulo.
• Os municípios estudados são:
Álvaro de Carvalho, Alvinlândia, Gália, Garça,
Lupércio, Marília, Ocauçu, Oriente, Pompeia,
Quintana e Vera Cruz.
• O relevo da área é tabular limitado por escarpa
abrupta (Ross & Moroz, 1997)
Fonte: www.Mariliacidade.com.br

5. COLUNA ESTRATIGRÁFICA E HIDROESTRATIGRÁFICAS
Estratigrafia da Área de Estudo, Segundo Soares, 1980 (extraído
de Paula e Silva, 2003
Hidroestratigrafia do Sistema Aquífero Bauru ( Paula e Silva,
2003

7. MEDOTOLOGIA
• Cadastro de 350 poços
• Seleção de 21 poços para coleta de amostras
• Elaboração de Mapas, perfis e seções geológicas
• Amostragem para cations e ânions maiores, silica e metais
MUNICÍPIO NÚMERO DE POÇOS
Álvaro de Carvalho 09
Alvinlândia 05
Duartina 17
Echaporã 02
Gália 13
Garça 46
Lupércio 06
Marília 126
Ocauçu 12
Oriente 15
Oscar Bressane 10
Pompéia 48
Presidente Alves 04
Quintana 13
Vera Cruz 23
MUNICÍPIO
NÚMERO DE
POÇOS
ID DOS POÇOS
Álvaro de
Carvalho
01 IPT 3
Alvinlândia 02 IPT 13; IPT 14
Gália 02 IPT 41; IPT 44
Garça 03 IPT 49; IPT 63; IPT 72
Lupércio 02 IPT 94; IPT 96
Marília 03
IPT 130; IPT 132; IPT
173
Oriente 02 IPT 243; IPT 245
Pompéia 02 IPT 273; IPT 347
Quintana 02 IPT 316; IPT 350
Vera Cruz 02 IPT 328; IPT 331

8. RESULTADOS
• Na maioria dos poços foram encontradas águas bicarbonatadas calco-magnesianas com baixo teor de
sulfato
• Os poços IPT-41 (Gália), IPT-49 (Garça), IPT-63 (Garça) e IPT-331 (Vera Cruz), acima 45 mg/L de NO3
- e
possuem profundidades entre 80 e 200m, com filtros no Aquífero Marília ou do Marília e Adamantina
• Teores maiores de Na são observados em poços com filtros no aquitarde Araçatuba, e no poço IPT-14 é
possível que esta variação esteja associada a Formação Serra Geral.
• Em poços com filtros nas formações mais rasas, não foi encontrada uma grande variação nos valores de
cations e ânions maiores, apesar de alguns poços apresentarem forte indício de contaminação
antrópica.

13. CONCLUSÃO FINAL
• Em alguns poços foram encontrados valores altos de nitrato, acima ou próximo do valor de
potabilidade, por vezes associados a valores relativamente mais altos de cloreto, indicando possível
contaminação antrópica
• Quimicamente, não há muita diferença entre a composição das águas da Formação Marília e da
Formação Adamantina. A única diferença é nos teores de Nitrato, pois por serem mais rasas as águas da
Formação Marília são mais sucetíveis a influências externas.
• Bário aparece nas camadas mais rasas, especialmente as mais cimentadas, como visto por Tavares
(2013) e não é homogêneo em área
• Recomenda-se que durante a construção de novos poços, evitar posicionar os filtros na Formação
Marília. Para poços já constuídos, recomenda-se fazer um teste de bombeamento para verificar a
possibilidade da diluição do bário em solução.

14. REFERÊNCIAS
CETESB – COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. 2010. Relatório de qualidade das águas
subterrâneas no Estado de São Paulo. São Paulo: 2007 - 2009. Disponível em:
http://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/agua_sub/rede_resultados.asp.
PAULA E SILVA, F. 2003.Geologia de Subsuperfície e Hidroestratigrafia do Grupo Bauru no Estado de São Paulo.
Tese (Doutorado) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 166p.
ROSS, J.L.S. & MOROZ, I.C 1997. Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo. São Paulo: Laboratório de
Geomorfologia Depto de Geografia FFLCH-USP/Laboratório de Cartografia Geotécnica - Geologia Aplicada -
IPT/FAPESP, 1997. 63p.
SOARES P.C.; LANDIM P.M.B.; FÚLFARO V.J.; SOBREIRO NETO A.F. 1980. Ensaio de caracterização do Cretáceo no
Estado de São Paulo: Grupo Bauru. Rev. Bras. Geociências, 10(3): 177-185.
TAVARES, T. 2013. Investigação de anomalias hidrogeoquímicas de bário em aquíferos do estado de São Paulo.
Tese de Doutorado. Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc/USP). São Paulo, 2013. 192 p. : il +
anexos.

15. OBRIGADA !!